Sample Hate escancara um Nordeste psicodélico em novo EP

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Das mais atuantes banda da cena musical potiguar, a Sample Hate lançou hoje o EP “O Novo Nordeste Psicodélico”. É o primeiro trabalho conceitual, com ideia elaborada de tema, início, meio e fim. Uma fuga de vários estereótipos – temáticos, timbrísticos e estéticos – muitas vezes atrelados ao universo da música regional nordestina, buscando a apresentação de um Nordeste diferente.

Escute AQUI o novo EP da Sample Hate

O Nordeste defendido no trabalho é de caráter urbano e cosmopolita. Não cabe falar em cactos, seca, cangaceiros, gibão e vaqueiros. O EP apresenta um Nordeste onde pode-se cantar em inglês, por exemplo; onde o acordeon pode fundir-se a sintetizadores e guitarras; onde rabecas sampleadas flutuam melodias acima de beats eletrônicos sincopados.

Em um mesmo caldeirão musical, fundem-se violões, guitarras, synths, contrabaixos, samples, clarinetas, sanfonas e intrincados naipes percussivos, poesia, William Blake, movimento armorial, Sidarta Ribeiro, Age of Aquarius, Jorge Amado, Tom Zé, Belchior e Caetano.

São recortes de espaços e tempos que constituem as vidas potiguares dos integrantes da banda. Um Nordeste espalhado entre  dunas e lixo, mergulhado na incessante contradição entre as belezas naturais e os esgotos que as castigam.

A arte da capa do EP, assinada pelo artista potiguar Fernando de Paiva, foge do clichê da xilogravura, amplamente defendida nos parâmetros tradicionais da arte nordestina. Fernando objetivou um resultado paradoxalmente duro e fluido: a simplicidade do uso apenas de linhas torna-se gradativamente intricada na medida em que os rostos simbióticos tomam forma e volume.

“Tentamos, por nossa expressão artística, dissolver barreiras e restrições estéticas, purismos e protecionismos culturais. A cultura é, por natureza, indissociável do caráter da transmutação, da apropriação, da modificação e da liberdade. Mesmo as mais antigas manifestações humanas não se sustentam em pedestais cristalizados e inalcançáveis. A cultura se sustenta na experiência”.

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