Pois é, encontrei essa babosa três anos atrás, durante uma pedalada pela caatinga. Na beira de estrada de terra, no duro chão do sertão, estava em más condições, com poucas folhas murchando e as raízes quase todas expostas. A levei comigo pra casa e, desde seu primeiro dia aqui, ficou num vaso em companhia do coroa-de-frade, para receber um suporte emotivo durante a recuperação.
O coroa-de-frade também foi encontrado numa situação de dificuldade (na Ilha Timbaúba, em 2008, lá pelas bandas de Jucurutu) e trazido pra cá, onde se acostumou bem e cresceu feliz.
A babosa demorou um bom tempo para recuperar-se, mas ficou forte e criou até varias mudas ao redor dela.
Alguns meses atrás, troquei o vaso quebrado das duas plantas por um do mesmo tamanho e fiquei ponderando que já tinha ficado muito justo. Assim, pensando e repensando, não querendo separar a babosa do coroa-de-frade, me decidi hoje a mudar as duas plantas para um velho pneu, que encontrei por aí.
Pensei em cortar o pneu com a serra tico-tico elétrica, mas depois vi que era melhor e mais fácil fazer o serviço com uma faca utilitária bem amolada, que inventei a partir de uma tesoura quebrada.
Rapidinho, cortei o pneu e, preparada uma mistura de terra boa para acrescentar no vaso maior, coloquei as duas plantas uma perto da outra, mas não tanto para ferir-se com os espinhos. Para manusear o coroa-de-frade sem furar-me, usei um pedaço de papelão, circundando todo o cacto e segurando-o firmemente. Esta é uma dica boa para lembrar na hora certa.
E assim, babosa e coroa-de-frade continuam lado a lado, amigos para sempre.
Trilha sonora sugerida:
In the Mood for Love – Shigeru Umebayashi
1 Comment
Que bacana!
E serve como lição de vida para nós!
Obrigada!