Entre 4 e 14 de junho o Passo da Pátria volta a ser o terreno para intervenção de artistas locais e nacionais, através da residência de lançamento da quinta edição INarteurbana. Um total de 20 artistas do Brasil e do exterior realizarão intervenções visuais e compartilharão vivências durante duas semanas com os moradores da comunidade, através da residência do projeto.
Os artistas visuais participantes são: Amanda Pietra [PE], Cris Rodrigues [SP], Guinr [RS], Karen Dolores [SP], Lucho [EQU], Moka [AP], Nata Família [RJ], Pomb [DF], Rocha [MA], Toliga [RN], Wes Gama [GO]. Borges [RN], Bruno Otávio [RN], Clara Felix [RN], Erre [RN], Gil Leal [RN], Gurulino [DF], Hey Rena [RN] e Hirlan [CE, convidado pelo Festival Concreto].
Nesta edição do INarturbana, o projeto apresenta a comissão julgadora formada pelos artistas Difuz (Marseille – França), Alex Parrish (Atlanta – Estados Unidos), Arthur Doomer (Teresina – PI), Lelo (Rio de Janeiro – RJ), além da equipe INarteurbana em Natal e Paris.
Os artistas ficarão reunidos em Natal por cerca de 15 dias, pintando murais e realizando atividades com jovens do bairro Passo da Pátria, através de intervenções culturais e oficinas. As pinturas produzidas se juntarão aos trabalhos realizados em edições anteriores por outros artistas que participaram do projeto, ampliando a visão de um museu a céu aberto com a quantidade e variedade artística.
No mesmo período desenvolverão um trabalho de atelier na Casa Vermelha, realizadora do projeto. Os quadros e instalações produzidos nessa ação serão expostos na Galeria Newton Navarro, Capitania das Artes, através de uma mostra que será aberta no dia 13 de junho a partir das 17h. Na abertura haverá apresentações de Break Dance, Hip Hop e DJ. A coletiva ficará aberta ao Público até 14 de julho com entrada franca.
Além da residência no Passo da Pátria e da mostra na Capitania, estão programadas as mesas redondas “Mulheres no Universo da Arte Urbana” no Museu Café Filho no dia 6 de junho às 18h; e “Ocupação de Espaço Público com projetos sócio-culturais” na UFRN no dia 20 de junho a partir das 18h.
Idealizado pelas produtoras Agathae Montecinos, Sayonara Pinheiro e Nizia Montecinos, o INarteurbana é um projeto sociocultural e transdisciplinar de ativação de espaços públicos através de ações artísticas. Através de ações regulares desde 2016, a ação tornou-se um ponto de encontro da cena da arte urbana nacional e internacional, principalmente através de residências artísticas promovidas pontualmente e que contribuem para a vida cultural da cidade e fortificam a relação entre públicos, artistas, agentes e instituições.
Com base no Ponto de Cultura Casa Vermelha, a INarteurbana se instalou no Passo da Pátria, um bairro periférico natalense marcado pelo desenvolvimento de dispositivos de animação e ações artísticas envolvendo artes visuais, artes cênicas, urbanismo tático e bem-estar.
O projeto é uma realização da associação franco-brasileira Pixo, e do ponto de cultura e residência artística Casa Vermelha, patrocinado pela Fundação Air France, com o apoio do Consulado Geral da França em Recife, Instituto Francês no Brasil, Festival de Arte Urbana Concreto, Prefeitura de Natal, Fundação Capitania das Artes, SEMURB-RN, SETHAS-RN, Escola Municipal Mareci Gomes, Sherwin Williams, Jamad Madeiras e Ferragens, Rádio comunitária e Grupo de idosos do Passo da Pátria.
Goiano nascido em Uruaçu (GO), é artista visual, muralista e ilustrador todidata. Se inseriu nas artes urbanas nos anos 2000 através do graffiti. Suas obras destacam os elementos das raízes do povo brasileiro, a natureza, o cotidiano, os saberes e o imaginário da cultura popular dos povos do Cerrado. Seu trabalho possui características peculiares, que tornam suas obras sempre reconhecidas através das cores e traços que refletem na identidade e conceito das obras.
Originário de Brasília, adotou Pomb como assinatura para seus graffitis. Foi com o spray que ele iniciou sua trajetória. Hoje seu trabalho é resultado da influência de técnicas de desenho e da expertise acadêmica com a prática da arte de rua. O graffiti foi e continua sendo um dos seus principais trabalhos.
Artista urbano Natalense com trabalhos nas ruas de Natal, J. Pessoa, Recife, Salvador, S. Paulo, Fortaleza e Rio de Janeiro. Seus traços é uma referência forte do cordel, misturado um pouco de pop art. Uma das suas maiores referências é o artista Speto, onde o mesmo mistura os traços do cordel com cores quentes.
Coletivo de street art do Rio de Janeiro que, desde 2008, está presente e atuante nas ruas. Especializados na técnica do stencil navega na produção de imagens em múltiplas camadas e, com o passar dos anos iniciou a produção de imagens em preto e branco, com a sintetização de diversas camadas em efeitos que misturam realismo e abstração.
Acreana criada em Macapá-AP. 28 anos. Mãe de dois meninos. Formação em Design Gráfico, virou Artista. Mas já se aventurava nas artes, oficinas e produções culturais desde 2011 pelo Coletivo Catita Clube (Macapá-ap). Apaixonada pelas expressões artísticas da rua, se dedica ao Graffiti, lambe, viciada em Stickers.
Artista têxtil e visual, residente de São Paulo/SP, Brasil. Com foco na arte contemporânea e street art, suas obras, provocativas, envolvem questionamentos relacionados à ocupação de espaços públicos, questões sociais, políticas, de gênero e pessoais. A intenção de seus trabalhos é de provocar experiências sensoriais reflexivas, através das texturas e do próprio toque.
Mulher nordestina lésbica, traz em seus projetos autorais discussões que evidenciam questões de gênero e raciais. Autodidata, iniciou seu percurso na imagem em 2011, e aos 21 anos é Graduada em Fotografia pela Universidade Católica de Pernambuco. Nascida em Garanhuns-PE, reside em Recife há 4 anos.
Designer gráfico, nascido in Loja , Equador em 1989, mas radicado em na capital Quito, estudou no Instituto Metropolitano de Designer. Entre seus primeiros projetos está a busca pela educação bilíngue através de oficinas artísticas volatdas paras as crianças da comunidade de Trojaloma.
Artista visual de São Luís que trabalha aspectos da cultura e do cotidiano nordestino em ilustrações e murais pela cidade. Inspirado fortemente pela Literatura de Cordel e pela xilogravura – reprodução de imagens a partir de madeira entalhada, revela os encantos regionais, desde a quebradeira de coco, a lida dos vaqueiros com o gado até às nuances dos sotaques de bumba-meu-boi em uma linguagem visual própria.
A ilustração esteve fortemente presente desde a infância de Iannes. Em seu trabalho, ele busca explorar as diferentes imagens e sentidos presentes no corpo humano, a fim de mostrar a imensidão de possibilidades que encontramos em nosso corpo, reinventar os conceitos e simbologias que usamos através das mãos, criando assim, uma composição entre a obra e a cidade.
Autodidata e encontrou na arte urbana seu meio de expressão. É pioneiro no graffiti de Chapecó e desde 2003 participa de diversas exposições e projetos além dos limites de Santa Catarina.Seu interesse de evoluir artisticamente vai além de galerias e exposições sendo esse um ponto de partida para algo ainda maior, acreditando que oficinas, workshops, vivências e trabalhos sociais, transformarão o mundo, as pessoas e comunidades.
Artista residente no Passo da Pátria, trabalha com graffiti há 6 anos. Predileção pelas caveiras e letras, ele participou do On Area Street Art e do Natal Graffiti Expo.
Morador do Passo da Pátria, Marcelo Borges atua no graffiti desde 1990. Autodidata, ele já participou de inúmeros mutirões de artistas no Passo da Patria, Rio do Fogo, Campo Redondo e Punaú.Borges é um dos artistas convidados do INarteurbana, ele participará das nossas vivências e ações em colaboração com os moradores da comunidade do Passo da Pátria.
Formado em Geologia e mineração pelo IFRN, Trabalha há alguns anos com o graffiti, participando de mutirões no Passo da Pátria, África, Moskito entre outros bairros de Natal. Tendo como últimos trabalhos o mural do Sesc Cidade Alta, Beco da Lama, e painel no Hospital Infantil Varela Santiago.
Artista plástica e urbana. Não se restringe ao uso de materiais e superfícies, indo do lápis grafite ao uso do spray, tinta acrílica, óleo e aquarela. Fascinada por cores, suas criações são sempre vibrantes, trazem padrões, estampas e ilustrações. Suas influências e inspirações se encontram nas formas orgânicas encontradas na natureza e nos comportamentos das pessoas.
Foi o organizador do espaço autônomo Fábrica de Inventos, criando objetos. Encabeçou atividades de pintura mural na implementação do projeto vila território criativo. Participou da exposição no SESC “siso oro/imagens falantes”, com o tema dos orixás ainda sobre verso de banner, que circulou em diferentes cidades do RN, participou em 2018 do evento arte no muro do SESC sendo a marcante primeira experiência de pintura em grande proporção.
Natural de Fortaleza, o primeiro contato de Hirlan com as artes visuais foi através da pintura, em 2010, como aluno do curso de pintura em tela no C.J.D.B – Centro Juvenil Dom Bosco. Com o graffiti logo depois, em 2011, ano em que entra para o crew A.D.R – Arte de Rua. Já em 2012 começa um trabalho solo e cria o personagem apelidado por “Anunnaki” uma mistura de seres místicos; animais, máquinas e mulambos. Sempre em diálogo com meios urbanos e usando de inspiração traços de civilizações antigas; simbologia, astronomia, natureza, matemática, religião, cultura popular nordestina.
INarteurbana 2019
Residência no Passo da Pátria: 4 a 14 de junho
Exposição Galeria Newton Navarro Capitania das Artes: 13 de junho a 14 de Julho
Neste sábado, 1º de junho, acontecerá no Wesley´s bar, agora com funcionamento temporário em Capim Macio, na rua Alexandre Câmara, 1773, o show Blues Fingers. O show reúne dois dos principais representantes da guitarra blues da região NE. André de Sousa, de Teresina (PI) e Gustavo Cocentino (RN). Os guitarristas integram também o projeto Blues do Nordeste que além deles, conta com Rodrigo Morcego, de Recife e Roberto Lessa, de Fortaleza.
No repertório do show de sábado, o duo Gustavo e André apresentará em show inédito, um repertório de clássicos do blues e do rock, além de canções autorais. Uma noite recheada de solos e improvisos de guitarra que prometem emocionar os amantes do blues e do rock. O show começa às 21h e o couvert artístico é R$ 7.
Guitarrista, compositor, arranjador e professor de música de Teresina-PI; artista plural, virtuose, sensível e extremamente produtivo, André de Sousa atuou como sideman de vários artistas e bandas nos palcos de muitos shows e festivais, sobretudo no nordeste brasileiro.
No mundo pop, fundou, tocou e gravou com a Banda Brigitte Bardot, que praticamente foi o start profissional do cenário de rock no Piauí.
Girando o leme pra outro rumo, foi músico de confiança do grande pianista brasileiro Luizão Paiva, com quem iniciou-se no jazz e na música brasileira, o que lhe deu a chance de se apresentar ao lado de craques como Pascoal Meireles, Ney Conceição e Nélio Costa.
Mas o blues sempre foi o grande pride and joy de André, o que o fez entrar de cabeça na banda Caro Watson, o que o levou a tocar com grandes músicos de blues nacional e internacional, como Kenny Brown (EUA), Jefferson Gonçalves, Fernando Noronha(RS), Andreas Kisser(Sepultura), Vasco Fae(SP), Donny Nichilo (EUA), Celso Blues Boy,(RJ) André Matos(SP), Atiba Taylor(EUA), Greg Wilson (Blues Etílicos), Danny Vincent(Argentina), só pra citar alguns.
Participou juntamente com os grandes guitarristas Artur Menezes (CE), Fernando Noronha (RS) e Fred Sun Walk (SP) do Guitar Night, dentro da programação do OI Blues by Night, no Órbita Bar, em Fortaleza (CE). Participou ainda de importantes festivais de rock e blues.
Preocupado em assumir o sotaque local no blues, lançou em agosto de 2012 o seu primeiro CD gravado ao vivo no Palácio da Música, em Teresina-PI. O repertório é formado de composições de própria autoria, além de releituras inusitadas como “Respeita Januário”, do mestre do baião Luiz Gonzaga. O seu segundo CD, “Mojo, Blues e Patuá”, foi lançado em julho de 2017. Em outubro de 2018 lança o single “Tudo Tem Que Passar” em parceria com o guitarrista Roberto Lessa.
O guitarrista carioca Gustavo Cocentino começou a tocar em bares e festas no ano de 1996 na banda carioca Gang do Whyskie.
Radicado em Natal desde julho de 1998, Gustavo já acompanhou e dividiu o palco com nomes do blues nacional e internacional como Flávio Guimarães do Blues Etílicos, Nuno Mindelis, André Christovam (SP), Larry McCray (EUA), George Israel (Kid Abelha), Willie Big Eyes Smith (Muddy Waters band), Danny Vincent (Arg), Jefferson Gonçalves (RJ), Robson Fernandes (SP), Maurício Sahady (RJ), Mitch Kashmar (EUA), Big Gilson (RJ), Adrian Flores (Arg), John Primer (Muddy Waters band), Celso Blues Boy (RJ), Dave Riley e Bob Corritore (EUA), Carlos Johnson (Chicago,EUA) e J.J Jackson (EUA).
Suas principais influências musicais são Jimi Hndrix, Eric Clapton, Stevie Ray Vaughan, B.B King, o blues e suas vertentes em geral, country, bluegrass, Raul Seixas e o classic rock anos 60 & 70.
Em 2011 Gustavo Cocentino & Blue Mountain e lança o primeiro CD no início de outubro.
Em 2012, Gustavo Cocentino é indicado pelo “Prêmio Hangar”, na categoria melhor instrumentista. Em fevereiro do mesmo ano participou da II Mostra Blues do Nordeste realizado pelo BNB em Fortaleza CE.
Esteve presente ainda nas edições dos anos de 2009 e 2010 do Natal Blues Festival. Pelo Oi Blues by Night, acompanhou o lendário John Primer (Chicago, EUA). Participou ainda de dezenas dos principais festivais do gênero no país.
Abriu o show do lendário Rudy “Tutti” Grayzel artista de renome nos EUA durante os anos 50, um dos contemporâneos de Elvis Presley.
Gustavo gravou seu 1º DVD ao vivo durante o show de encerramento do Fest Bossa & Jazz 2013, realizado em Pipa. O show e o DVD contam a participação especial de J.J Jackson.
De hoje (30) a sábado (1), a Escola de Música da UFRN recebe a sétima edição do Encontro sobre Música e Inclusão (7º EMI). Este ano, o evento se propõe a discutir o tema “Políticas públicas e pessoas com deficiência: práticas inclusivas e perspectivas de ação”. Além de palestras, mesas redondas e oficinas, o EMI também oferece apresentações musicais que podem ser conferidas na programação abaixo.
Dia 30 de maio
8h30 | Apresentação Musical: Orquestra de Violões Local: Auditório Onofre Lopes
13h | Apresentação Musical: Grupo Som Azul Local: Hall EMUFRN
18h | Apresentação Musical | Banda Braille Local: Hall EMUFRN
Dia 31 de maio
8h30 | Apresentação musical: Duo de Violões: Gessé Araújo e José Silva Local: Miniauditório
13h30 | Apresentações musicais: Musicalização UP e Coral ViVendo o Canto Local: Hall EMUFRN
Dia 01 de junho
8h | Apresentação musical: Grupo Esperança Viva Local: Auditório Onofre Lopes
Apresentação musical | Grupo Pau e Lata Local: Auditório Onofre Lopes [com cortejo até o espaço do Cajueiro da EMUFRN]
Apresentação musical: Banda Braille Local: Cajueiro EMUFRN
O Bar do Pedrinho será dia de rock e artes plásticas neste sábado, a partir das 13 horas, com apresentação da banda The Invisible Band e a exposição do artista plástico Valderedo Nunes.
The Invisible Band é um projeto desenvolvido desde 2017 com repertório que inclui principalmente rock nacional e internacional dos anos 50, 60, 70 e 80. Clássicos das baladas internacionais anos 70 e 80 também fazem parte do repertório. Além do rock tradicional das quatro décadas já citadas, o set list inclui clássicos da MPB com artistas consagrados como Belchior, Alceu Valença e Zé Ramalho, além da Jovem Guarda e Bossa Nova, dentre outros.
O nome do projeto se deve ao fato de guitarras base e solo estão por conta de Hérik, enquanto baixo, bateria e teclado são incluídas via samples a partir de gravações de estúdio. Você está convidado a curtir pérolas do Dire Straits, Pink Floyd, U2, Deep Purple, Duran Duran, The Doors, Phil Collins, Roling Stones, The Beatles, além de Raul Seixas e Paralamas do Sucesso.
‘Pessoas e Cores’ é o título da exposição aberta ao público pelo artista plástico Valderedo Nunes. Nascido em Currais Novos, Valderedo Nunes passou toda a sua infância e adolescência na cidade de Angicos, ambas no Estado do Rio Grande do Norte. Depois, veio morar na capital.
A exposição Pessoas e Cores tem como temática central o povo de sua terra e suas manifestações culturais, passando por nosso folclore, com seus brincantes multicoloridos, as festas de rua e outras atividades do cotidiano, utilizando, como forma de expressão artística a técnica de acrílico sobre tela.
O quê? Show do projeto The Invisible Band e a exposição Pessoas e Cores, de Valderedo Nunes.
Onde? Bar do Pedrinho – Rua Vigário Bartolomeu, n.º 540 – Centro Histórico.
Horário: Das 13 às 19 horas.
O Sistema Fecomércio RN lança, no próximo sábado (01), o “Projeto Senac no Beco”, a partir das 13h, no Beco da Lama – Cidade Alta. A iniciativa integra a programação do Projeto Sistema em Movimento e tem como objetivo qualificar gratuitamente empreendedores que atuam no Beco e adjacências, por meio de uma trilha de cursos que terão como foco o ensino prático de habilidades relacionadas à gastronomia, segurança alimentar, saúde, gestão e idiomas.
Executada pelo Senac RN, a iniciativa prevê uma contribuição direta para a revitalização do Beco da Lama, promovendo o desenvolvimento social e econômico do comércio do centro da capital potiguar. O lançamento oficial ocorrerá durante mais uma edição do Samba no Beco, com a presença do presidente do Sistema Fecomércio RN, Sesc e Senac, Marcelo Queiroz. Uma equipe técnica do Senac estará presente, visitando in loco os estabelecimentos e fazendo os cadastros dos empreendedores que participarão dos cursos.
As aulas iniciam no próximo dia 10 de junho e devem se estender até novembro, beneficiando cerca de 50 pessoas. Os participantes aprenderão sobre técnicas básicas para garçom, cozinha, manipulação e higienização segura de alimentos; técnicas de vendas e formação de preços, uso de redes sociais, noções básicas de português e matemática, primeiros socorros e idiomas, como inglês e espanhol.
Presidente do Sistema Fecomércio RN, Marcelo Queiroz destaca que esta ação se refletirá diretamente em uma melhor estruturação das práticas executadas nos empreendimentos. “Após essa capacitação, os clientes passam a contar com a garantia de uma prestação de serviço respaldada pela qualidade do Senac. É um selo de credibilidade que irá enaltecer e valorizar ainda mais a história do Beco da Lama. Os empreendedores que participarem da qualificação e tiverem as novas práticas validadas por auditoria técnica, serão atestados com o selo do Programa Senac de Qualidade para Bares e Restaurantes”, reforçou Queiroz.
O Projeto Senac no Beco conta ainda com parceria da Associação Viva Centro.
Oficialmente denominado como rua Vaz Gondim, no bairro da Cidade Alta, o Beco da Lama está localizado no Centro Histórico de Natal. Conhecido pela boêmia e alegria de seus frequentadores, o tradicional e reduto espaço abriga um conjunto de bares e restaurantes que são a “alma do beco”. Sempre visitado por artistas e amantes da música, o Beco da Lama está inserido na história da cidade como um local responsável por manter viva a manifestação da cultura potiguar.
Reconhecido pela sua versatilidade, o músico e produtor Israel Tenório parte para uma longa turnê internacional nos Estados Unidos, representando a música brasileira e o Estado potiguar no exterior. Mas antes, se despede momentaneamente de Natal em show nesta sexta-feira no Raimundos Pub (Candelária), com participações especialíssimas, e no sábado, sua versão acústica no Mulle.
A história de Israel Tenório na cidade começou no Gospel, através da banda Kruyssen, nacionalmente conhecida no meio cristão, trabalho pelo qual o consagrou como compositor, guitarrista e arranjador, e o levou a diversas premiações e indicações entre as mais conceituadas em Natal, como o Prêmio Hangar de Música e até a ficar entre os melhores guitarristas do país no site do Cifra Clube (guitar battle).
Simultaneamente a isso, veio a 3Passsos, uma banda de ritmos mistos brasileiros que atua na área de eventos corporativos na cidade há 8 anos, e chegou a estar entre as melhores do ano em 2018 pela revista “Guia Noivas”. A 3Passos chegou a participar do Carnaval Multicultural de Natal em 2018 agitando os foliões com muita propriedade em ritmos carnavalescos.
Aliado a esse trabalho Israel Tenório sempre desenvolveu sua carreira solo em formato acústico que leva o nome dele, onde chegou a fazer turnê pelo Nordeste abrindo shows para o cantor Marcos Almeida e também teve um vídeo compartilhado pelo site Brasilieríssimos com mais de 70.000 views.
Nessa turnê pelos EUA, Israel passará por Atlanta, Marietta, Boston, Newark em Nova Jersey, San Diego (California), Pompano Beach, Tampa, Boca Raton, Deerfiel Beach, Fortlauderdale, entre outras.
A segunda edição do Som-Livro ocorrerá neste sábado e repete a fórmula livros-música-gastronomia em sua ambiência de papo e arte nas dependências do Seburubu, agora localizado na avenida Deodoro da Fonseca (quase em frente ao 294).
O convidado especial é o compositor, arranjador e violonista mossoroense Marcio Rangel (20h), transcendendo estilos da música brasileira com flamenco, jazz e sons globais, há anos com o pé na estrada e várias turnês internacionais – destaque do Sienaguitarfest.
O cardápio da noite será servido a partir das 19h por conta do chef Alexandre Gurgel – uma salada fresca de entrada, una tradizionale lasagna à moda italiana com opção vegetariana, e torta de limão para o ataque final.
Os parceiros da Cerveja Perversa, capitaneado pelo mestre cervejeiro Fábio DeSilva, estarão com opção de chopp para regar o paladar dos convivas com cerveja artesanal única, boa e com preço justo.
O espaço também estará aberto para o escambo de livros, então não perca a oportunidade de dar uma renovada na biblioteca, apoiar e se beneficiar com a cultura de livros de segunda mão.
O jantar é limitado para 30 cabeças, mediante reserva, que pode ser feita até esta quinta-feira (30) pelo instagram @seburubu ou através do whats 9864-9269, no valor promocional de R$ 20 (entrada + jantar).
O sebo estará aberto para todo o público, entrada a R$ 5.
Na noite desta terça-feira (28), aconteceu na capital carioca o 13º Prêmio APTR – Associação dos Produtores de Teatro. O espetáculo “A Invenção do Nordeste” que tem encantado espectadores e ganhando diversas premiações importantes como Cesgranrio e Shell, saiu com dois troféus nas mãos. Na verdade três. Na categoria Melhor Ator Coadjuvante, os atores Robson Medeiros e Mateus Cardoso foram duplamente premiados. A peça também venceu na categoria Dramaturgia. A atriz Marieta Severo foi a homenageada da noite.
“A Invenção do Nordeste” também concorria nas categorias de Melhor Espetáculo, Direção e Cenografia. Para Henrique Fontes, ator e responsável pela dramaturgia da peça ao lado do escritor Pablo Capistrano, a única forma de re-conectar as diferenças no país é através da arte.
“Todo reconhecimento por trabalho em Cultura e Educação hoje parece ressoar como uma afronta aos ‘homens de bem’. Em que ponto chegamos, onde essa lógica do capital conquistado pelo mérito, pela bala ou pela bíblia quer desfazer a base de construção de toda sociedade que é exatamente sua Cultura e sua Educação. Por isso celebro e compartilho esse reconhecimento com todos que seguem acreditando na força do Teatro de Grupo para fazer essa reconexão”.
O Carmin segue agora para São Paulo, onde apresentará “A Invenção do Nordeste” no Itaú Cultural, nos próximos dias 01 e 02 de junho. Para o segundo semestre, o grupo está na produção de um novo espetáculo e voltará a circular com o emocionante “JACY”.
Música: Pedro Luis, Larissa Luz e Antônia Adnet por “Elza”
Iluminação: Felicio Mafra por “Memórias do esquecimento”
Figurino: João Pimenta por “Dogville” e “Romeu e Julieta”
Cenografia: Daniela Thomas por “Romeu e Julieta” / e Camila Toledo e Paulo Mendes da Rocha por “Grande sertão: veredas”
Atriz coadjuvante: Stella Maria Rodrigues por “Romeu e Julieta” / Stella Miranda por “O frenético Dancin Days”
Ator coadjuvante: Mateus Cardoso e Robson Medeiros por “A invenção do Nordeste”
Direção: Bia Lessa por “Grande sertão: veredas”
Autor: Pablo Capistrano e Henrique Fontes por “A invenção do Nordeste”
Atriz protagonista: Amanda Costa por “Bibi, uma vida em musical”
Ator protagonista: Bruce Gomlevsky por “Memórias do esquecimento” e Caio Blat por “Grande sertão: veredas”
Categoria especial: Nicette Bruno por sua participação em “Pippim” e trajetória artística no teatro
Espetáculo: “Grande Sertão: veredas”
Produção: Sarau Agência de Cultura Brasileira por “Elza”
Municípios potiguares são ricos de histórias, lendas e personagens. Poetas populares crescem em cada recanto. A geografia, as tradições e as influências do tempo-hoje parecem moldar cada localidade com personalidade e culturas próprias. Em Santo Antônio do Salto da Onça não é diferente. Lá, a marca maior é a lenda do ‘salto da onça’, que empresta até o sobrenome ao município, mas uma figura popular se destaca pela simplicidade e pela grandiosidade poética: o poeta Xexéu, falecido hoje aos 81 anos.
José Gomes Sobrinho, o Xexéu, nasceu em 14 de maio e viveu na comunidade de Lajes, nos arredores de Santo Antônio. O caminho até sua casa de taipa, construída por ele 40 anos atrás é uma sucessão de lombadas pela estrada de terra. O acesso é complicado. Visitei sua casa em alguma data de 2013. Por lá ele ainda escrevia e ainda trabalhava na roça – atividade que desenvolveu desde criança. Além de versos que compõem mais de 400 cordéis, também era exímio tocador de rabeca e de viola.
Xexéu conheceu os maiores nomes da cultura nordestina: Patativa do Assaré, Luiz Gonzaga e Ariano Suassuna. Este último se declarava fã do poeta popular. Xexéu fumava e bebia, e pelo menos naquele ano, quando contava 75 anos, tinha filhos com menos de 5 anos, feitos “já com água por cima da boca”, como disse. Foram 20 ao todo, mas nove tinham morrido. Disse não ter feito “a matemática” de quantos netos tinha. Mas guardava na memória versos de dezenas de estrofes. E ainda se emocionava ao recitá-los.
O Rio Grande do Norte perde um verdadeiro patrimônio artístico e imaterial. Xexéu tem cacife para figurar entre os grandes poetas populares da história potiguar. Ainda não sei a causa de sua morte, apenas que morreu no hospital, em Santo Antônio. Que haja as reverências possíveis em seu sepultamento.
Completando 20 anos de carreira musical e 39 anos de idade, o músico e produtor musical Zé Caxangá comemora, junto com o Trio Boca Seca (Caxangá, Jordan e Jailton), e você essas datas com show nesta quarta-feira (29).
A resenha acontece na Casita de Frida (na Prudente de Morais, no Barro Vermelho). No repertório a banda promete muito Samba Rock, Reggae, Mangue Beat e as latinidades já conhecidas do público que acompanha o Trio. Show no esquema “ninguém fica parado”.
Fábio Rocha, vulgo Zé Caxangá, é uma espécie de Forrest Gump da música potiguar. Desde 1999 integra bandas promissoras, seja como tecladista, guitarrista ou “químico” de sons e discotecagens, com arranjos diferenciados e sons-tendência.
Onde: Casita de Frida
Data e hora: nesta quarta-feira (29), às 20h
Couvert: R$ 8.
O movimento modernista, em sua primeira fase, iconoclasta por excelência, no afã de derrubar dos pedestais os medalhões, expoentes da tradição literária, cometeu excessos ainda hoje não reparados. Escritores de inegáveis méritos, apesar de epígonos, como Coelho Neto, Afrânio Peixoto, etc., caíram no ostracismo sob o tacão modernista.
Só agora, depois de quase um século, alguns deles estão sendo pouco a pouco reabilitados. Por exemplo, Gustavo Barroso, de quem acabo de ler o livro “Heróis e Bandidos”, estudo do cangaço pré-Lampião. Dividido em duas partes, na primeira procura explicitar as causas do fenômeno, na segunda enfoca a trajetória de cangaceiros famosos, destacando dois, verdadeiras legendas: Jesuino Brilhante e Antônio Silvino.
Até um leigo, um simples curioso da sociologia do banditismo rural, como eu, percebe que essa obra, do ponto de vista cientifico, acha-se ultrapassada sob muitos aspectos. Para embasá-la, o autor valeu-se de teorias tidas e havidas, hoje em dia, como obsoletas. Resta-lhe valor literário, embora na contramão do Modernismo.
Referindo-os ao fuzilamento de cangaceiros e jagunços, prática comum na sua época, Gustavo Barroso afirma:
“Embora sejam execuções contra as leis que nos regem e contra as leis da humanidade na frase piegas dos homens sem inclinações práticas e que se deixam levar mais pelos dogmas das filosofias do que pelos ensinamentos verdadeiros dos acontecimentos, não trepidamos em afirmar que são atos necessários e justos, únicos aplicáveis contra o bandoleiro aprisionado que o meio e suas próprias taras não permitem regenerar nem manter fora do convívio social”
É de pasmar que um intelectual, com presumível formação humanística, defenda tais barbaridades. Gustavo Barroso participou, ativamente, do movimento integralista; ao que tudo indica era um simpatizante do facismo. Suas palavras acima transcritas poderiam ser definidas com uma locução latina, muito do agrado do meu avõ João Vicente: Horribile dictu!
As novas gerações desconhecem Humberto de Campos; no entanto, ele era considerado, em meados do século passado, um dos maiores escritores brasileiros. Seus livros estavam sempre nas listas dos mais vendidos, embora não fossem, propriamente, best sellers.
Escritor múltiplo – contista, cronista, ensaísta, poeta, memorialista – o seu legado literário não resistiu ao desgaste do tempo, mas, alguns dos seus livros – as “Memórias”, por exemplo, – ainda despertam interesse.
Autodidata, de origem humilde, era uma figura fora de série.
Josué Montello, seu confrade na Academia Brasileira de Letras, conta várias histórias a seu respeito, no livro “Na Casa dos Quarenta”, espécie de anedotário em que revela muito do lado humano de alguns imortais. Montello não se limita a narrar causos engraçados; também transcreve documentos de valor para a biografia e a micro História, dentre estes, o decálogo que Humberto de Campos escreveu e publicou, depois de malograda experiência na política, já no final da vida. Documento, na verdade muitíssimo interessante. Vale a pena transcrevê-lo, pelas sábias lições que encerra. Aí vai:
“I- Não voltarás à politica militante nem amarrado pelo pé. No caso de violência entrega o pé, mas conserva em liberdade a tua mão, que é o intérprete do teu pensamento.
II- Não receberás mais para ler qualquer obra manuscrita ou datilografada, sobre a qual peçam a tua opinião. É desumanidade exigir de um homem quase sem vista como tu o sacrifício dos seus olhos em beneficio de terceiros. Farás desaparecer da tua mesa todos os originais que te forem levados para esse fim.
III- Não escreverás sobre o livro cujo autor te peça que o faças. O juiz do teu gosto e da tua conduta como crítico, és tu.
IV- Votarás na Academia contra todo o candidato que exija a manifestação antecipada do teu voto. Farás o mesmo com o candidato que vá à tua casa mais de duas vezes nos quatro meses que precederem a eleição.
V- Não aceitarás mais livro para escrever prefácio. Autor que pede prefácio aos outros não tem confiança na própria obra. Obra em que o autor não confia não deve ser publicada.
VI- Não aceitarás banquete, nem irás a banquete alheio. Quem tem fome come em casa.
VII- Não te interessarás, por meio de carta, ou pessoalmente, perante ministros, interventores, magistrados ou amigos influentes no governo, no comércio ou na imprensa, para que alguém obtenha deles favor ou emprego. Lembra-te que nenhum daqueles a quem serviste voltou à tua casa. Quando deres, em circunstâncias especiais, carta pedindo alguma coisa para alguém, manda outra, expressa, ao destinatário, desfazendo o pedido,
VIII- Não farás contrato de edição de teus livros sem que os exemplares sejam enumerados. Todos os editores são honradíssimos. Mas eles estão ricos e os escritores pobres.
IX- Não emprestarás livros das tuas estantes. Livro emprestado é como corvo que Noé soltou na Arca. Vai e não volta mais.
X- Sorrirás diante de todas as coisas graves da vida. O sorriso transforma a ignorância em sabedoria.”
Esse decálogo deveria ser leitura obrigatória para todo escritor. Alguns dos seus “mandamentos” podem até parecer antipáticos, mas, no fundo, revelam alto senso moral e ético, além de uma boa dose de crítica social.
Tal como Humberto de Campos, outro grande escritor, Monteiro Lobato, está injustamente esquecido. Quando se fala no nome dele, louva-se o extraordinário cultor da literatura infanto-juvenil e o homem de ação, empreendedor – fazendeiro, editor, pioneiro da luta pela nacionalização do petróleo, no Brasil – , mas subestima-se o contista, autor de obras admiráveis, como “Urupês”, “Negrinha” e “Cidades Mortas”.
Embora inovador pelo seu estilo e pela temática abordada em seus contos, Lobato preferiu manter-se fiel aos dogmas do Realismo, já ultrapassado, em seu tempo; não aderiu ao Modernismo, movimento que ele, por vezes, chegou a hostilizar. Daí a razão do menosprezo que a sua obra de ficção para adultos sofreu durante longos anos. Felizmente, ressurge.
Com grande capacidade de fabulação, muito senso de humor e buscando sempre, em tudo, o sentido mais humano, ele soube, como poucos, criar histórias à maneira tradicional, com começo, meio e fim, que nos encantam. É o Maupassant brasileiro.
A banda Rosa de Pedra vai trazer para o palco do Teatro de Cultura Popular Chico Daniel (TCP), nesta sexta-feria (31), às 19h30, o show Cocozurbano.
A banda, que iniciou recentemente o processo para um novo trabalho, vai apresentar uma celebração musical que evoca o batuque ancestral resignificado no repertório que reúne clássicos dos três trabalhos do grupo: Rosa de Pedra (2007), De Maré (2012) e o DVD Cocozurbano (2017).
O show foi contemplado pelo do edital de Pauta Livre do TCP (Fundação José Augusto e Governo do Estado). Os ingressos antecipados, com desconto, podem ser adquiridos no Sympla.
Rosa de Pedra no TCP – Cocozurbano
Data: 31 de maio
Hora: 19h30
Ingresso antecipado: R$15 (incluso R$2 da taxa do Sympla)
Ingresso no dia: R$20,00
Sympla: AQUI
Um dos maiores talentos musicais a despontar na Escola de Música da UFRN nos últimos anos, Caio César da Silva é o primeiro bacharel em eufônio formado por uma universidade federal brasileira, tendo se destacado em inúmeros festivais nacionais e internacionais, além de recebido prêmios como o 1o lugar no Concurso Nacional de Eufônio promovido pela Associação de Eufônios e Tubas do Brasil (ETB) e o 1o lugar no Concurso Jovens Solistas da Filarmônica UFRN.
Aluno do professor Fernando Deddos, Caio César foi recentemente aprovado para fazer Mestrado com bolsa integral na Hochschule der Künste Bern, na Suíça, com Thomas Rüedi, um dos mais renomados eufonistas do mundo. Porém, para conseguir seu visto de estudante, Caio precisa comprovar ter meios de subsistência, pois não é permitido que ele obtenha permissão de trabalho durante seu primeiro ano na Suíça. Para isso, ele iniciou uma campanha de financiamento coletivo, com o apoio de diversos professores da UFRN, acessível por meio do seguinte link:
“Caio é daqueles alunos que todo professor gostaria de ter, um exemplo de dedicação”, destaca Fernando Deddos, descrevendo como a rotina de estudos dele tem feito com que consiga ritmo de aprendizado muito acima da média. “A comunidade da Escola de Música da UFRN já se acostumou a ouvir o som de Caio estudando, pois parece que ele está sempre por aqui, seja às 7h da manhã ou às 21h, em finais de semana e feriados.” Fernando, doutor pela University of Georgia e reconhecido como o maior nome do eufônio no Brasil, foi contratado pela UFRN em 2016. Logo em seguida, Caio, que morava em Recife até então, resolveu se mudar para Natal justamente para poder estudar com ele.
Para isso, Caio precisou de muito esforço: “Eu tive que aprender a me virar sozinho desde muito cedo. Trabalhei muito antes de chegar em Natal para poder comprar meu próprio instrumento e me sustentar.” O pianista Durval Cesetti, outro professor de Caio na Escola de Música, com quem ele já se apresentou em inúmeros recitais, descreve algumas das várias dificuldades que ele teve que superar em sua vida para chegar aonde está:
“Imagine você sem família para te apoiar. Imagine ter sido abandonado pelos pais quando bebê e resgatado por seus bisavós, que viriam a falecer antes de você completar 10 anos de idade. Imagine crescer com imensas dificuldades familiares e financeiras e conseguir se virar sozinho, sendo capaz de se tornar um dos melhores intérpretes de seu instrumento no Brasil, muito provavelmente o melhor em sua faixa etária”, destaca Durval.
“Eu conhecia o Caio até pouco tempo apenas como um dos melhores alunos de música de já conheci, uma combinação ideal de talento, esforço e perseverança. Gradualmente, fui conseguindo que ele se abrisse comigo e contasse os detalhes de sua vida, o que fez com que minha admiração por ele crescesse exponencialmente. É uma pessoa cuja força de vontade e caráter fez com que ele se tornasse quem é, mesmo com tantas condições adversas”, completou.
Professor Flávio Gabriel, professor de trompete da UFRN, comenta como Caio passou em sua vida “por várias situações dramáticas que, se fossem parte de um filme, seriam consideradas pouco plausíveis. Ele já demonstrou ser capaz de enfrentar e conquistar muitas dificuldades, por isso não hesito em afirmar que um investimento em Caio é algo no qual não nos decepcionaremos, pois ele certamente continuará sua trajetória de vitórias e será um nome importante na formação de jovens músicos no futuro.”
A campanha para que Caio possa ir estudar na Suíça foi iniciada no início de maio. Desde então, pouco mais de 20% do valor necessário já foi atingido. Porém, Caio necessita dar entrada em seu pedido de visto de estudante até o início de julho, pois as aulas de seu Mestrado começarão em setembro, e ainda falta muito para que ele possa demonstrar ter os meios de subsistência necessários para receber o visto. “Por isso”, enfatiza Prof. Durval, “faço uma solicitação especial para que todos contribuam e, ainda mais importante, que compartilhem a história de Caio entre todos seus familiares, amigos e conhecidos”.
Para arrecadar mais fundos, Caio César fará um recital beneficente no Auditório Onofre Lopes da Escola de Música da UFRN na quinta-feira, dia 13 de junho, às 19h30, juntamente com o Prof. Durval Cesetti, com participações especiais do Prof. Fernando Deddos e do tenor Kaior Morais, do Instituto Waldemar de Almeida. Ingressos a R$ 20 estão disponíveis na Coordenação de Eventos da Escola de Música da UFRN ou na entrada do Auditório no dia do recital.
A Fundação José Augusto abre nesta quinta-feira (30) no Museu Café Filho a exposição “Celebrando Dorian Gray”, organizada pela Sociedade Amigos da Pinacoteca, que como o nome sugere, homenageia um dos maiores nomes do modernismo das artes plásticas do Rio Grande do Norte: Dorian Gray, falecido em janeiro de 2017. Dois anos após sua partida, Natal tem a chance de se reencontrar com diversas fases de suas obras, que fazem parte do acervo da família, e algumas inéditas.
A curadoria foi feita pelos filhos de Gray, Dione e Adriano Caldas, e objetivou mostrar todo o domínio de técnicas, criações e pesquisas feitas pelo mestre. “São quadros que expressam a riqueza criativa do pintor com os sujeitos mais caros ao seu universo, tais como casarios, pescadores, barcos, marinas, beira rio, folclore, sempre ligado ao homem, ao seu tempo e a cultura”, afirmam.
Para o diretor geral da Fundação José Augusto, Crispiniano Neto, é uma honra para a FJA abrigar mais uma vez uma exposição de Dorian Gray, que prestigia não só toda sua genialidade de traços como também proporciona ao espectador mais uma chance de estar diante de suas obras que mantém seu legado vívido em cores e traços.
Dorian Gray, Newton Navarro e Ivon Rodrigues foram os pioneiros em se aventurar em traços modernistas no Estado, em meados do século passado. Em 1949, os três juntos, apresentaram a primeira exposição de arte moderna que a capital potiguar já vira. Na época foi um “choque” e um burburinho na cidade, acostumada com pintores que trabalhavam com o figurativismo clássico.
É o presidente do Conselho Estadual de Cultura e diretor da Sociedade Amigos da Pinacoteca, Iaperi Araújo quem lembra desse episódio: “A repercussão da exposição foi grande, mas as críticas negativas pelas distorções das obras, foram registradas nos jornais de Natal. Dorian era o menos figurativo dos três e isso chocou os intelectuais conterrâneos, afeitos as artes bem arrumadinhas e diletantes”.
Daquele momento em diante, sem dúvida, Dorian Gray foi um artista que passou a imprimir um estilo que se tornou conhecido e admirado além fronteiras do Estado e do Brasil, não só na pintura, como também na criação de tapetes, tendo ele criado um ponto original.
“Celebrando Dorian” é, portanto, uma homenagem póstuma, mas também um ponto de partida para demonstrar que embora não esteja mais vivo, sua obra e seu legado mantém sua arte viva, pulsante e inspiradora.
Renato Piau, idealizador do “Tributo a Luiz Melodia”, revisita em Natal nos próximos dias 30 de maio (quinta-feira) e 01 de junho (sábado), uma obra com a qual ele tem total intimidade por ter estado nos palcos, ao lado de Luiz Melodia por quase 40 anos.
Piau convidou a cantora potiguar Valéria Oliveira para realizarem juntos essa homenagem a um dos maiores compositores e intérpretes brasileiros. Valéria Oliveira aceitou prontamente o convite trazendo também para o show Jubileu Filho, seu parceiro de palcos, no intuito de conectar dois grandes instrumentistas, algo orgânico em seus projetos e nos projetos dos quais participa. Para Valéria é simbólico reunir em um palco músicos excepcionais e que possuem algo em comum, e contribuem significativamente com a música dos seus pares.
Nestes últimos meses Valéria se reaproximou da obra de Luiz Melodia e sentiu o quão desafiador é cantar uma obra tão peculiar, não só pela complexidade de letras, divisões e melodias, mas por se tratar de músicas que foram imortalizadas por seu próprio autor, além de canções de outros autores que ela escolheu para compor o roteiro, que marcaram época em interpretações singulares de Luiz Melodia.
Valéria chegou às músicas do roteiro, fazendo uma viagem por discos como “Pérola Negra”, o primeiro da carreira de Melodia, “Maravilhas contemporâneas”, “Claro”, “Pintando o sete”, “Mico de circo”, “Estação Melodia”, “Relíquias”, este um dos seus preferidos, entre outros. Renato Piau, além de nos brindar com seu suingue e fraseado de violão, também cantará algumas de suas parcerias com Luiz Melodia a exemplo de “Cura”, “Esse filme eu já vi” e “Cara, cara”.
Renato Piau, Valéria Oliveira e Jubileu Filho esperam o público potiguar em duas noites muito especiais, em que não faltarão virtuosismo, muita entrega e emoção.
Tributo a Luiz Melodia com Renato Piau e Valéria Oliveira
Músico convidado: Jubileu Filho
Quinta-feira, 30 de maio, no Teatro de Cultura Popular Chico Daniel, às 19h30
Vendas no site Sympla, Cooperativa Cultural Universitária e Espaço Vivo
Apoios institucionais: Governo do Estado do Rio Grande do Norte, Fundação José Augusto e Teatro Chico Daniel – Edital Pauta Livre TCP
Um muro de concreto separando os Estados Unidos do México; brasileiros reclamando da entrada de venezuelanos no país; o Brexit e a Europa que se fecha para a imigração. Esquerda contra direita. Falsas notícias e a verdade. Vida digital e vida real. Quantas divisões existem entre nós e quantas ainda podem surgir?
Pois uma banda viajante formada por quatro brasileiros, duas francesas e uma italiana, que vem rodando o mundo em uma kombi e motorhome desde 2016 desembarca em Natal nesta quarta para show na Una Casa (Rua Cabo de Bacopari, 2113 – Ponta Negra), às 20h. O Čau Laru já passou por mais de 20 países e mais de 10 estados brasileiros e vem aqui apresentar seu segundo álbum, “Fronteiras”.
O Čao Laru (pronuncia-se Tchau Larru) já lançou um disco, “Kombiphonie”, além de um primeiro EP chamado “Čao Laru”, lançado em 2016. No ano passado, a turnê deste álbum no Brasil rendeu no primeiro semestre 40 shows no Brasil e mais 50 na Argentina e no Chile além de 60 apresentações na França e na Suíça no segundo semestre. É natural, portanto, que a partir deste contato com diferentes culturas e fronteiras o tema da diáspora moderna transborde nas letras do novo trabalho.
“É um disco que discutimos temas sociais e políticos dos países em que estivemos, e no qual estão impressas nossa solidariedade, resistência e esperança no ser humano, questionando o tempo inteiro o porquê das fronteiras”, conta Noubar Sarkissan, brasileiro com anos de vivência na França e responsável pelo cavaquinho, violão, acordeom, pandeiro e voz. Marie Tissier (violoncelo e voz), Nicolle Bello (voz), Felipe Trez (bateria), Ana Brandão (dança) Fábio Pádua (flauta, clarinete, violão e bandolim) e Pedro Destro (baixo elétrico) completam a formação.
Noubar assina a composição de “Teu Dólar Não Vale Mais”, lançado como single em dezembro e que conta com participação de Juliana Strassacapa, da Francisco El Hombre. Durante uma turnê pelo México, a banda demorou horas para encontrar uma “praia pública” que não estivesse dominada pelos resorts. Exemplo de como a vivência itinerante está intimamente ligada aos impulsos criativos da banda, a canção desenha um cenário onde um garoto quer apenas nadar, mas não pode. “Como faz pra entrar na praia privada norte-americana? / a grana afana o que é belo e bota na vitrine”, diz a letra.
A divisa entre quem somos na infância e quem nos tornamos quando adultos é o foco de “Ames d’enfants”, composta pela francesa Laura Aubrey.. As diferenças políticas – e as semelhanças trágicas – aparecem em “Marielle e Santiago Presentes”, que evoca os assassinatos da deputada carioca e do ativista argentino Santiago Maldonado. Já “Passaporte Passarinho” compara os fluxos humanos migratórios da África para a Europa com o movimento de travessia das andorinhas que, anualmente, cruzam o Mediterrâneo livremente.
Musicalmente, “Fronteiras” mostra o grupo experimentando novos territórios. As referências brasileiras e francesas de “Kombiphonie” (chacareca, afoxé, samba, o baião e a valsa francesa ), ganham a companhia de ritmos do leste europeu, hip hop e milonga. Estão ali polifonias vocais, combinação entre instrumentos acústicos e elétricos e arranjos que quebram as divisões imaginárias entre gêneros musicais, mas novas texturas – frutos da produção assinada por Felipe Trez, baterista da trupe.
“Acho que esse disco registra uma maturidade musical da banda que, após quase três anos na estrada, não para de se transformar e de absorver influências dos artistas, paisagens e demais personagens dos lugares por onde passamos. Incorporamos o baixo elétrico e a bateria às performances ao vivo e levamos essa dinâmica para o estúdio. Sinto que ampliamos as possibilidades sonoras do grupo”.
Era exatamente o que Felipe Trez desejava quando topou produzir o disco de sua própria banda. “Eu queria manter nossas inspirações na música brasileira, francesa, do leste europeu e dos balcãs, e adicionar elementos de jazz, pop e do rock”, conta o produtor. Para Trez, esse disco marca uma “eletrificação” da banda. “Ganhamos uma potência que o formato acústico, ao qual estávamos acostumados, não tem. Fui em busca de uma paleta de cores amplificada”.
Poeta, escritor e jornalista, José de Paiva Rebouças é uma das boas revelações da literatura produzida no Rio Grande do Norte neste início de século. Natural de Mossoró, criou-se em Apodi, terra de sua família, onde tem fincadas suas raízes e sempre admite com muito orgulho ser apodiense.
Ainda jovem trabalhou em Rádios, onde chegou ao posto de Diretor de Programação, e em Jornais locais, como Colunista, e Assessor de imprensa, sempre atuando como um homem da comunicação, seja como repórter, ou em área correlata, como por exemplo, revisor e cronista.
O interesse pelo jornalismo naturalmente o fez partir para maiores voos e em 2007 foi contratado pelo Jornal de Fato, em Mossoró, onde exerceu a função de repórter de caderno, escrevendo notícias da toda região Oeste; em seguida tornou-se chefe de redação do periódico. No exercício do jornalismo, também colaborou com outros veículos de comunicação como “O Mossoroense” e “Papangu”. Também é membro do coletivo independente Repórter de Rua, articulista no Jornal de Fato e organizador da Revista Cruviana.
É graduado em Jornalismo e Mestre em Educação pela UERN; e especialista em Comunicação Organizacional. José de Paiva Rebouças tem bastante experiência em assessoria de imprensa e eventos, campanhas políticas e planejamento estratégico de comunicação.
Além de jornalista, milita em diversas frentes, dentre elas, claro, a literatura. É autor de alguns livros entre os quais, “Da Amizade Sincera de um Urubu” (2014), “Catálogo Maçante das Coisas Comuns” (2015) e “Ópera Antiinstrumental ao Vazio Homérico da Cidade” (2015). Organizou também a coletânea de contos “Cruviana” (2013), que reúne escritores do Brasil, Argentina e Portugal e edita a revista virtual literária com o mesmo nome.
Seu livro de estreia, “Da Amizade Sincera de um Urubu”, é uma reunião de crônicas semanais, que o autor publicava na coluna “Balada do impostor” (uma referência ao livro de Geraldo Carneiro) no Jornal de Fato. O livro foi lançado simbolicamente na Feira do Livro de 2014.
E sobre o título nos justificou o autor em entrevista: “A grande discussão junto a este público é com relação à crônica que dá nome ao livro: Da amizade sincera de um urubu. Este texto surgiu quando lancei o projeto virtual “Aspirinas & Urubus”, onde eu, o amigo Davi Moura e as meninas Regiane de Paiva, Arlete Mendes, Rokátia Kleânia e Eliana Klas, publicávamos uma crônica por dia. Então, esta foi a minha primeira crônica que também publiquei no jornal. Para fazer uma homenagem ao projeto virtual, construí a história de um menino que tem como bicho de estimação um urubu. Uma coisinha sentimental que fiz.”
Em “Catálogo Maçante das Coisas Comuns”, existe um evidente diálogo do autor com os personagens que povoam o seu livro: Antônio de Zé de Chico, um agricultor negro da Chapada do Apodi; o poeta cearense/potiguar Raimundo Leontino Filho e o artista plástico potiguar Anchieta Rolim.
Jose de Paiva Rebouças venceu diversos concursos literários, como, por exemplo, “Concurso Américo de Oliveira Costa” (2014), promovido pela Editora da UFRN (EDUFRN), “XII Prêmio Literário da Livraria Asabeça” com o livro de poemas “Catálogo Maçante das Coisas Comuns”, e ganhou primeiro lugar no “Prêmio Rota Batida”, da Fundação Vingt-un Rosado, com o livro “Ópera Antiinstrumental ao Vazio Homérico da Cidade”.
Como assessor, prestou serviço às prefeituras de Martins e Jardim de Piranhas. Nos movimentos sociais e culturais, foi um dos fundadores do Fórum de Entidades Representativas da Sociedade Apodiense (FERSA), da Academia Apodiense de Letras (AAPOL) e da Academia Estudantil de Letras poeta Antônio Francisco (AEL).
Como palestrante tem integrado inúmeras mesas redondas e bate-papos sobre jornalismo e literatura, inclusive na Feira do Livro de Mossoró.
Com a reportagem “Filhos do Fogo”, que conta a dura rotina dos trabalhadores das caieiras no Rio Grande do Norte foi um dos finalistas nacionais do prêmio Ministério Público do Trabalho de Jornalismo (MPT). A matéria foi realizada em parceria com os jornalistas Esdras Marchezan e José Bezerra, a pedido do “Novo Jornal “, e concorreu com outros 400 trabalhos de todo o Brasil. Veículos como “Brasil de Fato”, de circulação nacional, reproduziram o trabalho que conta com detalhes a situação de centenas de trabalhadores da cal do RN, com grande destaque para a comunidade de Soledade, em Apodi.
Jotta Paiva como também é conhecido, tornou-se um exemplo de profissional da comunicação, com um enorme faro para a notícia. Dedicado a sua área de atuação, bastante interessado nas coisas da sua terra e da sua gente.
É colunista do site “Substantivo Plural”, e está incluso no livro, “Novos Contos Potiguares” (2017), do escritor mossoroense Thiago Jefferson Galdino e no livro de nossa autoria, “Impressões Digitais – Escritores Potiguares Contemporâneos” Vol. 3. (2015), onde ele definiu bem o seu trabalho com a literatura em trechos como mostramos a seguir:
Confesso que nunca fui bom leitor, mas comecei a percorrer as páginas ainda na infância. Acontece que onde cresci, nós quase não tínhamos livros. No período de memória que me chega, me lembro de apenas dois livros: um didático que tinha a história de uma família que ia da cidade para o campo – que eu gostava muito por causa das imagens muito coloridas, e um de inglês – de um curso de inglês qualquer de antigamente, que tinha uma moça de óculos por quem me apaixonei, minha infância toda. Não era uma imagem real, era um desenho, ainda assim, eu a amava perdidamente.
Minha avó tinha ainda uma revista, daquelas sociais, sobre a vinda do papa João Paulo II ao Brasil. Gostava da imagem do avião e do sacerdote beijando o chão. Então essas foram minhas primeiras leituras. Entretanto, neste período eu vivenciei a teoria de Paulo Freire quando ele diz que “a leitura do mundo precede a leitura da palavra” e, talvez, esta leitura tenha sido a mais eficaz para o meu pensamento atual.
A partir disso, eu só começo a ler mesmo no ensino médio. Descobri a biblioteca da Escola Estadual Professor Antônio Dantas. O primeiro livro que li, não lembro quem é o autor, chamava-se Álbum de retratos. Eram crônicas do cotidiano de alguém. Li muita história em quadrinhos na casa de Dona Teresinha e seu Geraldo, lá em Natal, que são amigos da família, e folheei muita revista na casa de Estela, filha de seu Zé de Anastácio, que era uma figura muito conhecida em Apodi.
Depois, li alguns contos e embrenhei-me por alguns clássicos: Capitães de areia, de Jorge Amado, Hilda Furacão, de Roberto Drummond, O Velho e o Mar, de Hemingway, As Pupilas do Senhor Reitor, de Júlio Diniz, entre tantos. Aí também conheci a poesia. Li tudo de Drummond, mas me apaixonei perdidamente pela obra de Manuel Bandeira. É dele que tiro todo o ensinamento poético.
Foi neste tempo também que fui descoberto em meu maior crime: o de roubar livros da biblioteca da escola. Eu montei minha biblioteca com os livros que ia lendo porque eu me apegava a eles com tamanho afinco que não conseguia devolvê-los. Mas aí minha irmã percebeu e me delatou para a secretária da biblioteca, Netinha. Ela recolheu tudo, mas depois que o acervo foi renovado, ela me devolveu os que eu mais gostava, tudo dentro da legalidade (risos). Netinha entendeu cedo o meu amor pelos livros e, por isso, mesmo depois do meu crime, nunca me impediu de alugar livros, ao contrário, ela sempre me incentivou.
Eu só sei escrever poesia, todo o resto é tentativa falida. Foi assim desde o começo. Desde os meus 13 anos eu começo a escrever romances que nunca passam da primeira página. Nunca vou desistir, embora saiba que nunca conseguirei. O meu primeiro poema talvez seja o meu melhor. Nunca será publicado, mas é algo que me define muito até hoje: “o abstrato do meu eu” – gostava muito deste adjetivo – fazia inúmeras perguntas: quem sou eu, para onde vou, coisas assim.
Depois escrevi um livro inteiro de palavras e axiomas que chamava de poemas. Nunca deu em nada. Escrevi algumas crônicas, mas percebi que não levava jeito quando as submeti a uma escritora importante lá de Apodi, minha amiga Dodôra. Aliás, o livro dela: Contraponto, está entre os livros que leio sempre para encontrar aquele eu do passado. Então, eu passei a minha vida inteira tentando alguma coisa.
Foram péssimos. Eu fui o melhor aluno de minha turma e um dos três melhores de toda a universidade, mas muito antissocial. Eu sou antissocial, felizmente. Saí de minha turma apenas com um amigo, o Francinaldo Rafael, os outros nunca passaram de colegas. Digo na turma de jornalismo, porque eu cursei Comunicação Social que abrange as três habilitações: Jornalismo, Publicidade e Radialismo. Deixei alguns amigos em Radialismo também, eu acho (risos).
Minha escolha por jornalismo foi natural, uma vez que eu já atuava na área desde 2002. Veja bem: eu cresci ouvindo rádio e aquilo me parecia tão distante. Eu morando no meio do nada, onde a casa mais próxima da nossa ficava a dois quilômetros, um lugar sem eletricidade, o rádio era a maior tecnologia que eu conhecia. Então quando adolescente, já morando na cidade (em Apodi), surgiram as primeiras rádios comunitárias e, não me lembro como, eu me acheguei a elas. Fiquei por lá até me darem espaço para controlar os equipamentos e fazer programas musicais. Acredito que eu era o pior de todos, mas aquilo enchia meus olhos e dava orgulho à minha família. Não ganhava nada, mas eu queria aquilo.
Então, em 2002, abriu a Rádio Vale do Apodi (AM) e, por um acaso, um amigo sugeriu que eu colocasse o meu currículo. Eu menti muito neste currículo, mas acabei entrando para a equipe porque me dediquei muito ao projeto experimental. Passei um ano como radialista medíocre até que achei minha brecha e ganhei meu espaço. Quando saí da rádio em 2006, eu era diretor de redação. De lá fui para o Jornal de Fato, a convite de César Santos, onde também penei um tanto para aprender o que devia fazer. Eu aprendo as coisas na marra, na linha da morte, sou um autodidata incorrigível. Tenho déficit de atenção (risos). Quando entrei no De Fato eu fazia Letras na UERN, mas em 2009, resolvi seguir o caminho que já percorria, fiz o vestibular para Jornalismo e deu certo. Cá estou eu.
Não tenho ambições literárias. Eu vou fazendo projetos e os concebendo dentro das oportunidades que me aparecem. Eu vou escrever um romance, não sei quando, nem como. Também não tenho noção se um dia ele será publicado. Então, não tenho uma resposta definitiva para a sua pergunta.
Eu sou um homem limitado pela minha condição biológica. Um trabalhador braçal, um arrancador de letras. Nada mais.
Imersos desde janeiro deste ano em um trabalho de investigação, pesquisa de territorialidades e teatralidades contemporâneas, memória e utilização de espaços públicos e conectividades reais e virtuais, os grupos Clowns de Shakespeare (RN) e o Bagaceira (CE) criaram juntos e agora apresentam ao público natalense e fortalezense, a Intervenção Urbana intitulada .de_en.con.tr/ce.rn (Ponto de Encontro).
As apresentações vão acontecer simultaneamente em praças públicas nas cidades de Natal e Fortaleza, a partir desta terça (28) ao dia 31 de maio, em Fortaleza, e também, de 04 a 07 de junho, em Natal. Duas semanas consecutivas com horário marcado sempre às 16h. No total, serão utilizadas oito praças, sendo quatro em Natal e quatro em Fortaleza. O programa é livre para todas as idades e tem entrada gratuita.
Durante as intervenções será proposto um diálogo com a população, buscando e provocando a reflexão dos conceitos de centro e periferia, fluxo e habitação e suas interferências no cotidiano das pessoas – situações inspiradas no trabalho do geógrafo Milton Santos, brasileiro considerado por muitos como o maior pensador da história da geografia do país. Milton foi o único brasileiro a conquistar o Prêmio Vautrin Lud, o Nobel de geografia.
.de_en.con.tr/ce.rn será apresentado em uma estrutura de ação simultânea, na qual os públicos das duas cidades poderão interagir com tudo que acontece, através de mecanismos virtuais de comunicação de tempo real como lives pelas redes sociais e mensagens de aplicativos como o WhatsApp. Na prática, uma exibição do que seria a transformação do espaço natural em pleno processo de globalização e da inserção das novas tecnologias, misturando as linguagens do teatro e da performance.
A intervenção “.de_en.con.tr/ce.rn (Ponto de Encontro)” faz parte do Projeto Conexão Nordeste, aprovado pelo edital “Programa Oi de Patrocínios Culturais Incentivados 2018” contemplativo de dois grupos de relevante representatividade na cena teatral nordestina e nacional, permitindo um encontro inédito na trajetória desses com os seus respectivos públicos.
Os grupos Clowns de Shakespeare e o Bagaceira contam com a participação do público e, por isso pedem doações de tapetes, almofadas, bancos, cadeiras, racks ou qualquer tipo de mobiliário e decoração que possa auxiliar na criação da sala de estar coletiva que será montada nas praças.
Os natalenses interessados em fazer doação para a intervenção podem enviar mensagem para o Instagram do grupo Clowns no @teatroclowns, já os fortalezenses podem entrar em contato pelo @grupobagaceira. Ambos entrarão em contato para combinar a retirada de tais doações.
Praças – Intervenção Urbana .de_en.con.tr/ce.rn (Ponto de Encontro)
04/06: Espaço Cultural Jesiel Figueiredo, Zona Norte, 16h
05/06: Praça Sete de Setembro, 16h.
06/06: Praça Henrique Carloni (Disco Voador), 17h
07/06: Praça sem nome (em frente à Dobradinha do Lucas, próximo ao 7o. Batalhão), 16h.
O curta-metragem Codinome Breno, dirigido e roteirizado pelo cineasta potiguar Manoel Batista com produção da Casu Filmes, será exibido nesta quarta, às 16h30, no Teatro de Cultura Popular (TCP), por meio do projeto Sessão Teia Brasil, juntamente com o premiado documentário Torre das Donzelas. Esse longa metragem de Susanna Lira mostra o reencontro de mulheres, como a ex-presidenta Dilma, que ficaram presas em uma penitenciária apelidada durante a ditadura de Torre das Donzelas. Ingresso: R$ 20 e R$ 10 (meia).
“A exibição da Codinome Breno em conjunto com Torre das Donzelas traz uma importante oportunidade de diálogo com o público sobre as memórias da ditadura militar, que ainda estão sendo disputadas no terreno da política nacional. Não se pode fechar os olhos para as atrocidades cometidas naquele período. Os diálogos com o passado e o contato com o outro é que mantém viva essa memória, por isso não esquecer é resistir!” Manoel Batista
Manoel Batista conta que o curta-metragem Codinome Breno vem sendo inscrito em diversos festivais nacionais e internacionais e teve seu pré lançamento na 5ª Mostra de Cinema de Gostoso, em São Miguel do Gostoso, em novembro de 2018. Ocorreram também exibições no 12º Festival Curta Taquary, em Taquaritinga do Norte, agreste de Pernambuco, em abril; e na 5ª Mostra Pajeú de Cinema, em Ingazeira também em Pernambuco, em maio deste ano.
Além da exibição nesta quarrta no TCP, estão previstas exibições nesta terça (28) na UFRN participando da Mostra de Direitos Humanos no Cinema, organizado pelo Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA); e também no 2º festival Curta Caicó, que ocorrerá no período de 13 a 16 de junho.
O curta metragem é fruto de longa pesquisa e do material guardado por muitos anos desde a morte de seus pais Jorge Batista e Ana Valderez, em um acidente de carro em 1986. “Codinome Breno” é uma produção da Casu Filmes, com patrocínio da Ancine, FSA – Fundo Setorial do Audiovisual, BRDE – Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul e Prefeitura do Natal, por meio do edital Cine Natal 2014.
40 anos após serem presas durante a ditadura militar na Torre das Donzelas, como era chamada a penitenciária feminina, ao lado da ex Presidente da República Dilma Roussef, um grupo de mulheres revisita a sua história em relatos carregados de emoção.
Com roteiro e direção de Susanna Lira, o documentário de longa-metragem foi vencedor da 42° Mostra Internacional de Cinema / São Paulo International Film Festival na categoria melhor documentário brasileiro e ganhador do Prêmio Petrobras de Cinema.
Ganhador também do prêmio especial do júri no 51° Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e vencedor do Festival do Rio l Rio de Janeiro Int’l Film Festival nas categorias de melhor documentário (júri oficial e popular) e melhor direção de documentário.
A memória possui gavetas que escondem partes do nosso passado, mas o medo e a saudade nos impedem de acessá-las. Para reconstruir o mosaico de memórias familiares, Manoel busca através da origem do nome de seu irmão, dos objetos de família e dos relatos dos amigos mais próximos as peças que faltam nesse quebra-cabeça. A busca por esse nome termina por descortinar passagens da ditadura militar no Brasil.
Gênero: Documentário
Diretor: Manoel Batista
Duração: 19 min 30 seg
Ano: 2018
Formato: DCP & Digital
Cor: Colorido
País: Brasil
Local de Produção: RN
Produção: Casu Filmes
Manoel Batista, potiguar, tornou-se mestre em estudos da mídia, na UFRN, em 2017, estudando a temática da “paisagem nordestina no cinema contemporâneo”. Dedica-se a trabalhos e estudos audiovisuais desde 2014 e estreia a direção de seu primeira curta-metragem, chamado Codinome Breno. Participou da produção técnica de curtas-metragens locais como “Mamucaba”, “Viuvez da Carpideira”, “Boycam”, “Calixto passou por aqui”, dentre outros.
Nesta terça-feira, às 20h, a renomada pianista Gisele Pires, professora da UnB e doutora pela Florida State University, apresenta recital no Auditório Onofre Lopes, da Escola de Música da UFRN reunindo obras polonesas e brasileiras. O recital, intitulado “Hommage”, marca o centenário de nascimento do compositor Cláudio Santoro e os 70 anos da morte de Heitor Villa-Lobos, além dos 170 anos da morte de Frédéric Chopin e os 60 anos da morte de Grazina Bacewicz, autora de belíssimas obras pouco conhecidas fora da Polônia. O acesso é livre.
Doutora em Piano Performance, Acompanhamento e Música de Câmara pela Florida State University (EUA), Gisele Pires Mota possui mestrado em Performance Musical pela Universidade Federal de Goiás e especialização em Performance Pianística pela Universidade de Brasília como aluna de Elza Kasuko Gushikem. Foi professora de piano, música de câmara e correpetidora da Escola de Música de Brasilia por 15 anos e, em 2016, conquistou o 1o lugar no Concurso para Professora Efetiva de Piano e Estruturação Musical por lá, posição que ocupa atualmente.
Participou de cursos e masterclasses com Margot Garret, Warren Jones, Simone Dinnerstein, Moura Castro, Sergei Dukachev entre outros. Apresentou-se com instrumentistas e cantores da Itália, Romênia, Costa Rica, Rússia, Coréia, Japão, Estados Unidos… Tendo como umas de suas principais características a versatilidade, além da atuação como pianista solista e camerista, Gisele Pires Mota correpetiu diversas óperas e peças teatrais.
Em 2014, lançou o CD “Luz e Névoa – Canções de Câmara de Alberto Nepomuceno” com o tenor André Vidal sendo este o primeiro registro somente com canções em português do compositor. Faz parte do Grupo de Pesquisas do CNPQ “APHECAB” investigando no acervo de Hermelindo Castello Branco e o repertório cancional produzido por compositoras brasileiras.
Como pesquisadora, tem desenvolvido estudos e publicado artigos sobre a interrelação entre poesia e música, entre análise e performance musical e sobre o mercado de trabalho do pianista. Suas pesquisas relacionadas ao piano na música brasileira de concerto abarcam também música de câmara e canção de câmara. Em agosto de 2019, inicia sua pesquisa de pós-doutoramento em composições do século XXI para piano solo no CESEM, Lisboa.
O sucesso de bilheterias “Vingadores: Ultimato” chega às telas do CineMaterna na edição deste mês. O longa da Marvel estreou há um mês e já é a segunda maior bilheteria de todos os tempos. A exibição acontece nesta terça-feira (28) às 14h na sala VIP do Cinépolis Natal Shopping em sessão personalizada para mães e bebês com até 18 meses de idade.
‘Vingadores: Ultimato’ traz ao público a continuação dos fatos que aconteceram em ‘Vingadores: Guerra Infinita’, quando Thanos, o grande vilão dessa ficção, elimina metade das criaturas do universo. Os super-heróis neste filme precisam lidar com a perda de amigos enquanto montam resistência e procuram soluções para trazer a população de volta. O longa é tratado como a celebração de todos os filmes do Universo Marvel e a história se torna clímax de tudo o que foi construído ao longo dessa última década.
O filme tem três horas de duração e, para que seja possível que as mães fiquem confortáveis com seus filhos, a sessão dispõe de toda a estrutura necessária: trocadores dentro da sala, som reduzido, ar condicionado suave, luzes levemente acesas, estacionamento de carrinhos de bebê e equipe de apoio. A oportunidade é ideal para garantir o entretenimento, ao mesmo tempo que estimula a socialização entre as mães que estão passando pela mesma fase da vida com seus pequenos através do lazer e da troca de experiências.
O CineMaterna, presente em 53 cidades brasileiras, acontece em Natal sempre na última terça-feira de cada mês, às 14h, na Cinépolis do Natal Shopping. O empreendimento é patrocinador local do evento. O valor do ingresso é o mesmo cobrado para as salas convencionais, com meia entrada para todos. Além disso, as cinco primeiras mães com bebês de até 18 meses que chegarem à sessão ganharão uma cortesia para o filme.
Sessão CineMaterna “Vingadores: Ultimato”
Local: Cinépolis Natal Shopping (Av. Senador Salgado Filho, 2234)
Horário: Terça-feira, 28/05, às 14h
Consagrada referência do Jazz Local, a cantora Bruna Hetzel se aventura pelo universo do Rock & Blues, ao resgatar uma antiga paixão: os Beatles. O show “Beatles in Jazz” traz interpretações surpreendentes. Os músicos passeiam livremente pelos clássicos dos garotos de Liverpool, com sotaque de Jazz e um jeitinho brasileiro. E este show acontecerá nesta quarta-feira, a partir das 20h, no Bardallos Comida e Arte, point cultural do Centro Histórico de Natal. Ingresso a R$ 10.
Bruna Hetzel se revela ao cenário potiguar em 2012 com o projeto Influência do Jazz, que atualiza o universo poético da MPB em sua convergência com o gênero jazzístico. O projeto acolhido com entusiasmo por público e crítica, se desdobra em inúmeras apresentações, na passagem pelo principal festival de jazz da região – o Fest Bossa & Jazz, e no convite para compor a formação da SESI BIG BAND – orquestra de jazz do SESI-RN, com quem realiza grandes espetáculos no período de 2013 a 2015.
Em 2015, a convite do Fest Bossa & Jazz, lança o projeto Lady Sings The Blues: Um Tributo a Billie Holiday, homenagem ao centenário da lendária diva do jazz, que obteve excelente repercussão. Atualmente, a cantora circula por variados espaços da cena local e de estados vizinhos, e se dedica ao desenvolvimento de composições próprias, e em parceria com músicos como Sergio Farias, Caio Padilha, e Amaro Freitas (PE) que resultarão na produção do seu primeiro CD: Canto Azul.
Beatles in Jazz
Quem: Bruna Hetzel
Onde: Bardallos Comida e Arte (rua Gonçalves Ledo, Cidade Alta)
Data e hora: nesta quarta (29), às 20h
Ingresso: R$ 10.
Campanhas de copa-y-pasión!
Recebo de meu amigo Tom Silveira, poeta, advogado, empresário, um interessante vídeo – Amigos del Camino Tercera Edad – sobre a velhice enferrujada da Terceira Idade.
Texto em castellano orientando a velharia como ser velho numa boa. E com qualidade. Pra viver melhor e desencanar a angústia crônica da última curva da estrada da vida, o texto do vídeo recomenda que os velhões sigam 3 macetes: viva o hoje!… goza o dia!.. e seja alegre e ria!
“La vida se passa rápido… Haz todo lo que puedes hoy, porque nunca estará seguro si ya es tu invierno o no… ¡Goza el dia!.. Ah no olvides reyr y suelta la carcajada…”
Nostalgia, deprê, recuerdos, alegria… únicas bagagens da viagem sem volta. A gente vem nú e vai nú. As experiências da vida vão na bagagem? Sei lá, meu rei!
No fundo musical do vídeo, cantado por um trio, um bolero do argentino Roberto Livi, que andou pelo Brasil participando da Jovem Guarda. Aliás, um boleraço que fica apaixonante na voz incrível da madrileña Rocío Dúrcal: Cómo Han Pasado los Años.
Desses boleros d’arrepiar os pentelhos d’alma e a gente sair dançandoflutuando, por aí, nas gafieiras das estrelas.
Tom-mano-velho, o vídeo é mesmo tocante. Diz dos colegas velhudos e velhudas, navegando pelaí, pelos mares da vida, já de leme frouxo, mastaréu rangendo, velame esburacado.
Diz das nossas velhagens. Dos planos e chamegos antigos com a companheirinha de sarros-y-sueños. Dos nossos carunchos do coração que foram se enganchando nos dias, anos, cachos, engalhos. E lá ficaram pendurados ao som de The Platters.
O vídeo diz também da torturante consciência da velhice avançada de já estar jogando na prorrogação do jogo-da-vida. Finalzinho de partida, véi.
Hora do embarque pras estrelas-perdidas. Já na fila do check-in… cada um olhando pra cada um com cara de cachorro leso…
Barra pesada, dotô!
Sabe aquela vertigem de vidaviver a cada minuto na beira do abismo? Sabe nada, mago! Quem sabe? Só a velharada dos setenta pra lá.
E não adianta aquele papo-consolation de “esquece isso, cara!.. afinal todo mundo morre um dia… viva o agora!”. Táquitipa, pô! Papo meia-sola, mano!
Olhe, mano, pós-70-80 de idade, o agora-da-vida temjeitonão, sô!… é um agora pleno da presença da Morte, aquela Dona Caveira velha-de-guerra.
Aquela figura carnavalesca de foice, manto negro, e queixada ossuda sorrindo pra tu. Aquela figura patéticassombrosa de voz de trovão ribombando nas zuréias da alma: vam’bora malandro, chispa! chegou tua hora!
Te safa, marujo! Que é de lascar, viver esse agora sinistro, mano! Stress da velharia que nem Freud dá jeito.
… rir ou chorar? andar ou dançar? sentar ou voar? ou simplesmente deixar rolar e chamar Dona Caveira pra tomáuma e vêcuméquié esse enredo… quem sabe Dona Caveira não tá a perigo precisando dum calor nas trans-milenares ossadas, daí topa um rala-e-rola com tu, num motelzinho manero… daí prorrogando teu tempo?… mas, ein?!…
Que treta, mano!
Tempo e escolhas. Tempo e suspiros. Tempo e ferrugens. Tempo-sem-mais-tempos.
¿a donde se fueron los años?– pergunta-se no bolerão, a sedutora cantora Rocío Dúrcal, no crônico espanto da perda. Como bolhas de sabão os anos sumiram-explodiram no ar. Blow-up!
Como enfrentar, de boa, a perda de si, a perda d’amores e d’amizades? Como enfrentar a inexorável ferrugem do tempo? A decadência do corpo. A deterioração mental.
Como segurar a barra dessa porra da gravidade – da gravidade, véi! – sacaneando com teus bagos, picuás, mastaréu e cesto da gávea, de macho alfa?
Quer dizer, sacaneando com teus aplicativos da hora-do-vamuvê. Digaí? Vira tudo geleia triste. A gente vai se desfazendo por partes. Quiporraé, véi!
Bom, pelo menos ainda se tem um ás na manga, um estepe coringa – a velha língua. Velha que nunca envelhece. Nem depende da gravidade. Nem nega fogo, nem babação. Nem cansa. Coisa de pele e desejos s’escarafunchando. Xupiscos.
Daí a velhice da chamada Terceira Idade vira uma gloriosa degustação. É o que resta. Pelo menos isso, velhão… E tome de caiação geral!
Daí, a véiarada começa a compreender e sentir que dar gozo pela linguagem também é gozar. Gozo solidário. Sinfonia de sons safados e borogodós salivados.
Daí a gente começa ouvir pelos cotovelos, bagos, línguas, xibíus, dedos e salivas I want you 1976 com o danado do Marvin Gaye, caningando os passados, os agoras, os depois… as lembruxas… cravados a ferro e fogo dentro de nós… no ritmo da sensualidade… no frenesí dos desejos…degusta, velho, degusta e deixa escorrer um pouco dessas saudades todas… degusta que a sede de viver-reviver é muita…
Pelo menos isso, velhão…
Mas, como encarar, de boa, na velhitude a sensação cada vez mais forte, a cada manhã, desse jogo perdido de vidavivermorrendo dia-pós-dia.
Ir… indo… indo… indo… o ido… o idoso: aquele que vai indo… para onde?… … sei lá!… quem sabe?… tio Nietzsche dizia que a vida é um eterno retorno…
O diabo, mano-velho, é que a consciência cada vez mais forte da GrandeViagem para as Estrelas vai alargando um estranho vazio na Alma: um vazio do vazio: o ponto-oco de cada um: que liga nosso corpofinito com nosso corpoinfinito.
Daí que na consciência da morte próxima, viver-morrer, tudo-nada, certo-errado, direita-esquerda, ordem-cáos, princípio-fim, macho-fêmea, carne-espírito, amor-desamor – tanto faz como tanto fez!
Já que tudo se enrosca no ponto-oco da Alma e s’esparracha de cambulhada infinito afora. Diversidade des-conjuntada. Sempre em movimento. Como uma dança suave, majestosa, enigmática, escracha. Sempre se refazendo.
A Dança de Xiva. A Dança do Mamulengo. A Dança da Gafieira. O Tango. Ah, paixão do tango!
O mundo parece feito dum mix de multiperspectivas de movimentos, relações, empatias, pendengas e forrobodós.
O mundinho fechado do “ou isso ou aquilo” se torna o mundão livre do “tanto faz como tanto fez!”.
O que quero dizer, Tom-velho, é que a medida que a gente vai se despregando desta Vida, e a carequice vai se alastrando, a Verdade Única se esfuma.
Vai tudo se esfumando mesmo. Como a fumaça do cigarro. Como rios e oceanos virando nuvens que viram rios e oceanos que retornam… e retornam. Como sonhos resonhados.
Sonhaduras de sonhos resonhando… é o que resta, é o que somos… e não foi o mago Próspero, no The Tempest, de Shakespeare, que disse que “somos feitos da mesma substância que os sonhos”?…
Somos sonhos perambulando pelo Infinitaço. Masquêpraquê? Quem sabe?
Essas coisas todas, Tom-amigo, a gente sente, quando os cabelos vão branqueando e carecando. E você já está confirmado pela idade e ferrugens na lista do próximo voo pros botecos-siderais. E a fila anda, poha!
Os Mistérios do Infinitaço fascinam e coçam. Todavia permanecem invisíveis. Inexplicáveis. Como o fascínio de uma perna cruzada de mulher. Nunca se vê para além da cor das calcinhas. Ali, o sensual Portal da Vida chamando sempre.
Que divinações há, ali, entrecoxas?
Ninguém responde.
Como o Amor, os Mistérios do InFinito não têm resposta racional. A gente só sente.
Mas fica então o furo sempre racionalmente inexplicável dos justos motivos pelos quais um deus criador imortal – ou deuses – em sua eterna solidão, criou criaturas para vivermorrendo. Criou a morte humana e suas tristes marcas e vazios.
“Se foi pra desfazer, por que é que fez?”, como questiona o poetinha Vinicius de Morais no seu irônico Cotidiano.
Como nunca ninguém responde esses leros. Estamos sempre diante do absurdo: os impenetráveis Mistérios do Infinito.
… fazer desfazendorefazendo… jogos dos deuses?… jogos de suas eternas solidões?… tem sentido?… Qualébixo?…
Mas vamos encarar de boa essas tretas do vidavivermorrendo a que estamos condenados. Vamulá amigo!
Pegue aquela dose generosa de cereais nobres escoceses. Dê a primeira golada pros Orixás, como deve ser. Relaxe amigo. Desfaça os nós da garganta.
Agora uma golada lenta. Deixe-se invadir – almapelecoração – pela energia fina que liga tudo-todos nesse louco Infinitaço – quem sabe o Amor?
Entre em uiskmeditation. Flutue. E com toda tua velhudez deixa a coisa toda rolar…
Que nos espera?
Estamos indo ou vindo?
Haverá lembrares e sentires?
Haverá xifres e dores-de-cotovêlos?
Haverá um celular androide pra gente zap-zapear?
Haverá o gozo-espiritual para além do gozo-da-carne?
Haverá amores arrebatadores?
Encontraremos nosso mano-amigo, maestro Prentice, que viajou ano passado lá pras estrelas-perdidas?
Quem sabe Prentice-velho estará batendo um pinho numa seresta pras almas e deuses, lá num dos botecosdoInFinito?
E o mar?
haverá essa belezapoema
do marmassaplenaprofunda
em seu cambiante balanço
d’azulverdecinzanuvensvermelhando
d’espumaspraiasgaivotas
d’temposnaviosaudades
e os eternos marujos de Neruda – “que besán y se van”…???
Ou haverá só um vazio sem-sentido?
Quem está lá nos esperando?
Arre-égua!… é um porrilhão de perguntas, mago-véi…
No final de Os Irmãos Karamazov, 1879, do velho-Dostô, as crianças perguntam a um dos irmãos, o místico Aliocha: “Karamázov, é verdade o que diz a religião, que ressuscitaremos dentre os mortos, que nos reveremos uns aos outros?”.
Aliocha responde: “Claro, nós nos reveremos e nos contaremos de novo, alegremente, tudo o que se passou”.
Perguntas… perguntas… respostas tantas. Dúvidas… dúvidas… eternos Mistérios.
Sabe, Tom-velho, já vi outros vídeos parecidos com este que você me enviou. Com a bela musiquinha de fundo e cenários de sonho. O texto, calmo, e sempre bem dosado de regras e conselhos para velharia boladona saber porravelhar de boa e feliz nessa tensão do fim do prazo de validade de si mesma.
Como pode o velhame ainda ser feliz diante do inelutável fim? – é o tema desses vídeos.
Como pode a gente ficar maneiro se a vida engasga? Nessas paradas acho que nem um porre dá certo, mago-véi.
Nesses vídeos de auto-ajuda-de-velhar, a regra-base é que a velharia tem mais é que vidaviver-o-momento. Com todas suas rugas, papadas, dentaduras, carecas, bengalas, cigarros e pigarros. É esse o consolo final. A porra do agora da hora.
Quer dizer: se chapar nesse-agora-desse-aqui, sem ficar nhen-nhen-zando resmungos de nostalgias, tristezas, queixumes. Arquivos do passado que não interessa mais a ninguém. Coisas das antigas. E nem mesmo o chororô sobre teu prazo de validade estourado, e plá-e-plei…
Quer dizer: fica na tua e feliz, velho-feio, nesse aqui-agora, sem encher o saco dos pobres mortais mais jovens. Pô, velhão, tá caindo os dentes? Para de comer rapadura, porra! Agora pra você é mingau, cara. É o agora-mingau e fique feliz! Tá ligado?
Bem, penso que esse formato dum aqui-agora fechado rigorosamente no momento presente é um tanto burocrata. Um tanto desumano pra velharada. Espécie de antolhos que tapam a visão do passado e do futuro. Que te aprisionam num aqui-agora parado no Tempo.
Regras do esquecer. Métodos do não-sonhar. Existência sem projetos.
Ou seja: pra porravelhar numa boa, segundo o vídeo, a velharada tem mais é que ficar ali enterrando sonhos antigos e futuros no aqui-agora da hora. Será que funciona? Que auto-ajuda é essa?
Pra mim é papo furado. Não se pode encaixotar sonhos num aqui-agora burocrático.
Sonhos são músicas d’espumas d’amores e desejos. Revoadas de borboletas, gaivotas, flores, luas, praias, dansas, corpos. Que brotam a todo momento em nosso coração-alma-carne, no triscar d’olhos e peles se pegando.
Que é viver o aqui-agora senão deixarviver todas as perspectivas de todos os aqui-agoras?
Que é viver o aqui-agora senão sentirdançar a música dos sonhos?
Quem é você?..
…homemulherbichatrichatransbranconegromorenoesquerdadireitaoperárioestudantepoetaescritorprofessorempresáriotraficantemúsicoartistajornalistadeputadosenadordeputadoatletapoliciasoldadomarujo…
Tantofaz-como-tantofez, camarada! Você vai ser sempre um sonhador. Mesmo que não sonhe. Você já é um sonho. Um sonho de um talvez deus, ou deuses. Um sonho do Nada. Um sonho do Infinitaço.
Sonhos movem desejos. Que movem projetos. Que movem cada momento da VidaViva. Abraçam passadopresentefuturo. E fazem dançar a Vida.
Daí que, penso eu, não adianta travar as lembranças do idoso tão-só nesse agora pra confortar saudades e dores de conviver com a morte próxima.
Se o Infinito e seus mistérios são mesmo como “fendas de desrazão” de “natureza alucinatória”, como diz o escritor, poeta, ensaísta argentino, Borges em Avatares da Tartaruga. Então, chefia, o Infinito é algo como um sonho ou uma ilusão para nós seres finitos.
Daí, mago-véio, tomemaisuma e deixe a Alma se expandir nas multidireções dos sonhos e ilusões desse Infinitaço. Se deixe levar nessa onda.
Que nem os desfile das alas das escolas de samba se espalhando no Sambódromo da Vida, nas alegrias e ilusões do carnaval.
Que nem o refrão que Neguinho da Beija Flor de Nilópolis cantava no carná-1979:
“… joguem fora a roupa do dia-a-dia e tomem banho no chuveiro da ilusão…”
Vale curtir esse poema-desfilosófico que é o sambaço “O Paraíso da Loucura”, da Beija Flor, no aqui-agora de 1979… há quarenta anos atrás… quarenta anos…
Porraqueotempopassa!
E arranca das tristezas cotidianas a alegria de vidaviver a loucura das ilusões. Refrão porretinha da Beija-Flor, cumpadi! Ouça e vire um sonho…
A partir das 18h, na Praça Alfredo Mesquita Filho, a famosa “Praça da Saudade”, em frente ao cemitério público da zona urbana da cidade de Macaíba, acontece a primeira edição do Cine Saudade.
Na ocasião, serão exibidos o curta-metragem “Mistérios na Lagoa das Pedras”, do macaibense Silva Nunes, pesquisador e escritor conhecido popularmente por “Poeta”, e o longa-metragem “Um lugar que não existe”, de Hailton Mangabeira e Lula Borges.
Durante o evento, também será realizado um sarau poético, uma performance cover de Michael Jackson, um show com Forró do Chico Lopes e obras literárias serão sorteadas para o público presente.
O Cine Saudade é uma realização do Pólo Macaíba da SPVA/RN (Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do Rio Grande do Norte), que tem como coordenadores os macaibenses Silva Nunes (O Poeta), Augusto Neto e Lívia Dantas.
De Salvador (BA) a Cuiabá (MT), passando por Natal (RN): serão mais de 8,6 mil quilômetros rodados levando apresentações teatrais de forma gratuita para 10 cidades, em 10 estados brasileiros. O Teatro Móvel permanece em Natal, entre segunda-feira (27) e sexta-feira (31), e depois segue para outras seis cidades até agosto. Nas últimas semanas a iniciativa passou por Salvador, Recife e João Pessoa. No período, vai promover 160 apresentações, todas realizadas pela Companhia Realejo.
Em Natal as apresentações acontecerão no Largo Dom Bosco, em frente ao Teatro Alberto Maranhão, na Ribeira. O projeto tem o objetivo de inspirar meninos e meninas a se interessarem pelo fascinante mundo das ciências e tecnologia. O grupo de teatro, que trabalha com criação de histórias autorais ou com contação de obras importantes da literatura brasileira, foca em narrativas protagonizadas ou escritas por mulheres e busca, de forma lúdica, levar para o universo infantil temas contemporâneos, como igualdade de gênero, tecnologia e empoderamento.
A peça conta a história de Luna e Lara, meninas imaginativas e inventivas. Num domingo, enquanto caminham rumo ao QG onde costumam se reunir para ter ideias, elas encontram um garoto, que sempre as desafia e questiona e faz mais uma provocação. Depois, já no QG, Luna bate a cabeça e vai parar num outro tempo-espaço. Ela acorda em um laboratório onde duas cientistas malucas e seu robô estão trabalhando. Ali, a garota conhece um mundo novo e descobre uma rede de mulheres inventoras que apresentam a ela um mundo de tecnologia e ciências.
Em dois anos, o Teatro Móvel já levou cultura, arte e diversão para mais de 11 mil participantes de 15 cidades de 4 estados. Foram mais de 230 apresentações artísticas. O projeto, aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura, é realizado pelo Ministério da Cidadania e pela Magma Cultura. Com patrocínio da Uber, a iniciativa integra a campanha Eu Consigo, projeto que busca inspirar as crianças a acreditarem no próprio potencial e se interessarem por tecnologia e ciência. A iniciativa conta também com a parceria da Força Meninas e da Code.org, além das prefeituras municipais de cada cidade visitada.
Segunda: 14h/15h30 (apresentações teatrais)
Terça: 8h30/10h/14h/15h30 (apresentações teatrais)
Quarta: 8h30/10h/14h/15h30 (apresentações teatrais)
Quinta: 8h30/10h/14h/15h30 (apresentações teatrais)
Sexta: 8h30/10h (apresentações teatrais)
A Cia. Realejo trabalha com criação de histórias autorais e com contação de obras importantes da literatura brasileira. O foco são narrativas protagonizadas ou escritas por mulheres, mas o grupo também transita por outros lugares. De forma lúdica, o grupo busca levar para o universo infantil temas contemporâneos, como igualdade de gênero, tecnologia, cidades, descobertas do universo infantil, etc. As artistas trabalham com texto, música e objetos cotidianos ressignificados, buscando a simplicidade estética no contar e apostando na potência do encontro entre elas e a plateia.
Depois de uma acalorada temporada no sul do país, o Grupo Carmin retorna a Natal com o espetáculo “A Invenção do Nordeste”, nos dias 25 e 26 de maio, na Casa da Ribeira. Serão quatro apresentações, em duas sessões por dia (18h e 20h30). Essas são as últimas apresentações da peça do semestre. As vendas estão abertas no site www.sympla.com.br/teatrocarmin e mais informações pelo 84 98734 6660.
A peça do Grupo Carmin é inspirada no livro “A Invenção do Nordeste e Outras Artes” do Prof. Dr. Durval Muniz de Albuquerque Jr. Na história, um diretor é contratado por uma grande produtora para realizar a missão de selecionar um ator nordestino que possa interpretar com maestria um personagem nordestino.
Depois de vários testes e entrevistas, dois atores vão para a final e o diretor tem sete semanas para deixá-los prontos para o último teste. Durante as 7 semanas de preparação, os atores refletem sobre sua identidade, cultura, história pessoal e descobrem que ser e viver um personagem nordestino não é tarefa simples.
O Carmin, que vem circulando o país, foi o primeiro grupo do Nordeste do Brasil a ganhar o prêmio Cesgranrio de melhor espetáculo. Ganharam também o prêmio Shell e Botequim Cultural de melhor dramaturgia e no Prêmio Humor trouxeram para Natal os prêmios de Melhor espetáculo, Melhor Direção e Melhor Dramaturgia. “As questões que estamos levantando em A Invenção do Nordeste são urgentes e precisam ecoar”, disse Quitéria Kelly, diretora da peça.
“A Invenção do Nordeste” é uma obra de auto-ficção do Grupo Carmin, baseada no livro homônimo do Dr. Durval Muniz de Albuquerque Jr., Dirigida por Quitéria Kelly, com dramaturgia de Henrique Fontes e Pablo Capistrano. Elenco: Henrique Fontes, Mateus Cardoso e Robson Medeiros. Cenografia de Mathieu Duvignaud, Dramaturgia audiovisual e iluminação Pedro Fiuza; trilha original: Gabriel Souto e Toni Gregório. Produção: Mariana Hardi e Quitéria Kelly.
“A Invenção do Nordeste”
Local: Casa da Ribeira
Data: 25 e 26 de maio
Horário: 18h e 20h
Vendas: AQUI
Crédito da Foto: Claudio Etges
Se você curte um som orquestral de metais, a sua pedida para esta sexta-feira, às 20 horas, é o concerto ‘DeBaixo do Cajueiro’, com o Grupo de Eufônios e Tubas da Escola de Música da UFRN. A apresentação acontece no Auditório Onofre Lopes, da Escola. A entrada é livre para o público em geral e não precisa retirar ingresso, é só chegar e curtir.
O Grupo de Eufônios e Tubas da UFRN (GuêTu) é um projeto de extensão da EMUFRN, destinado aos alunos da graduação, pós-graduação, curso técnico em música e comunidade. O grupo fomenta a ampliação do repertório regional e nacional para esta formação instrumental, dividida entre eufônios e tubas de diversos tamanhos, e promove a tradicional cultura destes instrumentos na música brasileira e universal ao público regional, nacional e internacional.
Os cafés literários que ocorriam na antiga Livraria Nobel agora têm outro endereço e periodicidade quinzenal. O pátio do Museu Café Filho, no Centro Histórico de Natal será o novo local. O Sábado Literário é uma iniciativa da Fundação José Augusto, em parceria com o escritor Aluísio Azevedo Júnior, coordenador do projeto. O primeiro sarau será neste sábado, a partir das 17h.
De acordo com Azevedo a programação inicial contará com a seguinte agenda: homenagem ao escritor Sebastião Bortone; em seguida, fala dos escritores convidados, Sandemberg Oliveira, João Andrade e Damião Gomes, abordando o livro temático (Literatura Brasilis 2019), depoimento sobre as viagens exploratórias à Feira de Havana, e abordagem sobre o processo criativo literário. Haverá uma escola participante, cujos alunos poderão interagir com os escritores.
“Temos uma profícua produção literária no nosso Estado e eventos como esse só têm a engrandecer e dar a devida importância aos nossos autores, bem como estimular a interação entre esses e seus leitores”, opinou o diretor geral da Fundação José Augusto, Crispiniano Neto.
“Essa é uma grande notícia para leitores, escritores, poetas, livreiros, artistas, estudantes, professores, admiradores, fruidores, fazedores de arte, cultura e literatura”, comemorou Aluísio Azevedo.
Os cafés literários da Nobel foram iniciados em 31 de janeiro de 2012, como atividade de discussão literária, apresentação de escritores, divulgação das suas obras. A persistência do escritor e livreiro Aluísio Azevedo sustentou os encontros, heroicamente, por mais de cinco anos, até agosto de 2017, quando a mantenedora encerrou suas atividades. O evento inaugural contou com Leonardo Barros, autor da comédia “Solteiro em Trinta Dias”, Marcos Monjardim, autor de “Peregrino”, e Gustavo Diógenes, com sua obra “Acaci Mundo 17”.
Ao se tornar quinzenal, o evento contou com colaboradores como Thiago Gonzaga, Jânia Souza, Sandemberg Oliveira que atuavam como mediadores, além da União Brasileira de Escritores, da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN, das editoras CJA, Jovens Escribas, dentre outros selos independentes.
Após o anúncio da renúncia fiscal para viabilizar o Programa Djalma Maranhão, a lei municipal de incentivo à cultura de Natal, o primeiro projeto do ano foi aprovado. E o Oscar vai para… Isadora Rezende, a pianista prodígio que há poucas semanas foi solista num dos concertos da Filarmônica UFRN.
A aprovação do projeto ‘Isadora Rezende’, cujo proponente é Fernanda Cristina da Costa Ferreira, foi publicado hoje no Diário Oficial de Natal junto com o pedido de prorrogação por mais seis meses de outros três projetos: ‘Nas terras de bem viver’, ‘Rota Musical’, e ‘Entre Nós Coletivo de Criação’.
Principal motor de impulsionamento da cultura de Natal, a Lei Djalma Maranhão abriu seu período de inscrição no último 25 de abril. O prazo vai até 25 de outubro e as informações e formulários podem ser obtidos no 3232-4956 ou na sede da Funcarte. O valor da renúncia este ano é de R$ 9.577.720,00.
Desafiadora de gêneros, a cantora Haley Peltz retorna ao Brasil para mais uma temporada e se apresenta com o projeto “Joca Costa e Haley – Fulô de Araçá” em parceria com o renomado guitarrista Joca Costa. O primeiro show acontece hoje (24), às 21h, no Bardallos Comida e Arte, com um espetáculo que busca renovar e aprofundar a conversa entre as canções tradicionais de jazz e da Música Popular Brasileira.
Originária de Boston (EUA), Haley morou três anos em Natal e, em 2016, sua paixão pela Música Popular Brasileira a levou para São Paulo, onde foi selecionada em primeiro lugar no Concurso de Canto Popular da Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim, pelos músicos Arrigo Barnabé, Paulo Braga e Breno Ruiz.
Em 2017, ela apresentou um Tributo aos 100 anos de Ella Fitzgerald no JazzB e em outras casas de show de São Paulo. Atualmente ela é mestranda em Composição e Arranjo de Jazz, na Universidade de Massachusetts (EUA).
Joca Costa está entre um dos grandes guitarristas e arranjadores brasileiros. Fez parte da saudosa banda Impacto Cinco e já esteve em turnês nacionais e internacionais, além de festivais fora do Brasil, e de acompanhar grandes artistas brasileiros, como Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Zé Ramalho, Xangai, Elza Soares, o grupo Boca Livre e Vital Farias.
Joca Costa e Haley – Fulô de Araçá
Sexta-feira (24) – 21h
Bardallos Comida e Arte – Rua Gonçalves Lêdo, 678 – Cidade Alta
Ingressos: R$ 15
E-mail: Sergiovilarjor@gmail.com
Celular / Zap: (84) 9 9929.6595 Fale Conosco Assessoria Papo Cultura