Nascida em Umarizal, a poeta e escritora, Kalliane Amorim, considera-se mossoroense por adoção. Autora de três livros de poemas: Outonos (2003), Exercício de Silêncio (2007) e Relicário (2015), atua profissionalmente como professora de Língua Portuguesa e Literatura (Ensino Básico, Técnico e Tecnológico) do IFRN – Campus Apodi. Kalliane fez mestrado em Letras, pela UERN e participa do Conselho Editorial da Sarau das Letras. Em breve a escritora lançará mais um livro, intitulado Peregrina.
Tivemos oportunidade de publicar no livro Os Grãos – Ensaios Sobre Literatura Potiguar Contemporânea (2015) um breve registro sobre o seu trabalho poético, como vemos a seguir:
Outra surpresa agradável é o lançamento do livro Relicário (Sarau das Letras, 2015), de Kalliane Amorim. Embora o título pareça clichê, a autora trabalha com as palavras de maneira consciente, demonstrando domínio da apropriada arte de escrever poemas. Interpretar alguns dos poemas de Kalliane é trazer para a consciência a paradoxal dificuldade de explicar as coisas simples. O caminho possível é, sempre, atentar para a produção de uma linguagem que nasce a partir de sua necessidade, a necessidade de expressar o essencial.
Kalliane Amorim é uma poeta, de versos despojados, acessível, quase sempre direta, algumas vezes hermética, outras memorialista. Sua proposta é relatar, sobretudo, os fatos cotidianos, lembranças, medos, desejos, além da própria arte do fazer poético, a metapoesia. Tais elementos transfiguram-se de tal modo em sua experiência poética que parecem brotar do mesmo chão e serem feitos do mesmo material. Esse procedimento, que é próprio da linguagem poética, acaba prendendo o leitor e fazendo com que este enverede pelos versos bem trabalhados da poeta.
A consciência de linguagem de Kalliane Amorim demonstra claramente o exercício constante da leitura e o desejo de se exprimir trabalhando formalmente as palavras.
Vejamos um poema do referido livro:
Quantas ruas
ouvirão o som dos meus passos?
Quantos telhados
acordarão sobre os meus olhos ?
Quantas palavras
dormirão à minha espera?
Vivo morrendo
de não ser
sendo.
Existe aí toda uma arrumação vocabular e exploração dos significados, tudo de maneira clara, objetiva, para expressar uma evidente paixão, não apenas uma paixão pela vida, mas, sobretudo, pelas palavras, pelo fazer poético. É esse processo que faz de Relicário uma obra genuinamente literária.
Kalliane Amorim nos concedeu, em 2015, uma entrevista para o livro Impressões Digitais – Escritores Potiguares Contemporâneos, Vol. 3, último trabalho de uma série de entrevistas que fizemos com mais de cem escritores potiguares.
A seguir selecionamos alguns momentos dessa entrevista.
Kalliane Amorim – Nasci no município de Umarizal, no Alto-Oeste potiguar, em 1982, mas sempre residi em Mossoró. Minha infância foi vivenciada nessas duas cidades: passava o ano escolar em Mossoró e, nas férias, viajava para Umarizal, porém não ficava exatamente na cidade, e sim na fazenda onde meus avós maternos moravam, a Camponesa. É de lá que trago as melhores memórias de infância, pois vivia em contato com a natureza, tomando banho de açude, brincando de tique no terreiro, acordando cedo para ver meu tio e meu avô irem tirar leite das vacas, ou seja, vivendo uma infância extremamente saudável. Depois que meus avós faleceram, em 2003, só voltei à Camponesa duas vezes, e, como diz Rubem Alves, é uma tolice voltarmos aos lugares que nos marcaram esperando encontrá-los como foram, pois o que existe é a saudade de um tempo que ficou na memória. Então é o que procuro preservar, tanto que alguns dos poemas de meu novo livro – Relicário – falam dessas lembranças.
Aconteceu de forma natural, uma vez que sempre fui interessada pela leitura. Mas houve um dia, exatamente, que posso definir como “o dia” em que percebi que poderia me expressar por meio da poesia. Foi na escola, numa aula de Língua Portuguesa, em que a professora pediu que escrevêssemos um pequeno poema. Quando ela leu meu texto, disse-me que tinha talento para os versos. Depois disso, comecei a comprar uns caderninhos para registrar esses pequenos poemas que escrevia – a maioria perdeu-se, infelizmente. Era um tempo em que eu frequentava assiduamente a Biblioteca Municipal para ler, colecionar textos de escritores diversos e escrever os meus também. Então, foi esse olhar da professora que me acordou, digamos assim, para o mundo da poesia de tal forma que, hoje, também leciono Língua Portuguesa e simplesmente amo trabalhar com literatura, especialmente no sentido de despertar em meus alunos o interesse pelos livros, o encantamento com a linguagem metaforizada da literatura e o modo como os textos literários representam a vida e as vivências humanas.
Outonos foi a minha primeira publicação. Editada pela Fundação Vingt-un Rosado, faz parte da Coleção Mossoroense e foi publicada em 2003. Traz os poemas iniciais da minha experiência como escritora, poemas nascidos durante a época em que cursava Letras na UERN, alguns dedicados a amigos, outros a pessoas de meu convívio, mas todos refletindo, de certo modo, um olhar atento ao mundo, aos pequenos detalhes por vezes desapercebidos na rotina. A passagem do tempo e uma discreta melancolia podem ser observadas na obra, além da reflexão sobre o sentido da vida. É um livro muito estimado por mim, por ser o primeiro, porém acredito que ali estava o embrião do que hoje costumo escrever. Hoje, vejo minha escrita mais amadurecida, porque o tempo “imprimiu em mim suas feições”, como disse em certo poema. É natural que seja assim, não é?
Não sou uma profissional da poesia, no sentido de que não escrevo por obrigação, não costumo ter um horário específico e uma rotina estabelecida para o exercício da escrita. Escrevo quando vem a chamada inspiração, que, para mim, se traduz na capacidade de percepção do que há ao meu redor, do olhar que deito sobre o mundo que me cerca. Creio que inspiração é isso, é a maneira de observarmos o que está à nossa volta, é estarmos atentos aos detalhes que muitas vezes a rotina nos impede de enxergar. Após esse olhar, vem o trabalho com as palavras, porque poesia não é só um estado de espírito ou fruto de uma inspiração ou de sentimentalismos. Poesia é trabalho árduo com as palavras. Daí a importância de ler, de conhecer os íntimos das palavras, seu ritmo, sua sonoridade, sua estrutura fonética, para oferecer aos leitores um texto com qualidade. Se há algo que me encanta na poesia, e na literatura de um modo geral, é essa capacidade dos autores de brincar com os sons e os sentidos das palavras, imprimindo musicalidade aos textos e possibilitando ao leitor despertar a sua consciência linguística e sua forma de ver o mundo e as pessoas.
Exercício de Silêncio, lançado em 2007 pela editora Queima-Bucha, é, como falei anteriormente, um livro mais amadurecido, cujas temáticas se voltam para a descoberta e a experiência do amor. O título expressa exatamente essa ideia de que é no silêncio que se descobre o sentido do amor. Há muitas referências a elementos da natureza que simbolizam a ideia de transitoriedade, de transformação e de silêncio, como uma forma de indicar ao leitor o caminho por onde a sensibilidade passa. Particularmente, aprecio muito o silêncio, é nele que consigo me encontrar e pensar sobre mim mesma, sobre os acontecimentos, sobre as pessoas e as coisas que me tocam. No entanto, vive-se hoje num mundo muito barulhento, não me refiro apenas ao barulho audível, mas a essa inquietação da modernidade que não deixa as pessoas sossegarem sequer para ouvir o que diz o silêncio. Meu livro é uma tentativa de mostrar que o silêncio é um excelente companheiro.
Escrever, para mim, é uma maneira de me revelar a mim mesma e, quem sabe, revelar os outros a si mesmos. Quando termino de escrever um poema, às vezes me ocorre um estranhamento, como se eu me questionasse se aquele discurso era meu mesmo, ou de um outro eu – o eu lírico. Escrever é sempre uma aventura, um grande trabalho e uma responsabilidade também, porque não acredito que se pode oferecer qualquer coisa ao leitor, é preciso respeitar quem lê.
Sim, acredito nisso, e é muito bom para quem tem uma certa regularidade na escrita e consegue manter uma página na Internet (o que não é meu caso, até já tentei manter um blog, mas acabo sempre deixando de lado em virtude de outros compromissos). Hoje existem muitas possibilidades de trabalhar o texto literário junto com outras linguagens, com o audiovisual, por exemplo, ou transformar textos em canções e recitais, enfim, são múltiplas possibilidades ao nosso dispor.
Uma pessoa simples, que gosta de livros, pássaros, plantas, conversas e culinária. Uma pessoa que depois da maternidade consegue viver melhor o que o dia tem a oferecer, que nunca se imaginou sendo mãe e que agora se vê abobalhada curtindo o filho. Uma professora que ama seu trabalho e procura fazê-lo da melhor forma possível. Uma poeta mais de alma que de palavras. Acho que isso já me define.
Em outra lista, escrevi: As expectativas raramente são benéficas quando se trata de cinema. Há, sempre, a necessidade se deixar levar por uma obra para que ela tenha a oportunidade de provar o seu valor. Preconceber julgamentos antes de ter contato real com o objeto pode ser um gesto que venha a desmerecer ou enaltecer o que, a partir de uma visão neutra, não passaria de merecedor de opiniões medianas, mornas.
Quando se trata de dramas, tudo ganha mais contornos. Isso porque um dos ganchos mais utilizados no cinema é a identificação – algo pensando já na escrita do roteiro. Se há o desejo de que o filme toque o público, é quase imprescindível que haja algum reconhecimento próprio no que se assiste. Não há, nesse sentido, imparcialidade. Todos temos histórias de vidas diferentes, particularidades intransferíveis… e tudo o que nos constrói acaba moldando essa assimilação.
É verdade que, para um julgamento crítico, é interessante que se faça o possível para que gostos pessoais não maculem o todo, mas jamais se pode deixar de lado o que se é. Se nos abrirmos para uma completa neutralidade, podemos nos tornar um tanto quanto robóticos e, no final das contas, acabamos criando a noção errada de que cinema – como arte que é – pode ser algo exato, quando, na verdade, é bem subjetivo.
Ao fazer uma lista, estamos invocando tanto aspectos objetivos e concretos (como a qualidade técnica, a competência da equipe) quanto os subjetivos (quem somos e o porquê de tais filmes serem marcantes em nós mesmos). E o drama tem uma carga enorme, visto que é, na prática, o gênero que mais diretamente reflete a vida como ela é – sempre tão dramática.
Ainda assim, para fazer a lista que exponho abaixo, procurei não ir aos filmes mais óbvios. A ideia foi trazer indicações que possam acrescentar. Então, dentro do catálogo da Netflix, podem ser encontrados outros tão bons quanto ou até objetivamente e particularmente melhores (como Um Sonho de Liberdade, O Pianista, A Lista de Schindler, Réquiem para um Sonho, Roma… e tantos outros). Isso só depende da observação individual de cada um de nós. Nada, aqui, tem a pretensão de ser uma verdade absoluta.
Dentro dessa abordagem, vamos à lista dos 5 melhores filmes de drama disponíveis na Netflix:
Desde sua idealização, Com Amor, Van Gogh é um filme inovador. Há quem diga que o roteiro é superficial e que o filme se vale da técnica – sendo, frame a frame, todo pintado a óleo. E pode ser verdade. Mas, simultaneamente, pode ser um dos maiores acertos. Isso porque me parece bastante complexo estar absorto na técnica de animação escolhida aqui e, ao mesmo tempo, conseguir se prender a qualquer história muito complexa.
Nesse sentido, a investigação de como se deu a morte de Van Gogh passa a ser um segundo plano. Pode ser um exagero (provavelmente é), mas como Fantasia o fez em 1940, trazendo a música como matéria-prima, aqui se trata da pintura muito mais do que da história contada. É um filme para apreciar a técnica, os traços, as pinceladas… com um roteiro que, se não fosse esses aparatos, poderia ser completamente descartável e banal.
Acima de tudo, ganha a história do cinema, ganha cada espectador apreciador de arte ao redor do planeta e ganha, com certeza, os amantes de Van Gogh.
Com a ajuda de um companheiro sobrevivente de Auschwitz e uma carta manuscrita, um homem idoso e machucado pela idade sai em busca da pessoa que ele acredita ser responsável pela morte de sua família… para se vingar com as próprias mãos.
Protagonizado pela lenda Christopher Plummer (entre tantos papéis memoráveis, é quem dá a voz a Charles Muntz em Up: Altas Aventuras na versão americana), Memórias Secretas é daqueles filmes que podem bater bem fundo na gente. Com o suspense bem construído pelo diretor egípcio Atom Egoyam (de À Procura, 2014), o filme toca em elementos fundamentais da existência humana – como a dúvida – e rebate nas únicas certezas sobre a vida: todos iremos morrer e, se tivermos sorte, envelhecer antes disso.
Indicado ao Leão de Ouro no Festival de Veneza de 2015, Memórias Secretas ainda conta com o fantástico ator alemão Bruno Ganz (o Hitler de A Queda! As Últimas Horas de Hitler) e contorna todo o drama do protagonista com uma intrincada ação com pitadas de thriller.
Um pai dedicado a criar seus seis filhos com uma rigorosa educação é forçado a deixar seu paraíso – nas florestas do estado de Washington, nos EUA – e entrar no mundo dito civilizado, desafiando a ideia do que significa ser… pai.
Premiado ao redor do planeta, Capitão Fantástico traz reflexões sociais e religiosas de maneira muito aberta. Não é um filme que pretende abraçar a todos, podendo trazer algum desconforto em seus questionamentos para parte dos espectadores, mas, mesmo assim, talvez seja um tanto quanto impossível não estar acessível à sua qualidade geral. Permitir-se tocar pelo roteiro de Matt Ross (que também dirigiu o filme) e pelo seu conteúdo (às vezes bem ácido) é um caminho quase sem volta.
As atuações, por sinal – especialmente a de Viggo Mortensen (o Aragorn da trilogia O Senhor dos Anéis) – são um espetáculo à parte. E uma das mensagens que ficam é a da necessidade do amor, sendo o ódio relegado a uma função coadjuvante e totalmente antagônica.
Há dramas biográficos fantásticos na Netflix. Há dramas com um poder de identificação enorme para muitos e de alcance público imenso (como o recente O Menino que Descobriu o Vento). Há outros que, apesar de terem sido relativamente bem badalados, acabaram caindo a um segundo plano. Não nas malhas do esquecimento, mas foram apenas deixados um pouco de lado. Frida, então, está nesse segundo grupo e talvez seja uma injustiça enorme.
Dirigido pela fantástica Julie Taymor (que dirigiria ainda, no mínimo, mais um escanteado – o belíssimo Across the Universe), Frida é muito mais do que uma cinebiografia, é uma lição de vida, de amor, de fúria, de força. A história de uma mulher que canalizou a sua dor em seu trabalho e se transformou em um ícone. É a visão de uma mulher sofrida, mas livre e consciente através do olhar de uma diretora de muita competência.
Além disso, conta com uma atuação hipnótica de Salma Hayek (do recente Dupla Explosiva) que, por si só, vale cada minuto do filme.
Em 2001, o Afeganistão está sob o controle do Talibã. No meio desse contexto, uma jovem determinada se disfarça de menino para sustentar sua família quando seu pai é capturado.
A Ganha-Pão não é somente uma animação dolorosa e assustadoramente real. Ela é daquelas que tocam tão fundo na gente que, por mais de um motivo, podem despertar a nossa empatia – algo tão necessário nos dias de hoje.
Dirigido pela diretora Nora Twomey, que havia realizado antes os lindíssimos curtas-metragens From Darkness (de 2002) e Cúilín Dualach (de 2004), e com Angelina Jolie como produtora executiva, a história é, talvez, a que tem a maior possibilidade de fazer chorar dessa lista, tamanha a sensibilidade de Twomey e do roteiro da ucraniana Anita Doron (roteirista e diretora do ótimo The Lesser Blessed, de 2012)
Repleto de diálogos realistas e, ao mesmo tempo, estranhos, Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe é de uma precisão cirúrgica na concepção da relação entre um pai e seus filhos. Muito bem alicerçado nas atuações de Dustin Hoffmann (Harold), Ben Stiller (Matthew) e Adam Sandler (Danny), o diretor e roteirista Noah Baumbach (indicado ao Oscar pelo roteiro de A Lula e a Baleia, em 2006) fundamenta um filme cheio de humanidade, capaz de causar confusão, felicidade, acessos de raiva… sempre de uma maneira muito genuína e por meio da criação de sintonia entre filme e espectador.
Os Meyerowitz: Família Não Se Escolhe é, também, uma prova dupla: para os fãs e para os não-adeptos da carreira de Adam Sandler. Aqui, eles podem encontrar o ator em uma das suas atuações mais relevantes (ao lado de Reine Sobre Mim e Embriagado de Amor), tanto que o ator, merecidamente, foi ovacionado no Festival de Cannes. Apesar do humor meio amargo do personagem coincidir com muito do que Sandler já fez, há detalhes que o levam muito além, são camadas e mais camadas de um homem que jamais desistiu de ser feliz, mas, mesmo assim, sente-se fracassado.
ps: É a segunda vez que esse mesmo filme se encaixa no bônus Adam Sandler.
Devido ao grande número de dramas de altíssima qualidade no catálogo atual da Netflix, talvez seja injusto eu listar algumas menções honrosas de fato. Sendo assim, farei as menções a seguir em tom de indicação, do mesmo modo que fiz a lista principal:
1. Frances Ha:
Porque é dirigido lindamente por um dos diretores do momento (ele novamente – Noam Baumbach), é protagonizado por Greta Gerwig e é uma história sobre entrar de cabeça nos nossos sonhos.
2. Julieta:
Poderia ser, somente, porque é um Almodóvar, mas, para não cair em qualquer espécie de argumento de autoridade, é das histórias mais sensíveis (sem deixar de ser filmada com humor) do diretor e roteirista espanhol.
3. La Bamba:
Porque “para bailar La Bamba se necessita una poca de gracia”. É uma história biográfica de ascensão bombástica e queda trágica que merece ser conhecida.
4. Amor Além da Vida:
Porque o romantismo não pode morrer, porque tem abertura para questionamentos religiosos pouco comentados no cinema hollywoodiano (sendo a doutrina espírita o foco), porque é sensível, porque tem uma interação entre homem e arte lindíssima; e porque… Robin Williams.
5. Cinema, Aspirinas e Urubus:
Porque, além de ser um filme dos mais bem conceituados do cinema nacional no século XXI, coescrito pelo recém-premiado em Cannes Karim Aïnouz (por A Vida Invisível de Eurídice Gusmão), uma sinopse oficial (a que está no IMDb) diz (em tradução livre): “Um road movie sobre um alemão que foi para o Nordeste do Brasil em 1942 para vender aspirina.”
Ficam, então, as indicações e o espaço dos comentários para acréscimos e tudo o que desejarem. Sem dúvida, como sempre ao fazer uma lista, foi dolorido, mas tenho certeza que vocês conseguirão complementar e enriquecer tudo o que está aí.
Texto originalmente publicado no Canaltech
O 8º Fórum Potiguar de Cultura, acontece nesta sexta-feira (1º/11), das 8h às 12h, em Pendências, na Região do Vale do Açu, dentro da programação da Feira Multicultural Cesta de Arte, numa articulação da Comissão Executiva do Fórum Potiguar de Cultura e a Secult – Secretaria Municipal de Cultura e Turismo. O evento terá como tema o Sistema de Financiamento e Participação Social.
“A cidade de Pendências tem se destacado pelo desenvolvimento de ações culturais, trabalhando na perspectiva de formação de público e impulsionamento da economia criativa local. A Secretaria Municipal de Cultura e Turismo tem estabelecido um diálogo constante com artistas e produtores. Dessa forma convocamos os agentes locais e demais gestores da região para um compromisso que fortaleça o debate e integre a Política Cultural da Região do Vale do Açu”, afirma Zelito Coringa, assessor da Secretaria de Cultura e Turismo de Pendências.
Criado em 2011, o Fórum Potiguar de Cultura é uma organização da sociedade civil com participação de artistas, produtores, redes setoriais, grupos e movimentos culturais, que têm se proposto a ser um espaço para dialogar questões relacionadas à produção, gestão e política cultura no âmbito estadual.
Na trajetória de 8 anos o Fórum Potiguar de Cultura construiu quatro documentos orientados para melhores políticas públicas para a cultura do Rio Grande do Norte, são eles: Cartilha de Diretrizes Setoriais para Cultura (2011), Minuta de Projeto de Lei para Implementação do Sistema Estadual de Financiamento à cultura (2016), 22 Diretrizes para Cultura do RN (2018), Minuta de Projeto de Lei para Criação do Conselho Estadual de Políticas Públicas (2019).
Os documentos fazem parte de um contexto amplo sendo cada um deles direcionados a um foco. As diretrizes, por exemplo, são dedicadas a ações possíveis e concretas relacionadas ao desenvolvimento do Estado com investimento na Cultura. O conselho de Cultura é uma forma de garantir um controle social para a construção e a manutenção operacional das diretrizes. E a lei do sistema de financiamento para Cultura é uma forma de tornar mais democrático com maior acesso e fazendo com que os recursos financeiros cheguem a todos os municípios de maneira transparente e com equidade.
VIII Fórum Potiguar de Cultura
1º de novembro – das 8h às 12h
Câmara Municipal de Pendências (Av. Felix Rodrigues, 179 – Pendências)
Um lançamento literário coletivo acontecerá nesta sexta e sábado no Bardallos, point cultural do Centro Histórico de Natal. Trata-se de uma programação paralela ao Encontro Nacional Mulherio das Letras em Natal. Serão nove lançamentos literários nos dois dias, entre livros de poesia, conto e romance.
Na sexta-feira, o lançamento coletivo tem início às 19h e será brindado com show da cantora Valéria Oliveira (cover R$ 10) às 20h. E no sábado, às 18h tem início o Cortejo Poético Mulherio das Letras, organizado pela Sociedade dos Amigos do Beco da Lama e Adjacências (Samba), culminando com o lançamento coletivo às 19h no Bardallos, onde acontecerá, também, a vernissage da exposição ‘Mulheres’, da artista Rosa Maria da Costa e som da DJ Lutigard, com participação especial de Fernandinho Implacável do Vinil. Acesso gratuito.
Confira os lançamentos:
1. Adriana Silva Santiago – ‘Flores e Borboletas em Meio Século de Poesia (poesia)
2. Jeovania P. – ‘A-M-O-R’ (poesia)
3. Lindevania Martins – ‘Longe de mim’ (contos)
4. Nic Cardeal – ‘Sede de céu’.
1. Divanize Carbonieri – ‘Passagem estreita’
2. Mariam Pessah – ‘Grito de mar’ (poemas bilíngue)
3. Rosângela Vieira Rocha – ‘Nenhum espelho reflete seu rosto’ (romance)
4. Vera Esther Ireland – ‘Desculpa qualquer coisa!’ – (contos)
5. Rosa Pereira – ‘Ilustração Botânica’
O dia 31 de outubro se aproxima e para não deixarmos em branco essa data, nesta quinta-feira, a Escola de Música da UFRN estará com um visual aterrorizante para receber mais um dos concertos da série “THE BIG SERIES”, temporada 2019, especial Halloween. O evento contará com a apresentação do Grupperc e da Big Band Jovem. Será às 19h30, no auditório Onofre Lopes e com acesso gratuito.
O Grupo de Percussão da EMUFRN é um projeto de extensão desenvolvido na Escola de Música da UFRN, que ao longo de 16 anos vem se dedicando à performance e divulgação da percussão e seu repertório.
Idealizado e coordenado pela professora Germanna Cunha, o grupo é formado por alunos dos cursos Técnico, Bacharelado e Licenciatura, além de percussionistas voluntários, e tem como um de seus principais objetivos incentivar a interação entre a UFRN e a comunidade por meio de concertos didáticos e participação de percussionistas da comunidade externa.
Em 2008, o grupo lançou o seu programa de concertos didáticos para crianças visando incentivar a formação de plateia e divulgar a percussão como instrumento de música de câmara por meio de um repertório especialmente escolhido.
Em 2014 o grupo lança o seu projeto PERCUTIR-RN, com o objetivo de realizar apresentações em cidades do interior do estado, além de eventos relacionados à percussão na Escola de Música.
O grupo também é convidado regularmente para se apresentar em encontros e festivais e para realizar concertos didáticos em escolas da rede pública de ensino.
A Big Band Jovem da EMUFRN foi criada em 2005, e é um projeto que funciona como laboratório musical voltado para alunos dos cursos de instrumento da EMUFRN.
Além desse desenvolvimento técnico-instrumental, o trabalho de pesquisa de repertório permite que os alunos tenham contato com a obra de grandes nomes da música regional, nacional e internacional, bem como com o repertório tradicional para este tipo de formação instrumental.
Por meio de concertos e apresentações a Big Band Jovem da EMUFRN disponibiliza o produto deste trabalho junto à comunidade, buscando além de uma maior interação social, a divulgação dos trabalhos desenvolvidos na Escola de Música.
Há 14 anos o grupo participa ativamente dos eventos promovidos pela UFRN, e tem levado o seu trabalho às mais variadas plateias, participando com grande destaque em eventos tais como a Semana da Música e a CIENTEC, entre outros.
Evento: Big Series Halloween
Data: 31/10/2019
Local: Escola de Música da UFRN – Auditório Onofre Lopes
Horário: 19h30
Entrada gratuita (não precisa de ingresso)
Em comemoração aos 60 Anos da produção de Histórias em Quadrinhos (HQs) no RN será promovido o Encontro Metropolitano de Arte Sequencial (EMAS). O evento acontecerá entre 4 e 8 de novembro na Gibiteca Potiguar do Centro de Estudos e Biblioteca Escolar Prof. Américo de Oliveira Costa (Av. Itapetinga, Zona Norte de Natal). O Encontro é promovido em parceria com o Projeto Diálogos com os Quadrinhos e é inédito no Nordeste.
Pela primeira vez, a nona arte potiguar será foco de discussões nos campos político, educativo, sociocultural, midiático e artístico, fora do espaço acadêmico e aberto à comunidade em geral. Serão mais de 140 horas de atividades culturais gratuitas. Estão previstas a realização de palestras, rodas de conversas, oficinas, sala para leitura, exibições de filmes, exposições de artes visuais (gráficas e pirogravura), apresentações culturais e feira de quadrinhos e fanzines. Permitindo ao público visitante conhecer a história das HQs potiguares, títulos, personagens, nomes e rostos de seus produtores.
Além de sete exposições permanentes e da exibição de dez blockbusters do cinema de super-heróis, merecem destaque na programação os palestrantes que irão abrilhantar as manhãs da primeira semana do evento: os chargistas, Brum (Tribuna do Norte, Jornal de Hoje e Mad) e Ivan Cabral (TVU, O Novo Jornal e Diário de Natal); o Dr. Francisco Micussi e Anderson Gomes (autores de Hivinho e Hígida); os quadrinistas locais, Dickson Tavares, Renato Medeiros, Rodrigo Xavier, Miguel Rude e Marcos Guerra; as ilustradoras, Thayná Almeida e Luna Félix; os professores e pesquisadores dos quadrinhos na educação, Ana K. Azevedo, Ângelo Rocha e Filipe Viana; os ilustradores Robson Terto e Yuri Pablo; o contador de histórias, Abraão Ainstein e o músico e quadrinista de Ceará-Mirim, Ruy Lima Bluesboy.
O evento também terá uma programação paralela, destinada a atender tanto aos usuários regulares da Gibiteca Potiguar, quanto aos produtores de quadrinhos do Estado. Para os alunos da Gibiteca haverá oficinas temáticas com artistas profissionais convidados e para os quadrinistas haverá um Fórum (dia 29/11) para se discutir temas pertinentes à categoria, como um calendário local para 2020 e a programação do próximo EMAS.
O idealizador e coordenador geral do EMAS, é o professor e historiador, Beto Potyguara que há mais de 10 anos se dedica à pesquisa sobre o uso de artes gráficas no ensino e atualmente desenvolve uma formação continuada para professores em parceria com a Gibiteca Potiguar. Segundo ele, “A utilização da Ema como mascote não foi motivada apenas pelo trocadilho, presente na sigla, mas pelo fato desta ave ser o animal símbolo do Estado do Rio Grande do Norte!”.
O maior diferencial do EMAS, portanto, será o seu viés político e educativo. Onde haverá um trabalho de conscientização para que o público leigo reconheça que as HQs não são “uma coisa apenas para crianças” e que elas não se limitam apenas à Turma da Mônica, aos Mangás e aos Super-Heróis. A ideia é conhecer e valorizar a história e a produção sexagenária desse gênero textual em terras potiguares. Só assim é que, paulatinamente, um público consumidor poderá ser criado e um mercado local estabelecido.
O Centro Cultural da Escola Américo de Oliveira Costa, onde o EMAS será realizado, possui área com amplo estacionamento, auditório climatizado com capacidade para 110 pessoas e uma gibiteca com mais de 9 mil títulos.
O QUE: ENCONTRO METROPOLITANO DE ARTE SEQUENCIAL – EMAS
ONDE: Centro de Estudos e Biblioteca Escolar Prof. Américo de Oliveira Costa (Av. Itapetinga, 1430, Conj. Santarém)
QUANDO: 4 a 29 de novembro, de segunda a sexta, das 8h às 17h.
CONTATO: gibitecapotiguar@gmail.com
A Comissão Estadual de Cultura entrou no ritmo e, após uma semana, aprovou mais 15 projetos culturais pela Lei Câmara Cascudo. Foi na edição do Diário Oficial do último dia 24. De lá pra cá houve apenas mais duas edições, contando a de hoje. E uma leva de projetos já consolidados estão na lista, como o Fest Bossa & Jazz em São Miguel do Gostoso, o Burburinho Festival de Artes, o Conexão Elefante Cultural e outros projetos com alcance escolar, como este blogueiro nunca havia visto antes.
Uma das mais importantes escritoras brasileiras, ganhadora do maior prêmio de literatura nacional, em várias categorias, estará em Natal neste dia 1º de novembro, às 20h, no lançamento do livro “Haicais – Maria Valéria Rezende”. O evento também marca a apresentação do Projeto LevePalavras, uma promoção do Moenda Arte e Cultura e Imagem – Editora e Encadernação Artesanal, e acontece na Una Casa, Rua Cabo de Bacopari, 2113, bairro de Ponta Negra.
Maria Valéria Rezende é freira e feminista convicta. É também uma das fundadoras do Mulherio das Letras, cuja terceira edição nacional acontece esta semana em Natal. Na década de 1960 começou a trabalhar com educação popular em diferentes regiões do país e em todos os continentes. Na década de 1970 passou a morar em Pernambuco e hoje vive em João Pessoa, na Paraíba. Estreou na literatura em 2001, com o livro Vasto Mundo. Ganhou o Prêmio Jabuti de 2009 na categoria literatura infantil com No risco do caracol, em 2013, categoria juvenil, com Ouro dentro da cabeça e em 2015 nas categorias romance e Livro do Ano de Ficção, com Quarenta dias. Em janeiro de 2017, recebeu o Prêmio Casa de las Américas pelo livro Outros Cantos, e, pelo mesmo romance, ganhou o Prêmio São Paulo de Literatura e o terceiro lugar no Prêmio Jabuti em novembro de 2017.
A obra a ser lançada em Natal reúne haicais, que são poemas de origem japonesa que possuem uma estrutura específica (três versos formados por 17 sílabas poéticas), créditos e algumas reedições, porém, apresentados através do manual de encadernação.
“Eu incentivei o projeto das meninas e não tinha como recusar a participação em algo pensado com tanto carinho e cuidado. Uma costura, uma ilustração da capa, o tipo de papel, os haicais… tudo fica harmonicamente resultando em algo tão especial para todos nós”, disse Maria Valéria Rezende, que no mesmo final de semana está participando do Terceiro Encontro Nacional Mulherio das Letras, também em Natal.
“Uma proposta é enviada como diversas vertentes da literatura de uma forma única e ainda mais singular. Um manual de encadernação é uma arte milenar, fazer um livro uma peça única, enaltecer ainda mais o que foi impresso”, destacou Dani Rabelo, uma mulher por trás da Imagística, um ateliê que tem como proposta uma arte de encadernação com capas repletas de significados.
Para o livro “Haicais – Maria Valéria Rezende”, foi escolhida uma ilustração da artista paraibana Ana Elizabeth. O desenho monocromático traz, através de traços delicados, uma mulher com pensamentos livres, como são os haicais de Maria Valéria.
“Até agora não consigo exibir minha alegria em fazer parte da primeira obra do Projeto LevePalavras, e ainda mais poder ter minha ilustração na capa de um livro de uma mulher que admiro tanto. Maria Valéria Rezende possui uma história que muito nos ensina, e suas obras refletem isso”, disse Ana Elizabeth.
Toda a curadoria do projeto, lançamento dos livros, captura por conta do Moenda Arte e Cultura, e diagramação e encadernação sob responsabilidade da Imagística – Encadernação Artesanal.
O Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC-RN) realiza nesta terça-feira (29) mais uma edição do projeto Paçoca Cultural. O objetivo principal é abordar temas que transitam pela literatura, música, teatro, dança, artesanato, incluindo atividades culturais no cotidiano das crianças.
“Sabemos o quanto é importante atividades lúdicas nesse processo de tratamento e cura incentivando as suas potencialidades e seus talentos, elevando a auto-estima dessas crianças e de suas mães”, diz a presidente voluntária, Tânia Rocha Cabral.
Essa edição terá como destaque a inauguração da Geloteca do GACC/RN – que nasceu a partir da doação de uma enorme geladeira, que foi customizada com arte de grafite pelas artistas Vivi Fujiwara e Clarisse Torres, do Coletivo Aboio – transformando-se em uma alegre Geloteca onde todos os assistidos pela Instituição terão acesso ao acervo de livros.
Para esse momento especial de cultura e arte regional o poeta mirim Jadson Lima (de Bom Jesus-RN), fará uma participação especial declamando seus versos junto à jornalista Glácia Marilac, autora de vários livros e idealizadora do movimento “Eu sou do Amor”.
Dia 29 de outubro, terça-feira, a partir das 15h
Local: Sede do GACC-RN
Rua Floriano Peixoto 383, Cidade Alta
O show “Sacrário”, com Valéria Oliveira & Jubileu Filho, terá duas apresentações nesta semana: nesta quarta-feira (30) no IFRN Cidade Alta, e nesta sexta-feira (1), no Bardallos.
“Sacrário” é um convite à intimidade onde Valéria e Jubileu dialogam por meio de uma linguagem dinâmica de vozes, violões, bandolim e cavaquinho. É um processo de experimentações e concepções de arranjos de uma série de novas canções, visando à gravação de um novo CD.
“Sacrário” – que é também o título de um samba inédito composto por Valéria – traz ainda uma leitura pessoal da influência negra na cultura brasileira e em especial no Estado do Rio Grande do Norte. A obra musical faz referências a recantos que contam um pouco dessa história como é o caso da “Igreja do Rosário” (localizada no Centro Histórico de Natal) e a expressões da cultura afro-brasileira como o coco de zambê, o jongo, o samba, o Ijexá, entre outras. Valéria faz referência também ao Beco da Quarentena, outro espaço da cidade de Natal no samba “O beco”, mais uma composição só dela e traz em “Toca tambor”, parceria com a poeta Drika Duarte, uma mensagem de respeito, igualdade, amizade e esperança.
Entre os sambas de amor estão no repertório os inéditos “Quando tocam os sinos”, dos cariocas Reginaldo Mil e Jotabê, este autor de sambas como “Malandro”, “Recompensa” e “Pedaço de ilusão”, e “Está tudo aí” de Valéria Oliveira em parceria com Luiz Gadelha. Valéria diversifica o repertório majoritariamente de samba com o baião “Rosa de aroeira” só dela, com o xote lusitano “Alento”, uma parceria dela com Ivando Monte, recentemente interpretada por Leila Pinheiro em seu último show em Natal e com o bolero “Voragem”, parceria dela com o poeta paraibano André Morais. O repertório é costurado por algumas obras do disco “Mirá”, trabalho anterior de Valéria, e por releituras do cancioneiro popular brasileiro.
A apresentação do IFRN Cidade Alta contará ainda com a gastronomia da Cozinha da Nega e a arte do projeto Transforme-se com a exposição “Empoderando Mulheres Afrodescendentes”. Já no Bardallos, a apresentação será precedida pelo lançamento literário da obra Coletivo e Alternativo, com trabalhos de várias mulheres.
“Sacrário” – Valéria Oliveira e Jubileu Filho
Dia 30 de outubro, quarta-feira, às 18h
IFRN Cidade Alta
Acesso gratuito
Dia 01 de novembro, sexta-feira, 20h
Bardallos: Rua Gonçalves Lêdo, 678 – Cidade Alta
Preço único promocional: R$10,00
Patrocínio: Prefeitura do Natal, por meio do edital do Centro Histórico de Natal.
Professora, poeta e escritora acariense, que reside em Ceará-Mirim, Jeanne Araújo vai lançar seu novo livro, a novela-romance “Cercas de pedras” neste sábado, dia 2 de novembro, das 14h40 às 16h, na programação oficial do evento Mulherio das Letras, na Cidade da Criança, em Natal.
“Escrever Cercas de Pedras foi desafiador pois eu queria falar das dores emocionais, aquelas dores que levamos dentro de nós depois de sofrermos violência. Algumas dessas dores são tão fortes que você termina ultrapassando uma linha e já não percebe o que é real e o que não é ao seu redor. Blanche, a protagonista, nos leva a refletir sobre isso ao escrever seu diário e através dessa escrita ela tenta se salvar dos seus fantasmas emocionais”, comentou a autora.
O livro sairá pela Editora Penalux. Jeanne já tem publicados os livros de poesia “Monte de Vênus” (edição da autora, 2011) e “Corpo vadio” (Penalux, 2016), além do romance “Combustão” (Penalux, 2018), escrito em parceria com o escritor e jornalista Cefas Carvalho.
A orelha do livro é da escritora maranhense Lindevânia Martins e o prefácio da escritora potiguar Ana Cláudia Trigueiro.
Jeanne é participante do coletivo de mulheres escritoras Mulherio das Letras, tendo participado das edições anteriores, em João Pessoa (PB) e Guarujá (SP).
Jeanne assinala “ser uma alegria lançar o livro juntamente com outras mulheres literatas de todo o país que também lançarão seus novos trabalhos”, disse.
A Caminhada Histórica de Natal chega à sua oitava edição em 30 de novembro, firmando o compromisso de resgatar a cultura e a identidade natalenses, por meio do rico acervo histórico da cidade. Neste ano, o evento conta ainda com novidades que abrangem questões ambientais e de acessibilidade, além de concursos que premiarão estudantes, músicos e fotógrafos.
Sucesso no calendário de eventos de Natal, a Caminhada Histórica tornou-se referência no resgate cultural da cidade e na valorização de todo o patrimônio histórico, enriquecendo ainda mais o potencial turístico da capital potiguar.
O percurso terá início às 15h, na Praça André de Albuquerque e passará por 50 locais de destaque da cidade, contemplando monumentos e atrações históricas, com a contextualização e a explicação sobre a importância de cada um, até finalizar na praça da Igreja do Bom Jesus Das Dores.
A inscrição poderá ser feita com a doação de 2kg de alimentos não perecíveis (exceto sal) por pessoa, que vão ser entregues a instituições parceiras. As doações poderão ser realizadas a partir do dia 1º de novembro nos seguintes postos de troca: Avohai Centro, Videira e Supermercados Favoritos da Ayrton Senna e de Ponta Negra.
Este ano, a preocupação com as questões ambientais será de grande relevância em todas as etapas de realização do evento. Durante a divulgação, todo o material impresso utilizado terá o selo FSC, uma certificação internacionalmente reconhecida que garante a procedência a partir de manejo florestal responsável.
Além disso, durante a Caminhada, catadores devidamente cadastrados e identificados estarão trabalhando para impedir o acúmulo de lixo nas ruas e promover a coleta seletiva. As ações de cunho ambiental que têm como mote a frase “Quem ama preserva e cuida do próximo”, reforçam ainda mais o objetivo principal da Caminhada em valorizar a cidade como um todo.
Pensando na importância da participação de todos os natalenses, a organização prepara um ambiente inclusivo e acessível. A ideia é que todos possam interagir durante o percurso. Para isso, haverá interprete de Libras traduzindo, em tempo real, para a comunidade surda todo o conteúdo da Caminhada. Também estão sendo feitas parcerias com instituições responsáveis por crianças com Síndrome de Down e Autismo.
“Queremos mostrar todo o potencial turístico de Natal, que já é internacionalmente conhecido por suas belas praias, avançando para questões históricas e culturais, por meio do rico acervo que está à nossa disposição. Nossa expectativa é que o público seja de 5 mil pessoas e que possamos arrecadar mais de 10 toneladas de alimentos”, destacou Jarbas Filho, idealizador e promotor do evento.
Mais uma novidade para esse ano é o I Concurso de Redação da Caminhada Histórica, realizado em parceria com a Assembleia Legislativa do RN. Com tema voltado para a história e a cultura de Natal, o concurso pretende aproximar os estudantes da riqueza cultural da cidade.
O edital está disponível no site da ALRN. Os vencedores serão anunciados no dia do evento. Além disso, serão realizadas as segundas edições dos concursos de música e fotografia, que foram sucessos no ano passado e premiaram grandes talentos locais.
As fotografias deverão ser tiradas durante a Caminhada e as músicas, cuja inspiração deve ser a cidade de Natal, serão apresentadas no dia do evento. Serão premiados os três primeiros lugares em cada categoria.
Data: 30 de novembro de 2019
Horário: Concentração às 14h
Local: Saída da Praça André de Albuquerque e chegada na praça da Igreja do Bom Jesus Das Dores.
Inscrição: doação de 2kg de alimentos não perecíveis
A poeta Diulinda Garcia estreia no universo dos contos após seis livros de poesia publicados. A noite de lançamento da obra ‘Sob a luz das lamparinas’ acontece nesta quarta-feira (30) na Galeria Fernando Chiriboga (3º piso do Midway), das 18h às 21h. Este novo rebento literário sai pela Trairy, selo editorial da Editora CJA.
Na orelha do livro, a pesquisadora e crítica literária Andreia Braz classificou o livro como uma “obra madura, marcada pelo caráter poético de sua escrita e, sobretudo, por sua forma peculiar de enxergar o mundo (…) Com narrativas curtas e sedutoras”.
Andreia também insere a autora “no panteão das ficcionistas potiguares” ao lado de outras escritoras contemporâneas, como Ana Cláudia Trigueiro, Jeanne Araújo e Tereza Custódio.
Os temas dos contos são diversos: feminismo, literatura, cinema, música e outros. “Com viés psicológico e lirismo exacerbado, os minicontos deste livro demonstram que Diulinda Garcia é, definitivamente, uma mulher do seu tempo”, conclui Andreia Braz.
Diulinda Garcia nasceu em São João do Sabugi, foi naturalizada em Gov. Dix-sept Rosado e mora em Natal. Graduada em Letras e especialista em Literatura pela UFRN.
Publicou vários livros. Este é o sétimo e o primeiro em prosa. Em todos eles, reflete-se o seu estilo sucinto de costurar sua escrita entre a realidade e fantasia, o passado e o presente de seu tempo. Atualmente estuda a introspectiva obra de Clarice Lispector.
Faz da literatura sua aliada para expressar suas inquietudes e se fazer entender. Por isso escreve poesias, contos, na bem-aventurança de fazer com sentimento e poucas certezas a sua inventiva construção literária.
Livro: Sob a luz das lamparinas
Editora: Trairy – selo editorial da Editora CJA
Local: Galeria Fernando Chiriboga – 3º Piso – Midway Mall
Horário: das 18 às 21h
Valor do livro: R$ 35
A 5ª edição do projeto ‘Carnaval da Saudade’ será realizada nesta quarta-feira (30), a partir das 16h, no bairro do Tirol.
Este ano, a animação da primeira prévia carnavalesca de Natal ficará por conta da Banda do Negão.
A concentração será no Clube América. Em seguida sairá em cortejo pelas ruas do Tirol, até a sede da AABB Natal.
Na AABB serão realizados shows com a cantora Dodora Cardoso e banda e a Orquestra Don Cardoso e Seus Metais, que tocará frevos, marchinhas e eternos sucessos carnavalescos do passado.
O evento tem como objetivo reviver os bons tempos dos carnavais de clubes na capital potiguar e terá ACESSO GRATUITO.
Vale a pena registrar que, a cada ano, o projeto fica mais forte e animado, prova incontestável do aumento da participação da sociedade natalense. E essa adesão levou o projeto a ser incorporado no calendário oficial do Natal em Natal 2019, realizado pela Prefeitura do Natal.
A Prefeitura, via Programa Djalma Maranhão, patrocínio da Clínica Pedro Cavalcanti, Hospital Angiovascular, Cardioclinica e AABB Natal, são os responsáveis pela viabilidade do Carnaval da Saudade.
Cinema e música da melhor qualidade e juntos em um único projeto. Que tal? E se for de graça? É o que propõe o Grupo de Improvisação Livre, um projeto de extensão universitária da UFRN. E nesta quarta-feira (30) acontece o show ‘O Garoto”, inspirado no clássico filme do gênio Charles Chaplin. Será a partir das 20h no Auditório Onofre Lopes da Escola de Música da UFRN.
O projeto “Improvisação Sobre Cinema Mudo” tem como objetivo reviver, numa linguagem moderna, filmes do cinema do início do século XX, repetindo a exata situação em que a orquestra executava música no filme, traduzindo em sons as emoções interpretadas nas cenas. Com o projeto o Grupo pretende trazer um novo olhar sobre as fitas e renovar a relação da audiência com o cinema do início do século XX.
O Grupo de Improvisação Livre (GIL) atua desde 2012 em pesquisas de linguagem da improvisação contemporânea em suas mais variadas possibilidades, para além das sonoridades conhecidas e tradicionais. A ideia é criar música viva, ligada ao momento da performance de maneira intrínseca, sem repetições. A ideia é fomentar a pesquisa na área e realizar concertos artísticos e didáticos com o intuito de criar um público para este estilo musical no Rio Grande do Norte.
Criado e dirigido por Anderson Pessoa, professor de saxofone e improvisação, o grupo é formado por alunos do curso técnico, do bacharelado e da pós-graduação (lato sensu) em práticas interpretativas com ênfase nos séculos XX e XXI. A criação de um grupo voltado para o estudo da improvisação contemporânea supre uma carência da linguagem nas áreas erudita e popular e é também fruto da curiosidade e do gosto estético de alunos interessados no assunto dentro da EMUFRN.
O conceito de improvisação livre começou a ser desenvolvido na década de 1960 com o início do movimento Free Jazz. Artistas como Ornete Coleman, Anthony Braxton e grupos como Art Ensemble of Chicago o AACM e CMM quebraram as regras da composição e da improvisação Jazzística, até então presa às estéticas tradicionais de harmonia, ritmo, tempo e forma, criando uma nova estética onde as memórias são dispensadas favorecendo a ideia de realmente se criar música no momento da performance.
A ideia, como todas as mudanças estéticas ocorridas no mundo da arte, não foi bem vista pela crítica da época que chegou a anunciar a morte do jazz. Mas ao contrário do que se pensou, tanto o jazz convencional como a proposta dos improvisadores livres se desenvolveram por novos caminhos e se perpetuaram até os dias de hoje.
“A prática da improvisação hoje é exigida tanto dos músicos de jazz como dos eruditos que intencionam atuar com música contemporânea. A estética da improvisação livre, apesar de ser uma prática atual no resto do mundo, ainda não é amplamente explorada no Brasil o que coloca a EMUFRN junto às poucas escolas que mantém grupos de pesquisa no assunto”, explica Anderson Pessoa.
Não faz muitos dias, fui passar um fim de semana no Seridó paraibano, na fazenda de Zé Domingos no Riacho da Serra, município de São José do Sabugi/PB; a ocasião foi o 90º aniversário da bisavó de minha filha Marina Luna, dona Anair Domiciano Dantas. O casamento dela com José Domingos Dantas deu origem a uma grande família, composta por 16 filhos, 33 netos, 23 bisnetos e 3 trinetos, em sua maioria presentes nessa reunião. A comemoração foi grande, muito bonita e durou o dia inteiro, principiando com uma missa solene na capela da área rural e continuando com um tradicional banquete interiorano, com cada iguaria sertaneja de lamber o bigode; grande festa de uma grande família, alegrada por um trio de forró pé-de-serra, com um sanfoneiro das grandes virtudes musicais.
Numa certa hora, já depois do bolo e dos parabéns, enquanto ainda umas dezenas de pessoas seguiam no alegre convívio, eu armei minha rede num alpendre escuro e logo dormi, com gorro de lá e agasalho de frio, para aguentar as ventanias noturnas.
Domingo, 13 de outubro, acordei às 5h15, calcei as botas, peguei da mochila minha faquinha suíça, bebi um copo de água e, assim como estava, subi a Serra do Jacu, que fica, a certa distancia, bem na frente da casa de Zé Domingos. Já subi essa serra em 2005 e agora, 14 anos depois, repeti a façanha para comemorar os 90 anos de dona Anair e minha volta ao Riacho, após uns dez anos que não ia mais lá. O tempo passa rápido e é nessas ocasiões que percebe-se como o tempo voa mesmo e, num sopro, se vai uma década.
Cruzada a estrada de terra, desci pro leito do rio seco e caminhei até o pé da serra, acompanhando uma cerca de arame farpado. A novidade na região, que já comentei ser bem ventilada, é a presença no alto das serras de muitas hélices gigantes da companhia de energia eólica. Por sua natureza íngreme e inóspita, a Serra do Jacu foi poupada e ficou tal qual era e sempre será. Só algum caçador de abelhas deve subir essa serra, talvez, mas eu só vi uns cortiços atrás da casa de Deca Souza, no pé da serra, e nada mais. Bem no topo do penhasco, um pouco mais tarde, uma abelha veio me conhecer, curiosa, mas só foi uma mesmo.
Como ninguém anda por aí, bicho grande ou homem, não tem veredas, nem alguma picada aberta entre os arbustos secos e espinhentos que crescem por todo lado. Subo devagar, olhando bem por onde ando e escolhendo o caminho melhor.
Não estou bem equipado. Esta trilha na caatinga merecia umas perneiras e umas luvas de couro; um facão, ou uma boa tesoura de jardinagem, que eu até prefiro ao facão para abrir uma passagem entre os arbustos. Bom, minhas botas são boas. Logo que achei o pau certo, fiz uma bengala para mim, que sempre ajuda na caminhada e é útil em várias situações. Por exemplo, com a bengala, quando me aventuro nessas regiões povoadas pela cascavel e a jararaca, eu ando batendo a bengala nas pedras e no chão o tempo todo, avisando que estou passando. As cobras, avisadas, ficam entocadas e o encontro indesejado é evitado. Também os óculos escuros que eu uso, modelo segurança no trabalho (rss), protegem bem os olhos e acabam sendo um item de segurança importante numa trilha dessa.
Após uma primeira encosta meio íngreme, a serra se abre num platô pouco inclinado, no qual se alternam manchas de arbustos espinhentos e amplos lajedos, ricos em cactos e bromélias. Tem muitos coroas de frade. Avistei uns preás que saíram correndo ao perceber minha chegada. Fora os preás, alguns lagartos e uns pássaros típicos da região, não encontrarei outro animal durante toda a trilha.
Abruptamente, a serra cresce pro topo quase verticalmente e é preciso escalar as pedras com mãos e pés, passando por baixo de árvores caídas e dos arbustos espinhentos onipresentes. Finalmente, chega-se ao pé do penhasco de rocha amarela, no topo da serra. Subir até ali não foi fácil, assim me sentei por alguns minutos para descansar.
Toda a encosta do penhasco está ladeada por extensas áreas de macambiras. Não tem outra solução que caminhar por cima das plantas secas de macambira enfileiradas, com todo cuidado para não perder o equilíbrio. O ar fino das alturas é inebriante e a vista panorâmica estonteante. Sigo até onde uma pedra rachada me permite escalar os últimos metros do penedo amarelo; estou no alto da serra, sopra um bom vento e eu me sento para não cair.
Tiradas umas fotos, deitei com os braços cruzados por baixo da cabeça e fiquei uns dez minutos em silêncio a pensar. Pensar em muitas coisas, inclusive em que caminho pegar para a descida de volta. Descer uma parede inclinada de uma serra é sempre mais complicado que subi-la e, quando se está sozinho, a segurança sempre deve ser redobrada para evitar qualquer tipo de acidente.
Me lembrei que em 2005 desci pela outra vertente da serra, mas não consigo enxergar um bom local para dar inicio a descida naquele lado, assim, com cuidado desço pela mesma rocha rachada pela qual subi e sigo até o pé do penhasco encostado nele, com a bengala cravada no chão para garantir sempre um bom equilíbrio. Nas passagens mais difíceis tenho que rastejar de ré entre as pedras e por baixo dos arbustos. Minhas calças ficam cheias de espinhos, mas são folgadas e os espinhos não chegam a ferir-me.
Quando afinal cheguei no pé dessa parede mais íngreme, soltei um suspiro de alivio porque o pior já tinha passado. Na caminhada final de volta, ainda peguei três pequenos coroas de frade para levar comigo pro Sítio Araras, como lembrança desta aventura.
Cheguei em casa todo sujo e faminto; troquei de roupa e comi um pratão de cuscuz com carneiro guisado e queijo manteiga, acompanhado por três boas xícaras de café quente.
Só o sertanejo sabe quanto é duro o sertão; só o sertanejo sabe quanto é belo o sertão.
A escritora e poeta Jeovânia Pinheiro lançará dois livros durante a programação da terceira edição nacional do Mulherio das Letras, que acontecerá na Cidade da Criança, em Natal, nos dias 1, 2 e 3 de novembro. A programação gratuita e completa do evento você encontra AQUI.
No dia 2 (sábado) será a vez do lançamento de ‘O LIVRO das Marias’, às 14h40. A obra é uma coletânea de poesias e contos de mulheres de várias partes do país e também da África e da Austrália, falando sobre o ser mulher na sociedade hoje e com dois poemas de Jeovânia. Sendo uma obra toda feita e idealizada por mulheres: organização de Jeovânia P., capa da artista plástica natalense Rosa Maria da Costa, revisão e capa de Wingrid Dunes/PB, diagramação de Márcia Todeschini e prefácio de Jeanne Araújo/RN.
E neste prefácio de palavras fortes, Jeanne Araújo escreve: “A poesia e a prosa presentes no livro das Marias nos faz sair da nossa zona de conforto e nos leva a refletir sobre essa luta diária de todas nós. Porque ser mulher é lidar o tempo todo com uma tênue linha que separa viver e sobreviver. É viver constantemente com medo. É andar às pressas à noite e respirar aliviada quando giramos a maçaneta e trancamos a porta de casa.”
E ameniza: “Mas o Livro das Marias também nos fala das lutas, da livre escolha e do poder da mulher sobre seu próprio corpo e espaço social, pela igualdade de gênero e pelo direito de ter seu espaço sem ser invadido.”
Quem abriu a boca de pedra
Já dia 3, no domingo e último dia do Mulherio das Letras em Natal, de 11h às 12h, no auditório I é a vez do lançamento da Coleção Mulherio. Trata-se de 20 livros de bolso individuais, sem temática específica e organizada pela mineira Karine Bassi. E nesta coleção, Jeovania P. lança seu primeiro livro de contos, intitulado ‘Quem abriu a boca da pedra’.
Samir Almeida foi um dos quatro artistas selecionados para o “Embrião Musical”, projeto contemplado no Fundo de Incentivo à Cultura – FIC, da Prefeitura do Natal e produzido por Franco Mathson da Frika Records e que já lançou o EP “Núvem” de Árie.
O disco Cada Canção, de Samir Almeida, é um trabalho fantástico que caminha da mais pura MPB ao rock oitentista, com guitarras cortantes de Terceira Guerra. O material está disponível nas principais plataformas de streaming.
A relação de Samir com a música começou desde que ele se entende por gente. Ouvindo os discos da mãe, rádio, TV. Quando ganhou seu primeiro violão, aos 17 anos, já queria compor antes de aprender a tocar. Aos 19 anos assumiu as guitarras da banda Os Quatro, liderada pelo também compositor potiguar Esso. Dessa parceria surgiram várias músicas que compõem o repertório de Samir.
Assista ao lyric vídeo de O Poeta:
A Casa da Ribeira promove neste domingo (27) o projeto “Domingo Criança na Casa”. Um show de variedades com apresentações circenses do palhaço Piruá, da Tropa Trupe, e contação de histórias com o ator João Vitor e o Príncipe Medroso. Um encontro cheio de bom humor, encantamento e diversão para toda família. Os ingressos estão à venda pelo Sympla AQUI, pelo WhatsApp 84 987040265 ou na bilheteria da Casa da Ribeira.
O projeto também abriu uma campanha de arrecadação online para possibilitar a participação de crianças assistidas por projetos sociais e que moram e estudam nos bairros do entorno da Casa, como Santos Reis, Rocas e Comunidade Passo da Pátria.
“Nós tentamos patrocínio com diversas empresas para realizar essa ação e infelizmente recebemos uma negativa de todos. Então buscamos nosso público, que respondeu de imediato participando da campanha e até o momento mais de 140 crianças serão beneficiadas”, destaca Henrique Fontes, diretor da Casa da Ribeira. A campanha ainda está aberta neste endereço AQUI. As doações também podem ser feitas pelo whatsapp da Casa.
Os projetos beneficiados são: Inarteurbana sob coordenação da artista Sayonara Pinheiro da comunidade do Passo da Pátria em Natal/RN; Escolinha de Futebol “O 10 da Bola é o 10 da Escola” sob a coordenação do Professor Neto Ramos no bairro das Rocas em Natal/RN e a Escola Estadual Padre Monte no bairro das Rocas em Natal/RN.
Casa da Ribeira
Data: Domingo 27/10
Horário: 16h
Ingressos: www.sympla.com.br/casadaribeira ou WhatsApp 84 987040265
Link da campanha: www.abacashi.com/p/domingofeliz
Pelo segundo ano consecutivo Caicó recebe o Dia Internacional da Animação. O evento é uma Mostra de curtas-metragens de desenhos animados nacionais e internacionais.
As exibições acontecem em cidades de todo o Brasil, simultaneamente, no dia 28 de outubro, próxima segunda-feira, com entrada franca. Em Caicó, o evento será realizado no Centro Cultural Adjuto Dias, a partir das 19h.
O evento é realizado nacionalmente pela Associação Brasileira de Cinema de Animação, desde 2004. Em 2019 será a 16ª edição contando com a parceria de realizadores locais, em mais de 150 cidades de todas as regiões do país. Em Caicó, o evento é uma realização da Referência Comunicação com apoio da Fundação José Augusto.
A data foi escolhida porque no dia 28 de outubro de 1892, Charles-Émile Reynaud realizou a primeira projeção pública de imagens animadas do mundo, exibindo o filme Pauvre Pierrot, no Museu Grévin, em Paris-França.
Inspirada nesse fato, em 2002 a Associação Internacional do Filme de Animação lançou a comemoração do Dia Internacional da Animação, contando com diferentes grupos internacionais filiados em mais de 30 países. Países como EUA, França, Portugal, Coreia do Sul, Egito, Austrália, Japão, entre outros, também celebram a data.
No Brasil, o evento gera a integração cultural em todas as regiões do país, mobilizando diversas comunidades e facilitando a inclusão e o acesso da população à cultura. Uma das grandes características do Dia Internacional da Animação é a exibição dos filmes em locais com realidades diversas. Os mesmos curtas são exibidos em grandes centros, e também em muitas cidades do interior onde não há salas de cinema.
Nesses 16 anos o DIA já teve a honra de exibir curtas de realizadores independentes, estudantes e obras premiadas no Brasil e no exterior, como Guida (Rosana Urbes), Viagem na chuva (Wesley Rodrigues), Dossiê RêBordosa (Cesar Cabral), O projeto do meu pai (Rosaria), Torre (Nádia Mangolini), entre outros.
Ampliar o acesso e fomentar o conhecimento do público em relação ao universo do cinema de animação produzida no Brasil é a missão do DIA. Enfim, mudar a ideia de que animação é algo restrito às crianças. Entretanto, vale reforçar que sempre haverá programação infantil que é também uma maneira de formar público adulto no futuro.
Classificação Indicativa:
Mostra Infantil: livre.
Mostra Nacional e Mostra Internacional: Não recomendado para menores de 14 anos.
O flipAut! – festival literário alternativo de Pipa – comemora em 2019 dez anos de existência e resistência. Quem não o conhece ainda, pode acessar o blog histórico do festival, que documenta todas as atividades realizadas em suas nove edições, até agora.
O flipAut! é uma produção cultural colaborativa, sem fins lucrativos, que conta com a participação voluntária de membros da comunidade de Pipa e de todos os convidados ao evento: escritores, poetas, editores, jornalistas, palestrantes, oficineiros, artistas, musicistas etc.
A décima edição do flipAut! acontecerá de 5 a 8 de dezembro de 2019. A programação completa será divulgada em meados de novembro. Haverá, como de costume, lançamento de livros, bate-papos sobre temas variados, saraus, oficinas para crianças e adultos, circuito cultural, exposições de arte, fotografia, apresentações culturais, performances artísticas etc.
A Feira de Livros Novos e Usados, cada ano mais ampla e diversificada, ficará aberta ao público todos os dias das 17h30 às 23h na Praça do Pescador.
O flipAut! conta com o fundamental apoio da Prefeitura Municipal de Tibau do Sul, que disponibiliza a infraestrutura necessária (tendas, mesas, cadeiras) e do setor hoteleiro, que oferece hospedagem de cortesia para todos os convidados.
Contudo seja um evento sem fins lucrativos, o flipAut! tem uns custos vivos (bastante conteúdos por um evento deste porte), que conseguimos cobrir este ano graças ao patrocínio do Movimento Preserve Pipa, que como o antigo grego Mecenas, apoia os artistas e os eventos culturais locais.
O orçamento básico dos custos vivos do festival é de apenas R$ 2 mil este ano, mas estamos realizando esta campanha de arrecadação de fundos onLine para obter também o apoio necessário à realização de duas novas ações, que podem vir a enriquecer as atividades do festival literário:
– Construção de 06 pontos de lançamento de livro, independentes e iluminados, que serão disponibilizados para os autores e editores interessados. Recebemos este ano o triplo das propostas de lançamento de livros, que geralmente foram enviadas nos últimos anos; assim, pensamos de construir esses pequenos estandes, reaproveitando a estrutura de ferro de umas banquinhas que já fazem parte do patrimônio do flipAut! e que precisam ser valorizadas.
Pretendemos contratar um profissional que crie o modelo do mini estande, segundo nossas exigências, compre o material necessário e execute a construção das seis unidades. Calculamos para cada estande: R$ 150 para o material necessário (compensado, tecido, tinta, material elétrico etc) e R$ 150. para o profissional. O total deste item é de R$ 1.800.
– Publicação de um livro comemorativo, intitulado “Dez anos de flipAut!”, que conterá a história do festival ao longo dos anos, com vasto material fotográfico e textos de literatos e outras figuras notáveis que participaram do evento, em alguma de suas edições. O livro será lançado em 2020, em ocasião da 11ª edição do festival.
Caso conseguiremos arrecadar todo o dinheiro necessário, o livro será impresso numa primeira tiragem de 300 cópias, a maioria das quais serão distribuídas gratuitamente entre os apoiadores do festival (pousadas, hotéis e hostels que garantem a hospedagem de cortesia para os convidados, restaurantes, Mecenas da Pipa etc.), e nas bibliotecas das escolas do município de Tibau do Sul e do IFRN Canguaretama.
Como a nossa é uma proposta FLEX, em caso recebermos só uma parte do dinheiro necessário para as duas ações, os estandes terão a prioridade e o que sobrar será guardado para o livro. Para a diagramação e impressão de 300 cópias do livro, calculamos um custo final de 3.000 R$.
Facebook: https://www.facebook.com/FlipAut/
Instagram: https://www.instagram.com/flipaut2019/
Custos vivos básicos da 10ª edição do flipAut!
– Vigia noturno (04 diárias) – R$. 400,00
– Vigia diurno (03 diárias) – R$. 300,00
– Material elétrico – R$. 200,00
– Eletricista – R$. 100,00
– Banner novo (para portal da praça) – R$. 350,00
– Impressões e xerox – R$. 50,00
– Impressão cartazes Circuito Cultural – R$. 100,00
– Material de papelaria para FLIPAUT JOVEM – R$. 150,00
– Material para enfeitar o palco e a feira de livros – R$. 300,00
– Água mineral, copos etc. – R$. 50,00
Subtotal – R$. 2.000,00
06 Mini Estandes de Lançamento de livro
– Material necessário (compensado, tecido, tinta, partes elétricas etc. para a construção de seis unidade) – R$. 900,00
– Mão de obra – R$. 900,00
Subtotal – R$. 1.800,00
Publicação do livro comemorativo “Dez anos de flipAut!”
– Diagramação e impressão da primeira tiragem do livro, 300 exemplares
Subtotal – R$. 3.000,00
– Impressão de 50 exemplares do exclusivo adesivo “flipAut! 10 Anos” e envio pelo correio – RS. 150,00
– Envio pelo correio de até 10 livros lançados durante o festival e sorteados entre os apoiadores – R$. 100,00
Subtotal – R$. 250,00
Nossa meta nesta campanha onLine – R$. 5.000,00
Taxa do Catarse – R$. 650,00
Total da meta desta campanha – R$. 5.650,00
Na última quinta e sexta-feira de cada mês, o estacionamento da Escola de Música da UFRN (EMUFRN) vai virar um espaço aberto para apresentação de música brasileira e jazz. Portanto, hoje (quinta, dia 24) e amanhã (sexta, dia 25) acontecerão mais duas apresentações do projeto, a partir das 17h. As atrações são o Jazz Pandemia (hoje) e Banda Braille (amanhã). Acesso livre para assistir e também aberto aos instrumentistas que queiram participar do som.
O Caninga Jams é um projeto que visa integrar os alunos da disciplina de Sonorização com alunos do curso técnico, graduação e pós-graduação da Escola de Música da UFRN e músicos profissionais e amadores da comunidade local de Natal. Com este projeto, os alunos de Processos Fonográficos terão a oportunidade de realizar trabalhos de sonorização incluindo montagem, microfonação, direção e mixagem de PA e monitor ao ar livre, interagindo com bandas formadas por alunos e músicos locais.
“É uma oportunidade de prática de conjunto ao ar livre entre alunos da Escola de Música e os músicos externos, com improvisações e troca de experiências, além da apresentação e interação com o público, para que todos estejam mais próximos às atividades da universidade, apreciando o trabalho desenvolvido com os alunos do curso de música e processos fonográficos e de músicos da comunidade que participarão das jams”, comenta o professor Anderson Pessoa, promotor do projeto.
As próximas edições do Caninga Jams serão:
24 de outubro às 17h – Jazz Pandemia e Jam Session
25 de outubro às 17h – Banda Braille e Jam Session
28 de novembro às 17h – Grupos da Prática de conjunto da EMUFRN
29 de novembro às 17h – Grupos da Prática de conjunto da EMUFRN
Natal irá sediar a 3ª edição do Encontro Nacional Mulherio das Letras. O evento tem o apoio do Governo do RN e irá reunir mulheres de todo o país entre escritoras, produtoras culturais, pesquisadoras em literatura e nas áreas de defesa da mulher e sua diversidade. O evento acontecerá na Cidade da Criança entre os dias 1 e 3 de novembro. O credenciamento para participar do evento é feito na hora.
Durante os três dias do evento haverá mostras e exposições paralelas. São elas: ‘Mostra da vida e obra de Nísia Floresta’; ‘Toque de Poesia’, da produtora cultural Carla Alves; exposição fotográfica de mulheres que tiveram câncer de mama, organizada pelo Grupo Viva; ‘Imagística’, uma encadernação artesanal produzida por Dani Rabelo. Além de feirinhas de artesanato e exposições de livros.
Encontro Nacional Mulherio das Letras – Programação
8h: CREDENCIAMENTO
8h30 às 9h30: SESSÃO SOLENE DE ABERTURA – 9h30 às 10h00
MESA DE AUTORIDADES – PARCERIAS E APOIADORES:
GOVERNO DO ESTADO DO RN – Governadora Fátima Bezerra
Secretário de Educação: Getúlio Marques Ferreira
Secretária- adjunta: Márcia Gurgel Ribeiro.
Diretor Geral da Fundação José Augusto: Joaquim Crispiniano Neto
Sebrae – João Hélio Cavalcanti
Secretária de Turismo – Ana Maria da Costa
Secretaria de Mulheres, Cidadania e Direitos Humanos – Arméli Brennand
ABIH: Gabriela Duarte
Mandato Municipal: Vereadora Divaneide Basílio
Mandato Federal: Natália Bonavides
Mandato Municipal de Parnamirim: Ana Michele
MEDIADORA: COORDENADORA- GERAL DO ENCONTRO: Rejane de Souza
9h30: APRESENTAÇÃO CULTURAL: Vídeo documentário sobre Nísia Floresta baseado no roteiro de um filme. João Maria Gonçalves
LOCAL: Biblioteca da Cidade da Criança
10h às 10h30: Trilhas e veredas do Mulherio das Letras: avanços e desafios – Escritora Maria Valéria Rezende
10h30 às 11h30: MESA DE DIÁLOGOS: TEMA: NÍSIA FLORESTA: Uma mulher de múltiplas faces de resistência
PALESTRANTES: Constância Lima Duarte – Regina Simon (UFRN) – Rute Pinheiro – Laura Sanchez – Diva Cunha. MEDIADORA – Rizolete Fernandes
11h30: CONVERSAS SOBRE ZILA: Maria José Mamede Galvão – Marise Adriana Mamede Galvão
11h30 às 12h: ALMOÇO LIVRE – Haverá serviço de almoço no próprio local para os participantes a preço mais acessível.
14h: APRESENTAÇÃO CULTURAL:
PERFOMANCE POÉTICA: Cacau Nascimento
14h30: EXPOSIÇÃO DE ARTE “Mulherio das Letras”: Maria Valéria Rezende – Suzana Ventura – Conceição Evaristo – Nísia Floresta. Artista e Escritora Lionízia Goyá – Estado de Goiás.
ESPAÇO LIVRE: Intervenções dos Coletivos do Mulherio Nacional
15h às 17h: PROGRAMAÇÃO PARALELA – ESPAÇO PARA CRIANÇAS
A LITERATURA INFANTIL EM FOCO: rodas de conversas entre escritoras e performances dos livros de literatura infantojuvenil. (MEDIAÇÃO: Patrícia Vasconcellos/PE, Kátia Gilabarte/PE, Salizete Freire/RN, Eliete Marry, Eva Potiguar e outras contadoras de histórias).
RODA DE CONVERSA com contadoras de histórias sob a coordenação da Profª. da UnB Ângela Café. (MEDIADORA: Lucila do Carmo Garcez – DF e demais de outros Estados do Brasil).
Participação do Projeto RIO DE LEITURA – Organização: Angélica Vitalino e Gilvania Machado
LOCAL: Biblioteca da Cidade da Criança
Recitais e Cirandas e intervenções poéticas dos Coletivos.
NOITE LIVRE
8h às 9h: APRESENTAÇÃO CULTURAL
Apresentação do Mulherio das Letras do Ceará – Mediação Patrícia Cacau
LOCAL: Biblioteca da Cidade da Criança
9h às 10h: MESA DE DIÁLOGOS: “PRECISAMOS FALAR SOBRE FEMINICÍDIO” no contexto da obra Garotas Mortas, de Selva Almada.
PALESTRANTES: Promotoras de Justiça Dra: Danielle Fernandes e Dra: Emília Zumba – Drª Luciana Assunção – Drª Mariana de Sigueira – Prof. Esp. Megg Thurner
Mediadora: MSc Nouraide Fernandes Rocha de Queiroz – Coordenadora do Projeto Literatura e Direito.
10h às 12h: RODAS DE DIÁLOGOS SIMULTÂNEOS COM TEMÁTICAS PRÓPRIAS.
LOCAL: TENDAS TEMÀTICAS
“Literatura, negritudes e intelectualidade: saberes transgressores” – MEDIADORA: Kapitu Nascimento/ RJ.
“Poesia Marginal e Slams e o Protagonismo das Minorias” – MEDIADORA: Jeovânia Pinheiro.
“Os Coletivos de Mulheres e suas formas de resistir” – MEDIADORAS: Flauzineide Moura (Presidente da ALAMP) e Maíra Dal’maz (Leia Mulheres/Natal).
“As resistentes mulheres indígenas”. MEDIADORA – Tânia Lima (UFRN)
12h: ALMOÇO LIVRE
13h30 às 14h30: APRESENTAÇÃO CULTURAL
PEÇA TEATRAL: Ventre de Ostra – Atriz Luana Vencerlau – Empoderamento –
Visibilidade da Mulher no cenário da Dramaturgia – Produção e Autoria: Junior Dalberto. Mediação: Carla Alves
14h40 às 15h30 – LANÇAMENTOS DE LIVROS E COLETÂNEAS
Livros:
– 3ª Coletânea de Poesias e Prosas: Sou Mulher, Logo Existo!
Amor, Liberdade, Luta e Resistência – Organizadora: Vanessa Ratton – SP – III Encontro Nacional do Mulherio das Letras no RN. SELO: Mulherio das Letras.
– Emancipação Politica da Mulher Potiguar de Maria Bezerra – Selo: Amigos da Pinacoteca. COLETÂNEA POETRIX – Editora Aila Mag – CE
– NOVELA: Cercas de Pedra – Escritora Jeanne Araújo/ RN
– O LIVRO DAS MARIAS– Organizadora: escritora Jeovania Pinheiro – PB
– BIOGRAFIA MARIA QUEIROZ BAÍA – exemplo de superação e de luta contra o preconceito. Escritora: Lúcia Eneida – Editora Offset
– “A mulher e o livro”- Escritora e Editora Ester Alcântara (BA) – Editora Carpe Librum
– Livro de Contos – “Tempo de liberdade” –Escritora Maria Delboni – UFMG
14h às 15h: APRESENTAÇÃO CULTURAL
Cirandas – Mediação Dorinha Timóteo
15h às 17h: OFICINAS – PARALELAS
LOCAL: Salas fechadas – Cidade da Criança
– Oficina Criativa – Civone Medeiros -RN
– Poesia, Minimalismo e Poetrix– Escritora Aila Mag – CE
– Todo mundo faz Teatro em sete minutos! – Escritora e editora Vanessa Ratton – SP
– Fanzine Caleidoscópica – Escritora Gilvânia Machado -RN
– Oficina: Festa da Palavra – organização: Patrícia Vasconcelos e Gabriela Vasconcelos – Recife – PE
16h às 17h: LANÇAMENTO DA FOLHA POÉTICA DO MULHERIO – Curadoria Carla Alves
8h às 9h: Curta-metragem: ‘INDECIFRÁVEIS’ – Produção audiovisual de Nathalie Alves
10h às 11h: APRESENTAÇÃO CULTURAL
Espaço das cordelistas – MEDIADORA: Rosa Régis – Saraus
LOCAL: Biblioteca da Cidade da Criança.
11h às 12h: LANÇAMENTOS DE LIVROS E COLETÂNEAS
LOCAL: AUDITÓRIO I
– COLEÇÃO MULHERIO – Trata-se de 17 livros de bolso individuais, sem temática específica. Karine Silva Oliveira (Karine Bassi) – Belo Horizonte/MG – Organizadora.
– LIÇÕES DE MARIA: O livro faz referência às mulheres e ao seu acordar interior, ao seu despertar. Escritora Maria de Fátima de Araújo Telles – Fortaleza – CE
– DO CASULO À BORBOLETA– “A Poesia da Resiliência e da Autoformação Humana; Do Casulo à Borboleta” – Escritora e poeta Eva Potiguar. Selo Literarte.
– ENSAIOS SOBRE A OBRA DE MARIA TERESA HORTA: o sentido primeiro das coisas – Organização: Conceição Flores – Selo: Escribas
– SARAU DAS MINAS – Gessyka – POETAS E CORDELISTAS
11h30 às 12h30: RODAS DE DIÁLOGOS –
LOCAL: TENDAS TEMÀTICAS
– “Poesia, Menopausa e Sororidade: o desafio da maturidade” – MEDIADORA: Maria Teresa Moreira
– “A cultura do vídeo e novas formas de divulgação da escrita de mulheres” – MEDIADORA: Valesca Asfora (Moenda Arte e Cultura/PB)
– “A literatura potiguar feminina: vozes de resistência” – MEDIADORA – Eliete Marry/RN.
– “Mercado editorial/cultural e cadeia produtiva independente da produção literária feminina: avanços e desafios” – MEDIADORA: Anna Karine (Selo Editorial Aliás/CE).
12h30 às 14h – ALMOÇO
14h30 às 15h40: Avaliação do encontro e indicativo da plenária sobre o IV Encontro Nacional do Mulherio das Letras.
16h00: APRESENTAÇÃO CULTURAL
Cantoras Maira Soares e Rosa de Pedra:
LOCAL: Concha Acústica
REJANE DE SOUZA – Coordenadora do Mulherio Nísia Floresta/RN e coordenadora geral do III Encontro Nacional do Mulherio das Letras/RN – Membro da ALAMP e do Conselho Municipal do Livro e Leitura de Natal.
ANA MOURA – Membro da ALAMP
CANDICE AZEVEDO – IFRN – Unidade de São Gonçalo do Amarante/RN.
LÚCIA ENEIDA – Membro da ALAMP
JUCILEIDE SANTANA – SEEC/RN – Mulherio das Letras
GILVANIA MACHADO – Poetrix – Mulherio das Letras
ELIETE MARRY – ALAMP – Mulherio das Letras
MAÍRA DAL’MAZ – Leia Mulheres Natal
NOURAIDE FERNANDES QUEIRÓS – Assessora Técnica de Editoração do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte (MPRN). Membro efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN)
CARLA ALVES – Quinta das Artes – Mulherio das Letras RN
NEIRIANE RODRIGUES – Prefeitura de Natal – Membro da ALAMP
CLAUDETE ROSENO – Diretora de Mulher da Petrobras – Mulherio das Letras
LÚCIA MARTINS – Secretária Municipal de Educação de São José de Mipibu- ALAMP
Em dezembro de 1999, há quase 20 anos, fui atordoado pela notícia da morte do poeta potiguar Black Out. Eu trabalhava na redação do extinto Diário de Natal e fui incumbido de registrar o fato. Resolvi escrever muito mais do que um mero obituário, ferido pelo drama de um artista massacrado pelo sistema e pelo preconceito do nosso mundo. Guardo esse escrito como algo que me veio da alma e que me serve como guia para entender a humanidade e rebuscar o meu humanismo.
Foto: Ivanizio Ramos
Eu sou um sonho
ou talvez um pensamento
jovem que gosta da vida
Eu vim pregar a prece
atual em poesia…
sem rimas e sem fantasias
Deixe-me dividir
para todos os dias
Sou um sonhador da paz
da fome
e da alegria.
E vocês são os sonhos
Um canto (meu reino)
um prazer que jamais será imitável…
(Black Out)
Morreu Edgar Borges, o Black Out, o poeta preto, pobre e considerado louco pela sociedade. Vivia andando pelas ruas do centro da cidade alta, carregando seus papéis e fumando seu cigarro Belmont, vestido em suas roupas exóticas. Tinha todos os atributos de um artista maldito e discriminado.
Até o fechamento desta edição do Diário de Natal, o corpo de Black Out continuava no necrotério do Hospital Walfredo Gurgel. Sem parentes próximos, corria o risco de ser sepultado como um indigente.
Morou quase toda sua vida em Mãe Luiza, bairro que amava e onde era conhecido por quase todos os populares. Desce cedo começou a escrever sua poesia de cunho social e político. É dele o texto de ‘Canto à Paz’, um dos mais contundentes escritos contra as ações bélicas do ser humano.
Publicou em 1981, se único livro, ‘Duas Cabeças’, editado pela Cooperativa dos Jornalistas de Natal – Coorjonat, contendo inúmeros fragmentos poéticos escritos naquele período.
O jornalista Franklin Jorge, em seu livro ‘Spleen de Natal’, lançado em outubro de 1996, dedica um capítulo inteiro ao poeta negro, relatando inclusive as perseguições e torturas que Black sofria da polícia. No livro, o próprio poeta narra um episódio:
“Hoje mesmo me aconteceu uma coisa chata: quando eu ia atravessar a Avenida Rio Branco, na esquina da João Pessoa, um PM, do outro lado da calçada, me chamou. Fui e ele me perguntou meu nome e se eu era daqui mesmo de Natal. Estava grilado com a minha produção. Achou minha roupa estranha e pediu meus documentos. Me revistou alí no meio da rua como se eu fosse um criminoso.”
Essa não foi a primeira humilhação sofrida por Black Out. Foi perseguido nas ruas como um animal perigoso e incômodo. Porém, nunca matou nem roubou. Mas era pobre e tinha a ousadia de vestir-se de acordo com os caprichos de sua imaginação. “É o meu traje a rigor que incomoda eles”, costumava dizer o poeta.
Black Out podia ser visto trajando um blazer ou uma roupa lilás, ou um paletó e calças cor de goiaba, camisa azul celeste, pulseiras prateadas em alto relevo que realmente chamavam bastante a atenção. Mas o poeta nunca se importou muito com os comentários pejorativos sobre o seu modo de se vestir. Além dos modos exóticos, Black era conhecido pelos galanteios às garotas que frequentavam a noite, sempre ofertando seus versos e seu sorriso.
“Se eu descesse o morro de sandálias, vestido como todo mundo, as pessoas iriam logo pensar que eu sou um marginal… Se eu desço vestido assim, bem produzido, elas ficam pensando pelo menos que eu sou um marginal diferente, sacou o lance?”
Black Out foi preso inúmeras vezes, em algumas foi acusado de portar drogas, outras por mera implicância policial com a excentricidade de suas roupas. Em muitas das vezes apanhou e foi obrigado a fazer coisas impublicáveis. “Esses massacres me levaram à loucura. Eles me davam coronhadas na cabeça, rindo. O sistema não queria me ver feliz”, dizia Edgar.
Tais experiências agravaram seus problemas psiquiátricos. A partir de 1981 começou a ser internado no Hospital Colônia, graças a ajuda do padre Sabino Gentille. Ficou internado quase um ano.
Filho de Severino Borges e Maria Felícia, pais separados, Black Out nasceu em Mãe Luíza. Ainda menino, vendia cocadas nas ruas da cidade e dormia nas praças.
O poeta percorreu desde então muitas residências, fazendo pequenos trabalhos para sobreviver e comprar suas vestimentas. Ao lado do saxofonista Paulo Johnson, participou do Festival de Música do SESC em 1979. Dois anos depois, incentivado pelo poeta Jarbas Martins, Inscreve-se no Laboratório de Criatividade da UFRN, criado pela professora Socorro Trindade.
A partir daí passou a conviver com a poesia de João Gualberto, Chico Traíra, Milton Siqueira, Osório Almeida, Volonté, João da Rua, Chico Ivan, Adriano de Sousa, Jóis Alberto, entre outros.
Dialético, Black questionava todos os paradoxos de um sistema desumano. Íntimo dos mistérios profanos da cidade, o poeta tinha como terapia andar. “Tem gente que fica arretada e pergunta como eu consigo estar em vários lugares ao mesmo tempo”, dizia.
Edgar Borges produzia e vendia seus poemas intuitivos cheios de delírios nonsense. Pintava quadros expressionistas sobre papelão. Também pintava letreiros comerciais para sobreviver. E foi pintando a parede de uma casa que morreu, em uma triste ironia com seu apelido.
Agora pergunto eu, que cheguei a conhece-lo um pouco:
“Quem vai chorar pelo poeta preto, pobre e tido como louco?”
A fase escolar é uma das mais marcantes da vida. Neste período, além de compartilhar conhecimento, também se criam elos de amizade e amor que duram para sempre. No Colégio das Neves, os ex-alunos se intitulam como #SempreNeves. E no próximo dia 23 de novembro, será realizada a festa #SempreNeves 2019, que irá promover o reencontro de alunos e funcionários de várias gerações.
A programação começa às 15h e reunirá atrações como a forrozeira Eliane, Circuito Musical e José Orlando. O evento será realizado no ginásio Madre Alberta Garimberti (Caveirão). Os ingressos estão disponíveis para venda online AQUI e na Secretaria da escola no valor de R$ 60 (nas compras online é adicionado o valor de R$ 6 da taxa do site).
Para os alunos ou funcionários que queiram fazer reserva de mesas, basta entrar em contato pelo whatsapp no número (84) 99984.4919 ou realizar a solicitação na Secretaria do Neves.
#SempreNeves A Festa!
Data: 23 de novembro de 2019 – sábado
Horário: 15h
Atrações: Eliane, Circuito Musical e José Orlando
Ingressos: www.outgo.com.br ou na Secretaria do Neves
O mais difícil quando o caminho da imparcialidade é escolhido e traçado por tanto tempo é se deparar com algo que é genuinamente bom por um lado e dolorosamente ruim por outro. Como pesar um contraste tão divisor? Se um filme é tão consciente do que é, com indícios de que sabe de sua completa falta de profundidade, qual seria o melhor caminho?
Cuidado! Daqui em diante a crítica pode conter spoilers!
A verdade é que a história de Projeto Gemini, que levou mais de 20 anos para encontrar a melhor forma de ser trabalhada para o cinema, parece entregue a um tom que apela para uma cafonice típica dos clichês de ação mais rasos e com um prólogo tão extenso e vazio que se salva somente pelo magnetismo do protagonista e pela utilização da tecnologia promovida por Ang Lee (de As Aventuras de Pi, 2012). Como se não bastasse, essa mesma introdução – que dura por quase toda a primeira hora de filme – ganha contornos ainda mais bregas, como a lamentação de Henry Brogan (Smith) ao dizer que não consegue se olhar no espelho e a interação mezzo romântica entre ele e Danny (a sempre carismática Mary Elizabeth Winstead).
“O casal mezzo romântico.” (Imagem: Paramount Pictures)
Obviamente, essa questão de se ver passa a ser central no filme a partir do aparecimento de Junior (o Smith mais novo), mas nada se aprofunda nesse sentido. O roteiro de David Benioff (de X-Men Origens: Wolverine), Billy Ray (de Operação Overlord) e Darren Lemke (de Goosebumps: Monstros e Arrepios), inclusive, pode dar a impressão de se acreditar denso demais com suas incursões melodramáticas que forçam uma carga emotiva praticamente inexistente. Parece que nada fecha: as situações, os diálogos e as reviravoltas tão previsíveis. O discurso paternal de Clay Verris (Clive Owen), por exemplo, assim como toda a situação que o envolve, pode ser capaz de causar vergonha alheia até no espectador mais resistente – tanto que sua morte rápida em nada é sentida.
Em contrapartida, Projeto Gemini dá a entender que existe mais para o propósito da inovação visual do que para uma imersão de melhor qualidade narrativa. Nesse ponto, a competência de Lee como diretor é fundamental, dada a influência da tecnologia na dita imersão. Isso porque existe uma busca incessante por fluidez, seja ela durante uma mudança comum de planos e ou de ângulos ou na dissolução da própria linguagem do cinema. Neste último caso, podem ficar muito claras – muito mais para gamers – que a base das incursões na ação e, especialmente, nas aparições em primeira pessoa são os jogos que buscam a realidade como aliada.
Nesse aspecto, a primeira aparição de Junior pode ser tão intensa quanto estranha. Enquanto a tecnologia inovadora consegue conceber um Will Smith muito mais novo e com aparência real, a ação, ao procurar justamente a realidade, esbarra numa estética de game. E há uma explicação: mesmo que Lee tenha realizado o filme em 120 frames por segundo e em 4K – ou seja: para o olho humano captar 120 quadros estáticos por segundo e ter a ilusão de movimento mais ágil –, o cinema tem convencionado como padrão os 24 frames por segundo ––; já em um game, o padrão tem sido o de 60 fps, que é a taxa exata em que Projeto Gemini consegue ter exibição em algumas salas de cinema no Brasil.
Há, de fato, cenas tão bem realizadas que são quase sufocantes de tão intensas. Uma delas se dá na finalização da dita apresentação de Junior, com uma perseguição de motos que flui entre a tentativa de realidade e uma caracterização mais digital – e não por isso menos empolgante. A utilização da moto como prolongamento do próprio corpo durante uma luta é das peripécias mais interessantes do filme e pode ser até utilizada como paralelo metalinguístico: a máquina à frente do homem.
“A máquina à frente do homem.” (Imagem: Paramount Pictures)
Aliás, por mais que Projeto Gemini seja, óbvio, o trabalho de uma equipe humana, falta tanta alma a tudo que é visto que os feitos mais bonitos da tecnologia utilizada por Lee podem passar despercebidos. A direção de fotografia de Dion Beeb (de O Retorno de Mary Poppins), que é um dos profissionais do cinema mais engajados na estética digital, é de uma precisão assustadora ao aproximar o que é visto da forma de o olho humano enxergar no dia a dia. Ao reproduzir as imagens com uma profundidade de campo muito mais verídica, Beeb faz com que a atenção do espectador – mesmo direcionada a alguém ou a algo – consiga perceber detalhes no entorno. Junto a isso, a gama de cores parece mais ampla e a iluminação que experimenta o alto alcance dinâmico (o famigerado HDR) com muita competência faz tudo ficar mais texturizado e, por isso, real.
O problema, afinal, é que não há tecnologia que supere uma boa história – não por enquanto. A incursão desenfreada do cinema na busca por imersão e interatividade tem ido por caminhos onde os games já passaram ou já estão (vide Black Mirror: Bandersnatch). Ao mesmo tempo, a busca pela realidade nos games tem levado estes a uma estética bem cinematográfica. Não dá para saber ao certo se existirá um momento onde ambas as artes acabarão se tornando uma só para alguns nichos. De fato, a mistura entre cinema e jogos pode ser bem interessante, mas pode ser ainda bem perigoso fundamentar um no outro: porque o cinema – focando no que me diz respeito – ainda necessita de sua aparência de sonho.
“Não há tecnologia que supere uma boa história.” (Imagem: Paramount Pictures)
Projeto Gemini pode vir a ser um divisor de águas e, por isso, causar algum desconforto ao ser pensado no presente. Como Lee, responsável por filmes tão narrativamente intensos, embarcou nessa história? Talvez o futuro responda e, enfim, esse filme em questão possa ceder ao seu diretor um adjetivo tão mal usado ultimamente, mas que caberia bem a depender do tempo: visionário.
Texto originalmente publicado no Canaltech
O show “Menina do olhos” nasce da convivência de dois artistas: Eduardo Taufic e Patrícia Leal, no desenvolvimento do espetáculo “.Ponto Móvel”. E reconfigura-se como pesquisa de pós-doutoramento no encontro com o violonista Ezequias Lira.
“Menina dos Olhos” propõe um repertório em necessidades artísticas brasileiras contemporâneas, interfaceando regiões e compositores entre o aéreo e o solar de Natal; de Khrystal à dissonância da paulicéia em Itamar, revisitando clássicos como Guinga, Chico Buarque, Aldir Blanc, e também propondo composições próprias.
Das sensações mais abertas e circulares surgem canções mais próximas às cirandas, choros. Da intimidade dos anos de convivência e memória entre o piano, o violão e a voz, surge o movimento intenso mais interno em cocos e sambas, numa troca entre harmonia e melodia, entre voz e instrumento, cantos mais percussivos e rasgados.
Se em “.Ponto Móvel”, as melodias brotaram da degustação da pitomba, marca sensorial da metodologia de criação de Patrícia Leal, em “Menina dos olhos”, a partir de uma brincadeira em ensaio com a canção Tico tico no Fubá, um novo repertório foi brotando e o reconhecimento de um primeiro aroma relacionado a ele: as rosas.
Com essa primeira associação o fluxo entre vibração sonora e aromática se inicia em retroalimentação. A percepção do aroma traz qualidades de fluxo, intensidades, memórias… apresentando novos aromas como bergamota, benjoim, baunilha, hortelã… e novas canções junto ao perfume produzido para o espetáculo.
A voz acontece em melodia, mas traz também elementos percussivos e possibilidades rítmicas que marcam qualidades também harmônicas.
Dia 27/10, domingo, às 10h, no Juvino Barreto
Dia 30/10, quarta-feira, às 20h, no Mahalila
Dia 16/11, sábado, às 17h, no Auditório da Vila Feliz
Voz e concepção: Patrícia Leal
Violão e cavaquinho: Ezequias Lira
Percussão: Ramon Gabriel
Piano, teclados: Eli Cavalcante
Nesta sexta feira, 25 de outubro, a partir das 16h, o Governo do Estado, através da Fundação José Augusto em parceria com a Prefeitura de Parnamirim e a Fundação Parnamirim de Cultura, realizará a 3ª Prévia do Festival de Coco, Rap e Repente.
Desta vez será na cidade de Parnamirim, que irá sediar a Etapa da Região Metropolitana. O Evento acontecerá na Avenida Castor Vieira Régis (Largo da Cohabinal) em frente ao Teatro Municipal de Parnamirim.
Confira a Programação e faça a sua inscrição para participar das seletivas de Coco, Rap e Repente, através deste link AQUI.
16h Oficina de Percussão (Coco de Roda e Embolada)
16h Oficina de Dança (Coco de Roda, Embolada e Zambê)
18h Apresentação de Dança (Coco e suas e variações)
18h15 Seleção de Repente.
18h45 Seleção de Coco
19h15 Seleção de Rap
20h Apresentação de Rap com Pretta Soul.
20h40 Apresentação de Repente com Felipe Pereira e Helânio Moreira.
21h20 Apresentação do Grupo Coco Juremado RN As Flechas
22h Momento de Integração das linguagens Coco, Rap e Repente.
A Secretaria de Cultura de Natal informa aos proponentes e produtores culturais que o Cadastro Municipal de Entidades Culturais (CMEC) poderá ser realizado somente até esta quinta-feira (24), véspera do encerramento do prazo para entrada de projetos no Programa Djalma Maranhão. Na sexta-feira (25), último dia para recebimento de projetos culturais, não haverá realização do cadastro.
A obrigatoriedade da inscrição de agentes da área cultural no CMEC para o recebimento de auxílios financeiros começou em 2009. A iniciativa é resultado da recomendação do Ministério Público para certas cautelas ao conceder “auxílios e subvenções às diversas manifestações culturais”, como a exigência de certidão criminal negativa.
Mais informações também podem ser obtidas pelo telefone 3232-4959.
Quem se debruçar sobre a história da vida literária, no Rio Grande do Norte, vai deparar-se com alguns fatos inusitados. Por exemplo: um dos nossos maiores escritores – Polycarpo Feitosa (pseudônimo de Antônio José de Melo e Souza) não pertenceu à Academia Norte-rio-grandense de Letras, nem sequer como sócio honorário. Por quê… Nunca se soube o motivo de sua ausência numa instituição, que, pelo menos em tese, reúne a elite intelectual do Estado.
Ficcionista de primeira grandeza, além de poeta, ensaísta e memorialista, Polycarpo Feitosa é um nome que orgulha o nosso Estado. Tinha tudo para ser acadêmico, inclusive status social (às vezes é levado em conta). Disfarçado pelo pseudônimo, Antonio de Souza exerceu altos cargos: Governador do Rio Grande do Norte (dois mandatos), Deputado Estadual, Procurador Geral do Estado, Senador, etc.
Note-se que, apesar da sua fama de ermitão, não era avesso à vida literária, pois, entre outras atividades sócioculturais, fundou e dirigiu, ainda jovem, o Grêmio Polimático, entidade prestigiosa, e foi sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.
Quando a ANRL foi fundada, em 1936, Antonio de Souza havia deixado de exercer, no ano anterior, as funções de Secretário Geral do Estado (substituto eventual do Interventor Mário Câmara) e aposentara-se no cargo de Consultor Geral do Estado.
Noticiando a instalação da ANRL, disse o jornal do Commércio, do Rio de Janeiro:
“Realizou-se, ontem, em Natal, solenemente, a instalação da Academia Norte-rio-grandense de Letras, fundada sob a orientação da Federação das Academias de Letras do Brasil e auspícios do governador do Rio Grande do Norte.
A Academia compõe-se de 25 cadeiras, sob o patrocínio de nomes ilustres de riograndenses falecidos, e já ocupadas as primeiras vinte por individualidades representativas da intelectualidade do Estado.”
Após enumerar os patronos e acadêmicos destas cadeiras, o jornal adianta:
“Para as cinco restantes cadeiras os acadêmicos serão eleitos dentre os Srs. Adauto Câmara, Eloy de Souza, Januário Cicco, José Augusto, Nestor Lima, Rodolfo Garcia, Matias Maciel, Tobias Monteiro, Valdemar de Almeida e Tavares de Lyra.”
Cinco dos nomes citados, aliás, dos mais eminentes, não foram eleitos: Eloy de Souza, José Augusto, Rodolfo Garcia, Tobias Monteiro e Tavares de Lyra. Estes três últimos tornaram-se sócios honorários.
José Augusto veio a ser eleito, anos depois, quando se aumentou para 30 o número de cadeiras, em 1943. E Eloy de Souza elegeu-se em 1949, sucedendo a Antônio Pinto de Medeiros, que renunciou. Em nenhum momento foi cogitado o nome de Antonio de Souza.
Em 1957 ampliou-se, mais uma vez, o número de cadeiras da ANRL, fixando-se o mesmo em 40, de forma definitiva, conforme o modelo da Academia Francesa. Antonio de Souza falecera dois anos antes, mas ninguém lembrou-se de homenageá-lo como patrono de uma das cadeiras então criadas.
É provável que a exclusão do ilustre escritor, quando da fundação da Academia, tenha tido motivação política.
Como consta da notícia do Jornal do Commércio, acima citada, a novel entidade nasceu “sob os auspícios do governador do Estado”, que era, então, Rafael Fernandes. Este disputara a governança com Mário Câmara, em 1935, numa das campanhas mais conturbadas da história do Estado. Numerosas inimizades resultaram do sectarismo generalizado nessas lutas políticas. Ora, se Antonio de Souza tinha sido um homem da confiança de Mário Câmara…
Decorridos 64 anos de sua morte, Antonio de Souza está, injustamente, esquecido.
Fala-se muito e muito se escreve sobre ilustres governadores do Estado – Alberto Maranhão, José Augusto, Juvenal Lamartine, Aluízio Alves – mas nunca se diz que Antonio de Souza foi um dos melhores governantes que já tivemos, senão o melhor.
Honradez, tino administrativo, conhecimento da problemática socioeconômica do Estado, tudo depõe a seu favor. Mas, não é reconhecido.
No campo da literatura, as homenagens vão, quase sempre, para Câmara Cascudo, Auta de Souza, Jorge Fernandes, Zila Mamede e alguns outros, deixando de lado Polycarpo Feitosa. Dos seus cinco romances, apenas um – “Gizinha” – foi reeditado, e o seu único livro de contos permanece em primeira edição. Felizmente, o editor Cleudivan Janio, da CJA Edições, prometeu agora relançá-los.
Não sei de grande logradouro, tampouco de instituição que tenha o nome do eminente patrício. Estudo biográfico em profundidade – nenhum! Em 2016 tracei o seu perfil, em breves pinceladas, editado num volume, tipo pocket book, pela 8 Editora, na prestigiosa Coleção Presença.
Ampliando agora esse trabalho juntei valiosos subsídios, muitos destes coletados com a ajuda do escritor Thiago Gonzaga, e escrevi o livro “Antonio de Souza. (Polycarpo Feitosa) – Uma Biografia”. O lançamento está previsto para o mês de março do próximo ano.
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