Tem música, teatro, artes visuais e cultura popular na Ribeira nesta sexta

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Para comemorar o fim de agosto e a chegada do mês de setembro, o Movimento n’ABOCA desta sexta-feira, a partir das 18h, traz a edição de cultura popular, que foi comemorado no dia 22 de agosto no Brasil. Ingressos por 10 reais na lista amiga até hoje e na hora, 15 reais.

Cada povo possui sua identidade cultural, na qual estão suas lendas, contos, brincadeiras, receitas, festas especiais para comemorar as suas crenças, e muito mais. E esse conjunto colorido de festas e folguedos que o Aboca trará à casa 16 da Frei Miguelinho, na Ribeira.

A festa, com apresentação do ator Marcos da Câmara, vai trazer um mix de tradições e costumes populares que são transmitidos de geração em geração.

O apresentador também fará uma performance como DJ Yarah, que discotecará a pista d’ABOCA, com muito Secos e Molhados, Clara Nunes e contos e lendas musicais da mais variada mística popular.

Haverá a exposição de “Entre Matrizes e gravuras: Dez anos de resistência”, mostrando as obras de xilogravura de Erick Lima, que há 10 anos o artista visual busca difundir esta arte através de palestras e oficinas.

CAMBALHOTAS

Também terá a apresentação do espetáculo “Cambalhotas”, da Base de Experimento do Grupo de Teatro Eureka, criado em 2015, que traz um resgate da arte circense e ao teatro de rua, no qual estavam perdendo espaço nas grandes capitais e, consequentemente, nas cidades do interior.

O espetáculo com uma dramaturgia irreverente, leve, que trata das dificuldades de ser um artista, do preconceito sofrido diariamente e dos “nãos” constantes que levam para manter um projeto. Usa de elementos da cultura popular – coco de roda, cortejo, cantigas de roda, etc. E um dos personagens leva o nome de “Palhaço Facilita”, em homenagem ao grande artista circense, que há 39 anos leva alegria para a população potiguar.

A peça transporta o público para Formosura, uma cidade governada por um prefeito corrupto, pai da menina Berenice, que sonha em ser bailarina e tem um amor proibido por Facilita, o palhaço do circo Cambalhotas, que luta pela permanência do circo na cidade, e todos ficam sob a vigilância de Dona Josefa, a fofoqueira.

MÚSICA

Voltando para parte musical teremos a presença do percussionista Sami Tarik e do Grupo Folia de Rua, grupo idealizado por Jorge Negão, que após constatar a desvalorização das nossas tradições culturais, cultivou a ideia de divulgar os ritmos e folguedos oriundos do Estado do Rio Grande do Norte, através dos meios que se dispunha: a percussão, a dança e o teatro.

Ainda teremos uma incrível apresentação de coco de roda com o Mestre Severino, fundado há 9 anos na Vila de Ponta Negra por Severino Bernardo, de 81 anos, natural de Vera Cruz, onde aprendeu a arte com seu pai Luiz Bernardo nas brincadeiras de Zambê, Chegança e Boi de Reis.

A aproximação com esse universo das manifestações populares, influenciou no seu trabalho e dedicação ao coco de roda, levando a conservar elementos utilizados pelo seu pai, tais como a formação instrumental.

CULTURA POPULAR OU FOLCLORE?

Mas, se tem todas essas manifestações culturais, por que não colocar o nome da festa de Edição “Folclore”?

De acordo com Marília Negra flor, atriz, militante negra e dançarina popular, “Folclore” vem do inglês “Folklore” onde “Folk” que significa “povo” e “lore” significa “conhecimento”, é um termo utilizado para designar a Cultura Popular tradicional. A própria origem do nome já nos distancia de nossas raízes e do conhecimento e origem da nossa cultura. E apesar de ainda ser muito utilizado e aceito, esse termo vem sendo questionado por antropólogos, militantes e pessoas que fazem a Cultura Popular.

Observa-se hoje uma certa recusa a utilização desse termo onde a parte mais abastada e detentora de poderes escolhia o que era aceito e visto como cultura e belo, dando-lhe o nome de “folclore” e marginalizando o que não estava dentro dos padrões estéticos e sociais.

Serviço:

Movimento n’ ABOCA – Edição Cultura Popular
Onde? ABOCA Cultural (Rua Frei Miguelinho, 16, Ribeira)
Hora? 18 horas
Ingressos:
– Lista Amiga: confirmando presença no evento até 16h do dia 30/08: R$ 10,00.
– Na hora: R$ 15,00.
Mais informações AQUI.

Sérgio Vilar

Sérgio Vilar

Jornalista com alma de boteco ao som de Belchior

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