…na Segunda do carnaval. Após o pirão de carne na casa de Geraldo e Maria, pais do meu genro Daniel Rocha, voltei à casa de mim mesmo. Não à casa paterna dos versos românticos de tantos poetas.
Pois bem. Voltei. E das músicas que tanto me moviam e empolgavam tempos atrás ou das troças e blocos passantes, senti enfado. Abri o computador e procurei Carmina Burana, de Carl Orff. Dele a compilação e melodia dos versos “perdidos” de séculos medievais, com a abertura fantástica da busca da fortuna. E o fracasso dessa procura.
Depois, a beleza minimalista em acordes e repetições do Bolero de Ravel. O Maurice celebrizado por este bolero. Cuja empolgação melódica vai num crescendo lento, rítmico, suave e repetitivo que consegue ganhar até meus ouvidos rombudos. Sou péssimo absorvente de música, do ponto de vista da reprodução, mas possuo um ouvido razoável para deleite e descoberta da boa melodia.
Aí fui à quinta dança húngara de Johannes Brahms, um sossego nostálgico. Que se não me trai a memória é um dos compositores preferidos de Laurence Nóbrega. Ou de Florentino Vereda. Se eu estiver errado é culpa dessa Segunda de carnaval, ou desse carnaval de segunda. Sei lá…