Tenho saído pouco e seleciono bem lugares e atrações para conhecer. Neste último sábado o combo Red Dog Pub e Rapha Inverse me atraiu. Teve ainda a banda Fair Way, que já conhecia do também ótimo Sempre Rock. E não me decepcionaram. O Red Dog é um pub relativamente novo instalado na antiga Rua do Salsa, quase em frente ao Taverna Pub. Um espaço ótimo aos amantes do pop e do rock, com som e atrações excelentes.
A Rapha Inverse eu desconhecia. Divulguei alguns eventos com sua presença e estava curioso para conferir de perto. E que boa surpresa. Uma artista realmente peculiar. Gosto quando se enxerga algo identitário. E a Rapha tem uma certa melancolia gostosa na voz, que a empresta mesmo em canções mais empolgantes. Essa foi minha impressão de uma única noite.
Comentei durante a apresentação que ela lembrava a cantora Dido. E eis que ela toca seu maior sucesso, Thank You, logo na sequência. E aí se iniciou a séria de coincidências ou uma mira certeira, sem modéstias, nas minhas comparações. Tinha citado a tal melancolia como via no Radiohead. E Rapha canta Creed, da banda. Depois, “uma cantora jovem que cantava uma canção chamada Torn” (Natalie Imbruglia – pesquisei agora), e pouco depois a canção foi executada em uma noite de ótimo setlist, que trouxe ainda versões acústicas de Foo Fighters, Pearl Jam, Audioslave e outros.
Curioso após o show, procurei se a artista tinha algo autoral. Achei sua página no Soundcloud e sete composições próprias. São músicas legais, mas já não vi a mesma identidade, aquela melancolia gostosa assistida ao vivo. São canções que, embora passeiem pelo bom e velho rock, não possuem uma unidade de arranjos e flertam com o blues (Bruxa) e até o samba rock (Alice). Mas vale a pena conhecer a jovem Rapha Inverse, seja ao vivo ou pela tela sem alma da net.