vida! vida!
maré quebrando lenta
céu espelhado n’areia
pés descalços entre nuvens
entre conchas
entr’espumas rendilhadas
praia saindo de mim
se alongando no azul
contra o céu gestos parados no tempo
contra o céu navio longe partindo
contra o céu gaivotas coqueiros nuvens
lentimovendo tantos momentos
massa-plena-profunda
o mar
xuá-espumando me abraça
trazendo levando lembruxando
saudades e sonhos em mim
cava! cava!
amigos míos, mujeres mias!
neste século passando
fiquemos de pé!
olhos fundos e almas em fogo!
ergamos nossos corações e paixões!
nádegas ao alto e pica em riste!
soa a hora pósfreudiana do eu virtual!
soa a hora do gozo ponto.com.ponto.br!
soa a hora do último útero!
e do último esperma!
evoé!
é hora da tecnoternura e da vídeotrepada!
mas cadê meu clone de estimação, mano?
cava! cava!
os infinitos estão entupidos
a natureza poluída
o espírito calado
cava!
você que vem a mim e me toca
feche os olhos
feche os olhos, agora!
ouça a voz do tempo e da história
da saliva e do esperma!
ouça o poema de sonhos dentro de ti
o amor existe! o amor existe!
como disse Vinicius, o poetinha da mulher amada
do perdão
e da benção
saravá !
cava! cava!
a vida é uma tartaruga apressada!
é fluxo largado e atento
como pernas de amantes enroscadas na noite fria
nada se perde
tudo se enfia
e transforma
na beleza do reencontro e do grito!
arriba hermanos!
é preciso recuperar o espanto perdido!
é preciso buscar o homem escondido no homem!
e reconstruir esquinas e estrelas!
aqui
agora
sempre
o amor existe!
por isso ainda resta sentir
sentir sentir sentir
e depois sentir
que adianta viver sem?
* Premiado no Concurso de Poesia Luis Carlos Guimarães-2004
Fundação José Augusto (FJA), Natal/RN
* Publicado in “15 Poetas do RN”, pgs. 204-216, FJA, Natal/RN, 2006
* Publicado in PORRA de POEMAS, pgs 88-98, Ed.CJA Ltda, Natal/RN, 2017
Nesta sexta (28) vai acontecer o lançamento do documentário MADRIGAL, um Conto de Imagens por Palavras. Haverá Coquetel-Oferenda, Discotecagem, Arte-Instalação, Intervenções Poéticas e Show de Nicholas Marcelino Leão. Tudo isso em Nalva Melo Café Salão num Festim de Cinema!
A obra é o resultado de oito meses de produção para o TCC de Felipe Oliveira e Allyne Rayanne, que retrata a arte da multiartista potiguar, Civone Medeiros.
O documentário contempla o recurso da Audiodescrição (AD) e a escolha foi devido ao fato de que é sabido que o cinema em sua maior parte tem como matéria-prima o uso de imagens em movimento, e muitas vezes são inviáveis ao espectador que é cego ou tenha baixa visão ter acesso a filmes e a diversos bens culturais.
Muitas vezes, os elementos sonoros contidos nas obras não dão conta para que essas pessoas tenham acesso ao conteúdo, e é preciso ir além para que essas pessoas possam usufruir o acesso a cultura. Diante disso, a AD possui um papel importante.
Tem como co-produção a Produtora Dground, do talentosíssimo Gustavo Alcântara, Namastê Estúdios, de uma turma show do curso de Comunicação Social da UFRN, e agente da Farolete Crew.
Entrada Livre e colaboração consciente na Sexta, 28/12 das 19h às 22h no Café Salão, Av. Duque de Caxias, 110 – Ribeira, Natal/RN.
#Programação · Sexta, 28 de dezembro de 2018
19:00 – 20:00
Discotecagem com Victor Icha + Performance de Ana Lu Silveira
19:30 – 22:00
Arte-Instalação Audiovisual com o Making-Off por Lucy Lim e Equipe MADRIGAL
20:00 – 20:30
Lançamento do Curta Documentário MADRIGAL, um Conto de Imagens por Palavras de Felipe Oliveira + Bate-Papo Audiovisual
20:30 – 21:30
Show com Nick Brown e Intervenções Poéticas com Civone Medeiros
O projeto Cine Verão – Festival de Cinema da Cidade do Sol realizará a sua segunda edição na praia de Ponta Negra, um dos principais cartões postais da cidade, nos dias 30 e 31 de janeiro. Idealizado pela produtora cultural Nathalia Santana da Pinote Produções, o festival tem como objetivo principal contribuir com a difusão do trabalho realizado pelos profissionais do audiovisual potiguar e brasileiro.
O Festival recebeu um total de 155 filmes inscritos, 58 de realizadores potiguares e 97 de outros estados do Brasil. Após a análise criteriosa da curadoria, foram selecionados 8 curtas potiguares e 6 curtas nacionais, o que totaliza 2hs de exibição em cada mostra, tanto na Mostra Cine Verão Poti, que acontecerá no dia 30 de janeiro, como na Mostra Cine Verão Brasil, a ser exibida no dia 31 de janeiro.
Os curadores convidados para a mostra local foram Érica Lima, Fernando Suassuna e Gianfranco Marchi, assim como Carito Cavalcanti, Arlindo Bezerra e Rafaela Bernardazzi realizaram a curadoria da mostra nacional. Todos os profissionais atuam na área do audiovisual, com trabalhos relevantes no estado.
Para a Mostra Cine Verão Poti os selecionados foram: A Parteira – Direção: Catarina Doolan; Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte – Direção: Helio Ronyvon; Enquanto o sol se põe – Direção: Marcia Lohss; Memórias roubadas – Direção: Marcelo Buainuai; Tingo lingo – Direção: Wallace Santos; Reflexo – Direção: Felipe Rocha; Somos Todos Um – Direção: Luciano Azevedo e Sem Retrato e Sem Bilhete – Direção: Babi Baracho.
E para a Mostra Cine Verão Brasil os selecionados foram: Carretéis – Direção: Eudaldo Monção Jr.; Entremarés – Direção: Anna Andrade; Majur – Direção: Rafael Irineu; Repulsa – Direção: Eduardo Morotó; Um Café e Quatro Segundos – Direção: Cristiano Requião; Uma Balada para Rocky Lane – Direção: Djalma Galindo e Se o Mundo Girasse ao Contrário – Direção: Leonardo Martinelli.
Além das exibições de curtas metragens o festival terá na programação debates, apresentações musicais, DJs, sessões de lançamento e encontros com os diretores locais das obras exibidas na atual edição.
O projeto Cine Verão é uma realização da Pinote Produções, com o patrocínio da Prefeitura do Natal, Programa Djalma Maranhão e Hospital do Coração. Conta ainda com o apoio da Rádio Jovem Pan, Sollar Comunicação, Top Gráfica, Sopro, Tisck, Quintau, RN Bottons, Astral Sucos, Poti Restaurante, Chocolateria Sandra Maia e Marmitíssima.
2º CINE VERÃO – Festival de Cinema da Cidade do Sol
Dias 30 e 31 de janeiro, quarta e quinta-feira, a partir das 16h
Orla da praia de Ponta Negra – Natal/RN (Deck em frente ao Astral Sucos)
Acesso gratuito
Neste domingo acontecerá o melhor 2 em 1 da Grande Natal. O aniversário de cinco anos do maior point cultural do Pium, o Porão das Artes, será celebrado dentro da programação da 49ª edição da Feira da Diversidade. E para as duas comemorações foi montado uma programação com várias atrações, entre música, exposição, lançamento de livro e recital poético. Tudo por apenas 1 kg de alimento ou R$ 3 para doação à Mãe Luíza Espaço Solidário.
A partir das 12h tem início a Feira e as comemorações. Para tanto, estão confirmados shows com o Gato Lúdico e de Alisson Brazuca em Duo, seguido pelo recital poético/musical com Guadalupe Segunda e Kiko Alves. Paralelo à programação musical tem o lançamento da obra Livro do Sonho, de Joselita Bezerra e ainda a exposição de artes plásticas com Vicente Santeiro. Sem falar no bazar e toda a diversidade de produtos da Feira.
A Feira da Diversidade acontece sempre no primeiro domingo de cada mês e neste dezembro foi antecipada para comemorar junto aos 5 anos do Porão das Artes. E nesse tempo foram mais de 250 apresentações, entre shows (a maioria), , artes cênicas, performances e recitais, tanto com artistas locais quanto nacionais e até internacionais. Um palco comandado pelo produtor Nelson Rebouças sempre aberto à arte potiguar e a outros talentos de fora.
49ª Feira da Diversidade e Aniversário de 5 anos do Porão das Artes
Local: Porão das Artes (rua da Aurora, 138, próximo à caixa d’água de Pium)
Data: neste domingo, 30 de dezembro 2018
Hora: 12h às 20h
Entrada: R$ 3 ou 1 kg de alimento
FOTO: Evaldo Gomes
O cantor e compositor mossoroense Artur Soares, há um ano radicado em São Paulo e vencedor de diversos prêmios e festivais BRasil afora, volta às terras potiguares com seu novo show nesta sexta-feira (28) intitulado Groove Nordestino. O palco será o point cultural Bardallos Comida e Arte, na Cidade Alta, a partir das 21h e ingresso a R$ 10.
O novo show de Artur Soares tem como ponto principal uma nova roupagem a algumas canções das suas principais referências na música, dentre elas Alceu Valença, Elomar, Zé Ramalho, Fagner, Belchior e Luiz Gonzaga.
A aparência jovial esconde o talento e a experiência acumulada, sobretudo nas composições, iniciadas ainda aos 12 anos, influenciadas pelos Beatles. Soares se distingue por sua marcante naturalidade no palco e pela precisão poética, metódica e cosmopolita de suas composições.
“Bodoque”, seu álbum de estreia, foi lançado no início de 2013. Produzido pelo próprio autor, o disco surpreendeu por sua diversidade, tanto musical quanto pela temática de suas letras. A turnê de “Bodoque” passou por várias cidades nordestinas – inclusive, por grandes festivais – e recebeu várias condecorações, entre elas as de artista revelação e melhor compositor na 11ª edição do Prêmio Hangar.
Seu segundo álbum, “Aruê”, foi lançado em 2015 e teve grande repercussão, chegando a levá-lo para uma série de shows em São Paulo.
Seu último trabalho, “Cobalto” (2017) deixa o violão de lado e traz beats e guitarras em suas sete faixas, mas sem deixar o caráter independente e as temáticas variadas, com destaque para a canção Antropofágica. Entre os sucessos de carreira estão também Meu Fusca Charlie e Príncipe D’Angola.
Artur Soares – Show Groove Nordestino
Onde: Bardallos Comida e Arte (Rua Gonçalves Lêdo, 678, Cidade Alta)
Quando: Sexta-feira (28)
Hora: A partir das 21h
Ingresso: R$ 10
O Bardallos Comida e Arte é um espaço gastronômico e cultural aberto em 2005 pelo decano produtor Lula Belmont, fundador do bloco carnavalesco As Kengas e do saudoso bar Vice-Versa. O Bardallos foi aberto com o propósito de manter a chama boêmia e artística da Cidade Alta acesa. O espaço, localizado na Rua Gonçalves Ledo, 678, abre diariamente para almoço e tem sido palco para a arte potiguar na noite natalense, seja para música, performances, celebrações ou exposições. Contato: 9 9198-0045 (Ricardo Nelson).
Com muito carnaval, animação e luta, vem aí o II Réveillon da Resistência, que será realizado no dia 28 de dezembro, sexta-feira, a partir das 19h, no Acabou Chorare Bar Cultural (Rua Dr. Manoel Augusto Bezerra de Araújo, 135, Ponta Negra).
A programação contará com a animação carnavalesca da Orquestra de Frevo A Banda do Negão, sob o comando do Maestro Willame Medeiros, e também com o show vibrante e cheio de musicalidade foliã do cantor, músico e compositor Júlio Lima.
Couvert artístico a R$ 7. Maiores informações contatar Aluízio Matias (Produção Cultural), 98721-7705 e João Hélio Cavalcanti (Mobilização), 99982-0597.
Júlio Lima herdou o talento do pai, o baixista e membro fundador da Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte, cantor do Coral Canto do Povo e baixista de música popular, Carlos Alberto de Lima (o Carlão). Mas o estilo e expressão, Júlio desenvolveu trilhando uma história musical que se entrelaça com sua origem potiguar.
Formou-se em Música na UFRN, estudou contrabaixo acústico com o mestre, professor da mesma instituição, Airton Guimarães, e guitarra e harmonia com o respeitado maestro Joca Costa. Antes disso, Júlio Lima foi autodidata em violão, começando a tocar o instrumento aos 16 anos. Foi dessa maneira que o músico pode ter o domínio completo de suas composições, que hoje já são mais de 500.
Como instrumentista, participou de diversas bandas como o Pots (que interpretava suas canções), Nappaz e The Skareggae, como guitarrista; marcou presença também como baixista na histórica Alcatéia Maldita (que participa até hoje), Velvet Blues, Delta 9 (esta também com algumas composições dele) e outras. Júlio acompanhou ainda artistas potiguares como Lane Cardoso, Babal, Isaac Galvão e Pedrinho Mendes.
Ainda enquanto instrumentista, participou de musicais, como “Os Saltimbancos”, montado pelo Núcleo de MPB da EMUFRN em 2005. É baixista em festivais como o Forraço, promovido pela InterTV/Globo, e o Festival da Canção, organizado pela Assembléia Legislativa do Rio Grande do Norte. O músico teve ainda experiência com música erudita, sendo 2° Contrabaixista na Orquestra Jovem de Natal.
Sua interpretação foi digna de condecoração: o artista arrastou o prêmio de Melhor Intérprete do Festival de Música do Beco da Lama na edição 2009. Na mesma ocasião, ganhou também o prêmio de 2ª Melhor Música com Há Sempre Música, canção homônima de seu primeiro CD, gravado em agosto deste mesmo ano.
O Festival de Música de Natal entra na sua última semana de programação. Maior projeto cultural do RN, o Natal em Natal é promovido pela Prefeitura do Natal e tem opções para todos os gostos e estilos e em todas as regiões da cidade.
Os shows musicais acontecem nos Polos Natalinos Centro (Palco João Pessoa), Zona Norte (ginásio Nélio Dias); Árvore de Mirassol, Ponta Negra (Praça do Gringos) e vai até Santos Reis com shows no Polo Natalino Zona Leste.
A programação segue hoje (26) no Polo Natalino Mirassol, a partir das 19h com show de Alana Araújo.
Amanhã (quinta, dia 27) tem o primeiro dia de grandes shows na Zona Norte, com a Companhia de Dança “Pra Dançar” abrindo a noitada, seguido de Arquivo Vivo (20h30) e Dorgival Dantas a partir das 22h. Na sexta-feira (28) tem Kanelinha e CPI do Forró abrindo a noite a partir das 19h, Quarteto Linha (20h30) e Grafith às 22h. Todos os shows são gratuitos e acontecem na área externa do ginásio Nélio Dias.
No sábado (29), Ponta Negra vai ficar pequena para a apresentação de Cláudia Leitte, que começa às 22h30 e terá como janela local o talento de Isaque Galvão.
A programação do Natal em Natal segue até dia 29 no Polo Natalino Centro (João Pessoa) e Espaço Cultural Ruy Pereira, com shows de artistas potiguares diariamente.
E para o Réveillon o tradicional show pirotécnico em dois pontos (Ponte Newton Navarro e Ponta Negra) com 12 minutos de duração e shows de artistas potiguares na Redinha.
Quinta-feira (27)
“Pra dançar” CIA de dança 20h
Arquivo Vivo 20h30
Dorgival Dantas 22h
Sexta-feira (28)
Kanelinha & CPI do Forró 19h
Quarteto Linha 20h30
Banda Grafith 22h
Quarta-feira (26)
Alana Araújo 19h
Sexta-feira (4 de janeiro)
Mariloh 19h
Sábado (5 de janeiro)
Luizinho Nobre 19h
Domingo (6 de janeiro)
Laryssa Costa 19h
Sábado
Isaque Galvão 21h
Claudia Leite 22h30
Quarta-feira (26)
Banda de Flauta Doce 17h
Amâncio Sobrinho e Felipe Pereira 17h30
Batuque de Um Povo 18h
Andiara Freitas 19h
Quinta-feira (27)
Boi de Reis M. Marinheiro 17h30
Jamily Mendonça 18h
Laryssa Costa 19h
Sexta-feira (28)
Grupo Lapinha 17h30
Choro Bom 18h
Sábado (29)
Grupo Araruna 11h30
Congo de Calçolas 12h
Dodora Cardoso 12h30
Samura e Banda 13h30
Sexta-feira (28)
Alphorria 20h
Jaina Elne 22h
Luizinho Nobre 23h
Carlos Zens 0h30
Jaina Elne 1h40
Debinha Ramos 2h50
Perfume de Gardênia 4h
Quarta-feira (2 de janeiro)
Wilson Silva 21h
Pretta 22h30
Quinta-feira (3 de janeiro)
Panka de Bakana 21h
Igor Dantas 22h30
Sexta-feira (4 de janeiro)
Batuque Resistência 21h
Luizinho Nobre 21h30
Sábado (5 de janeiro)
As Nordestinas 21h
Isaque Galvão 22h30
O livro “Quando a pele incendeia a memória”, de autoria da pesquisadora Ângela Almeida que resgata o trabalho do fotógrafo caicoense José Ezelino da Costa, foi eleito por um grupo de especialistas em fotografia como um dos melhores fotolivros de 2018. A publicação contou com patrocínio do Morada da Paz, por meio do programa de incentivo à cultura Djalma Maranhão da Prefeitura do Natal, com realização da Cultura de Valor.
Promovida pela revista ZUM, publicação semestral do Instituto Moreira Salles (IMS) dedicada ao universo fotográfico, a distinção foi dada apenas a dois livros: “Quando a pele incendeia a memória”, de Ângela Almeida (Edufrn); e “Conhecidos de vista”, de Letícia Lampert (Editora Incompleta). O livro sobre José Ezelino da Costa foi o único do Rio Grande do Norte a participar do festival ZUM, realizado em setembro deste ano na sede do IMS em São Paulo/SP.
José Ezelino da Costa, o primeiro fotógrafo negro da região do Seridó, nascido em 1889 em Caicó, filhos de escravos, é o pioneiro no registro da identidade social da cultura seridoense. Além disso, Ezelino imortalizou imagens de parentes e amigos e o cotidiano da sociedade da sua época. Para a elaboração do livro, Ângela Almeida contou com o apoio da sobrinha-neta do retratista, a arquiteta Ana Zélia Moreira, que apresentou o álbum de família, herança deixada por sua mãe. O livro conta com projeto gráfico de Rafael Sordi Campos e ilustrações de Michelle Holanda.
Não existe nenhum registro fotográfico semelhante ao de José Ezelino no Brasil. A maioria dos registros é da população negra retratada como vendedores de ruas ou como trabalhadores de baixo escalão. Além dos registros familiares, Ezelino produziu um vasto material da cidade de Caicó e demais regiões do Seridó. Infelizmente, muitas destas fotos foram perdidas ao longo dos anos, o que fortalece ainda mais a importância do trabalho da pesquisadora Ângela Almeida.
A próxima atração do Dançando nas Dunas, neste sábado (29), projeto que faz parte da programação do Natal em Natal, será o espetáculo Exit, indicado na categoria Melhor Espetáculo de Dança no Troféu Cultura 2018 e que tem dramaturgia de Alexandre Américo.
Exit é a saída possível, fuga, contorno, desvio, tentativa de escapar das coisas que são o mundo, daquilo que nos prende, dos acordos preestabelecidos, do permanente, das regras cotidianas.
Por meio do corpo sensível, via improvisação em tempo real, os performers se lançam no espaço na tentativa de criar uma alternativa à realidade existente. Um evento, uma experiência.
O projeto Dançando nas Dunas acontece graças à renúncia fiscal da Prefeitura através da Lei Djalma Maranhão e do aporte financeiro da Unimed Natal e Hospital de Olhos do RN, além do apoio do Governo do Estado, através do IDEMA que cede o espaço onde acontece o evento.
Espetáculo: Exit
Local: ANFITEATRO PAU-BRASIL | PARQUE DAS DUNAS
End: AV. ALEXANDRINO DE ALENCAR, S/Nº – TIROL
Dia: 29 DE DEZEMBRO
Hora: 16H30
Acesso ao Parque: R$ 1,00 (UM REAL) – o espetáculo é gratuito!
A Antologia das Escritoras Santoantonienses Um Salto Poético, organizada pela escritora e poetisa Helena Monteiro, que reside em Natal, porém, natural do município de Santo Antônio do Salto da Onça, surgiu a partir da preocupação que a escritora tinha de ser ‘vista’ como única mulher poetisa da cidade.
A oportunidade de reverter essa imagem surgiu ainda em 2011, durante a realização do documentário Santo Antônio de Todas as Artes, patrocinado pela Fundação José Augusto; Banco do Mordeste; Instituto Nordeste de Cidadania e o Ministério da Cultura.
Helena teve a oportunidade de entrevistar vários segmentos sociais e se deparou com várias mulheres que escreviam, mas mantinham seus escritos engavetados e, muitas das vezes, transformados em diários. Segundo o depoimento de muitas delas, temiam expor seus escritos, pois enxergavam a poesia como algo íntimo e particular.
Foi quando a entrevistadora enxergou a possibilidade de coletar esses escritos e transformá-los numa Antologia Poética, dando voz e espaço para que estas escritoras expressassem suas verves poéticas.
Helena Monteiro conseguiu reunir um grupo de 25 mulheres de diferentes faixas etárias e de formações distintas, como psicólogas, advogadas, estudantes, professoras, assistentes sociais e, também, donas de casa. Este grupo também era composto por vários segmentos literários, dentre estes, poesia, contos, crônicas, literatura de cordel e literatura infantil; enriquecendo, assim, a Antologia.
No total foram seis longos anos para a concretização deste sonho, tendo em vista que esta obra foi selecionada pela Fundação José Augusto para participar do projeto Coleção Cultura Popular, em 2012. De lá, até aqui, permanecemos aguardando a sua impressão. Entretanto, alguns entraves burocráticos da instituição não permitiram a publicação. A espera perdurou até o presente ano, quando a organizadora tomou a iniciativa de produzir a obra de forma independente.
Como não poderia ser diferente o lançamento ocorreu na cidade natural das escritoras, Santo Antônio do Salto da Onça, no dia 13 de dezembro do corrente ano, no Ideal Colégio e Curso. Na ocasião contamos com a participação do grupo musical Matinê, da Escola Estadual Dr. Manoel Dantas, coordenado pelo professor e músico Roberto Damasceno que ajudaram a abrilhantar a noite de autógrafos. As escritoras presentes também tiveram a oportunidade de expressar seus anseios e expectativas durante o evento.
Lançamento em Santo Antônio do Salto da Onça
A escritora e professora Lourdes Fernandes durante seu discurso reforçou a necessidade da leitura e do contato direto com o livro, com o manuseio e até o cheiro; pois estes são fatores instigantes ao leitor e que se deveria proporcionar a comunidade mais momentos como estes, tendo em vista que há, na cidade, um celeiro farto de mulheres que escrevem.
A escritora, professora, mestre e doutora em Letras pela UFRN, Suely Costa, esboçou seu sentimento de gratidão em participar, pela Antologia, e percebeu, nesta, o registro multifacetado em que foi constituída, representando uma seara fértil de leitura e de possíveis campos de pesquisa. Rememorou o quanto o livro impresso é um elemento importante, relatando que conserva até os dias atuais, na sua estante, o primeiro livro publicado pela Escritora e Poetisa Helena Monteiro. “E, sempre que preciso o manuseia.”
A escritora e poetisa Ana Berlin falou que no início do projeto não vislumbrou fazer parte do mesmo, devido às dificuldades de deslocamento e comunicação, tendo em vista que reside em Berlim, na Alemanha. Mas cedeu diante da insistência da organizadora que a convenceu a fazer parte da antologia e por acreditar que era possível realizar tal feito. Restando, assim, só agradecer a esta pela perseverança e sensibilização que demonstrou durante todo o processo de confecção, elaboração e publicação.
A escritora e professora Cristiane Duarte reforçou que o lançamento da antologia era motivo de alegria e satisfação, fazendo com que todos acreditassem que por mais difícil que se pareça um sonho, nada deve nos impedir de querer realiza-lo. Para esta, escrever poesia é brincar com as palavras e, nesta doce e prazerosa brincadeira, as palavras podem ser afagos ou punhais. A mesma escolheu a primeira opção. Desejou, ainda, que o livro tocasse a todos que apreciam a riqueza inerente do universo literário.
A escritoras e assistente aocial Ana Lúcia dos Santos esboçou sua alegria em contribuir, conjuntamente, com todas essas mulheres de um pouco da sua poesia; pois em meio a tantos dissabores, se sentia agraciada por Deus ter lhe dado sabedoria de transformar palavras em poesia, expondo, assim, seus sentimentos e amor à escrita. Muitas das vezes vivenciadas apenas entre o escritor, o papel e a caneta. Por isso, este ato se tornava tão sublime.
A escritora e advogada Sâmara Cassiano falou que se sentia honrada em participar desta antologia, que era um sonho realizado, pois se sentia acompanhada de pessoas muito queridas que fizeram parte da história da sua vida; como também se sentia feliz em estar em contato com sua terra natal. Era com imensa satisfação que representava suas raízes, principalmente, através da arte e da poesia.
A escritora e professora Ceiça Anselmo expressou que um livro feito por mulheres, ainda mais de poesia, era resgatar a importância dos laços e emoções, compreendendo o ser humano sempre como alguém que jamais poderia viver sem poesia.
Por fim, a organizadora da antologia, a escritora e poetisa Helena Monteiro, que também tem poemas seus fazendo parte desta obra, revelou que enquanto acreditar na arte como elemento transformador do ser humano, insistiria em expressar seus dons, como também em garimpar pedras preciosas para trazer à tona e compartilhar com seus pares. Pois, como dizia Sigmund Freud, “Em qualquer lugar que eu vá, um Poeta já esteve lá antes.”. Sendo assim, só me resta acreditar que a poesia é a arte da humanização.
Em janeiro acontecerá novo lançamento do livro, desta ve em São Gonçalo do Amarante, no Teatro Poty Cavalcanti. O valor do livro é R$ 35 e só restam 200 unidades.
SESI Big Band convida Yamandu Costa, um dos maiores talentos do violão brasileiro, para o encerramento da temporada 2018 da orquestra, em um grande ‘Concerto Natalino’ que acontece neste sábado (22), na Catedral Metropolitana, a partir das 19h30, com entrada gratuita.
O concerto também contará com as participações especiais da soprano Hilkelia Pinheiro e do tenor Agamedes Rodrigues em arranjos exclusivos do musical “The Phantom of the Opera”.
Esta é a segunda vez que o violonista e compositor Yamandu Costa divide palco com a orquestra. Para o repertório da noite, o público pode esperar uma grande mistura de ritmos em duas horas de pura qualidade musical.
Fundada em 2013, a SESI Big Band tem regência do maestro Eugènio Graça e é formada por 25 músicos instrutores/professores do projeto SESI Arte do RN.
Concerto Natalino 2018 – SESI Big Band convida Yamandu Costa
Quando: 22 de dezembro (sábado)
Onde: Catedral Metropolitana
Horário: 19h30
Entrada: gratuita
Neste sábado (22) indo até as primeiras horas de domingo (23), Natal vai ganhar a revitalização e nova funcionalidade para a histórica travessa Pax, na Cidade Alta. Ele passará a ser denominada Espaço Cultural K-Ximbinho, dentro de uma ação de valorização do artista de Taipú conhecido mundialmente por sua influência no choro.
A ação é da Prefeitura do Natal, através da Funcarte e secretarias do Trânsito, Serviços Urbanos e Limpeza e está dentro do Natal em Natal 2018.
Durante mais de 12 horas artistas irão se apresentar o Coletivo Garagem, RN Autoral de Samba e Choro; Chico Bethoven e Regional Choro do Elefante; Priscila Matos e Choro Potengi; Carlos Zens e Choro Caçuá; Joca Costa, Fuxico de Feira, Larissa Costa, Choro Bom e Choro da Terra.
Um painel de autoria dos artistas Flávio Freitas e Miguel Carcará, da Funcarte, retratará a vida e obra de K-Ximbinho em traços originais.
A rua também ganhou nova calçada e pedras seguindo a importância e contexto histórico da Travessa Pax. O trabalho de restauração ficou a cargo dos museólogos Hélio Oliveira e Odinelha Targino, da Funcarte, com participação de parceiros da iniciativa privada, Prefeitura do Natal e supervisão do Iphan.
A meta é consolidar a Cidade Alta como grande território criativo da cidade através da ocupação dos espaços e revitalização do Beco da Lama, Pax (Espaço K-Ximbinho), espaços para arte urbana e grafite. Os próximos passos serão na melhoria de sinalização, apoio a revitalização das fachadas originais.
Coletivo Garagem 22/12 15h
RN Autoral de Samba e Choro 22/12 16h
Jubileu Filho e Luna Hesse 22/12 17h
Laryssa Costa 22/12 18h
Raphael Almeida 22/12 19h
Priscila Matos 22/12 20h
Bethoven e Choro do Elefante 22/12 21h
Joca Costa 22/12 22h
Carlos Zens e Choro do Caçuá 22/12 23h
Fuxico de Feira 23/12 00h
Batuque de um Povo 23/12 1h
Natal assistirá neste sábado e domingo uma ópera musical em grande estilo. ‘Sapiens e a Ciranda do Infinito…’ é uma ópera montada pelo mestre Danilo Guanais e dirigida por Diana Fontes e que trata sobre o conhecimento. A peça acontecerá na Escola de Música da UFRN, às 20h e, como costume nos eventos promovidos pela EMUFRN, a entrada é gratuita. Ingressos distribuídos uma hora antes, no local.
“Para os 60 anos da UFRN, uma obra sobre conhecimento. Uma viagem completamente ‘extra-cotidiano’, nas palavras da diretora, Diana Fontes, sobre a busca pelo saber”, relata Danilo Guanais, responsável pela concepção, texto, letras e músicas.
Em ‘Sapiens’, Augusto Severo, norte-rio-grandense pioneiro da aviação, se vê às voltas com os problemas relacionados ao seu sonho de ver seu balão “PAX” alçar voo e ser dirigível, representando seu desejo de paz entre as nações. Sua morte, pela explosão do dirigível, em 12 de maio de 1902, em Paris, logo após demonstrar com sucesso seu voo controlado, tornou-o mártir da tecnologia aeronáutica. Nas palavras de Olavo Bilac: “Para Augusto Severo, o desastre foi uma glorificação”.
No roteiro de Sapiens, em meio aos diversos problemas que a personagem tem em sua empreitada, e que ajudam a revisitar os vários aspectos da aquisição do conhecimento pelo homem, ele é “visitado” por personagens ilustres.
Leonardo da Vinci (pesquisador) esclarece a ele seu papel como homem pensante, resultado da evolução e sobre o uso de ferramentas. Câmara Cascudo (folclorista) aborda aspectos da aquisição da linguagem, necessidades financeiras e o desenvolvimento da cultura vendo o projeto do dirigível. Cora Coralina (poetisa) discute com ele estética e arte, enquanto Maria da Fé (Maria Felipa, heroína baiana) situa as aflições e conquistas de Augusto Severo no contexto geográfico e técnico da busca pelo saber.
Essas personagens dão força e significado a cada passo dado pelo aeronauta em sua trajetória. Juntos após sua transfiguração, Augusto Severo e seus colaboradores fazem uma análise das ambiguidades do saber, enquanto apontam para a necessidade de um futuro baseado no conhecimento que produz atitudes sustentáveis.
Após cinco anos percorrendo diversos estados brasileiros com a peça JACY, o Grupo Carmin lança o projeto comemorativo JACY e a Segunda Guerra em Natal, nesta quinta e sexta. A proposta inédita une turismo cultural, exposição, gastronomia e teatro.
A programação tem início com um city tour pelo Centro Histórico de Natal (Cidade Alta, Ribeira e Rio Potengi). O destino seguinte é a Casa da Ribeira, onde estará a exposição Aviões da 2ª Guerra, do artista plástico Marcelus Bob e uma coleção de fotos da cidade durante esse período. Ao mesmo tempo será promovida uma degustação de comidas típicas locais. A programação se encerra com a apresentação da peça JACY.
De acordo com Henrique Fontes (Grupo Carmin), JACY e a Segunda Guerra em Natal tem fortes chances de se tornar um marco inaugural no turismo de Natal. “Pela primeira vez estamos articulando uma ação cultural e turística em parceria com o trade, envolvendo a história de Natal, o bairro da Ribeira, seus equipamentos culturais e os artistas da cidade”, afirma. Apesar do caráter turístico do projeto, a programação é aberta para todas as pessoas.
A base americana instalada em Natal durante a segunda guerra mundial transformou a cidade e os costumes da época. A capital potiguar com fortes tendências europeias, mais precisamente francesas aderiu ao american way of life. Além dos prédios e monumentos históricos, o City Tour irá destacar curiosidades da época como o fato dos natalenses terem sido os primeiros a consumir Coca-Cola na América Latina. O jazz e o blues passaram a ser a trilha sonora dos bares da Rua Chile, também testemunha de muitas brigas entre brasileiros e americanos, e o nosso idioma adotou expressões e palavras em inglês.
O icônico artista plástico natalense, Marcelus Bob, apresentará 10 trabalhos originais reproduzindo artisticamente modelos de aeronaves que passaram pelo estado no período em que os norte-americanos utilizaram o Rio Grande do Norte como “trampolim da vitória”, na campanha da 2ª Guerra Mundial.
A relação emocional do artista com estas aeronaves remonta à história de seu pai, José Pedro de Farias Filho (Artesão Farias) que, encantado com os aviões que sobrevoavam os céus da cidade no período, começou a criar modelos em madeira que rapidamente conquistaram os pilotos e os mais altos oficiais que passaram a encomendar seus modelos. A exposição surgiu de um convite ao artista e também foi aprovada pelo edital Economia Criativa do Sebrae.
A peça JACY conta a história real de uma mulher de noventa anos, cujos pertences foram encontrados dentro de sua maleta abandonada em março de 2010, em uma das esquinas da Av. Prudente de Morais, em Natal. Os atores Henrique Fontes e Quitéria Kelly contam a história das nove décadas dessa mulher extraordinária que teve sua vida marcada pela Segunda Guerra Mundial, quando se apaixonou e posteriormente casou-se secretamente, com um capitão americano que havia pousado em Natal, assim como mais de 10 mil oficiais que estiveram na cidade do sol entre 1941 e 1947. A peça, através da vida real de Jacy, retrata a influência americana na cidade de Natal, seu processo de urbanização.
Jacy e a Segunda Guerra em Natal
Data: 20 e 21/12
Início: 16h
Investimento:
R$ 60 (Peça + City Tour Histórico + Visita Guiada + Lanche Temático)
R$ 40 (Peça).
Vendas: https://www.sympla.com.br/teatrocarmin | WhatsApp: 84 98734 6660
Os 140 indicados ao Troféu Cultura 2018 foram anunciados para a imprensa na noite desta quarta-feira em cerimônia realizada no Kozmopolit. Concomitantemente foi aberta a votação para o internauta escolher os seus preferidos no site Papo Cultura.
A 15ª edição do prêmio aumentou o número de indicados de cinco para dez em cada uma das 14 categorias do Troféu, que envolvem a literatura, a produção cultural, as artes cênicas, a música, as artes visuais, a dança e a fotografia, além do prêmio para o Artista do Ano.
Os critérios básicos adotados pela produção para escolha dos indicados foram consultas a pessoas relacionadas a cada uma das categorias, a realização de sua arte dentro do ano corrente e, no caso das cantoras e cantores, a valorização do trabalho autoral.
Até 19 de fevereiro, o público terá direito ao voto único pelo site (mediante cadastro de CPF) e, ao fim da votação, dois especialistas em cada área, convidados pela coordenação do Troféu e anunciados publicamente, selecionará o vencedor entre os cinco mais votados pelo público.
A festa de entrega dos troféus acontecerá mais uma vez no Teatro Riachuelo, agendado para 12 de março, em solenidade de premiação exclusiva aos artistas e com acesso livre ao público, mediante retirada de ingressos. As atrações serão anunciadas em breve.
O Troféu Cultura 2018 tem patrocínio da Cosern e da Comjol, ambos por meio da Lei Câmara Cascudo, do Governo do Estado; da construtora AGaspar; e, pelo Programa Djalma Maranhão, da Prefeitura de Natal, da Unimed, além do apoio da Faculdade Uninassau, do Caxangá Restaurante, do Kozmopolit Restaurante & Club e do Teatro Riachuelo.
– Ana Morena (Festival Dosol /Sonora Festival / Circuito Cultural Ribeira)
– Anderson Foca (Festival Dosol / Circuito Cultural Ribeira)
– Jarbas Filho (Caminhada Histórica de Natal)
– Jomardo Jomas (Mada)
– Juçara Figueiredo (Fest Bossa & Jazz – Pipa e Mossoró)
– Marcos Sá de Paula (Som da Mata e Bosque Encena)
– Nathalia Santana (Burburinho Festival de Artes / Cine Verão)
– Nelson Rebouças (Feira da Diversidade)
– Raildon Lucena (Festival de Cinema Curta Caicó)
– Tatiane Fernandes (Quartas Clássicas)
– “Anatomia do Ócio”, de Raimundo Leontino Filho
– “Antônio Francisco: tradição e modernidade – uma poética da memória”, de Symara Tamara
– “Argueirinha”, de Humberto Hermenegildo
– “Café e poesia”, organizado por David Leite, Laura Barreto e Raí Lopes
– “Doce azedo amaro”, de Theo G. Alves
– “E por acaso deliro”, de Napoleão de Paiva Sousa
– “Espelho”, de Camila Paula
– “Mar interior”, de Muirakytan K. de Macêdo
– “Os Últimos Passos do Enforcado”, de Edson Soares
– “Retratos Fora da Parede”, de Osair Vasconcelos
– Alex Régis
– Brunno Martins
– Delson Cursino
– Fernando Chiriboga
– Flávio Aquino
– Ian Rassari
– Luana Tayze
– Max Pereira
– Pablo Pinheiro
– Tiago Lima
– Arbus
– Carlos Sergio Borges
– Civone Medeiros
– Daniel Torres
– Kefren Pok
– Leander Moura
– Lennon Lie
– Lucas MDS
– Miguel Carcará
– Renata Lisieux
– Babi Baracho (Sem retrato e sem bilhete)
– Helio Ronyvon (Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da noite)
– Júlio Castro e Seo Cruz ((IN)Sustentável)
– Lula Augusto (Arredia e tão só)
– Marcelo Buainain (Famintos)
– Márcia Lohss (Enquanto o sol se põe)
– Paulo Dumaresq (Catarro)
– Rebeca Pelágio e Lucas Fernandes (O mistério das noites brancas)
– Sihan Felix (Maria e o espelho da quase memória)
– Wallace Santos (Tingo Lingo)
– Anticorpos (Domínio Cia de Dança)
– Apático (Moisés Ferreira)
– Chamada (Entre Nós Coletivo de Criação)
– Estado Transitório (Coletivo Cida)
– Exit (Ana Vieira, Yasmim Cabral, Alexandre Américo e Iego José)
– Maré – versão compartilhada (Coletivo Cida)
– Pelo Pescoço (Ana Cláudia e Mariana Hardi)
– Sobre nossos pés (Grudun – Grupo de Dança Universitário)
– Sonhos Lúcidos (Cia Shaman Tribal)
– V. Exa. O candidato (Willy Helm)
– Cesar Ferrario (O Outro Lugar do Paraíso)
– Damásio (Grupo Máscara de Teatro)
– Igor Fortunato (Meu Seridó)
– Jeyson Leonardo (A Farsa)
– Nonato Santos (Nos Confins do Horizonte)
– Paulo Lima (O Torto Andar do Outro)
– Pedro Fasanaro (Onde Nascem os Fortes)
– Rodrigo Bico (A jornada de um imbecil até o entendimento)
– Rogério Ferraz (Guerra, Formigas e Palhaços / Quintal de Luís)
– Romero Oliveira (O Torto Andar do Outro)
– Bárbara Cristina (Fogo de Palha)
– Giovana Araújo (Sal, o menino mar)
– Joriana Pontes (Cia Bagana de Teatro)
– Lenilda Sousa (Nos Confins do Horizonte)
– Luciana Duarte (A Farsa)
– Monica Danuta (O Torto Andar do Outro)
– Mikaelly Moreira (Nos Confins do Horizonte)
– Nara Kelly (Meu Seridó)
– Priscilla Villela (Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte / Onde Nascem os Fortes)
– Titina Medeiros (Meu Seridó / Onde Nascem os Fortes)
– A Coisa do Humano (Cia Bagana de Teatro)
– A Farsa (A Máscara de Teatro)
– A Jornada de um Imbecil até o Entendimento (Grupo Facetas, Mutretas e Outras Histórias)
– Casa do Louvor (Cia Bagana de Teatro)
– Lembranças de um Circo (Cia Rascunho de Teatro)
– Meu Seridó (coletivo de artistas)
– Nada (GRutum)
– Nos Confins do Horizonte (Cia Escarcéu de Teatro)
– O Torto Andar do Outro (Cia Pão Doce)
– Romeu e Julieta (Grupo Arruaça de Teatro)
– Bex
– Camarones Orquestra Guitarrística
– Joseph Little Drops
– Luísa e os Alquimistas
– Plutão Já Foi Planeta
– Potyguara Bardo
– Ribeira Boemia
– Skarimbó
– SouRebel
– Talma&Gadelha
– Allan (Rastafeeling)
– Caio Padilha
– Carlos Lucena (Alfândega)
– Igor Fortunato
– Marcos Souto
– Rafael Barros
– Sueldo Soaress
– Wescley Gama
– Yrahn Barreto
– Zé Maria Pescador
– Ângela Castro
– Antoanete Madureira
– Clara Menezes
– Clara Pinheiro
– Fernanda Azevedo
– Khrystal
– Maíra Soares
– Silvia Sol
– Simona Talma
– Valéria Oliveira
– 100 anos de Aldo Parisot (100 violoncelistas regidos por Fábio Presgrave, no Holiday Inn)
– Cartola – Simplesmente Divino (vários músicos, no Teatro Riachuelo)
– Cores do Nosso Samba (Valéria Oliveira, no Teatro Riachuelo)
– Giros in Solo (Tiquinha Rodrigues, no Ribeira 360)
– Igor Canta Caetano (Igor Fortunato, no Teatro Dix Huit Rosado)
– Linus Lerner 35 anos de música (OSRN e Linus Lerner, no Teatro Riachuelo)
– Potyguara Bardo (Festival Dosol e Mada)
– Rumo a Roma (Orquestra Sinfônica da UFRN, no Teatro Riachuelo)
– Tudo Nosso (gravação do DVD de Marcos Souto, no Auditório do Sesc)
– Uma Noite na Espanha (Orquestra Sinfônica do RN, no Teatro Riachuelo)
– César Ferrario (artes cênicas)
– Cia. Trapiá (artes cênicas)
– Coletivo Caboré (audiovisual)
– Grupo Carmin (artes cênicas)
– Igor Fortunato (música/teatro)
– Khrystal (música)
– Mudernage (audiovisual)
– Orquestra Sinfônica do RN (música)
– Orquestra Sinfônica da UFRN (música)
– Titina Medeiros (artes cênicas)
A cantora e compositora Valéria Oliveira apresenta o show“Sacrário” nesta sexta-feira, 21 de dezembro, a partir das 21h no Acabou Chorare.
Pode-se dizer que esse é um show processo, a exemplo do “Quem segura essa onda” (2015), só que minimalista. Novas composições, como o samba/ijexá “Sacrário” que dá nome ao show e traz arranjo de Jubileu Filho, abrem mais uma temporada criativa de Valéria Oliveira.
A ideia do show nasceu ao longo da Turnê Europa quando Valéria Oliveira e Jubileu Filho percorreram, entre junho e julho deste ano, países como Portugal, Suiça e Aústria, levando a música potiguar brasileira para diversos palcos deixando um gostinho de quero mais que se concretizou no novo projeto “Sacrário”.
Sacrário, de onde brotam os mais íntimos sentimentos, abre ao público potiguar um espaço de trocas e de cumplicidade, integrando o público a esse processo criativo que se inicia regado com a musicalidade desses dois grandes talentos potiguares.
Valéria Oliveira apresentará um repertório com canções que fazem parte do seu primeiro CD “Impressões”, com outras do cancioneiro brasileiro que foram gravadas por ela em discos lançados no Japão entre 2001 e 2004 como o CD “Canto Livre”, no qual Jubileu também participou. Mas o repertório traz também sambas e boleros com pegadas pops do “leve só as pedras” em novas roupagens, traz ainda uma pitada do CD “em águas claras”chegando ao seu mais recente trabalho, o “Mirá”.
Nessa nova apresentação no Acabou ChorareValéria Oliveira (voz e violão) será acompanhada por Jubileu Filho (7 cordas e vocal) e convida dois parceiros de estrada para compor o time, Raphael Almeida (cavaco e vocal) e Kelliney Silva (percussão e vocal).
O Projeto Cultural do Bar Acabou Chorare tem produção executiva de Aluízio Matias e Carla Alves e mantém a vocação colaborativa e tradição de espaço da boa música potiguar.
Show Sacrário com Valéria Oliveira e Trio
Local: Acabou Chorare Bar Cultural
Endereço: Rua Dr. Manoel Augusto Bezerra de Araújo, 135, Ponta Negra
Data: 21 de dezembro, sexta-feira
Hora: a partir das 21h.
Couvert Artístico: R$ 10 por pessoa
A comemoração da chegada do ano novo em Natal será em grande estilo. A Prefeitura do Natal, através da Secretaria de Cultura (Secult/Funcarte) promove o tradicional réveillon com apresentação de artistas potiguares e show pirotécnico em dois pontos da orla da capital. A tradicional virada do ano faz parte da programação do Natal em Natal 2018.
O público terá duas opções para assistir aos shows pirotécnicos. Na Ponte Newton Navarro, com visibilidade para as zonas Oeste, Norte e Leste, e na praia de Ponta Negra com o visual da zona Sul e balsas instaladas em alto mar. O show terá duração de 12 minutos.
Para animar a festa, muita música na praia da Redinha (por trás da Igreja de Pedra) com artistas potiguares de vários estilos e gerações. A programação tem início às 23h com Luizinho Nobre, segue com Carlos Zens às 0h30, Jaine Elne às 1h40, Debinha Ramos às 2h50 e fecha com Perfume de Gardênia a partir das 4h até o primeiro raiar de 2019.
O Natal em Natal é uma realização da Prefeitura do Natal, através da Funcarte e demais secretarias envolvidas no projeto (Trânsito, Comunicação, Segurança, Limpeza e Serviços Urbanos).
POLO NATALINO ZONA NORTE (Palco Redinha – Réveillon)
Luizinho Nobre 31/12 23h
Carlos Zens 01/01 0h30
Jaina Elne 01/01 1h40
Debinha Ramos 01/01 2h50
Perfume de Gardênia 01/01 4h
Samba e exibição de curta-metragem premiado animarão a tradicional festa de confraternização anual do PCdoB. Será nesta quinta-feira, a partir das 17h, na Associação dos Técnicos em Petróleo de Natal (rua Francisco Gurgel, 8, Ponta Negra).
Estarão presentes filiados do partido e amigos, com destaque para a governadora eleita Fátima Bezerra e o vice-governador eleito Antenor Roberto.
A festa contará com uma programação cultural que inclui o filme de curta metragem P’s, de Lourival de Andrade, vencedor da categoria Mostra Potiguar no Festival Internacional de Cinema de Baia Formosa/2018, além de shows musicais com muito samba e descontração de Clayton Simplício, Debinha Ramos e Dodora Cardoso (FOTO).
O evento é organizado pelo Coletivo de Cultura do PCdoB/RN e muito aguardado, pois já virou a “Festa de Fim de Ano” dos que lutam pela Democracia e Justiça Social no estado potiguar.
Quem desejar participar da celebração, entrar em contato pelo 9 9607 6819.
A Lei de Incentivo Cultural Câmara Cascudo, após mais de 12 anos em voga, recebeu hoje alterações aprovadas por unanimidade pelo plenário da Assembleia Legislativa. Segundo os produtores culturais Aluízio Matias e Mônica McDowell, são alterações que “resguardam o interesse público”.
Os produtores lembram que foram incansáveis visitas à Assembleia Legislativa, às Comissões, a diversos gabinetes e diversas cartas enviadas aos deputados para demonstrar que a proposta apresentada pelo Executivo privilegiava apenas alguns produtores e a projetos que cobravam ingressos do público potiguar em detrimento dos projetos gratuitos.
“Foi uma luta incansável e quase solitária que não conseguimos sequer sensibilizar a Comissão Estadual da Lei de Incentivo à Cultura. Lutamos incansavelmente pelo que acreditamos: que a Lei de Incentivo à Cultura deve privilegiar prioritariamente os projetos culturais gratuitos”, ressaltaram.
Os produtores contaram com uma emenda parlamentar do deputado Kelps Lima que “melhorou bastante a proposta do executivo” e ainda um substitutivo do deputado Dison Lisboa.
Com isso, a alteração na Lei, que basicamente cobrava 20% de recursos próprios das empresas patrocinadoras, e outros 80% eram descontados do ICMS que elas pagavam ao governo, ficou assim:
1- Projetos gratuitos poderão ter 95% de incentivo e devem ter 5% de investimento de recursos próprios das empresas;
2- Projeto com cobrança de ingressos terão de ter 10% de investimento próprio das empresas e 10% de investimento do proponente.
A tradição dos violeiros e repentistas invade a programação do Natal em Natal 2018. Nesta quarta-feira (19), a partir das 19h, a Árvore de Mirassol recebe os principais nomes do gênero na região Nordeste em duelos e apresentações individuais abertas ao público. A realização é da Prefeitura do Natal, através da Funcarte.
O VI Encontro de Violeiros vai reunir o “Time dos Sonhos” de diversas modalidades. Nomes da nova geração: Felipe Pereira, Zé Viola, Helânio Moreira se encontram com veteranos do repente e da viola, entre os quais Severino Feitosa, Evaldo Filho, Oliveira de Panelas, Djair Olímpio, Antônio Lisboa, Amâncio Sobrinho, Iponax Vila Nova, Ismael Pereira, André Santos, Valdir Teles e João Lídio para um passeio pela tradição medieval ibérica dos trovadores que deu origem aos cantadores que vão de região em região com a viola nas costas para cantar os seus versos.
Não importa a beleza da voz ou a afinação – o que vale é o ritmo e a agilidade mental que permita encurralar o oponente apenas com a força do discurso.
A métrica do repente varia, bem como a organização dos versos: há a sextilha (estrofes de seis versos, em que o primeiro rima com o terceiro e o quinto, o segundo rima com o quarto e o sexto), a sextilha (sete versos, em que o primeiro e o terceiro são livres, o segundo rima com o quarto e o sétimo e o quinto rimam com o sexto) e variações mais complexas como o martelo, o martelo alagoano, o galope beira-mar e tantas outras. Todos se baseiam em métrica, rima e oração poética.
O extremo rigor quanto à métrica e a rima perfeita são característicos na cantoria dos repentistas violeiros. O instrumental desses improvisos cantados também varia: daí que o gênero pode ser subdividido em embolada (na qual o cantador toca pandeiro ou ganzá), o aboio (apenas com a voz) e a cantoria de viola.
Um programa imperdível para toda a família. Com muito bom humor, picardia, rapidez de raciocínio e o improviso com causos do dia do dia que imortalizaram o gênero.
Natal em Natal 2018
VI Encontro de Violeiros e Repentistas
Quarta, dia 19
A partir das 19h
Local: Árvore de Mirassol
Realização: Prefeitura do Natal
O Alferes Onofre José da Silva nasceu a 23 de janeiro de 1787, em Olivença, distrito de Portalegre, Portugal. O que talvez seu pai, o soldado José da Silva, jamais fosse imaginar é que o filho iria atravessar o Atlântico e contribuir para a formação de uma nova árvore genealógica, ou seja, praticamente um novo tronco familiar, numa pequena cidade brasileira chamada Martins. E assim, podemos dizer, se fez a união dessas duas cidades – Olivença e Martins – separadas pelo oceano, porém, ligadas por laços de família.
Olivença é uma antiga vila do Alentejo e a sua origem nos remete ao século XIII, período da reconquista cristã pelos Templários. O lugar passou definitivamente a território português em 1297, quando assinado o Tratado de Alcanises, por D. Dinis, rei de Portugal, e Fernando IV de Castela, que definia os bens territoriais de cada reino. Nesse mesmo período D. Dinis ordenou a construção de uma fortificação na vila, reforçada posteriormente através da construção de uma torre de menagem, no reinado de D. João II, e da ponte N. Sra. da Ajuda, também conhecida por ponte da Ajuda ou de Olivença, sobre o rio Guadiana, ordenada por D. Manuel.
Após a ocupação do trono português pela dinastia filipina, começaram as disputas pela posse de Olivença entre Portugal e Espanha. No período da restauração, em 1640, e nas guerras que se seguiram, Olivença foi ocupada por um duque espanhol, sendo devolvida a Portugal na sequência da celebração de um tratado de paz, em 1668, no qual Espanha reconhecia a soberania de Portugal.
Olivença voltou a sofrer a ocupação espanhola em 1801, no episódio que ficaria conhecido como a Guerra das Laranjas. Foi nesse cenário, ao eclodir a Guerra Peninsular, que se registrou a invasão do reino de Portugal, em 20 de Maio de 1801, por tropas espanholas sob o comando de Manuel Godoy, as quais rapidamente conquistaram as praças de Olivença, Juromenha e outras no Alto Alentejo.
Como na luta contra a Inglaterra, Portugal recusou juntar-se à França, que tinha Espanha como aliada, estes dois países pretenderam conquistar o território português. Após as guerras napoleônicas, realizou-se o Congresso de Viena, onde não foi reconhecido internacionalmente o domínio espanhol de Olivença e foram reforçados os direitos de Portugal. Espanha assinou o tratado de devolução, mas, nunca cumpriu o acordo até os dias de hoje.
Atualmente, Olivença é administrada por Espanha, ainda que Portugal não reconheça a soberania espanhola sobre a cidade. A questão de Olivença ainda se mantém, porém, apesar dessa discórdia, as relações entre os dois países são boas.
Fruto dos dois séculos de administração espanhola e isolamento do resto de Portugal, o português oliventino já é quase uma língua morta, por sinal; os jovens não o falam mais, restando apenas alguns idosos e poucos outros que lutam pela sua preservação. O português deixou de ser a língua da população a partir da década de 1940, num processo acelerado pela política de castelhanização implementada pela Espanha.
Vindo para o Brasil, designado para servir em Natal, o alferes Onofre José da Silva constituiu família, casando-se com a paraibana, natural de Mamanguape, Inês Cipriana Geralda de Andrade (V. Câmara Cascudo, “O Livro das Velhas Figuras”, vol I, 1974, p. 91). Por haver participado das lutas pós-independência, o jovem militar teve que voltar ao seu país de origem, onde se envolveu na guerra travada entre constitucionalistas liberais e absolutistas, tomando o partido de D. Miguel.
Em Natal um filho seu, Manuel Onofre de Andrade, viria a se casar com a natalense Francisca Benvenuta de Borja. Um dos filhos do casal, João Onofre Pinheiro de Andrade, tornou-se professor e terminou por exercer o seu oficio, durante longos anos, na cidade de Martins (RN), onde casou-se com Agostinha de Souza e tiveram vários filhos.
Martins é sede de um município situado na mesorregião do Oeste Potiguar, a uma distância de quase 400 quilômetros de Natal. Com uma área territorial de 169 quilômetros quadrados, sua população, no censo de 2010 ,era de 8 228 habitantes, de acordo com o IBGE.
O município emancipou-se de Portalegre em 1841, com a denominação de Maioridade, em alusão à Maioridade do Imperador Pedro II, ocorrida no ano anterior. Seis anos depois, o nome foi alterado para Imperatriz, homenagem a D. Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias, esposa de D. Pedro II e imperatriz do Brasil por quase meio século, desde 1843 até a queda do regime monárquico, em 1889. Através da lei provincial n° 35, sancionada pelo governador Pedro Velho de Albuquerque Maranhão, em 7 de julho de 1890, “Imperatriz” passa a ser denominado de “Martins”, em referência a Francisco Martins Roriz, fundador de uma fazenda, origem da cidade, e construtor da capela de Nossa Senhora da Conceição, hoje igreja do Rosário.
Localizada a uma altitude de 740 metros em relação ao nível do mar, Martins recebe as alcunhas de Princesa Serrana e Campos do Jordão do Rio Grande do Norte, devido ao seu clima considerado agradável, em contraste com o clima semiárido das vizinhanças, podendo chegar a 15 °C nos meses mais frios.
Um dos principais destinos turísticos do interior potiguar, Martins se destaca no turismo de aventura, abrigando a segunda maior caverna de mármore do país, a Casa de Pedra, com 100 metros de comprimento. No ramo cultural destacam-se, um festival gastronômico, dois museus e a festa da padroeira, Nossa Senhora da Conceição, realizada a partir do final de dezembro, estendendo-se até o início de janeiro; merece menção, também, a Academia de Letras e Artes de Martins (ALAM) e a Casa de Cultura “José Câmara”.
O escritor Manoel Onofre Júnior, acabou de publicar o livro “Os Onofres – de Portugal Para o Brasil” (8 Editora, 2018) que resume a trajetória de três integrantes da família: Onofre José da Silva, o pioneiro, proveniente de Olivença, Portugal; Manuel Onofre de Andrade, que foi tipógrafo e ator, em Natal, encenando peças ao lado do poeta Lourival Açucena; e por fim, João Onofre Pinheiro de Andrade, conhecido como Professor Onofre.
As cidades de Olivença e Martins, dessa forma se unem, através do tempo e do espaço, pela ligação familiar entre o alferes, depois tenente oliventino e o professor, martinense adotivo.
Para encerrar a temporada 2018 de forma memorável, a Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte – OSRN pelo “Movimento Sinfônico – Quartas Clássicas” prepara para este mês de dezembro, tempo de festividades e comemorações, o Concerto Especial de Natal. A apresentação que está inclusa na programação do “Natal em Natal”, ocorre na Catedral Metropolitana, no bairro Tirol, às 19h, na quinta-feira (20) e a entrada é gratuita.
O Concerto Especial é regido pelo competente e carismático maestro Linus Lerner que convida para a noite os solistas: Alzenir Nelo e Leciana Oliveira (Sopranos); Franz Ribeiro (Contratenor); Cesar Leonardo (Tenor) e José Fernandez (Barítono). Além dos solistas, fazem parte deste concerto o coral Canto do Povo – regente Eli Cavalcante e o Corangelis – regente Paulo Ritzel.
Norteado por um programa que incluem obras de grandes compositores da música clássica mundial, o concerto une nomes como: Johan Sebastian Bach, Albert Hay Malotte, Mykola Leontovych (arranjo Pentatonix), Danny Eleman, John Rutter, Mozart, Cesar Franck, Franz Schubert, Andrew Lloyd Webber, Tchaikovsky, Camille Saint-Saens, Adolphe Adam (arranjo Willames Costa) e Georg Friedrich Händel.
Uma noite de boas surpresas! O espetáculo contará também com a participação do projeto Sinfonia Trampolim da Vitória, idealizado pela M.A.P.A. Realizações Culturais com libreto de Tatiane Fernandes e pesquisa do professor Durval Muniz, composta por Willames Costa. A Sinfonia leva o público a conhecer e se inspirar em cada um dos quatro movimentos que traçam em música, a história da Segunda Guerra Mundial, a participação do RN e todas as nuances de mudanças provocadas pelo momento histórico.
Diferentemente das apresentações anteriores, o público não precisa fazer reserva prévia e nem a retirada de ingresso. É só chegar! Não haverá distribuição de ingressos e a lotação estará sujeita de acordo com a capacidade de público da Catedral Metropolitana de Natal.
A Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte é patrimônio imaterial do Estado e conta com sua manutenção estrutural pelo Governo do RN. A temporada 2018 tem o patrocínio do CEI Mirassol, da Companhia Energética do Rio Grande do Norte – Cosern, Hospital do Coração, Cabo Telecom, por meio da Lei Câmara Cascudo do Governo do Estado e Prefeitura Municipal de Natal, por meio da Lei Djalma Maranhão.
O projeto Movimento Sinfônico é uma realização da OSRN / Fundação José Augusto, Natal em Natal, M.A.P.A. Realizações Culturais e conta ainda com o apoio do Teatro Riachuelo, Opus Promoções, Galeria Fernando Chiriboga e G7 Comunicação, Restaurantes: Camarões, La Cachette e Poti.
Concerto Especial de Natal – OSRN
Data: 20 de dezembro de 2018 – quinta-feira
Local: Catedral Metropolitana de Natal
Horário: 19h
Entrada gratuita
O Burburinho Festival de Artes chega à terceira edição mantendo o foco na integração de diversos segmentos artísticos, oferecendo ao público potiguar uma programação cultural de qualidade e com acesso gratuito. O festival acontece nos dias 22, 23 e 24 de fevereiro de 2019, no Bosque das Mangueiras, a partir das 14h.
Após receber dezenas de inscrições, via convocatória lançada no mês de novembro, a curadoria do festival selecionou os artistas e produções audiovisuais que irão compor a programação do evento. Toda a programação é gratuita, de classificação livre e conta apenas com artistas potiguares.
Foram selecionados os espetáculos de dança: Um de Nós (Cia de Dança do Teatro Alberto Maranhão), Tromba /Salão (Entre Nós Coletivo de Criação) e Sem Conservantes (Giradança). Na categoria teatro foram selecionados: Mono Circo (Grock Entretenimento); Sal, Menino Mar (Grupo de Teatro Facetas, Mutretas e Outras Histórias) e A Fuga do Espelho (Tropa Trupe).
No segmento musical foram selecionados os pocket shows de Ananda Krishna, Caio Padilha e Joana Knobbe e Maíra Soares e os shows da Orquestra Greiosa, do grupo Skarimbó e Sueldo Soaress e os Grooves.
Já na Mostra Burburinho Audiovisual serão exibidos 6 curtas potiguares: Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte (Helio Ronyvon); Arredia e tão só (Augusto Luís); Catarro – (Paulo Dumaresq); Enquanto o sol se põe (Marcia Lohss); Para onde os sonhos vão (Nathalie Alves) e Tingo Lingo (Wallace Santos).
A programação contará ainda com as exposições de artes Filhas e Filhos da Margem (João Oliveira e Pedro Feitoza) e Anatomia Poética (Layanne Santos).
Além da programação artística o festival compõe sua programação com oficinas (stencil, turbante e origami), praça de alimentação recheada de gostosuras, feirinha de empreendimentos criativos e escambo cultural – um espaço para troca de livros, discos, filmes, revistas, entre outros artigos culturais.
O Burburinho Festival de Artes é uma iniciativa da Pinote Produções e conta com os patrocínios da Prefeitura do Natal, por meio do Programa Djalma Maranhão e da Unimed Natal.
BURBURINHO FESTIVAL DE ARTES
DATA: 22, 23 e 24 de fevereiro de 2019
HORÁRIO: 14h às 22h
LOCAL: Bosque das Mangueiras – Av. Nascimento de Castro, s/n – Lagoa Nova
ACESSO: Gratuito
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: Livre
PATROCÍNIO: Prefeitura do Natal por meio do Programa Djalma Maranhão e Unimed Natal.
REALIZAÇÃO: Pinote Produções
O Festival de Música de Natal abre o leque de atrações nacionais a partir desta quinta-feira (20), trazendo grandes nomes dentro da programação do Natal em Natal 2018, promovido pela Prefeitura do Natal. A partir das 22h, na avenida Deodoro (de frente à Catedral Metropolitana) tem show de Raimundo Fagner. O acesso é gratuito. O potiguar Yrahn Barreto abre a noite.
O show de Fagner faz parte das tradicionais comemorações de fim de ano promovidas pela Prefeitura, em parceria com o movimento Viva Centro e de valorização do Território Criativo do Centro. O show de Fagner já é uma tradição nos festejos de fim de ano.
Cearense de Orós, Raimundo Fagner é um dos artistas de maior prestígio entre o público potiguar e brasileiro. Sua trajetória e história tem passagens e amigos no Rio Grande do Norte, terra que ele sempre levou no coração.
Em 1970, Fagner deixa o Ceará e vai para Brasília, onde começou a cursar arquitetura na Universidade de Brasília (UnB). Um ano depois, inscreveu três músicas no Festival de Música Jovem, promovido pelo Centro Estudantil da UnB e conquistou o primeiro lugar com a canção “Mucuripe”, uma parceria com o também cearense Belchior. Fagner também conquistou o sexto lugar com a música “Manera Fru Fru Manera”, o Prêmio Especial do Júri com “Cavalo de Ferro”, além dos prêmios de Melhor Intérprete e Melhor Arranjo.
Após o festival, alcançou notoriedade da imprensa do Sudeste e viajou para o Rio de Janeiro, onde Elis Regina gravou sua canção “Mucuripe”, que acabou se tornando o seu primeiro grande sucesso. No mesmo ano, mudou-se para São Paulo.
Em 1972, Fagner gravou a canção “Mucuripe” com a participação do cantor e compositor Ivan Lins no piano, para o compacto simples, “Disco de Bolso 2”, do jornal O Pasquim. Elis Regina também incluiu essa canção em seu disco, lançado no mesmo ano.
Seu primeiro LP, “Manera Fru Fru Manera”, foi lançado no ano seguinte, em 1973. O disco foi produzido por Roberto Menescal e Fagner, com arranjos de Ivan Lins e participações especiais de Nara Leão, Naná Vasconcelos e Bruce Henry. O disco contava com a canção “Canteiros”, baseada no poema “A Marcha” de Cecília Meireles, e tornou-se um sucesso imediato em todo Brasil.
Fagner se tornou um nome respeitado no meio musical, sendo eleito Cantor do Ano em 1975. Seus álbuns conquistaram sucessivamente discos de ouro e platina. O LP “Romance no Deserto”, de 1987, superou a marca de 1 milhão de cópias vendidas.
Em 1998, para comemorar os 25 anos de carreira, Fagner gravou o CD duplo “Amigos e Canções”, com participações de grandes nomes da música, como Ângela Maria, Chico Buarque, Djavan, Emílio Santiago, Fábio Jr, Fafá de Belém, Ivan Lins, Joanna, Luiz Melodia, Milton Nascimento, Nana Caymmi, Ney Matogrosso e Zezé di Camargo & Luciano. Nos anos 2000, lançou seu projeto social, a Fundação Social Raimundo Fagner. Seu trabalho social rendeu prêmios como o Itaú/Unicef, Cultura Viva e Criança Esperança. Seu trabalho mais recente foi em 2014, quando gravou o álbum colaborativo “Fagner & Zé Ramalho Ao Vivo”.
Fagner no Natal em Natal 2018
Quinta (20)
Horário: 22h
Local: Avenida Deodoro, Centro (de frente a Catedral Metropolitana)
Acesso Gratuito
O aforismo “Há males que vêm para o bem” se encaixou como luva para a 9ª edição do Fest Bossa & Jazz em Pipa. A perda de patrocínios importantes impediu a manutenção do tradicional formato de um suntuoso palco no amplo espaço do terminal de ônibus da praia. O jeito foi improvisar para evitar dois anos consecutivos sem a promoção do festival. Com a realização da secretaria estadual de Turismo e com recursos do Governo Cidadão, a produtora Juçara Figueiredo alarmou o trade de Pipa: ou ajudam ou o evento sai do calendário. E com as bases de receita do Governo e a colaboração dos comerciantes nativos, o Fest Bossa & Jazz se reinventou e para melhor. Veja resenha do festival clicando AQUI. Juçara conta mais nesta entrevista exclusiva:
Juçara e Aninha Costa, favorita no comando da pasta estadual de Turismo nos próximos anos
A princípio, sim. Foram dois anos sem patrocínios de leis de incentivo. Isso inviabilizou que rolasse Pipa ano passado. No primeiro semestre deste ano liguei pra a diretoria da ASHTEP (associação dos hotéis e pousadas de Pipa) e marcamos uma reunião, expliquei que se não realizasse o festival em 2018 ele cairia no esquecimento. Eu disse: “Se acreditam ser importante pra o destino, então vamos nos mobilizar pra que ele aconteça. Eu topo mudar o formato pra realizar”. E pedi uma semana. Montamos o formato inicial com colaboração de Eugênio Graça (maestro da Sesi Big Band) e Luciano Prates (produtor), fizemos uma planilha com estimativas iniciais de custos e apresentei a eles, que gostaram. A partir daí começamos a nos mobilizar pra conseguir o dinheiro. Importante dizer que nesta planilha não tinha previsão de custos com mídia; era mesmo só pra não passar em branco mais um ano. Aí houve a conjectura público-privada: os hoteleiros se mobilizaram pra fazer um rateio para entrar com dinheiro. Depois chegamos juntos à prefeitura e Convention Bureau. Aí já tive um suporte para começar. Depois agregou uma verba pra complementar da secretaria estadual de Turismo com o Governo Cidadão, que tem sido o grande propulsor das últimas edições. E assim chegamos com o Fest Bossa & Jazz em novo formato pra Pipa.
Não tenho dúvida. O novo formato caiu como uma luva pra Pipa e em agosto deste ano ele já foi enquadrado na Lei estadual neste formato. Espero conseguir a visibilidade necessária pra atrair novos patrocinadores, além de continuar contando com a participação do movimento Preserve Pipa, prefeitura de Tibau do Sul e Governo Cidadão. Mas pra arredondar e conseguir fazer sem tanto estresse, precisamos contar com adesão de outros patrocinadores, pois realizar com o mesmo orçamento é muito complicado; a mesma equipe técnica para as atividades de dia e de noite, e usando os mesmos equipamentos dos polos noturnos nos polos diurnos, ninguém mais topa fazer; é uma economia que gera muito estresse, desgaste e ocasiona falhas.
Sim, agora me sinto mais segura. Acredito que com o resultado todos os envolvidos chegarão juntos. Isto que aconteceu aqui na Pipa não é novidade, quem conhece Gramado sabe que começou a se projetar assim. Gramado tem hoje um calendário anual de eventos depois da união dos hoteleiros, que decidiram não ficar esperando cair do céu investimentos pra isto e arregaçaram as mangas, investiram em eventos e desta forma atraíram as grandes empresas pra patrocinar. Quem não quer visibilidade? É assim mesmo, pra atrair patrocínios tem que investir primeiro.
Juçara e Solange Portela, subsecretária estadual de Turismo, na edição em Mossoró
Bom, aí já é uma outra história. No caso de Mossoró está enquadrado na Lei estadual Câmara Cascudo, como Pipa está, mas precisamos lutar pra mudar a lei estadual, estes 20% que é incentivado do próprio bolso pela empresa desencoraja e desestimula. Temos muitos gargalos na Lei estadual Câmara Cascudo, mas este é o principal e que os produtores têm que se unir pra falar a mesma língua, pra derrubar esta barreira. Então no caso de Natal tenho a lei municipal aprovada, enfim, tenho inclusive Rouanet aprovada no artigo 18, ou seja, as empresas podem aportar com 100% pra Pipa, Natal e São Miguel do Gostoso, mas para isto viabilizar tenho que ter tempo pra cair em campo, pois a captação de recursos é árdua, exige tempo e dinheiro, porque as grandes empresas que aportam recursos não estão aqui, ou pelo menos não se resolve aqui e sim em São Paulo.
Pipa respirou música por quatro dias durante o Fest Bossa & Jazz. E nessa inalação veio junto a brisa da praia e um aroma, aqui e acolá, da canabis. Normal. Pipa é esse mix de cosmopolitismo, cultura hippie e ainda – e cada vez menos – colônia pesqueira.
Talvez por essa mescla o novo formato de pocket shows espalhados em basicamente cinco polos do festival tenha agradado o público. É que favorece a liberdade característica do lugar, da badalação na rua, de sentir a aura de Pipa a partir do seu centro nervoso, e não defronte a um palco, em um espaço reservado.
E assim, mesmo os desavisados do Festival encontravam excelentes atrações em cada “esquina” da rua principal da praia. Isso à noite. Pela tarde, quem acompanhasse o cortejo da Bossa & Jazz Street Band pela orla chegaria à aura jovial do Pipa Beach Club, já perto do pôr do sol.
Bossa & jazz Street Band
E disso se fez o novo Fest Bossa & Jazz: de oficinas, workshops e master class que envolveram curiosos e a comunidade local no período da tarde, e de 48 pocket shows com atrações locais, nacionais e internacionais, quase todos no período noturno e em polos espalhados num trecho de aproximadamente 1 km da rua principal.
Sem um palco grandioso como visto em anos anteriores, o agito na rua lembrava o Carnaval, tomado de gente, mas com boa música e uma gringalhada medonha. Por volta das 23h30 já ficava difícil caminhar nos trechos em frente aos shows.
Os “trios elétricos” tocavam na Praça do Pescador, na esquina da descida pra praia; na Vila da Mangueira: aquela com jeitão de ruela grega; pela Galeria Oásis, onde tem uma pequena fonte de água exótica e um mix de lojas; e ainda o Vila da Pipa Shopping, mais à frente, também próximo a um aglomerado de comércios. Todos com pequenos palcos e muita gente em volta.
Parayba Ska Jazz Foundation
Cheguei apenas no sábado, meio da tarde. Tempo para acompanhar o cortejo pela orla e uma breve olhadela no som contagiante da Parayba Ska Jazz Foundation (PB). Muito bom! À noite, essa galera animou bastante o público em torno da Vila da Mangueira, o roçoi-mor da rua principal.
Concomitantemente, ainda no período vespertino, algumas atrações tradicionais de Pipa, que costumam tocar na praia há alguns anos, se apresentavam em outros restaurantes. Caso do Los Chaskys (Peru) e o Duo Maresias (Argentina).
(abrir parêntese para única sugesta à produção) Na programação, o intervalo entre os shows era de 15 minutos. Talvez uma extensão maior entre eles, sobretudo à noite, facilite a solução dos imprevistos inerentes a um evento desse tamanho. Resultado: alguns shows aconteceram na mesma hora e dividiram o público desejoso de conferir tudo. (fecha parêntese).
À noite, com algum atraso, a Bossa & Jazz Street Band arrastou uma galera boa pela rua para mostrar o roteiro de shows. E que shows! A argentina Pris DeNé também é uma habituê da praia. Não conhecia. Que voz! Apesar da nacionalidade, trazia uma baianidade nagô, uma versatilidade perfeita à improvisação jazzística. Praça do Pescador brindada com esse luxuoso show por volta das 21h.
Nida Lira
De lá, segui à outra ponta, na Vila do Pipa Shopping para assistir a Família Pádua. Também nunca tinha visto. Tinha a impressão de um som mais ligado ao chorinho, que não é minha praia. Mas assisti um som denso de jazz com pitadas brasileiras, com batuque, flauta chorosa e muito, muito entrosamento e animação. Público em êxtase.
Da trupe Pádua, acompanhei a alegria da Filarmônica Monsenhor Honório até a Galera Oásis para conferir o vozeirão da mossoroense Nida Lira. O tirarrêi de gente em volta me assustou. Depois soube que ali se apresentaria, em seguida, a carioca Taryn Szpilman, talvez a maior atração do Festival. Mas Nida Lira mandou ver, de Amy Winehouse ao axé baiano, e não conseguiu sair sem o bis suplicado pela galera.
Sacrifício para chegar perto do palco e tirar algumas fotos de Nida. E por ali tive que ficar até o show da Taryn. Se levantasse um pé, outro ocupava. Mas valeu a espera. Precisava ver de perto o que consideram das grandes vozes do blues e do jazz nacional. Uma branquela, dessas “neurastênicas do litoral”, como classificava Euclides da Cunha. E com cabelo de Frozen, musical do qual, inclusive, dubla aqueles agudos da rainha Elza. Pra completar, trajes sinuosos de mulher-gato. Não tinha cabimento.
Taryn e o Noel do jazz
Mas bastou a primeira sílaba. Se você visse Janis Joplin também duvidaria que sairia algo dali, ne? Então aceitem minhas cismas. Acompanhada de uma banda afinada, com um baixista com uma pegada soul monstruosa, a cantora largou uns graves e agudos que passeavam pelos píncaros das notas musicais. E com canções do blues raiz, sem merchand, sem hits comerciais. Nem precisava. A banda, a voz, a presença, bastavam. Impressionante! Deu vontade de cantar “Livre estou, livre estoooou. Não posso me seguraaaar”, Mas me contive (quem tem filho pequeno entendeu a piada).
Passava pouco da meia noite e larguei pela metade a Taryn (saudade, beijo!) para tentar conferir o show da Bruna Hetzel que fora remanejado à Praça do Pescador. Mas só vi uma banda de jazz no lugar. Hora de mimi, pois, extasiado de boa música e três ótimos chopps da cervejaria local da Pipa, a Cap. Nem precisei de banho de mar.
Rua do Céu, em Pipa
Bossa Street Bang na orla. Só vi depois que a máquina estava no modo incandescente hihi
Pris DeNé na Praça do Pescador
Família Pádua numa foto positive “vibration”,
Praça do Pescador cheia
Muitas famílias em Pipa. Em destaque, a família do secretário estadual de Turismo, Manuel Gaspar e sua filha no cangote acompanhando a Filarmônica Monsenhor Honório
Em frente a Galeria Oásis no show de Taryn Szpilman
Mais uma de Nida Lira na Galeria Oásis
OBS: Propaganda gratuita. Detesto os óculos da chilli beans
Cupinchas de fé e cabaré! Brau!
Tempo…. Tempos…
Revirando as páginas do Tempo, dou de cara com a croniketa abaixo – “Serejo Marujo”. Que transcrevo toda entre aspas, em remake atual. E onde resgato, lá no final, trecho que compilei de uma das mais iluminadas reflexões que li sobre a sutileza da arte-criação-sentir do ato de escrever.
Alô escribas! Isso foi lá pelo ano 2011.
O trecho resgatado sobre a arte do escriba é do amigo jornalista Vicente Serejo, professor da UFRN, crítico de literatura e um dos melhores cronista e articulista do RN.
As imaginâncias colhidas-re-criadas da Vida, tornam o escriba um quase ajudante de deus. Mó barato, nénão bixo-grilo-velho! Podiscrê!
Mas não é isso mesmo que afirma voinho-Hegel na sua encarada filosófica-dialética da VidaViva e do Espírito criador?… “a obra-de-arte é a expressão do Deus… a inspiração do artista é como um pathos (paixão) “não livre” e, ao mesmo tempo, trabalho de entendimento técnico e mecânico. Daí a obra de arte é também um “livre-arbítrio”, e o artista é o mestre do Deus.”, §560, Enzyklopädie der philosophischen in Grundisse, 1830.
Contrastando com os textos filosóficos de fraque e cartola, o texto de Serejo lá no final dessa minha croniketa “Serejo-Marujo”, de 2008, possui um raro sabor de vinho de boa cepa, envelhecido. Que nos remete a um vibrante e sábio sabor desfilosófico de VidaViva. Depois de 7 anos, vale ler de novo, nesse remake.
Chega mais e vamunessa, chefia!
“Há amigos que a gente revê de séculos em séculos, de encarnação em encarnação. De sábado a sábado. Ou até, nas tardesmansas, puxando papo-lento na imaginação. E desfilosofando a VidaViva, ali, nos mares e bares do (in)finito de cada um.
Há amigos, pois, que quebram a regra da presença. Daí que, mesmo na despresença, nos brindam com sua amizade imemorial fluindo no encontro de sensibilidades grafadas.
Fiz toda essa festiva divagação acima para dizer que pelas esquinas.com do web-mundo, dou de cara com meu velho amigo Jornalista Vicente Serejo.
Encontro virtual, of course.
Recebo de Serejo-velho-de-guerra um email lá de Recife. Agradece e retribui o web-abraço do Dia Internacional do Amigo que enviei pela Rede do (In)Finito a amigos e alunos mais chegados.
Vocês sabem que um abraço amigo é sempre uma dose de energiafetiva.
Serejopoetando, responde ele no email: “olhos mergulhados nas águas do Capiparibe, um abraço afetuoso deste seu leitor e amigo”.
Um Serejo-abraço que acalenta amizades.
Tão marujo quanto eu, Serejo contempla rio e mar e confia ao Capibaribe a mensagem amiga. Como a garrafinha do náufrago em seus bordejos de solidão.
Aqui abro parêntesis. Como desfilósofo assumido, pra mim “marujo” não é só o que navega “porque é preciso”, como poetava lindamente PessoaFernando. Marujos são, sobretudo, os que amam o mar. Fecho parêntesis.
Marujos são, pois, os que abrem no coração o velame da imaginação e navegam os mistérios desse mar-massa-plena-profunda, solidão remansa, navio longe partindo, navegante saudade, gaivotas lentiriscando o azul, praia alongada na branquiespuma dos sonhos, na ânsia d’ancoragem próxima, já caturrando manso, lenti-bordejando, largando o ferro, e, gozo-atracando, no porto seguro da mulher amada.
Marujos são todos os que nesse navegar pescam sentires, emoções, poesias. E amores perdidos-achados e recauchutados.
Lembro uma das crônicas da Cena Urbana, de Serejo-marujo, dos anos 90, onde ele capta essa alma-maruja. Serejo diz de seu sonho em embarcar num “navio cinzento, da cor da Ribeira”.
E, então, ao se apresentar ao comando, numa continência plena de sonhos, abrir a alma de autêntico marujo e declarar: “Comandante, vim embarcar minhas emoções!”.
Confesso que, até hoje, ao lembrar dessa força expressiva do Serejo-velho, me deixo levar nesse sonho e me convenço que marujos e poetas são meio-imortais.
Sem dúvida a boa amizade pode também se estaiar fora do cotidiano comum. Além tempo-espaço-esquinas. Pois a boa amizade é, sobretudo, sintonia afetiva. Que irradia-capta a BoaEnergia da VidaViva e das estrelas perdidas-e-achadas nas lonjuras. Que de tempos em tempos conjunta coincidências, mapas astrais, horóscopos e encontros inesperados, mesmo virtuais, mesmo espirituais.
Quero dizer que ao abastecer, hoje, meu carro, recebi de brinde o Jornal de HOJE. Chego em casa. Me ajeito. E vou direto ao Butecodo(In)Finito. Filial do último bar das estrelas perdidas-e-achadas por esse infinitaço afora.
Chamo meus daímons e Sir JohnnieWalker prum papo-lento, na noitechegando.
Abro o jornal na Cena Urbana do Serejo-velho. A madruga caminha. Dou um uísquetrago pros caboclos. Xanavá!
Vou uísquetragando, enquanto leio a crônica de Serejo. Capta ele esse mar de agoras-e-eternidades em que navegam marujos, poetas, escritores – e que me permito transcrever pela intensa beleza desfilosófica e musical.
Antes, um aviso aos navegantes: Desfilosofia é o streap-tease maturado da SantaFilosofiacadêmica. Ou o retorno do pensar ao seu habitat natural que é sentir o bric-à-brac da Vidaviva, em carne, osso, buracos-vivos… e ziriguiduns da alma.
Portanto não se deixem enganchar em teorismos pé-duros e remassados, que nem roupa velha pendurada.
A Desfilosofia é o estágio mais avançado da SantaFilosofia. Como borboleta saindo-revoando do casulo em toda beleza de suas cores e liberdade.
Acontece, aquiali, antesagoradepois, semprenunca, na VidaViva, onde ela – a Desfilosofia – se exibe, sem as vetustas-mofadas vestes acadêmicas.
E nuinha-sem-calcinha vai irradiando-se-expandindo através sua poderosa energia vital, ou energia orgônica, como diz Reich, ou a prana dos hindus, ou o xanergismo da Desfilosofia.
Daí conectando, desde o infinito de todos e cada um, o fascinante mix-carnespiritual de pensares-e-sentires dos buracos-vivos…
Mas ouçamos, entre as fendas do Tempo, as sábias e emocionantes palavras de Serejo sobre a magia do escrever: “Escrever é tatear as realidades com as próprias mãos, tocando o relevo das coisas. É uma busca, uma tentativa de remontar a vida em forma de sensações. O táctil. O dúctil. O útil e o inútil. Um feixe tenso e nervoso de mesmices e descobertas. Escrever é apreender o que está fora do olho para apropriar-se. Escrever é impregnar-se. É não neutralizar-se diante da vida. É ferir com o olho, essa ponta de faca, a paisagem que passa pelas pessoas que passam como se não passassem.”. ”
Quem escreve assim, mago-velho, sem dúvida teve a visão arrebatadora e sábia da Sta.Filosofia esvoando leveloucanua, remansatempestuosa, pelas esquinas e marés humanas das cidades.
Quem escreve-o-escrever assim, Serejo-velho, como você o fez, além de marujo dos 7 mil mares e bares, além de desfilósofo de alta casta – é certamente oficial-gajeiro da deusalhada trollando pelas eternidades.
Assim é a VidaViva
A governadora eleita Fátima Bezerra anunciou na tarde desta sexta-feira (14), através de suas redes sociais, o nome do engenheiro-agrônomo e jornalista Joaquim Crispiniano Neto para o cargo de diretor-geral da Fundação José Augusto (FJA), órgão com status da Secretaria Estadual de Cultura do RN.
Perfil do novo gestor? Crispiniano Neto, 62 anos, é bacharel em Direito, pós-graduado com Especialização em Leitura e Produção. Natural de Santo Antônio do Salto da Onça, é casado, com três filhos e seis netos.
Exerceu por duas vezes o cargo de diretor da FJA em três administrações estaduais (governos de Wilma de Faria, Iberê Ferreira e Robinson Faria).
Durante suas gestões à frente do órgão criou as Câmaras Setoriais de formulação de políticas para cada linguagem artística, implementou a Rede de Pontos de Cultura do RN, com 60 unidades; concluiu as obras de seis Casas de Cultura Popular; implantou a Lei do RPV – Registro do Patrimônio do Vivo, beneficiando oito artistas e dois grupos do Folclore Potiguar; o Núcleo de Produção de Audiovisual, Rede Mais Cinema, com 25 unidades; desenvolveu o projeto Nós na Tela, em 21 cidades com oficinas de iniciação à produção cinematográfica, além de um programa de editais, com o prêmio Núbia Lafayette de Música.
O novo gestor da FJA foi membro do Conselho Nacional de Políticas Culturais e da Câmara Setorial do Livro e da Leitura do Ministério da Cultura e coordenou o Fórum dos Secretários de Cultura do Nordeste. Também participou da Comissão gerenciadora da lei Câmara Cascudo por mais de dez anos e antes de ser gestor da FJA, fez parte do seu Conselho Curador.
É integrante da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, na cadeira de número 26, que tem como patrono, Luis da Câmara Cascudo, da Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel e da Academia Mossoroense de Letras; membro do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.
Como poeta tem mais de 170 folhetos de Literatura de Cordel publicados, com mais de três milhões exemplares espalhados pelo Brasil e outros países. Publicou 22 livros publicados, com mais de 200 mil exemplares vendidos.
Mantém coluna diária no Jornal de Fato de Mossoró – RN, Programa semanal na Rádio Difusora de Mossoró e comentários diários na Rádio AM Difusora de Mossoró, Rádio FM Cidadania de Mossoró-RN e Rádio Rural de Mossoró.
CRISPINIANO NETO – Esta será uma gestão de reconstrução. Há quase um clima de terra arrasada, na Fundação José Augusto. A instituição, que tinha em torno de 600 servidores ativos na minha primeira gestão, hoje só conta com pouco mais de duzentos, dos quais pouco mais de setenta são dos corais e da Orquestra Sinfônica e que cumprem dignamente suas obrigações, fazem com esmero o trabalho artístico, mas não lhes cabe dar suporte na área administrativa. Tem pelo menos meia dúzia de setores administrativos da FJA que já não contam com nenhum servidor de carreira. Quase todas as unidades funcionam num nível de precariedade bastante grave e o diálogo organizado com os artistas, que iniciamos no passado através das câmaras setoriais, foi interrompido e precisa ser rearticulado. A rede de Pontos de Cultura foi abandonada e as Casas de Cultura estão funcionando precariamente, porque conta a presença dos artistas das cidades terem e o apoio de algumas prefeituras.
Prioridades agora serão duas: Reconstruir a teia de relacionamentos e parcerias com artistas, grupos e instituições e focar nos recursos do Banco Mundial para os quais deixamos na nossa última passagem, quase quarenta projetos prontos, alguns dos quais já se encontram em andamento e outros que teremos que desengavetar. Com um olho no programa de governo apresentado pela governadora Fátima Bezerra, os dados e sugestões da Subcomissão de Transição e a realidade, haveremos de encontrar o caminho. Das outras duas vezes que ali chegamos, também não encontramos nenhuma facilidade e conseguimos tirar algum de pedras e transformar limões em limonadas.
Muito antes de ser gestor da FJA fui membro da Comissão Gestora da Lei Câmara Cascudo. Conheço a fundo a sua importância e também as mazelas que se incrustaram no seu bojo. A Paraíba tem a Lei Augusto dos Anjos que com um terço dos recursos incentiva uma quantidade cinco ou seis vezes maior de projetos.
Tentamos, via Comissão de Transição, ter acesso aos dados atuais, mas o que obtivemos é muito superficial. Assim mesmo deu para sentir a gravidade de, num Estado em que a cultura vive em petição de miséria, termos uma sobra anual de 20 a 30% dos recursos anunciados. Isto em função da imensa dificuldade de captação por falta de acesso aos poucos patrocinadores habilitados e dispostos investirem. O RN tem alguns milhares de empresas contribuintes de ICMS, mas só quinze ou 20 delas patrocinam através da Lei Câmara Cascudo. Temos 4,5 a 5 bilhões de reais anuais arrecadados, mas nunca se conseguiu usar o incentivo de 6 milhões de reais num exercício. Dos mais de cem projetos aprovados anualmente, só uma média de vinte, conseguem captar. E destes, cinco ou seis ficam com dois terços dos recursos. Raramente se tem mais de 10% dos projetos provenientes do interior. Quase nunca atravessam a Reta Tabajara.
Precisamos repensar a Lei Câmara Cascudo, fazer funcionar de fato, o Fundo Estadual de Cultura e desenvolver uma política de editais que, juntamente com o fundo, democratize o fomento aos artistas, grupos e produtores culturais, desconcentrando os recursos geograficamente e melhorando a quantidade de projetos contemplados.
Nas muitas reuniões dos fóruns nacional e nordestino de secretários estaduais de cultura de que participei, os colegas sempre diziam que quem quisesse se dar bem focasse em eventos de grande repercussão midiática. Não descarto a importância dos eventos, mas entendo que esse é o papel dos produtores culturais. O papel do Estado é estruturar uma Política Cultural que valorize a amplitude do universo artístico-cultural, que democratize o acesso e a fruição respeitando a democratização territorial para que não se continue pensando que Cultura é privilégio da elite socioeconômica e das cidades grandes e médias.
O perigo de se criar uma “marca” numa gestão é que os outros aspectos são menosprezados ou desprezados para privilegiar um ou dois. Insisto que o papel do Estado na área cultural é estimular a realização da cidadania cultural. A luta pela concretização de um Sistema Estadual de Cultura com certeza será o nosso foco. No nosso Estado só 7 das 167 cidades possuem teatros, Livrarias dignas desse nome não chegam a cinco cidades, 98% dos municípios não possuem cinemas, o povo que mais gosta de dançar, não tem acesso a espetáculos de dança, a música virou entretenimento de gosto duvidoso, quando não desastroso, em detrimento do aspecto artístico-cultural e as bibliotecas mais atualizadas não renovam seus acervos há quase duas décadas.
A “marca”, se tiver, deve ser a luta para reverter essa tragédia que levou muitos cinemas a se tornarem templos caça-níqueis e resgatar grupos de cultura popular que cederam espaço às bocas de fumo.
Com todo respeito pelo carnaval, não haverá tempo para se pensar algo que não seja uma gambiarra. Ainda não tenho informações oficiais sobre o novo orçamento em aprovação para 2019, mas até onde pudemos apurar, o que sobra da folha de pessoal, gira em torno de quatro milhões para o ano e tem uns dois milhões para ficar em Restos a Pagar.
A prioridade 1 é correr em busca de mais recursos, como quem procura água em Marte, porque o Estado vai estar num esforço hercúleo para pagar pessoal, num ritmo que não pode ser de urgência urgentíssima, vamos tentar recuperar os projetos para os recursos do Banco Mundial, que deixamos prontos e foram engavetados, tocar os projetos que estão em andamento como Teatro Alberto Maranhão, Museu Café Filho, Pinacoteca, Fortaleza dos Reis Magos, Memorial Câmara Cascudo e Biblioteca Câmara Cascudo.
Vamos buscar soluções conjuntas com os segmentos artístico-culturais organizados e parcerias com unidades administrativas do próprio Estado que estão fazendo cultura ou têm potencial para isto, mas que cujas ações correm à revelia da Fundação José Augusto.
Imagine se cada secretaria resolver fazer Saúde e Segurança, o Estado vira um caos. Mas na cultura, sempre se teve a prática de esquecer a unidade responsável por esta política pública.
As Casas de Cultura, como já falei acima, estão sobrevivendo por obra e graça da abnegação um servidor cuja “EUquipe” trabalha sem gratificação e quase sem diárias. Do apoio de algumas prefeituras e da presença de artistas locais ocupando espaço dentro delas. Não existe mais um real de verbas específicas para elas.
Deixamos quase trinta projetos de reforma física e estruturação de auditórios com caixas cênicas e climatização, equipamentos de sonorização e iluminação e o atendimento de outras necessidades que poderão devolver às casas de cultura popular o papel para o qual foram criadas. Além disso queremos fazer e aprovar os projetos de 16 outras casas que, por força de intervenção do Ministério Público tiveram as obras paralisadas nos alicerces, ou já à altura das paredes, do madeiramento ou das cobertas. Tem casa que ficou faltando somente o acabamento e os equipamentos. Uma tragédia que se arrasta há doze anos e que representa um prejuízo incalculável pelo que ali se imobilizou e pelo que se deixou de fazer pela cultura dessas cidades. Na minha primeira gestão consegui concluir seis delas. Tenho certeza que logo que se equilibrem as finanças do Estado, a governadora autorizará que ressuscitemos estas obras que, no estágio em que ficaram, a meu ver, são um escárnio ao necessário zelo com a coisa pública.
Formar uma equipe é arte. Quem errar nesse pontapé inicial, vai errado até o fim da linha. Pretendo contar com parceiros que fizeram por merecer a confianças nas outras experiências. Espero que Deus me dê graça da distância de outros com quem convivi. Só não acho conveniente adiantar nomes antes de fazer todas as tratativas. Nada mais grave que anunciar um nome e depois não se concretizar. Quanto ao organograma requer mudanças urgentes. Quase nada do que está no papel bate com a realidade. Na verdade, o ideal seria criar uma Secretaria de Cultura. O RN está super defasado em ter a sua cultura gerida por uma fundação, quando as fundações perderam praticamente todas as especificidades que lhes conferiam alguma vantagem na gestão. Mas hoje não se pode falar em criar nenhuma unidade a mais. Virou discurso ideológico.
O modelo que foi desenvolvido por Gilberto Gil e Juca Ferreira, é, sem dúvidas, o que deu melhores resultados. Isso começou a degringolar ainda no último governo petista. Com Temer, teve um desempenho para além de sofrível. Agora, me parece que tem amplas possibilidades de piorar. Mas é aquele modelo exitoso que nos inspira. Mesmo que tenha mudado a realidade, trabalharemos com a mesma mentalidade. Fazendo as adaptações, obviamente. É o modelo compatível com a governadora que está chegando e que foi uma deputada e é, ainda, uma senadora que teve o maior destaque nacional em todas as grandes lutas em prol da cultura brasileira.
A 15ª edição do Troféu Cultura anunciará os nomes de cada uma das 14 categorias do prêmio nesta quarta-feira (19), em cerimônia para imprensa e convidados no Kosmopolit, a partir das 20h. No mesmo dia e horário ao anúncio, os indicados estarão aptos à votação popular no portal Papo Cultura.
Este ano o número de indicados em cada categoria subiu de cinco para dez nomes e ainda a opção “Outro”, caso o internauta queira votar em alguém fora da lista. Os cinco mais votados serão avaliados por um júri especializado, que escolherá o vencedor. A votação permanecerá aberta por dois meses, até 19 de fevereiro.
Até ano passado, o júri técnico selecionava cinco indicados e o público definia o vencedor pelo voto. “A coordenação do evento optou por esse novo modelo de mescla entre voto popular e técnico. O público mantém poder de votação selecionando os finalistas, e especialistas definem o melhor entre esses cinco”, comentou o jornalista Toinho Silveira, idealizador do prêmio.
A cerimônia de entrega dos troféus será realizada pelo segundo ano consecutivo no Teatro Riachuelo, no próximo 12 de março, após o período do carnaval. As atrações para a festa ainda serão definidas, assim como a premiação aos vencedores. O acesso ao Teatro será livre, mediante distribuição de ingressos.
O Troféu Cultura homenageia dois nomes das artes potiguares em cada edição. Este ano, o homenageado post mortem e que dá nome ao Troféu será o ator e transformista Zezo, assassinado dentro de casa aos 62 anos, no último mês de outubro. Como homenagem em vida, a rouxinol potiguar, a cantora Glorinha Oliveira, no alto dos seus 93 anos.
O Troféu Cultura 2018 tem patrocínio da Cosern e da Comjol, ambos por meio da Lei Câmara Cascudo, do Governo do Estado; e da Unimed, pelo Programa Djalma Maranhão, da Prefeitura de Natal, além do apoio da Faculdade Uninassau e do Caxangá Restaurante.
O argentino Papa Francisco provou da música brasileira nesta última quarta-feira (12). O concerto histórico da Orquestra Sinfônica da UFRN, realizado no Vaticano para o Santo Pontífice, foi considerado pelo embaixador do Brasil em Roma, Antônio de Aguiar Patriota, como “a melhor performance artística” em sua gestão, iniciada em 2016. A Orquestra comandada pelo maestro André Muniz, acompanhada do Madrigal da UFRN se apresenta ainda hoje (13) no Conservatório Licinio Refice, ainda em Roma, junto a músicos italianos.
“Os dois concertos foram incríveis. Na embaixada eles não economizaram gentileza. O público foi impecável, com direto a lágrimas e manifestações de carinho e orgulho ao final. Nos ofereceram um coquetel com muito vinho, champagne e caipirinha. E a apresentação para Papa foi emocionante. Todo o grupo ficou extremamente orgulhoso ao ouvir o Santo Padre citar e agradecer à UFRN. Em seguida foi lido um texto em português repetindo o agradecimento”, disse orgulhoso o diretor da Escola de Música da UFRN, Jean Joubert.
A oportunidade de se apresentar ao Papa se deu “quase por providência divina”, como brincou o maestro André Muniz. “Padre José Mário estava no concerto que executamos a ‘Grande Missa Nordestina’ na Antiga Catedral, em dezembro do ano passado. Ao final do concerto, ele disse emocionado: ‘Esta é uma obra que o Papa Francisco certamente se emocionaria ao escutar. Já pensou um Papa argentino escutando uma missa em latim, mas com elementos rítmicos e melódicos do Nordeste Brasileiro em pleno dia da Padroeira das Américas?’.
Sugestão feita, a reitora da UFRN, Ângela Maria Paiva Cruz entrou em contato com o arcebispo Dom Jayme, que encaminhou um histórico da Orquestra e do Madrigal ao Vaticano. E no dia de celebração dos 60 anos da UFRN, a Reitoria recebeu a confirmação do concerto. Antes, ainda em novembro, foi realizado o concerto Rumo a Roma, no Teatro Riachuelo, com o mesmo repertório apresentado ontem ao Papa.
No repertório foram executadas as peças ‘Magnificat Aleluia’ de Heitor Villa-Lobos; a própria ‘Grande Missa Nordestina’, do compositor pernambucano Clovis Pereira; a premiére de uma Obra de Danilo Guanais, o ‘Regina Coeli’; O Guarani, de Carlos Gomes; Pinos de Roma, de Ottorino Respigui, entre outras. “Hoje muitos integrantes da orquestra são oriundos de diversos estados do Brasil. Então demos protagonismo à música feita e produzida no Brasil. O nosso diferencial é que produzimos em uma qualidade que sinceramente não deve a muitas orquestras profissionais”, concluiu André Muniz.
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