Há figuras essenciais em nossa trajetória. Pessoas cuja presença e ações são fundamentais para determinar nosso rumo. Um homem carinhoso, risonho, solidário e amigo se foi neste sábado. O nosso eterno baterista Tony Macarthy partiu após um longo calvário causado pela debilitada saúde. Na minha opinião, sem o gaúcho a banda Os Grogs não existiria. Ele chega no ano 2000 e sacramenta definitivamente o grupo como um das forças da música potiguar. Com a fúria monumental de uma locomotiva percussiva e um carisma iluminante, o pelotense ganhou o coração de todos.
São incontáveis histórias nas noites e viagens para levar nosso rock’ n’ roll bem distante. Como baixista formei com ele uma “cozinha” entrosada e potente que propiciava as performances das guitarras de Felipe e Thiago e o vocal arrebatador de Giancarlo. Macarthy e eu ainda criávamos as linhas de backings vocals nas canções mais harmoniosas.
]Tony foi nosso John Bonham, um Ian Paice que tocava sorrindo, dono de um estilo poderoso de fazer inveja a qualquer batera do Heavy Metal. Um martelo dos deuses. Mas todo esse vigor musical era guiado por um homem de imensa doçura e alegria.
Formou discípulos e uma legião de admiradores. Em casa, criou filhos e netos ao som de rock, jazz e blues.
Era, embora não fizesse questão de demonstrar, um grande escriba, dono de uma escrita ativista que lutava pela democracia e pelo humanismo.
Foi um privilégio – falo em nome todos os Grogs – tocar, aprender e sobretudo amar Tony Macarthy
Nosso irmão, nosso eterno batera.
Um beijo à Rita, Cecília, Michelle, Juliano, Lucas, Vitor e a todos filhos e netos da família Macarthy-Sanches.
Tony Macarthy presente!