Este início de ano tem sido angustiante para muitos servidores lotados na Secretaria Municipal de Cultura de Natal (Secult) e na Fundação Cultural Capitania das Artes (Funcarte).
O prefeito eleito Álvaro Dias exonerou boa parte do funcionalismo. É prática rotineira no início de cada gestão. Na sequência se renomeia quem considera indispensável e repõe com outras pessoas de confiança.
Mas enquanto em outras secretarias os quadros estão sendo repostos praticamente com o mesmo número de pessoal, na Secult e Funcarte apenas o secretário Dácio Galvão, as chefias de gabinete dos dois órgãos, o setor jurídico e diretorias foram renomeadas.
E a informação que me chega é que poucos outros serão repostos. Se for comprovado, veremos mais uma vez a mística do patinho feio para a cultura, sempre a primeira da fila na hora de enxugar a máquina, de economizar “gastos”, etc.
Nomeações da Funcarte e Secult
Para a Funcarte foram renomeados: a chefe de gabinete Brunna Rafaella; o chefe da assessoria jurídica, Leonardo Palitot; a chefe da coordenadoria Administrativa e Financeira, Valda Bezerra; o diretor do Departamento de Artes Integradas, Flávio Freitas; o diretor do Departamento de Patrimônio Cultural, Hélio Oliveira; e a diretora do Departamento de Programas, Projetos e Eventos Culturais, Odinelha Targino.
Na Secult, até agora apenas a chefe de gabinete, Mayara Neves e o Diretor de Projetos, Josenilton Tavares.
FUNCARTE DESFALCADA
Esses cargos renomeados foram contratados como fundamentais para manter o básico dos órgãos em pé, e mais nada foi prometido por Álvaro Dias. Será que Dácio não cobrará do prefeito a manutenção de sua equipe técnica?
E nisso ficaram de fora quadros de extrema competência e experiência no cargo, como Yanna Medeiros, executiva de projetos com conhecimento técnico, ótimo relacionamento com os agentes culturais, empresariais e institucionais, imprescindível à gestão.
Roberto Medeiros é figura importante junto a Flávio Freitas no comando da Galeria Newton Navarro.
Dimas Carlos à frente do Balé Municipal, com uma trajetória que dispensa comentários.
O conhecimento de cultura popular de Graça Cavalcante para manter o Museu Djalma Maranhão em boas mãos…
Sequer o assessor de imprensa Dionísio Outeda foi renomeado. Ou não se precisa divulgar a cultura, mesmo os grandes eventos patrocinados pela Prefeitura? E os profissionais por trás dessas grandes produções?
E bibliotecários com conhecimento técnico para promover melhorias na Biblioteca Esmeraldo Siqueira? Da mesma forma no setor audiovisual, carente de pessoas do meio para gerir o departamento.
Por que não a volta de Miguel Carcará para o setor de artes urbanas. Uma figura respeitada no meio e uma ponte perfeita com as comunidades, com a periferia tão enaltecida nas gestões de Dácio.
E a direção do Sandoval Wanderley? E o CMEI, então comandado por Fabíola Collier? E o Parque da Cidade, morto para a cultura, sem uma direção que promova o equipamento e seus potenciais espaços ao turismo e à cultura.
O setorial de Música ficará sem a articulação do maestro Neemias? E a Lei Djalma Maranhão, que precisa de reforços com conhecimento técnico, ficará ainda mais desfalcada?
A “máquina” não precisa apenas andar, mas evoluir. E se permanecer como está hoje, apenas respirará entubada em um leito de UTI. É preciso muito mais atenção e respeito com nossa cultura, tão rica em saberes, tradições e carências estruturais.
2 Comments
Lamentável no setor de cultura está de fora Técnica Yana e também Roberto
Pessoas competentes não possível a Funcarte ficar sem essas pessoas a onde o time está ganhando não se meche.
Calma brother todos seram reconduzidos, o sistema não funciona sem eles e ainda é muito pouco, fui chefe e diretor posso falar sobre o assunto. Abraços!