Samara Alves fez trovoar o Teatro Riachuelo

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Como o palco do Teatro Riachuelo veste bem no artista potiguar. Caimento perfeito, como se feito por encomenda. Isso porque o artista se sente prestigiado com linho feito sob medida e público seleto para ver e prestigiar. Foi assim no show ‘Adele it’s me‘, da “natalense” Samara Alves, na última sexta.

Natalense entre aspas porque seu orgulho é ter se criado em Rio do Fogo. Tem herança ainda mais praiana e um tanto mais musical que a maioria dos mortais. Não sei se o pai músico e incentivador de sua carreira tinha esse vozeirão estrondoso e tão compatível com o tom da diva internacional Adele.

O espaçoso teatro foi inteiramente preenchido por esse trovão de chuvas azuis durante mais de uma hora e meia, complementado por uma banda de dez músicos, que por vezes duelavam no protagonismo. O violoncelo de Diego Paixão, o piano de Paulo César Vitor pareciam irmãos da voz de Samara.

Mas permitam-me um destaque, por estabelecer uma cadência e um contraponto fundamental às canções: a percussão de Silvio Franco. O grave e o compasso do bumbo (ou tímpano, não sei…) não só enaltecia a sonoridade como contrabalanceava os agudos. Arrepios e aplausos vinham em seguida.

Aliás, a plateia não se conteve ao final e, de pé, aplaudiu e dançou as últimas canções, embalada pelo hit ‘Rolling in the deep’. E quantos hits têm Adele! Foi uma excelente oportunidade de atualização de suas canções. Produção impecável, abajures para realçar um tom intimista em equilíbrio com o trovão sonoro do vocal.

Senti falta de algumas participações especiais. Elas sempre ajudam no dinamismo do show, trazem algo novo. A própria Lis Rosa, presente na plateia, citada por Samara no meio do show. Mas como disse, a própria seleção de músicos da banda meio que emprestou esses momentos especiais e supriram em parte essa lacuna.

Espero nova performance de Samara, no mesmo ou em outro palco grandioso, alinhado ao seu talento. Quem sabe um show dedicado a Amy Winehouse? Seria talvez o mesmo tom contralto de Adele e vestiria como luva também na voz de Samara, com soul music mais temperado. É que prefiro comida mais apimentada.


FOTOS: Brunno Martins

Sérgio Vilar

Sérgio Vilar

Jornalista com alma de boteco ao som de Belchior

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3 Comments

  • Esse Show foi preparado com muito carinho, cuidado e dedicação de cada um dos envolvidos. Confiamos imensamente na experiência de Tati Fernandes como produtora e ela mostrou competência em cada detalhe. Nosso querido produtor musical, Paulo César, que junto com essa banda incrível abrilhantaram ainda mais o espetáculo. Gratidão Sergio Vilar por sua presença e em especial por dedicar nesse espaço valioso para a Cultura Potiguar, comentários tão preciosos e que nos enchem o coração de alegria…E sim, concordo demais! Samara fez trovoar não só o teatro, mas também nossos corações…

  • Tatiane Fernandes

    Obrigada pela escrita Sérgio Vilar. O Papo Cultura é um espaço importante para a construção das críticas. Vamos repetir esse show e quero muito ter vc novamente na plateia.

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