Os projetos Pixinguinha e Mambembão, nas áreas da música e das artes cênicas, respectivamente, voltarão em novo formato ainda este ano. Pelo menos essa é a expectativa do ministro da Cultura, Roberto Freire e do presidente da Funarte, Stepan Nercessian, o eterno motorista das novelas globais.
Durante reunião na sede da Funarte na última sexta, ficou decidido que será lançado em breve um edital para os projetos. E uma das principais mudanças é a descentralização das caravanas e incentivar as apresentações não só nas capitais e grandes cidades, mas também nos municípios do interior.
Para quem não lembra, o Pixinguinha marcou época em Natal com apresentações memoráveis, sobretudo as realizadas no Teatro Sandoval Wanderley. Sem a reabertura do Teatro Alberto Maranhão e sem qualquer perspectiva da volta do “teatrinho”, imagino que o TCP Chico Daniel pudesse abrigar os novos shows. Isso se passar por aqui.
As apresentações do projeto Pixinguinha – que promove caravanas com encontros entre dois grandes nomes da música ou nomes emergentes – passarão por 60 cidades, que estão sendo definidas. “Antes, as caravanas iam muito às capitais, até por questões de espaço para apresentação. Mas hoje muitas cidades do interior tem feito um trabalho muito importante na área musical, e vamos contemplar”, afirmou o novo diretor do Centro de Música da Funarte, Marcos Souza.
O projeto Pixinguinha foi lançado em 1977, mesmo ano de fundação da Funarte, inspirado na série de shows Seis e Meia, que desde 1976 lotava o Teatro João Caetano, no Centro do Rio de Janeiro, com espetáculos às 18h30 e ingressos a preços populares.
Através da iniciativa, diversas cidades brasileiras puderam assistir a espetáculos de grandes artistas da música popular, como os veteranos Cartola, Jackson do Pandeiro e Marlene, os então iniciantes Marina Lima, Djavan e Zizi Possi e ainda Edu Lobo, João Bosco, Nara Leão, Paulinho da Viola, Alceu Valença e muitos outros.
MAMBEMBÃO
Pelo Projeto Mambembão, serão apresentados 70 espetáculos, que farão 1.050 apresentações divididas entre as regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. As melhores apresentações, escolhidas pela Funarte, farão um tour por todas as regiões, esclareceu o diretor designado do Centro de Artes Cênicas (Ceacen) da Funarte, Ginaldo de Souza.
Na versão original do projeto, o objetivo era levar montagens que se destacaram em sua região de origem para se apresentarem na Região Sudeste.
O Mambembão fez sucesso nas décadas de 1970 e 80, quando abriu espaço para que montagens aplaudidas fora do eixo Rio-São Paulo conseguissem chegar ao Sudeste. O objetivo era colocar na estrada montagens que se destacaram em sua região de origem, seja pelo sucesso do público ou elogios da crítica.