A partir de hoje a Orquestra Sinfônica da UFRN, um dos patrimônios culturais do Estado, passa ao status de Filarmônica da UFRN. E por que a mudança? A razão é louvável. O que diferencia a sinfônica de uma filarmônica é que a primeira geralmente é mantida pelo poder público, seja federal, estadual ou municipal, a exemplo da Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte, mantida pelo Governo do Estado, através da Fundação José Augusto.
Até então a Sinfônica da UFRN tinha como único mantenedor a UFRN. Com o novo status de Filarmônica, se abre a possibilidade, também, de apoios de pessoas físicas e jurídicas. De resto, tudo igual. Ou seja: o talento do maestro André Muniz e todo o corpo de músicos da orquestra permanecem os mesmos.
A agora Filarmônica da UFRN já possui projetos inscritos nas duas leis de incentivo cultural via renúncia fiscal: a Lei Câmara Cascudo (Estado) e o Programa Djalma Maranhão (municipal), além do apoio da UFRN e a busca por novos parceiros.
“A ideia é termos mais parcerias para podermos expandir nossos horizontes com mais concertos e projetos para mais pessoas e mais lugares”, disse o maestro André Muniz.
Filarmônica da UFRN
Enquanto Orquestra Sinfônica da UFRN foram 10 anos de atividade e o reconhecimento com uma das melhores ensembles orquestrais do Nordeste. O grupo, de 59 integrantes em 2018, é formado exclusivamente por alunos da UFRN, oriundos dos cursos técnico, licenciatura em Música, Bacharelado em Música e Pós-Graduação em Práticas Interpretativas de Músicas do Séc. XX e XXI.
Os ensaios acontecem duas vezes por semana, possibilitando um concerto mensal em duas sessões, o que constitui um valiosíssimo laboratório que proporciona aos alunos a vivência profissional de uma orquestra, desde a seleção anual com testes às cegas, até o contato com grandes solistas. O repertório é selecionado por uma comissão de professores de diversos instrumentos, que constituem a Direção Artística da Orquestra.
Trajetória internacional
Em junho de 2015 a Orquestra realizou sua primeira turnê para a Alemanha. O projeto foi realizado em pareceria da UFRN com o DAAD (programa de intercâmbio do governo alemão) e a Hochschule für Musik Karlsruhe. Os alunos tiveram a oportunidade de ter aulas com professores de renome internacional e realizar dois concertos: um com em conjunto com a orquestra da Hochschule e sob a regência de 3 maestros e outro com repertório de peças brasileiras, tendo sido agraciada com críticas positivas.
Dentre os integrantes da hoje Filarmônica, alguns músicos têm se destacado com prêmios nacionais e internacionais, a exemplo do violoncelista Diego Paixão, que conquistou o prêmio no Festival de Inverno de Campos do Jordão e ingressou na École Normale de Musique de Paris (França). Outro destaque é o aluno Lucas Barros (violoncelo), vencedor do Concurso “International Cello Competition ‘David Popper’ for Young cellists” na Hungria.
Nesses dez anos, a Orquestra da UFRN realizou, seguramente, mais de 100 concertos para mais de 100 mil pessoas, seja no Rio Grande do Norte, em outros estados brasileiros ou em concertos internacionais. Ano passado, conseguiu o feito histórico de se apresentar para o Santo Pontífice, o Papa Francisco, em Roma.
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O mundo todo já adotada esse modelo de parceria, com sucesso. Aqui não vai ser diferente. A música é por natureza dinâmica e não pode ficar limitada a uma “caixinha”…