Um dos melhores filmes produzidos em terras potiguares em 2018 será exibido nesta quarta-feira no Bardallos Comida e Arte, point cultural do Centro Histórico de Natal. O curta-metragem ‘Arredia e Tão Só’, produzido pelo cineasta Augusto Lula, estará disponível em duas sessões: às 20h e às 21h, com livre acesso do público.
“Uma Redinha de saudade e de um tempo que sempre esteve presente”. É assim que o autor resume a obra, com um verso de poema de Palmyra Wanderley. “O mais difícil foi fazer esta seleção de textos. Muita coisa ficou de fora. Esta versão tem 22 minutos, a primeira versão tinha mas de 40 minutos.”, acrescentou Augusto Lula.
E nesse trabalho de concisão, o autor tentou “separar o áudio do visual e o visual do áudio”, sem deixar fora os autores de sua memória afetiva: Palmira Wanderley, Câmara Cascudo, Newton Navarro, Jarbas Martins e Mario de Andrade. E ainda uma trilha sonora composta por Brinquedo Rico, Mirabô, Carlos Gomes e Brian Eno.
DA RIBEIRA À REDINHA
Augusto Lula já havia produzido um dos clássicos dos curtas-metragens potiguares: ‘Ribeira Velha de Guerra’. Isso há de 25 anos. “Tinha passado minha infância no bairro da Ribeira. Fazer a Redinha agora, foi apenas uma continuação do meu olhar saudosista e, também, porque a Redinha tem
três vogais e quatros consoantes e a Ribeira tem quatro vogais e apenas três consoantes”, brinca.
Para Lula, existem milhões de possibilidades de fazer um filme sobre determinado tema. “Mas optei por dar voz e visibilidade aos nativos ou quase nativos”. E essa é a predominância das vozes do filme, do olhar do autor e, sem dúvida, da atmosfera da “Praia bonita”, como já escreveu Cascudo sobre a Redinha de outrora.