Perspectivas cervejeiras para 2024: o que esperar?

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Feliz ano novo, cervejeiros!

Um 2024 muito próspero e feliz a todos!

Contando de hoje, dia 10 de janeiro, teremos mais 356 novas oportunidades de provar boas cervejas! Ou, ao menos, de experimentar alguma cerveja diferente em 2024, por que não?

No texto de hoje vou trazer 3 pitacos (ou, palpites intrometidos) meus do que eu imagino que pode ser uma tendência no ano de 2024. Algo totalmente sem embasamento científico ou estatístico algum!

Aproveitem que essas previsões são de graça!

Brincadeiras à parte, em um exercício de tentativa e erro, vamos tentar antever o que poderá ser a tendência a ser bebida no decorrer do próximo ano!

Mais uma vez, um Feliz 2024!

Saúde!

Pitaco 1: Consolidação e segmentação dos clubes de cerveja

No ano de 2023, pudemos ver que houve uma grande expansão dos clubes de cervejas. As cervejarias artesanais mais relevantes no cenário nacional perceberam esse grande filão de mercado e se dedicaram com mais afinco aos clubes.

A tendência a ser observada em 2024 é que os mais diversos clubes surgidos em 2023 (alguns em 2022, é bem verdade) consigam alcançar a sua consolidação e se mantenham ainda mais firmes nesse ano. Além disso, é bem provável que a segmentação entre eles seja ainda mais destacada.

Esse ponto deve ser observado com bastante atenção, pois, é bem sabido, que, mesmo dentro de uma comunidade tão “nichada” quanto a cultura cervejeira artesanal, a segmentação é necessária para se atingir melhor os seus objetivos.

Dessa maneira, clubes mais voltados apenas para IPA’s ou para Lager’s deverão ter uma destinação bem mais específica, para poder segmentar ainda mais o seu público fiel. Não que quem beba esses estilos rejeite, por exemplo, uma BA RIS, contudo, em termos de aproximação do público com o produto, e também a grande diferença de valores, segmentar, nesse caso, parece ser o caminho mais viável.

Inobstante, a tendência já observada em 2023 deve trilhar o caminho de sua solidificação, tornando as vendas diretas ainda mais relevantes, e fidelizando por um maior tempo os clientes de cada cervejaria em específico por meio dos produtos e benefícios dos clubes de cerveja próprios.

Pitaco 2: Cervejas (e outras bebidas) para abstêmios

Em termos de comparação mais absolutos quando se fala em consumo de álcool, percebe-se que há um decréscimo contínuo entre as gerações. A geração anterior, a dos Millenials (na qual eu me incluo) já bebia menos que sua predecessora. Comparando a geração dos Millenials, com a atual geração Z, percebe-se um declínio de mais de 20% no volume total de álcool consumido com regularidade.

Isto é, traduzindo em termos de tendência de mercado, aplicando os dados obtidos à cultura cervejeira, o decréscimo nos volumes totais de álcool faz com que a geração Z (influenciando também a dos Millenials) opte por bebidas não alcoólicas ou com um percentual de álcool menor.

Claro que para os degustadores mais dedicados, esse é um dado que passa despercebido, afinal, quem vai querer beber uma RIS com 500 mil adjuntos que não tenha pelo menos 10% de álcool? Todavia, para os observadores e formadores de tendências de mercado, o filão das pessoas que não bebem álcool ou consomem bebidas com pouco álcool é relevante.

Daí se pode imaginar que as cervejarias artesanais possa passar a dedicar parte de seu portfólio a cervejas com menores teores alcoólicos, como Light Lager’s ou Session IPA’s, ou até mesmo cervejas sem álcool mesmo. Essas perspectivas de menores teores também abrem espaço para outras bebidas anexas ao mundo cervejeiro, como, por exemplo, a Kombucha.

Por ter um teor de álcool bem baixo, sem abrir mão de uma gama ampla de aromas e sabores, a Kombucha é uma bebida que atrai muitos neófitos da geração Z, fazendo com que algumas cervejarias também se aventurem com essa bebida em seus tap lists. Assim, eu não acharia estranho se mais e mais cervejarias passassem a incluir em seus cardápios e em suas ofertas para PDV’s Kombuchas.

Pitaco 3: Água lupulada (Hop Water)

Trilhando a perspectiva já exposta no segundo palpite (anteriormente dado), o leque de bebidas anexas à cerveja e com baixos teores alcoólicos deve ser uma das tônicas do mercado. Nesse passo, surge como grande candidata a “água lupulada”.

Sua semelhança com a cereja reside no fato primordial que ela também se utiliza de um dos ingredientes obrigatórios da cerveja, o lúpulo, conhecido, popularmente, por ser o “tempero da cerveja”. Aliás, a água lupulada também surge com essa perspectiva de trazer um “tempero” à bebida, já que se trata, basicamente, de uma água mineral, gaseificada, e com uma infusão de lúpulo.

Como bem se abre uma miríade de possibilidades às cervejas a variar pelo lúpulo utilizado (ou pela mistura de vários tipos de lúpulo, para criar um resultado único), a mesma premissa é aplicável à agua lupulada. Os mais diversos tipos de lúpulo, sejam os da moda ou os mais clássicos, podem ser utilizados, isolada ou conjuntamente, para criar uma bebida singular, com bastante gás e livre de calorias ou açúcares. Além de ser uma bebida super leve e deveras resfrescante!

Essas informações são muito relevantes para o público alvo, prioritariamente a citada geração Z, a qual pesquisa com afinco o conteúdo das bebidas que consome e dá preferência àquelas que não possuem álcool, calorias ou açúcares. Por causa disso, os aromas e sabores que o lúpulo é capaz de agregar à água com gás faz com que essa bebida, batizada de água lupulada, possa ter uma grande relevância no cenário da cultura cervejeira.

Saideira

Como toda boa previsão, meus palpites, não são dotados de nenhuma força predicativa. Caso eu acerte algum, viro gênio, e se eu errar todas, ninguém vai lembrar mesmo. Assim que são feitas todas as previsões místicas e os horóscopos.

Por que não aplicar a mesma técnica às previsões cervejeiras?

Exatamente isso que eu fiz, apenas pela diversão!

Por isso, no final das contas, as previsões são apenas uma mera projeção daquilo que esperamos que aconteça.

Mas, o futuro a Deus pertence.

Que 2024 seja um ano abençoado!

Recomendação Musical

A intenção do texto das perspectivas cervejeiras de 2024 é apenas viajar nas previsões! Despretensão total!

Nessa mesma vibe, vai a recomendação musical! Tem alguém mais gabaritada que prever o futuro que uma bruxa?

A música escolhida é Maxine (Witch Queen) da banda de Stoner Rock, Green Lung.

Saúde e boas cervejas em 2024!

Lauro Ericksen

Lauro Ericksen

Um cervejeiro fiel, opositor ferrenho de Mammon (מָמוֹן) - o "deus mercado" -, e que só gosta de beber cerveja boa, a preços justos, sempre fazendo análise sensorial do que degusta.
Ministro honorário do STC: Supremo Tribunal da Cerveja.
Doutor (com doutorado) pela UFRN, mas, que, para pagar as contas das cervejas, a divisão social do trabalho obriga a ser: Oficial de Justiça Avaliador Federal e Professor Universitário. Flamenguista por opção do coração (ou seja, campeão sempre!).

Sigam-me no Untappd (https://untappd.com/user/Ericksen) para mais avaliações cervejeiras sinceras, sem jabá (todavia, se for dado, eu só não bebo veneno).

A verdade doa a quem doer... E aí, doeu?

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