Tempo e destino

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Poemeto da Burakera #11

ENTRADEIRA: tome dose dupla de cereais nobres escoceses;
chame os caboclos; depois entre nos corruchios

tempo e destino são nó-de-nós
acochados nos batuques d’alma e corações
s’enlaçando
s’esganchando
s’espumando
suaveforte
um-no-outro
como ondas do mar abraçando praias
desfazendo-se-refazendo
gôzo-morrendo
nas próprias espumas

quantas tardesmansas
quantas noites-em-fuga
quantas manhãs-nuas

de repente na louquidão da vida
ecos de músicas
saudades revoando
gaivotas riscando sonhos entrenuvens
teus olhos deslizando ainda em meus olhos
na tarde intensa

de repente as amarras soltam barcos solitários
bordejando ainda
caturrando luas e lembruxas
navegando entre sonhos
e portos perdidos
nas marés brabas das paixões

quantas manhãs-d’aconchêgos
quantas tardes-d’esperas
quantas noites-absolutas

de repente no último bar
tempo e destino se encontram
olhos triscando olhos
em que beijo nos perdemos?
por que todo nó-de-nós quer eternidade?…

SAIDEIRA: tome outra chamada de cereais nobres; diga Xanavá! três vezes;
ouça I should have know better com Jim Diamond e comece a voar…

Ruben G Nunes

Ruben G Nunes

Desfilósofo-romancista & croniKero

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