Ruy Pereira será “rehomenageado” no Espaço Ruy Pereira, entendeu?

Espaço Cultural Ruy Pereira

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O nome do ex-prefeito de Serra Negra do Norte e ex-secretário de Educação do Estado, Ruy Pereira, hoje dá nome ao Espaço Cultural encravado na Cidade Alta, ao lado do IFRN, nas adjacências do Beco da Lama.

Ruy Pereira me parecia um sujeito extremamente cortês. O entrevistei algumas vezes quando esteve secretário de Educação. Mas mesmo após sua morte trágica em 2010, por acidente de carro, estranhei a homenagem em um espaço cultural cujo local ele não frequentava.

O Beco da Lama, o Centro Histórico de Natal coleciona uma gama de figuras ilustres e identitárias com sua boemia e sua vocação cultural. Então, a escolha do nome Espaço Cultural Ruy Pereira me pareceu política, à época. Tanto que o público insiste em chamar espaço Zé Reeira, referente ao nome do bar mais frequentado do lugar.

Após a prefeitura homenagear Cascudo no recente trabalho de grafitagem do Beco da Lama – Cascudo, nossa maior expressão cultural -, escorrega nesta nova homenagem ao médico Ruy Pereira. A tarefa caberá ao artista visual Dicesarlove, em meio a outros grafites e artistas visuais que irão estampar aquele pedaço do Centro.

Dessa forma, para não pecar apenas na crítica pela crítica, sugiro nomes para a Prefeitura e para Dicesarlove pensarem e esquecerem a imagem de Ruy Pereira, já homenageado:

Nazi, célebre comerciante do Beco e das famosas meladinhas e encontros boêmios, será ótimo nome. O próprio Marcelus Bob, artista visual expressivo e frequentador do local, seria outro. Nazaré, figura icônica e ainda presente na resistência daquelas adjacências. Lula Belmont, com história íntima ligada à boemia da Cidade Alta e também ainda presente.

E se pender para referências histórico-culturais, como Cascudo, sugiro Djalma Maranhão, ex-prefeito e entusiasta da cultura popular, o folclorista Deífilo Gurgel ou o artista plástico Newton Navarro, frequentadores do Centro de tempos idos.

Eduardo Alexandre, o Dunga, lembrou ainda intelectuais célebres e assíduos do Beco, como Berilo Wanderley, Bosco Lopes, Manoel de Brito, ou mesmo artistas recentemente falecidos e fortemente identificados com o Centro: Carlança e Carlos Bem, ou de épocas mais pretéritas, como o Maestro Mainha, da Bandagália, que viveu e morreu no Beco.

#Ficadica

Sérgio Vilar

Sérgio Vilar

Jornalista com alma de boteco ao som de Belchior

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2 Comments

  • Paula

    Nhma mulher sequer foi citada¿¡ peloamordedeus

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