Oração de certas manhãs de inverno

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Poemeto da Burakera #6

Que essa mulher permaneça en mi vida
como o sol permanece em certas manhãs de inverno

 

 

 

 

Que sua combustão interna transborde em mim
como chamas de todos os apocalipses now-and-never
e que no último passo da manhã
ainda sejamos carne-e-sonho
tempestade e nuvem mansa
caos e paraíso
desespero e riso

 

 

 

 

Que venha com todas as suas lágrimas
e mistérios de bolsa de mulher
na magia irresolvida de coisas nervosas
na fraqueza poderosa de vulcão em férias

 

 

 

 

Que venha com seu olhar-fascínio
e deixe nele deslizar minhas ilusões perdidas e achadas

 

 

 

 

 

Que venha naquele andar vaginal
que se alonga na música antiga
e faz estancar a vida

 

 

 

 

Que venha leve louca nua
com seus mil braços de deusa e bacante
e dance comigo o último bolero

 

 

 

 

 

Que venha inesperada e definitiva
fazendo de cada momento
um voo de gaivotas no infinito

 

 

 

 

Pois é absolutamente preciso que
o encantamento nunca morra
e que a paixão ainda mova
tempos e emoções

Ruben G Nunes

Ruben G Nunes

Desfilósofo-romancista & croniKero

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