A solitária multidão

solitária multidão

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… “Nada podeis contra a carícia da espuma”/ disse aquele que chamei de o “barbeiro de Lisboa”,/ Eugênio gênio de Andrade./

Quando ouvi de um bêbado/ que a solidão era um luxo/ esnobei./ Tempos de fugas e multidões./

Não fujo mais/ ou fujo de agrupamentos e seitas./ Continuo encantado com as multidões./ Aquelas que cultivam hortas de liberdade./ As mais loucas,/ que a loucura é o alimento da luz.

Nos bares, prefiro-os cheios./ Desconhecidos, de preferência./ A menos que lá estejam Giovana, Felipe, Mariana, Leonardo./ Pela ordem de chegada./ Não no bar,/ na vida. E todos os agregados/ por eles carregados.

A solidão rega plantas,/ fermenta cerveja,/ estuda gestos,/ conhece o silêncio./

E faz barulho/ quando o calar é cumplicidade/ com a estupidez.

François Silvestre

François Silvestre

Ex-Presidente da Fundação José Augusto. Jornalista. Advogado. Escritor. Escreveu, entre outros, A Pátria não é Ninguém, As Alças de Agave, Remanso da Piracema e Esmeralda – crime no santuário do Lima.

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