POEMA DO ATUAL
Gira a terra,
“Que é plana”, dizem os “sábios” das esferas.
Se aqui tem Brumadinho, arrumadinho e Museu Nacional,
Notre-Dame pega fogo.
E Jesus, no desafogo, também tá na brincadeira:
Desce da cruz de mansinho
E sobe na goiabeira.
Enquanto a miséria cresce na terra de leite e mel,
O messias de Copacabana,
Tatibitate, forte, bacana,
Sai pisando no azeite.
E vai plantar oliveira/ na eleição de Israel.
O inventor da justiça deixa a toga na reserva,
Inventa um “novo” idioma, brinca de fazer lei,
-entre aplausos e suspiros-
Congeando a vaga aberta
Na caverna dos vampiros.
Na botija desenterrada
O novo Delfim se finda
E descobre que manda em nada.
Corre pra Nova York e ouve de ouvir dizer
Que por aqui, sem ser ouvido,
Houve estouro da manada.
Quem vai cair, não se sabe.
Só perguntando aos filhotes,
Pois no carteado da zorra
São eles que dão as cartas.
Tudo exposto e tuitado
Nas redes do vendaval.
Quem, de fora, assiste a tudo
Fica tonto e nem se espanta
Se isso é Semana Santa
Ou Terça de Carnaval.
(François Silvestre)
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Texto maravilhoso e, infelizmente, real. Fiz questão de compartilhar, coisa que raramente faço, pois concordo com cada palavra escrita. Não conhecia o autor, mas ele acabou de ganhar um fã. Há poucas semanas descobri o Papo Cultura e virou leitura obrigatória no meu cotidiano. Parabéns! Continuem assim. Resistência sempre.