Monte do Sol, em Neópolis, moradia de artistas e da tranquilidade

Monte do Sol

PIX: 007.486.114-01

Colabore com o jornalismo independente

O Monte do Sol é um lugar diferenciado de Neópolis.

É seu ponto mais alto: onde se apreciam as mais multicoloridas auroras, os mais deslumbrantes entardeceres do bairro.

Para se ter acesso ao seu topo, existe uma longa escadaria à base de cimento, em módulos intercalados por pisos horizontais, que nasce na Rua Materlância.

Casinholas bem cuidadas sobem o monte, humildes, de bom gosto, pintadas com cores diferentes, vivas, ladeiam a escadaria que cobriu areias amareladas, dos tempos em que ninguém morava ali.

Só um dos lados do morro não é habitado, o que dá para oeste, um barranco alto, onde a declividade acentuada não permite a construção de casas.

É um dos poucos lugares não planejados do bairro: foi paulatinamente ocupado por gente que precisava de moradia e que invadiu suas áreas habitáveis.

Hoje, ali, na Rua do Monte do Sol, vivem artistas jovens, vindos de outros pontos do bairro, onde moravam emergentes que fazem o movimento cultural da cidade: Neemias Damasceno, artista plástico; Júlio Lima, músico; John Fidja Gomes, músico; Rodrigo Bico, ator, e; o músico Ricardo Baya, que ali não mora mais, mas que sempre o visita, para matar as saudades e comandar cantorias.

Muitas vezes, quando suas agendas permitem, eles se reúnem na casa de um deles em sábados, domingos ou feriado qualquer para conversas que se estendem noite a dentro, ao som de violões e instrumentos percussivos: cantam, recitam poemas, esquecem ou debatem notícias chegadas do mundo lá debaixo.

É um oásis cultural tranquilo, de um bairro tranquilo, de uma gente que se conhece e se cumprimenta, e que, lá do baixo, acostumou-se a ouvir a música doce de violões que encantam os seus silêncios, quebrados por acordes vindos do Monte do Sol.

Rua Monte do Sol é o que está escrito em tabuleta artesanal feita por morador e afixada a arame em seu poste de entrada, à Rua Materlândia, onde nasce a escadaria. Topônimo confirmado por placa de identificação de lugar da Semurb.

A Rua Materlânia não está no sopé do morro; cruza-o horizontalmente um pouco mais acima. Ela é a rua mãe da Rua Monte do Sol; Sol que é uma das maiores referências da cidade do Natal, uma cidade dunar, construída subindo e descendo morros, montes de areias sopradas do mar.

Eduardo Alexandre

Eduardo Alexandre

Jornalista, poeta e artista plástico.

WhatsApp
Telegram
Facebook
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais lidas da semana