Bem-vindo de volta, Presidente

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– Para Eliza, meus filhos, minha mãe e minhas tias

Hoje é 31 de outubro de 2022, primeiro dia após o encerramento das eleições presidenciais do Brasil.

Ainda não é hora de analisar o cenário político que a frente ampla liderada pelo mais uma vez presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontrará. Não é tempo de fazermos as contas do saldo político da governabilidade. Agora é hora de comemorar.

Por isso me atenho a um rápido amontoamento de impressões sobre as eleições.

  1. Ainda é muito, muito cedo, mas a sensação de que alguma normalidade foi restabelecida já pode ser sentida.
  2. Esta foi a eleição mais difícil e disputada de toda a nossa história.
  3. Nunca se viu um uso tão desavergonhado e criminoso da máquina pública quanto nesta campanha. Do aparelhamento da Polícia Rodoviária Federal ao Orçamento Secreto, que é o nome gourmet para o maior escândalo de corrupção de nossa história política. A maior pilhagem de riquezas já testemunhada desde o descobrimento do Brasil pelos portugueses.
  4. Depois de frustradas todas as tentativas de golpe por parte de Bolsonaro ao longo dos últimos quatro anos, a democracia venceu.
  5. Bolsonaro foi derrotado nas urnas, mas ainda é preciso desmantelar o fascismo pintado de bolsonarismo, responsável por expor o que há de pior em nós brasileiros.
  6. É preciso curar o país do clima de guerra em que Bolsonaro e sua horda nos meteram.
  7. O discurso de vitória de Lula foi a palavra de um estadista que sabe exatamente em que ponto da história se encontra.
  8. Ninguém além de Lula teria vencido estas eleições e todo o jogo sujo proposto pelo atual governo.
  9. Esta eleição foi vencida pelas vítimas e familiares da Covid 19, pelos milhões de brasileiros devolvidos à fome e à miséria pelo governo cruel de Bolsonaro, pelos artistas, professores, negros, indígenas, pelas mulheres, pessoas LGBTQIA+, pelos nordestinos, pelos trabalhadores brasileiros submetidos ao chicote de seus feitores, pelos oprimidos, pelos silenciados, por Dilma, e Fátima, pelo Padre Júlio, por Marielle, por Genivaldo, pelos antirracistas, antifascistas, pacificadores, favelados, servidores públicos, por João Antonio, pelos moradores do bairro Paraíso, por todos os brasileiros que votaram em Lula e também pelos que não votaram. Esta eleição foi vencida pela Democracia, pelo Brasil.
  10. Lutemos para que este capítulo não se repita em nossa história. Nunca mais.

Bem-vindo de volta, Lula. Bem-vindo de volta, Presidente.


CRÉDITO DA FOTO:  AFP/Arquivos

Theo Alves

Theo Alves

Theo G. Alves nasceu em dezembro de 1980, em Natal, mas cresceu em Currais Novos e é radicado em Santa Cruz, cidades do interior potiguar. Escritor e fotógrafo, publicou os livros artesanais Loa de Pedra (poesia) e A Casa Miúda (contos), além de ter participado das coletâneas Tamborete (poesia) e Triacanto: Trilogia da Dor e Outras Mazelas. Em 2009 lançou seu Pequeno Manual Prático de Coisas Inúteis (poesia e contos); em 2015, A Máquina de Avessar os Dias (poesia), ambos pela Editora Flor do Sal. Em 2018, através da Editora Moinhos, publicou Doce Azedo Amaro (poesia).

Como fotógrafo, dedica-se em especial à fotografia documental e de rua, tendo participado de exposições que discutiam relações de trabalho e a vida em comunidades das regiões Trairi e Seridó. Também ministra aulas de fotografia digital com aparelhos celulares em projetos de extensão do IFRN, onde é servidor.

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