1) Humberto Hermenegildo de Araújo relate-nos um pouco da sua carreira como professor e escritor.
A minha carreira como professor tem origem na UFRN, como monitor da disciplina de Teoria da Literatura, no final dos anos 1970. Depois daquela experiência, atuei como professor de Português no Colégio Atheneu e, logo após a formatura em Letras, fui aprovado em concurso para lecionar Teoria da Literatura no curso de Letras do Campus de Nova Cruz (UFRN), onde atuei durante dez anos.
Depois disso, tirei licença remunerada para cursar o doutorado na UFPB, mas o final da minha licença coincidiu com o fechamento dos campi do interior, no governo Fernando Henrique Cardoso, e então eu fui lotado no Departamento de Letras do campus central. Nesse departamento, permaneci até o momento em que fiz novo concurso público, para professor Titular da UFRN, no mesmo departamento, cargo no qual permaneci até a minha aposentadoria.
A minha carreira como professor foi marcada por um longo aprendizado e isso eu devo aos melhores alunos que tive, pelos seus questionamentos, pelo interesse crescente pelo mundo das letras que, desconfio, tive o privilégio de despertar neles. A minha carreira como professor pode ser resumida como uma vivência junto aos meus mestres e aos alunos, no que resultou uma experiência e é a eles que dedico tudo o que aprendi.
Quanto à carreira de escritor, posso avaliar que se trata de uma decorrência da atuação docente no universo das Letras, já que dediquei toda a minha vida a essa atuação. Diria que fui introduzido nesse universo a partir da escola. Na UFRN, conheci pessoas que escreviam, a exemplo de Anchella Monte e Carlos Braga, colegas que publicavam no jornal Letreiro, editado em mimeógrafo. Depois disso, participei do Laboratório de Criatividade e conheci Eulício Farias de Lacerda e Franco Jasiello. A seguir, graças ao incentivo do poeta Jarbas Martins, publiquei alguns poemas na antologia A Poesia Norte-Rio-Grandense no Século XX, organizada por Assis Brasil. No entanto, sou conhecido como o autor de alguns livros sobre o Modernismo no Rio Grande do Norte e também sobre Câmara Cascudo.
Essa foi a minha introdução e consolidação na carreira de escritor. Acredito, contudo, que estou iniciando uma nova fase, após a aposentadoria. Recentemente, fui premiado com um livro de poemas, em concurso realizado pela editora da Universidade Federal de Goiás (o livro, cujo título será Argueirinha/Visão, está no prelo). Além disso, concluí um romance que deve ser publicado ainda neste semestre, cujo título é Rastejo. Gostaria muito que essas duas obras marcassem uma nova fase na minha vida intelectual — só o futuro dirá.
2) Quando e como se deu a sua estreia em livro? Você tem quantos livros publicados até o momento?
Vou resumir um pouco a história da publicação dos três primeiros livros, para demonstrar que tive um pouco de sorte no encaminhamento das publicações, uma vez que eles não foram publicados por meio de editais.
O primeiro livro foi Modernismo: anos 20 no Rio Grande do Norte, publicado em 1995, obra que é uma colaboração no sentido de divulgar a história do movimento modernista no contexto local. Esse livro passou quatro anos em uma fila de espera, na editora da UFRN e, por um lance de sorte, o então reitor da UFPB (Neroaldo Pontes de Azevedo), que conhecia o trabalho, comentou sobre a importância do livro com o então reitor Geraldo Queiróz e, acredito, o fato gerou a curiosidade em torno da dissertação, no âmbito da administração da universidade. Talvez como desdobramento desse impulso, recebi um dia um telefonema do poeta Sanderson Negreiros, que ficou empolgado com o trabalho e deu um parecer favorável à publicação pela EDUFRN, devolvendo assim a minha esperança, que já estava perdida quanto àquele livro.
O segundo livro, O lirismo nos quintais pobres: a poesia de Jorge Fernandes (1997), corresponde à minha tese de doutorado. O encaminhamento da sua publicação se deveu a Dácio Galvão, que apresentou o texto a Woden Madruga, então presidente da Fundação José Augusto, a quem sou muito grato por ter publicado um livro sobre Jorge Fernandes com o selo da principal instituição cultural do estado.
Finalmente, o terceiro livro foi o resultado de um concurso realizado em 1996, sobre temas da obra de Câmara Cascudo, e o seu título é Asas de Sófia: ensaios cascudianos (1998). O meu trabalho ficou em segundo lugar e, portanto, não seria publicado. No entanto, por ocasião das comemorações do centenário de Cascudo, Dácio Galvão encaminhou o meu trabalho à diretoria da FIERN/SESI, que patrocinou a publicação com um parecer de Nei Leandro de Castro, que muito me honrou com sua leitura.
Como se percebe, tive a sorte de contar com o apoio de personalidades influentes no mundo da cultura e narro isto para ressaltar que a vida literária depende da ação de pessoas sensíveis à inteligência, ao conhecimento novo. Até o momento, publiquei seis livros de autoria individual, sem contar outros três que estão no prelo. Em coautoria e como organizador, publiquei nove títulos, além de mais dois que estão no prelo.
3) Você é notoriamente conhecido por ser um estudioso de Jorge Fernandes e o Modernismo no Rio Grande do Norte. Que outros escritores potiguares fizeram parte desse movimento?
No âmbito da divulgação do movimento e das atividades da vida literária, a figura central é Câmara Cascudo, que reunia em Natal as condições ideais para o surgimento de algo novo no mundo das letras de então. O “Principado do Tirol” correspondia aos famosos salões literários da capital paulista, onde se reunia a vanguarda artística de então. Além da chácara da família de Cascudo, Jorge Fernandes liderava a agitação cultural ocorrida no espaço do Café Magestic e nesses dois ambientes eram vistos nomes como Jaime dos Guimarães Wanderley, Othoniel Menezes, Nunes Pereira, Francisco Pignataro, Octacílio Alecrim, Luís Torres, Oscar Wanderley, Damasceno Bezerra, intelectuais que, entre outros, não eram necessariamente “modernistas”, mas participavam de algum modo do desejo de renovação das letras.
Tal movimento foi muito amplo e nele aparecem manifestações artísticas relacionadas, como é o caso da fenomenal arte de Erasmo Xavier, cujo perfil é apresentado por Rejane Cardoso em livro cujo subtítulo é O elogio do delírio.
Havia também uma vertente que repercutia favoravelmente os sopros de renovação e que produziu textos interessantíssimos, como o livro Roseira Brava, de Palmira Wanderley.
A vida literária local recebeu também, naquele tempo, os influxos que chegaram graças à ação de intelectuais que mantinham contatos mais diretos com a intelectualidade do sul do país, como Antônio Bento de Araújo Lima e Jaime Adour da Câmara.
No plano da cultura, da economia, da politica, o nosso “modernismo”, no sentido de uma ação modernizadora que extrapola o mundo das letras, era representado por Juvenal Lamartine, José Augusto, Garibaldi Dantas, Cristóvão Dantas, Antônio José de Melo e Souza e, seguramente, o próprio Henrique Castriciano, além de outros.
Havia também um novo regionalismo cuja figura mais interessante daquele momento já era Eloy de Souza.
Naquele início de século, surgiram também nomes que prometiam grande vitalidade às nossas letras, mas que faleceram precocemente: Manoel Dantas, Afonso Bezerra, Antônio Marinho, Aurélio Pinheiro.
Todo este elenco demonstra que havia uma heterogeneidade de opiniões e de gêneros literários em uma conjuntura favorável e tensa, em um mundo que há poucos anos presenciara uma grande guerra. Diante de todos, destacou-se a poesia de Jorge Fernandes.
4) Você também pesquisou e escreveu e orientou trabalhos acadêmicos sobre Câmara Cascudo. Qual a importância, para a nova geração, de se estudar Câmara Cascudo? (Inclusive, você foi orientador de alunos bastante conhecidos como Tarcísio Gurgel e Dácio Galvão)
Do ponto de vista dos estudos literários, ainda temos muito a pesquisar sobre a obra cascudiana e sobre o próprio Câmara Cascudo como protagonista de uma narrativa da moderna literatura brasileira. A sua obra, no entanto, requer sempre uma contextualização e uma compreensão que relacione as várias fases do século XX.
Para a nova geração, o que temos como fortuna crítica são conclusões parciais, inclusive pelo fato de o objeto de estudo não se tratar de uma obra exclusivamente literária. Faz-se necessário, portanto, recorrer sempre às leituras de pesquisadores de outras áreas, particularmente da História e da Antropologia, para poder apreender conceitos que não são suficientemente aprofundados na nossa área de estudo.
O caminho inverso também deve ocorrer, como contrapartida da interdisciplinaridade. A importância de se estudar Câmara Cascudo reside em um aspecto fundamental que nem sempre é considerado: a pesquisa só é capaz de dialogar com a complexidade dos fenômenos se tomar como ponto de partida o conhecimento acumulado. Este deve ser o ponto básico, para a maioria dos estudos sobre o Rio Grande do Norte: o conhecimento que temos à disposição, graças em parte, à obra de Câmara Cascudo.
5) Durante esses anos, orientando alunos no Mestrado e Doutorado, você observa um interesse crescente em relação à literatura potiguar?
Sim, sem sombra de dúvidas! Quando eu era aluno do curso de Letras, apenas a professora Zélia Santiago despertava o nosso interesse pelo assunto, em sala de aula. Posteriormente, o trabalho desenvolvido por Tarcísio Gurgel ganhou a simpatia dos alunos e teve desdobramentos. Por este motivo, inclusive, eu acho que ele merece o título de Professor Emérito da UFRN – seria uma justa homenagem.
Nós tivemos professores que também desenvolveram estudos sobre autores potiguares, com pesquisas e publicações: Constância Lima Duarte, Diva Cunha, Francisco das Chagas Pereira, Águeda Zerôncio (refiro-me, aqui, apenas àqueles que atuaram quando eu era aluno de graduação), mas o trabalho na sala de aula, neste aspecto, realmente era contemplado nos cursos de Tarcísio Gurgel. Não fui, inclusive, aluno dele, por uma coincidência.
Quanto ao mestrado e ao doutorado, eu sou testemunha de um processo muito interessante: nos anos 1990, apenas eu e Constância Lima Duarte orientávamos trabalhos nessa área (dos trinta e cinco trabalhos que orientei de lá pra cá, mais de vinte contemplam temáticas voltadas para a literatura local). Hoje, o interesse é crescente a cada processo seletivo e são vários os colegas que desenvolvem orientação sobre a literatura local, fenômeno que extrapolou a área de Literatura – a área da Linguística também tem recebido a demanda.
6) Recentemente se aposentou do cargo de professor da UFRN. Anda se dedicando mais a escrever literatura? Quais os planos literários para o futuro?
Como professor voluntário, ainda atuarei até o ano de 2018, quando serão concluídas todas as orientações que estavam em andamento no momento da minha aposentadoria. Tenho muitas leituras a fazer, muitos livros comprados e dormindo na estante, muita coisa a pesquisar. Desejo exercitar a escrita criativa e só depois virá a decisão relativa a publicações. Não tenho nenhum livro de poesia ou de prosa concluídos, a não ser os que estão no prelo – apenas planos, desejos. Neste momento, estou realizando três pesquisas específicas: uma sobre Palmira Wanderley, em parceria com um colega do Departamento de Letras; uma sobre Myriam Coeli e outra sobre Jorge Fernandes (ainda).
7) Humberto Hermenegildo deixou um legado importante para o curso de letras da UFRN, inclusive por haver orientado inúmeros professores que hoje se interessam em estudar, pesquisar e divulgar a literatura potiguar. Qual o seu olhar sobre esse tema hoje, passados mais de trinta anos de luta e divulgação das nossas letras?
Eu sou muito feliz por ter ex-alunos meus como docentes de todas as universidades do Rio Grande do Norte e a maioria deles tem dado prosseguimento a esse empenho. Além do Rio Grande do Norte, tenho ex-alunos que são docentes em outros estados e observo, com satisfação, as pesquisas que eles desenvolvem sobre as literaturas locais ou regionais. São pesquisadores que trabalham nas universidades do Piauí, do Pará, da Paraíba, da Bahia.
O tema da literatura local tem implicações políticas, não se trata de mera convenção. Encaro a questão nos limites do que Antonio Candido considera como “sistema literário”, o que implica discutir o rótulo “literatura do Rio Grande do Norte” a partir de um ponto de vista concreto: a formação desse sistema em um território historicamente constituído. A língua e a cultura unificam essa literatura, o que não significa um processo de homogeneização absoluta, uma vez que a variedade linguística e cultural age sobre o sistema. Mais forte do que a hegemonia cultural de determinados estados é a possibilidade de estandardização da cultura que é promovida pela globalização. No entanto, o quadro de uma literatura brasileira não deve partir de uma “soma” e sim do reconhecimento da complexidade de fatores que fazem dessa literatura um sistema. Faz-se necessário, antes de tudo, considerar o conhecimento acumulado sobre a tradição constituída e sobre as produções locais.
Um bom ponto de partida é a verificação do modo como essas produções se articularam historicamente ao processo formativo e como se deu essa articulação na fase de consolidação do sistema literário, como os movimentos locais responderam aos movimentos mais amplos, nacionais ou mesmo regionais. Não é possível desconsiderar pelo menos dois grandes momentos do nosso sistema literário: o romantismo e o modernismo, pelas suas abrangências e poder de mobilização de grupos ou de valores individuais. A lição de Antonio Candido, sobre os momentos decisivos e fundamentais da nossa literatura, pode ser um eixo para questionamentos dessa complexidade. Considero que este deve ser o ponto de partida de boa parte das pesquisas sobre o tema.
8) Como se deu a ideia de fundar o Núcleo de Estudos Norte-rio-grandenses “Câmara Cascudo”?
Em 2004, o então reitor da UFRN, José Ivonildo do Rego instalou o Núcleo Câmara Cascudo como uma iniciativa da sua gestão, trabalho que foi acompanhado pelo professor Luiz Seixas, então Pró-Reitor de Planejamento. Eu fui convidado para coordenar o processo de criação e fui o primeiro diretor. A ideia inicial era criar um núcleo em torno da obra cascudiana, mas chegamos à conclusão de que deveria ocorrer uma expansão no sentido de contemplar o olhar do mestre para o nosso patrimônio imaterial e, assim, decidimos acrescentar ao “Câmara Cascudo” o termo “de estudos norte-rio-grandenses”. Avaliamos que foi acertada a decisão e hoje o núcleo já desenvolveu, inclusive, um curso de especialização em literatura e cultura norte-rio-grandense, tem uma revista virtual (Imburana) e é responsável por uma coleção de livros (Coleção estudos norte-rio-grandenses). Não são poucas as dissertações e teses que se desenvolveram em torno das atividades de pesquisa proporcionadas pelo núcleo.
9) Você atualmente é candidato à Cadeira Nº 2 da Academia Norte-rio-grandense de Letras, que tem como patrona Nísia Floresta e primeiro ocupante Henrique Castriciano, além de Hélio Galvão e Ernani Rosado, figuras importantes da nossa cultura. Caso seja eleito, você pensa em fazer algum tipo de homenagem a eles, futuramente?
Conforme o ritual de posse, se eu for eleito, farei um discurso em homenagem a Nísia Floresta, a Henrique Castriciano e aos demais ocupantes. Por feliz coincidência, acompanho a pesquisa de Constância Lima Duarte sobre Nísia Floresta e também os principais trabalhos que já foram publicados sobre o mestre Henrique Castriciano. São dois nomes de peso, a primeira, como representante da nossa fase inicial de formação, que talvez consideremos como de “manifestação literária”, mas com uma importância enorme, mais nacional do que local. O segundo, como protagonista do nosso processo formativo do período republicano. Tenho em mente o texto sobre Nísia Floresta, que Henrique Castriciano publicou no Livro do Nordeste (organizado por Gilberto Freyre), como significativo dessa compreensão.
Sobre o acadêmico Ernani Rosado, acompanhei com interesse o seu necrológio, elaborado brilhantemente pelo acadêmico Cláudio Emerenciano – na ocasião, fiquei sabendo do interesse do homenageado pelo cinema. Dele, eu já tinha lido um capítulo do livro Clarões da tela: o cinema dentro de nós, organizado por Marcos Silva e Bené Chaves. Tais elementos servirão, acredito, de ponto de partida para um discurso de posse, caso seja eleito. No entanto, o primeiro trabalho que tenho em mente é a organização, com elaboração de notas, da publicação das cartas de Oswaldo Lamartine a Hélio Galvão, que é outro nome de peso nessa cadeira. Sinto-me honrado e com uma enorme responsabilidade, se chegar a ocupar o lugar que representa esses nomes na instituição fundada por Câmara Cascudo: Nísia Floresta, Henrique Castriciano, Hélio Galvão, Grácio Barbalho, Ernani Rosado.
10) Qual é, a seu ver, a relevância de uma instituição como a Academia Norte-rio-grandense de Letras, hoje?
As Academias de Letras surgiram, na América Latina, como consequência do processo de consolidação das chamadas “cidades das letras”, fenômeno estudado pelo uruguaio Angel Rama: tratava-se da institucionalização do letramento no contexto do processo colonizador europeu, nas sedes do poder espanhol e português que se instalava no Novo Mundo. Uma vez consolidadas e tornadas independentes, essas cidades trataram de tornar mais complexa a representação e buscaram um modelo, no caso, o francês, para a implantação das academias. Não por acaso, Machado de Assis liderou tal processo no Brasil. Não por acaso, Câmara Cascudo liderou tal processo no Rio Grande do Norte. Assim, o surgimento das academias significa um fortalecimento da tradição constituída, com forte desejo de permanência.
Hoje, as academias não exercem exatamente essa função e a sua importância é histórica. No entanto, atuam, a depender da vontade dos seus integrantes, em um processo que, diríamos, é de resistência à globalização que promove a estandardização da cultura.
A relevância da Academia Norte-rio-grandense de Letras reside no fato de a sociedade reconhecer o seu valor como instituição que promove e representa uma identidade local. Há, nisso, uma representatividade e, neste sentido, sinto-me motivado para me candidatar à vaga que surgiu: eu represento o mundo das letras, então se existe uma instituição que atua na sociedade como representante desse mundo intelectual, é justo que eu esteja nesse lugar com a minha experiência. Quero colaborar para dar mais valor a essa representação.
Vi com muito interesse uma entrevista do presidente da Academia, o poeta Diógenes da Cunha Lima, à TV Assembleia. Na ocasião, ele se referiu a acordos de cooperação com outras instituições, como as universidades, e citou uma parceria com o Instituto Federal de Educação, com o objetivo de publicar obras de relevância da nossa literatura. Eis aí um exemplo da relevância da Academia na nossa sociedade.
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