As Elzas da vida de Paulo Freire pertencem a dois cenários. O primeiro é o cenário real: Paulo e a Professora Elza Maia Costa Oliveira, que foi a sua primeira esposa, de 1944 a 1986, quando faleceu. O casamento gerou cinco filhos, fui testemunha do amor que os unia e do companheirismo que se completava no fato deles exercerem a mesma profissão.
Fui, aos dezessete anos, o menino do Serviço de Extensão Cultural da Universidade do Recife, instituição que Paulo dirigia e que se constituiria no órgão de apoio ao trabalho de alfabetização de adultos em desenvolvimento em todo o país durante o governo do Presidente João Goulart.
Lembro da Dona Elza, revoltada, porque nos primeiros meses da Ditadura, Paulo era preso e solto, preso e solto, uma tática perversa, humilhar para meter medo.
Casal Elza e Paulo Freire
Pois bem, Elza começara a tramar uma solução contando com a ajuda de pessoas ligadas à Embaixada da França e em segredo nos confidenciava que “dessa vez Paulo foge nem que fosse vestido de baiana”.
Conheci Paulo Freire na intimidade. Ele gostava de almoçar com as pessoas de sua equipe. A gente sabia o risco que estava correndo, mas tratamos de arregaçar as mangas porque havia muita coisa para fazer.
Paulo era um ser de espinha de marfim, não se curvava aos perrengues. Tinha a força de quem passou por momentos difíceis. Na depressão de 29 faltou comida na casa do menino Paulo Freire em Jaboatão dos Guararapes. Essas coisas moldam o caráter, definem uma personalidade.
Paulo é um homem bom, romântico, as vezes ingênuo, mas irredutível nas suas escolhas. Um cara que abria o coração para os amigos. Um dia, ficando eu e ele, no fim do almoço, Paulo me veio com um papo de pai ciumento, eu andava me enxerindo para uma de suas filhas e como tem certas bolas que é melhor a gente não disputar, resolvi dar uma de tímido, fiquei meio arredio e logo levei um golpe na moringa, a moça me aparece com um namoradinho, ai Jesus…
Naquela época, Paulo não usava barba, sua expressão era séria, mas sem arrogância, um olhar singularmente bondoso, um riso juvenil, olhos altivos por trás de um óculos de armação grande. O Patrono da Educação Brasileira primava pela oralidade, gostava de fazer jogos com as palavras, gostava de contar causos, principalmente de seus alunos, gostava de falar bem da sua mulher e da sua família. Respeitava muito as pessoas, nunca vi Paulo dando bronca em ninguém. Logo transparecia sua faceta honesta e também a sua inevitável dose de vaidade.
Costumo dizer que ninguém trabalha com Paulo Freire impunemente. Sou, tal qual o meu mestre, feito de profundas convicções de que o mundo só será melhor se a riqueza for melhor dividida.
O que mais admirava nele? Sua emoção, ele era cem por cento emoção. É aí que entra o segundo cenário. O segundo cenário é pura imaginação minha. Vejo Paulo Freire no palco com Elza Soares. Ambos cantam “O Meu Guri” com o mesmo sentimento. Primeiro, você desaba em lágrimas. Segundo, você promete lutar para que um dia os cartazes de seu país ostentem a seguinte mensagem: ESTA NOITE 200 MILHÕES DE CRIANÇAS DORMIRÃO NAS RUAS DO MUNDO. NENHUMA DELAS É BRASILEIRA.
Considerada uma das praias mais bonitas do Brasil, a atmosfera charmosa da Pipa só é comparada a Angra dos Reis, no Rio de Janeiro; Bombinhas, em Santa Catarina; Arraial d’Ajuda, na Bahia; e Jericoacoara, no Ceará.
A mais badalada praia potiguar é cosmopolita. Um lugar onde se fala todas as línguas do mundo e todos os sotaques brasileiros, como uma Torre de Babel reunindo as mais diversas tribos para festejar os encantos da vida num prazer sem fim.
Para aqueles que também gostam da noite, as ruas estreitas de Pipa se enche de gente bonita para curtir nos barzinhos e boates, com MPB, reggae, forró ou batidas do Techno. Diante da efervescência de Pipa, a revista Viaje Mais elegeu a noite pipense a “mais quente acima do Recife”.
A boa musicalidade de Pipa tem nome, sobrenome e acordes mágicos: “Daniel Marrom”, um músico natalense que se divide entre Pipa e Pamplona, na Espanha, já que sua esposa é espanhola, a fotógrafa Allende Saenz, e canta nos bares de Pipa, encantando turistas e fãs locais.
Se for curtir a praia da Pipa no final de semana, não deixe de curtir o som de Daniel Marrom, tocando no Orishas (um barzinho super legal na beira da praia), e no seu próprio palco, o “Tom Marrom”, fazendo uma roda de samba, reunindo amigos e apreciadores da boa música.
A Música de Daniel Marrom é o puro lamento da alma brasileira com seu cavaquinho e acompanhado por uma banda (as vezes uma roda de samba). Porém, ele também gosta de fazer “voz e violão”, num som intimista somente para poucos privilegiados que estão em Pipa, curtindo o som puro tons Marrom.
Com Daniel Marrom e banda
Local | Tom Marrom, Shopping Villa Kanto da Pipa
Dia | Todos os sábados
Hora | A partir das 20 horas
O Dia Internacional do Jazz é celebrado em diversas partes do mundo desde 2011, sempre no dia 30 de abril. O evento é chancelado pela Unesco e tem lá um papel diplomático de unir nações em torno do jazz e suas raízes. Enfim, está no calendário oficial das Nações Unidas e da Unesco e a proposta de união pela arte é sempre bem vinda.
Em Natal será comemorado pelo segundo ano. A capital potiguar é das poucas que celebram a data no Brasil. E vem novamente pela produção competente de quem entende do assunto: Juçara Figueiredo, idealizadora e produtora também do Fest Bossa & Jazz e que, com patrocínios captados, consegue oferecer um show grandioso e gratuito.
Se no primeiro ano a Sesi Big Band convidou a Orquestra Sinfônica da UFRN e a cantora e compositora de jazz Taryn Szpilman em um palco de dois andares montado na Praça Ecológica de Ponta Negra, este ano é promessa de estacionamento cheio do Natal Shopping para conferir de graça o show do cantor, compositor e multinstrumentista Ed Motta, que já esteve por aqui há três anos para apresentação no Fest e Bossa.
Segundo Juçara, o evento só é possível graças às parcerias, seja com o Sesi RN e o maestro Eugênio Graça, da agência de comunicação Zero Sete que trabalha na captação de recursos, na cessão do espaço pelo Natal Shopping, além de permutas com parceiros do Fest Bossa & Jazz.
“Batalhamos nessa busca por parceiros e patrocinadores para comemorar este dia que, para músicos e quem curte o gênero, é um dia muito especial”, colocou Juçara em sua conta no facebook, respondendo também críticas quanto à escolha do músico, diante de polêmicas bobas divulgadas ano passado.
Na ocasião de um show, Ed Motta teria criticado o público brasileiro, que não saberia admirar boa música. E Juçara perguntou: “Ele foi infeliz no comentário, mas será que ele estava errado? Vocês viram a lista dos eleitos a melhores da música brasileira em 2016? Confiram e irão entender por que músicos no gênero estão perdendo o respeito pelo público brasileiro”.
E disse mais: “Porque o convidado da Sesi Big Band é Ed Motta? Simplesmente porque ano passado ele saiu do Brasil e gravou um disco de jazz e foi ovacionado em toda a turnê realizada fora do País. Quem seria melhor representante pra este dia do jazz no Brasil?”. E pela dimensão do nome de Ed Motta, Juçara acredita que a maior celebração da data, no Brasil, será a de Natal.
Assim como no ano anterior, a Sesi Big Band será a anfitriã do show e será a responsável pelo convite a Ed Motta subir ao palco. O horário do show ainda será definido, já que o Shopping fecha mais cedo no domingo.
Confirmam uma mostra do show a partir da apresentação entre Sesi Big Band e Ed Motta, em 2014
Paulo de Macedo Caldas Neto nasceu em Mossoró e completa 36 anos exatamente hoje, 31 de março, dia de poesia aqui no Papo Cultura. De família assuense, é graduado em Letras/Língua Portuguesa e Literaturas e mestre e doutor em Literatura Comparada pelo Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem da UFRN. É professor do IFRN e autor de dois livros de ensaios: ‘No ventre do mundo’ e ‘Do picadeiro ao céu: o riso no teatro de Ariano Suassuna’.
Vencedor do prêmio Escritor Eulício Farias de Lacerda (União Brasileira de Escritores do RN), obteve o terceiro lugar no 8º Concurso de Poesia Luís Carlos Guimarães (Fundação José Augusto), Prêmio Sarau Brasil – Concurso novos poetas (Ed. Vivara Nacional) – 2014, Concurso de poesias da UFRN-2014, o 14º lugar no 34º Concurso de Trovas-2014 (Academia de Trovas do RN), o 9º lugar no Concurso da União Brasileira de Trovadores 2015, 5ᵃ Menção honrosa no 10º Concurso de poesia Luís Carlos Guimarães–2015, 2º Concurso Literário Américo de Oliveira Costa (Editora Universitária-2015), categorias poesia e crônica, o que lhe rendeu a publicação das crônicas e poema premiados nas antologias Natal e outras crônicas e Máquina de sonhos e outros poemas (EDUFRN-2017).
Paulo Caldas Neto é nosso POETA DA SEMANA!
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O limite do mar é o mesmo,
não houve redemoinho.
O hotel está ali é divertido ver a algazarra com que os hóspedes
desfilam para o público no palco. E é também
triste como os que assistem se esforçam por notarem suas bocas
[invisíveis.
À meia-noite o Reizinho fecha suas portas
para um baile de carnaval… incerteza precisa.
Assim o é a ausência do artista recordando alguém
[cantando!!!…
Um bolero? Uma música de Roberto?:
“Quero que você me aqueça nesse inverno…”
de Caetano?: “Caminhando contra o vento…”
Não, é só a cantiga de um fã
que se recusou a deixar o quarto 366
do 3º andar, com vista para a piscina suja,
[agonizante, o poente dos suicidas!
Os resíduos de cerveja, coca-cola, salgadinhos
são os versos esquecidos que a orquestra não quis concluir…
E o ritmo musical se esvai na penumbra da noite…
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O corpete lustroso! Envolvente!…
Gemendo como sua dona, açoita a íris
[que contempla a maré.
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Meu não-eu me violenta diariamente.
Mesmo naquele resto de cama improvisada,
posso ainda ver seu riso irônico,
sobrevivente do último atentado à bomba em Beirute.
Adiante, pedaços de mim sobre o tablado de círculos concêntricos,
esperando a complacência do ar para se unirem.
O que poderão dizer a quem persegue o seu segredo?
Neste casarão da Ribeira,
neste jardim de Cascudo,
neste sobrado escuro,
nesta sala de visitas,
o que devo buscar além do que tenho?
Restos, restos, restos, restos…
Acho que procuro partes de mim varridas pelo tempo,
através da poesia que religa, com o seu dom, sonhos e realidades quase opostas.
Nossa história continuará sem recompensas;
nosso olhar, uma entropia nova;
nosso coração em constantes pulsações de cataclismos;
nossa alma, uma vereda inexplorada.
Os esboços desta curva da vida só me levam ao ponto zero,
todas as vezes que ouso profetizá-los.
Versos são feitos para isso e nada mais.
Daí, essas dobras e planícies irregulares
para os versos mapearem,
desenharem,
calcularem,
esculpirem,
outorgarem.
O poema nada mais é que uma incógnita;
e um verso, a descoberta desta.
Por isso, o poeta pensa que a poesia é a bússola de seus oceanos,
a amálgama de suas dores,
o elixir de sua loucura.
Não, é tão só poesia-nômade.
Já me encontro próximo ao Hemisfério Sul
até perder-me novamente
numa tela de Dali
e perceber que sou feito de meras transições de mim mesmo.
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À poetisa Lisbeth Lima de Oliveira.
O quintal
O pomar
O açude
A cerca
O gado na pastagem.
Toda viagem neste Reino é um livro aberto,
com paragens insólitas nos mundos da minha lembrança.
De tão Vasto, é Eclipse;
De tão dormente, é permanência.
Eu já não visto a poesia,
ela me veste.
Traiçoeira, é fita de seda;
breve, orvalho em romã morta;
singela, café feito em forno de lenha.
Sua sinfonia de veludo faz-se concerto em meu peito,
lume em um candeeiro,
cume de uma Torre Eiffel-serrana.
A Academia Norte-rio-grandense de Letras tem se rejuvenescido com o tempo. E não pela idade dos novos membros. Muito mais pela abertura a nomes realmente aptos à cadeira de imortal e com ideias novas para tirar a naftalina do velho prédio da Mipibu e modernizar a instituição. Humberto Hermenegildo é exemplo.
Em eleição ocorrida ontem na ANL, sem maiores alardes na imprensa ou nos meios intelectuais, o professor e escritor Humberto Hermenegildo foi eleito com 28 votos. Ele ocupará a cadeira número 2, cujo patrono é a indianista Nísia Floresta e teve, entre os ocupantes, Henrique Castriciano e Hélio Galvão.
Para saber mais sobre o professor da UFRN, especialista no modernismo brasileiro, leia esta entrevista AQUI feita por Thiago Gonzaga e publicado neste Papo Cultura. Hermenegildo preenche a segunda vaga em aberto, deixada pelo médico mossoroense Ernane Rosado. O poeta Lívio Oliveira tomou posse há poucas semanas da cadeira do jurista Francisco Fausto.
Mas se engana quem pensa que as vagas abertas foram fechadas. Também ontem foi oficializada a vaga da cadeira número 9 deixada pelo poeta e artista plástico Dorian Gray Caldas. E aqui eu indicaria pelo menos uns 30 nomes bacanas para a cadeira. Mas deixo cinco: Adriano de Souza, Antônio Francisco, Ruben G Nunes, François Silvestre e Rostand Medeiros. Infelizmente nenhum, acredito, se interesse em concorrer.
Para o sistema de substituição da cadeira dos imortais cabe ao presidente declarar a vaga aberta após a morte de um dos ocupantes. A partir daí publica-se na imprensa e admitem-se candidaturas em até 60 dias. Por vezes a própria ANL sugere convites. Não acho que isso venha a ocorrer. Portanto, aos interessados, lancem seus nomes.
Outra notícia quentinha? Hermenegildo lançará seu primeiro romance no próximo dia 20 de abril, na própria sede da ANL. O livro se chama Rastejo. Mas a posse, segundo previsões, se dará apenas no segundo semestre. Há todo um trâmite para o processo. Mas não nenhum segredo marçon na ANL. Seguem abaixo algumas curiosidades:
A fundação da ANL foi uma resposta de Cascudo aos apelos da Federação das Academias de Letras. Assim como a Academia Brasileira de Letras, criada em 1896, a ANL também se emoldurou com base na Academia Francesa, a primeira do mundo, fundada em 1635.
Presente na data de fundação da ANL, Adauto Câmara, Edgar Barbosa, Januário Cicco, Otto de Brito Guerra, Antônio Soares de Araújo, Nestor Lima, Floriano Cavalcanti e Luís Gonzaga de Monte, entre outros.
O RN colecionava intelectuais de reconhecida capacidade. Mas faltaram nomes para preencher as 40 cadeiras (número inspirado na ABL) e apenas 25 imortais protagonizaram as primeiras vagas da ANL. Em 1943, o número era de 30 acadêmicos, alcançando, mais tarde “a tarefa realizada dos 40 e seus sucessos no tempo”, como afirmou Cascudo.
Mesmo fundador da Academia, Cascudo recusou-se a aceitar a presidência. Mais tarde também rejeitaria o convite para ser membro da ABL; convite enviado por votação unânime dos chamados imortais.
Segundo Diógenes da Cunha Lima, Cascudo alegou ser apenas um provinciano. Talvez daí venha a origem da frase “Sou um provinciano incurável”.
Cascudo seria o quinto representante potiguar na história da ABL. Os outros quatro são o médico e ficcionista, estudioso das artes e ciências, Peregrino Júnior; o historiador Rodolfo Garcia; e os ainda atuantes, o jornalista e escritor Murilo Melo Filho e, mais recentemente, o diplomata Almino Afonso, nascido em Mossoró.
Com a recusa de Cascudo, o bacharel em direito e escritor Henrique Castriciano foi eleito o primeiro presidente da ANL, tendo como secretários Adherbal de França e Edgar Barbosa.
Ativista pelos direitos da mulher, sobretudo no campo da educação (criou a Escola Doméstica de Natal), Henrique Castriciano escolhe patrona de sua cadeira a idealista, revolucionária e escritora Dionísia Gonçalves Pinto, ou Nísia Floresta Brasileira Augusta, como é mais conhecida.
A irmã de Castriciano, a poeta Auta de Souza, que morreu prematuramente aos 24 anos, também foi homenageada pela ANL como patrona da cadeira de número 20.
Além dos 40 patronos escolhidos quando da fundação da ANL pelos 40 primeiros ocupantes das cadeiras, houve mais de 80 sucessores ao longo dos 80 anos de história da Academia.
Muitos ficaram de fora, seja por derrotas em suas candidaturas, seja por rejeição ao convite ou por esquecimento da instituição. Casos de Deífilo Gurgel, Zila Mamede, Moacy Cirne, François Silvestre, Marize Castro…
Entre os imortais, estão padres, políticos, jornalistas, historiadores, artistas plásticos, folcloristas, cronistas, pesquisadores, médicos, juristas… Mas predominam mesmo os poetas.
E, tristemente, uma amarga maioria de homens. Entre os 40 patronos, três mulheres: Nísia Floresta, Isabel Gondim e Auta de Souza. Entre os 40 primeiros ocupantes, apenas Carolina e Palmyra Wanderley.
E o quadro parece não se alterar. Entre os mais de 80 sucessores, apenas mais cinco mulheres: Maria Eugênia Montenegro, Anna Maria Cascudo, Sônia Fernandes Ferreira, Diva Cunha e, mais recentemente, Leide Câmara.
No início, ainda sem sede própria, as primeiras reuniões dos acadêmicos se davam em locais variados. O Instituto Histórico e o Atheneu foram os espaços mais usados.
Foi o então governador Sylvio Pedroza (depois acadêmico) quem doou o terreno na rua Mipibu para construção do prédio da ANL, inaugurado em 28 de junho de 1958, na administração de Manoel Rodrigues de Melo.
Hoje, sendo associação privada sem fins lucrativos, a ANL é mantida pelos acadêmicos. Por vezes recebe verba do Governo do Estado, mas sem regularidade. Alguns espaços do prédio são alugados e ajudam na manutenção.
Alguns projetos encabeçados pela ANL passam despercebidos pela imprensa, a exemplo da idealização do Presépio de Natal, com assinatura de Oscar Niemayer.
Também obra de Niemayer é a União dos Continentes, arcos em forma de chifre, localizado na BR 101, em Touros.
Muitos nomes pitorescos e históricos de cidades, bairros, etc, também foram mantidos graças a campanhas da ANL, a exemplo de Parnamirim, que estaria hoje com o nome Eduardo Gomes não fosse a intervenção da Academia. Ou Monte das Gameleiras, Barra de Maxaranguape e Caiçara do Rio dos Ventos.
Uma expressão usada por índios tupis-guaranis dá título ao mais recente trabalho do ilustrador potiguar Anderson Gomes do Nascimento. “Anauê!!” é uma saudação de boas-vindas como “salve” e “olá”. Em 1923, ela foi adotada pelos escoteiros do Brasil e, em 1930, pela Ação Integralista Brasileira.
“Eu sempre desenhei desde pequeno, me formei no antigo curso de Educação Artística com habilitação em Desenho da UFRN”, conta Anderson sobre o início sua trajetória no mundo das artes visuais. São com as iniciais do seu nome, AGN, que ele assina as ilustrações que produz.
Só em 2011, quando ingressou na Secretaria de Educação a Distância da UFRN, foi que AGN assumiu, oficialmente, a profissão de ilustrador. Como profissional, desenvolveu várias campanhas com ilustrações inspiradas em Histórias em Quadrinhos. Os super-heróis são os personagens mais admirados.
Com a experiência que adquiriu e o traço mais apurado, AGN idealizou a produção de Revistas em Quadrinhos com temáticas nacionais. “Anauê!!” retrata a presença dos índios em terras brasileiras, o resgate das lendas e a valorização dos povos indígenas.
Além das ilustrações, ele também produziu os textos e custeou a impressão! Fez isso por amor à arte e por acreditar em um futuro promissor para esse trabalho. Entusiasmado com o resultado, ele fala da sua expectativa: “Espero que venham mais números e que alcance um bom número de leitores”.
AGN vai participar da Primeira edição fora de São Paulo do maior evento de cultura pop da América Latina. A Comic Con Experience desembarca no Recife, de 13 a 16 de abril de 2017. E na bagagem, ele vai levar vários exemplares da Revista “Anauê!!”. Além de apresentar o produto, ele quer trocar experiências com ilustradores e quadrinistas do mundo inteiro.
O Festival da Meladinha, melou. Mas calma. Melou só para este sábado. A repercussão do anúncio foi tão grande que a produção do evento precisou adiar para organizar melhor a estrutura. Só neste site foram mais de 1400 visualizações. Realmente uma surpresa. A ideia agora é mudar a data para agregar apoios e melhor estruturar o festival que terá a bebida mais famosa do Centro Histórico de Natal como carro chefe. Vai ter shows, concursos, meladinhas especiais e incluir uma praça de alimentação. O local permanece na área livre do pátio da Pinacoteca. A nova data será divulgada em breve. Vale a pena aguardar.
Essa semana, titia Isaura conversou com o Secretário da Tributação, André Horta, sobre a nova proposta para a Lei Câmara Cascudo, para que ela seja realmente de Incentivo à Cultura e não ao espetáculo. A ideia é criar mecanismos que envolvam contribuintes do ICMS de faixas mensais mais baixas, com alíquotas mais altas. Ou seja: atrair também as empresas de médio porte para que estejam aptas a patrocinar projetos. É uma boa. Mas precisa de muito mais ajustes.
O Palco Giratório inicia sua 20ª edição no RN em abril com os espetáculos infantis Ninhos (SP) e Conexão Elefante Cultural (RN). As apresentações, viabilizadas pelo Sesc RN, acontecem sexta-feira (7), a partir das 19h, no Sesc Zona Norte, em Natal. A entrada é gratuita e a classificação livre. Em Ninhos, pela Cia Balangandança (SP), brincadeiras de crianças confundem-se com movimentos de animais. Os ninhos são momentos de recolhimento que fortalecem relações mais sutis, íntimas e subjetivas, tão importantes à criança. Já o Conexão Elefante Cultural, encenado pela Trupe da Luz, reúne artistas potiguares e mescla diferentes vertentes das artes cênicas à contação de histórias e ao circo. O grupo é composto pelos palhaços do Tropa Trupe, bailarinos do Entre Nós Coletivo de Criação e atores e músicos do grupo Estação de Teatro. Até novembro deste ano, o 20º Palco Giratório apresentará no RN os espetáculos Os Mequetrefe (SP), Cinzas ao Solo (RN), Na Esquina (MG), O quadro de todos juntos (MG) e Abrazo (RN), além de promover oficinas e pensamentos giratórios, de modo a intercambiar conhecimentos entre os artistas locais e nacionais. As apresentações serão em Natal, Mossoró e Caicó.
O Porão das Artes (em Pium) abre suas portas nesta sexta e domingo. Se na sexta já tem a pedida boa do show do potiguar da cidade de Grossos, Jeová Costa, que lançará seu 2º CD intitulado “Bagagem Cigana”, com entrada a R$ 10, no domingo tem caldo grosso da programação com a 28ª edição da Feira da Diversidade. A partir das 15h tem início a festa com a banda pernambucana Xote Marley com a participação de Joana Knobbe/RN, Jeová Costa/RN e Tânia Suassuruna/RN, com a performance “Maria da Peia”. Entrada Franca!
O edital do 2º Salão Dorian Gray de Arte Potiguar será lançado oficialmente neste sábado, mas o Papo Cultura adianta todos os detalhes agora.
Serão selecionadas obras de arte para exposição e venda, nas categorias: desenho, pintura, escultura, gravura, fotografia, arte digital, imagem em movimento e performance, via foto, vídeo ou esboço.
As obras selecionadas serão expostas e vendidas em Mossoró, Natal e em outros municípios potiguares a serem definidos em espaços adequados, com o objetivo de estimular a multiplicidade e a diversidade de linguagens e tendências nas artes visuais.
Agora, detalhe importante: o Salão Dorian Gray tem como temática das obras apresentadas o CANGAÇO, de forma objetiva, subjetiva ou simbólica, em celebração aos 90 anos de resistência da cidade de Mossoró ao ataque dos cangaceiros comandados por Lampião.
Estão habilitadas a participar do edital, pessoas físicas diretamente responsáveis pela criação e produção de suas obras e/ou seus representantes legais desde que nascido, ou que tenham vivido no Rio Grande do Norte.
O período de inscrições será de 1º a 30 de abril. A seleção acontecerá entre 1º e 7 de maio. O resultado será divulgado apenas dia 10 de maio.
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas em formulário padrão disponibilizado na fanpage do Amigos da Pinacoteca e enviadas ao email amigosdapinacoteca@gmail.com
E quem quiser adiantar a documentação, o formulário vai exigir cópia do RG e do CPF do proponente ou do representante legal; conta bancaria do participante indicando agência e conta; fotografia (com qualidade mínima de 300 DPI); e currículo resumido do artista.
E ainda esboço ou projeto (rascunho) no tamanho postal das duas obras inscritas, cada uma delas identificadas no verso com o nome do autor, título do trabalho/obra, material utilizado, seu valor para comercialização, dimensões e ano de produção.
As obras selecionadas no edital deverão ser entregues entre 5 e 7 de junho. A abertura da exposição acontece dia 13 de junho e permanecem até 2 de outubro. As datas em outros municípios ainda serão definidas.
A comercialização das obras expostas será de responsabilidade exclusiva do artista, que deverá indicar o valor da obra e sua conta corrente para deposito dos pagamentos pelos compradores.
As vendas realizadas durante o período de exposição serão feitas mediante deposito bancário na conta do artista, inclusive a obra será entregue ao comprador mediante comprovação do deposito bancário, nas contas indicadas.
Do valor a ser pago ao artista, a Sociedade Amigos da Pinacoteca terá direito a 20% para cobrir as despesas referentes ao Salão que deverá ser paga no ato da reserva.
A Comissão de Premiação selecionará dez artistas para receberem um Prêmio de Aquisição no valor de R$ 700. Cada um dos artistas premiado terá a indicação do trabalho que será adquirido com o valor do prêmio e que integrará o acervo da Sociedade Amigos da Pinacoteca.
A premiação será divulgada na data da abertura do Salão em solenidade pública, sendo atribuído aos vencedores o pagamento a que fizeram jus e um diploma de participação com o registro da premiação. E todos artistas selecionados que não forem premiados receberão também diploma de participação.
Em caso de edição de catálogo, será entregue a cada um dos artistas participantes dois volumes para acervo pessoal.
O Movimento n’ABOCA está de volta com todo gás para manter o espaço aberto. No próximo dia 8 de abril (sábado), a partir das 22h, o espaço comemora o Dia do Teatro, além de celebrar os três anos de existência e resistência da ABOCA Cultural, casa número 16 da rua Frei Miguelinho, na Ribeira.
A edição especial do Movimento nÀBOCA estará animada com muita música e atitude. Dentre as atrações estão a irreverência e suingue das bandas potiguares Bando das Brenhas, Luisa & Os Alquimistas e Skarimbó, além da DJ Karol Posadzki.
O ingresso antecipado com valor promocional (R$ 15) pode ser adquirido online neste site AQUI.
O Movimento n’ABOCA é uma das ações artísticas continuadas que os grupos residentes e o núcleo gestor do espaço promovem para manter e movimentar o espaço.
Essa é a 12ª edição do Movimento que, além de celebrar os três anos de resistência d’ABOCA, tem o intuito de divulgar e buscar mais apoios para a campanha de financiamento coletivo que os grupos estão encampando no Catarse, para manter ABOCA em pleno funcionamento pelos próximos dois anos.
ABOCA surgiu em março de 2014 a partir do encontro de três grupos da cidade, a Bololô Cia Cênica, o Coletivo Artístico Atores à Deriva e o Carmin Grupo de Teatro. A afinidade de trabalho e a busca por um espaço de compartilhamento de processos e ações formativas foram o estímulo necessário para a concretização desse projeto. Atualmente ocupam como residentes oficiais a Bololô Cia. Cênica e a Sociedade T.
É financiado especialmente pelo público, que consome, convive e reside n’ABOCA. Atualmente é residida por artistas e gestores culturais que buscam a partir de suas atividades e investimentos pessoais, manter o local como base de seu projeto de vida, estabelecendo um elo afetivo com a comunidade e a classe cultural.
“Não estamos conseguindo manter ABOCA sozinhos, e nos vemos sobre a triste ameaça de ter que fechar as portas e perder esse sonho que estamos construindo com tanto esforço. Por isso precisamos do maior número possível de apoiadores para atingirmos a meta de 20 mil reais e manter ABOCA em pleno funcionamento pelos próximos dois anos.”, comenta Arlindo Bezerra, ator e gestor do espaço.
ABOCA ABERTA é uma campanha que visa na manutenção do espaço com ações artísticas continuadas pelo período de dois anos, através de atividades de residência, ocupação, formação, apreciação e celebração. O projeto segue recebendo contribuições até o dia 16 de abril, no site catarse.me/abocaaberta ou diretamente com os gestores do espaço, com financiamentos a partir de R$15 e várias recompensas.
Veja o vídeo da campanha:
Movimento n’ABOCA – edição de Aniversário
Sábado, 8 de abril de 2017, a partir das 22h
ABOCA CULTURAL | rua Frei Miguelinho, 16, Ribeira
Ingressos antecipados: bit.ly/ingressomovimento3anos
Informações: (84) 99100-5352 | ou clicando AQUI
Se o ministério do presidente Michel Temer é tomado pela macharada, o peemedebista esboçou seu lado feminista ao colocar duas mulheres no Livro dos heróis e Heroínas da Pátria. Uma delas é a índia potiguar Clara Camarão.
Clara Filipa Camarão é considerada uma das precursoras do feminismo no Brasil, quando rompeu barreiras se afastando de afazeres domésticos e engordando as trincheiras de luta nas batalhas junto ao marido Felipe Camarão.
A outra mulher acrescentada ao seleto livro é a carioca Jovita Alves Feitosa, que aos 17 anos se travestiu de homem para lutar na Guerra do Paraguai. Delatada, foi proibida de ingressar nas fileiras militares. Em depressão após abandono do marido, cometeu suicídio aos 19 anos.
Clara e Jovita ajudam a diminuir o abismo de gênero no Livro dos Heróis e Heroínas. Entre os 45 nomes até então listados apenas três são mulheres: a enfermeira Anna Nery, que atuou na Guerra do Paraguai; Anita Garibaldi, heroína na Guerra dos Farrapos; e Bárbara Pereira de Alencar, heroína da Revolução Pernambucana de 1817.
No último 22 de março, projeto da deputada Jandira Feghali para colocar o nome da estilista Zuzu Angel no Livro foi aprovado no Senado e espera agora a sanção do presidente Temer. Zuzu Angel ficou conhecida por utilizar os desfiles de moda como forma de denunciar a ditadura militar. Ao lado do ex-governador Leonel Brizola, seria o nome mais recente da história brasileira.
Páginas de aço formam o “Livro dos Heróis e das heroínas da Pátria”, guardado no Panteão da Pátria Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes em Brasília. São 45 nomes inscritos no livro.
É variado o conjunto de personalidades que integram o livro de aço, mas há destaque para os líderes militares.
Inscrito em 1989, Tiradentes abre a relação dos heróis. Também consta do livro, sem a indicação individualizada dos nomes, um tributo aos seringueiros recrutados para trabalhar na coleta de látex durante a Segunda Guerra Mundial, os Soldados da Borracha.
Para que um novo nome seja incluído no Livro dos Heróis da Pátria, o Senado e a Câmara dos Deputados precisam aprovar uma lei.
Vários projetos tramitam nas duas Casas do Congresso Nacional para acrescentar heróis e heroínas ao livro.
De acordo com o Wikipédia, Clara Camarão foi uma indígena brasileira, provavelmente da tribo potiguar no bairro de Igapó na cidade do Natal, então Capitania do Rio Grande (hoje o estado do Rio Grande do Norte).
Nascida na metade do século 17, foi catequizada por padres jesuítas juntamente com seu marido Filipe Camarão, adotando o mesmo sobrenome que ele.
Participou de batalhas junto ao seu marido durante as invasões holandesas em Olinda e no Recife. Clara também liderou um grupo de guerreiras nativas na luta contra os holandeses durante a colonização na cidade Porto Calvo no estado de Alagoas em 1637.
Não há registro do local e data de sua morte.
A Refinaria Potiguar Clara Camarão homenageia o seu nome. É a primeira refinaria do Brasil a ser batizada com um nome de uma mulher.
Na ordem em que foram incluídos:
– Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes
– Zumbi dos Palmares, líder quilombola
– Marechal Deodoro da Fonseca, primeiro presidente do Brasil
– Dom Pedro I, imperador
– Duque de Caxias, comandante da Guerra do Paraguai
– José Plácido de Castro, líder da Revolução Acreana
– Marquês de Tamandaré, patrono da Marinha do Brasil
– Almirante Francisco Manoel Barroso da Silva, herói da Batalha do Riachuelo
– Alberto Santos Dumont, Pai da Aviação
– José Bonifácio de Andrada, Patrono da Independência
– Chico Mendes, ambientalista
– Joaquim da Silva Rabelo, o Frei Caneca, um dos líderes da Revolução Pernambucana de 1817
– Marechal Osório, herói da Guerra do Paraguai
– Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul, herói da Revolução Federalista
– Brigadeiro Antônio Sampaio, herói da Guerra do Paraguai
– Sepé Tiaraju, líder indígena nas Guerras Guaraníticas
– Anna Nery, enfermeira que atuou na Guerra do Paraguai
– Hipólito José da Costa, Patrono da Imprensa, fundou o primeiro jornal brasileiro
– Padre José de Anchieta, jesuíta que iniciou a catequização dos índios brasileiros
– Getúlio Vargas, presidente do Brasil
– João de Deus do Nascimento, Lucas Dantas de Amorim Torres, Manuel Faustino Santos Lira e Luís Gonzaga das Virges e Veiga, heróis da Revolta dos Búzios (ou Conjuração Baiana)
– Mário Martins de Almeida, Euclydes Bueno Miragaia, Dráusio Marcondes de Souza e Antônio Américo de Camargo Andrade, heróis paulistas da Revolução Constitucionalista de 1932
– Heitor Villa-Lobos, maestro e compositor
– Júlio César Ribeiro de Souza, pioneiro da dirigibilidade aérea
– Seringueiros Soldados da Borracha
– Domingos Martins, herói da Revolução Pernambucana de 1817
– Barão do Rio Branco, diplomata
– Padre Roberto Landell de Moura, pioneiro da radiotransmissão
– Anita Garibaldi, heroína da Guerra dos Farrapos
– Francisco Barreto de Menezes, João Fernandes Vieira, André Vidal de Negreiros, Henrique Dias, Antônio Filipe Camarão e Antônio Dias Cardoso, líderes da Insurreição Pernambucana de 1624-1654.
– Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, escritor, jornalista, diplomata e deputado abolicionista do século XIX.
– Bárbara Pereira de Alencar, heroína da Revolução Pernambucana de 1817.
– Cândido Mariano da Silva Rondon, o Marechal Rondon, que trabalhou pelo desenvolvimento das Regiões Norte e Centro-Oeste do país e em defesa das causas indígenas.
– Rui Barbosa de Oliveira, jurista, político e escritor do século XIX
– Leonel de Moura Brizola, ex-governador do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul
Fernando Anitelli volta a Natal essa semana para show solo, embora use o nome da trupe Teatro Mágico no nome. Repertório de canções inéditas, mas também de tantas canções que encantaram o público na década passada a partir de um trabalho independente original. Não só pela ousadia até então pouco vista na cena musical ainda atrelada à indústria fonográfica, mas também por aliar ao som, o circo e o teatro.
O Teatro Mágico fez história, mas tudo teve início no álbum solo de Anitelli (inspirado na leitura do livro “O lobo da Estepe” de Herman Hesse) e em suas apresentações de voz e violão realizadas em diversos locais. A construção do primeiro CD “Entrada para raros” foi baseada justamente nas canções, poesias e batidas, até então, entoadas em saraus. E assim Anitelli decidiu repetir as origens neste novo show.
Em 2007 estive na 8ª Bienal Internacional do Livro do Ceará. E apesar de entrevistas com o então expoente Victor Ramil, o mito Chico Anysio e outros bambas, a experiência com o Teatro Mágico foi ímpar. Não só tive exclusividade com o Anitelli pós-show, como embarquei na van com o grupo para lanchar na orla de Fortaleza. Na entrevista abaixo fica latente a época da polêmica em torno dos downloads gratuitos de músicas. A entrevista foi publicada no saudoso O Poti. Vale a leitura.
O respeitável público pagão assistiu no primeiro dia da 8ª Bienal Internacional do Livro do Ceará um relâmpago de otimismo, poesia e magia. E nem precisou assistir tudo da pedra mais alta. O Centro de Convenções foi o palco ou a lona imaginária de um circo musical revolucionário.
A trupe paulista do Teatro Mágico é renovação de um desejo de vida apagado neste novo século ou nas últimas décadas. É música alternativa, opinativa e sugestiva. E a pedida é pintar a cara em tons alegres de vida para despertar a fantasia e fazer dormir o medo.
O letrista, cantor e violonista Fernando Anitelli se mostra o Renato Russo dos novos tempos. Menos pop. Mais didático. É um porta-voz de uma juventude antenada e antes de tudo desejosa de mudança; de esperança e revolução – revolução da comunicação.
A poesia do Teatro Mágico dispensa o otimismo barato e hipócrita, ou a mídia massificante. Ela é realista com as dores do mundo e sugere escapatórias por um caminho mais ameno: o da poesia musical; da magia circense; da fantasia não alienada e torpe. É a proposta de um novo vislumbre de encantamentos.
Usarei da primeira pessoa para descrever os instantes junto à trupe. A espera pelo fim do show rendeu um contato mais próximo e talvez sirva para desmistificar a polêmica apresentação do grupo em Natal. Consegui furar o bloqueio da produção e assisti tudo do palco. Combinei com a Maíra uma entrevista de “três perguntas rápidas” com Anitelli. Foi muito mais. Maíra escreveu um livro de 22 contos inspirados nas letras musicais do TM.
Diante da espera pelo fim do show, perdi o único transporte de volta ao hotel onde jornalistas e artistas convidados para a Bienal estavam hospedados. Mas eu tinha uma oportunidade fantástica de entrevista pela frente.
Anitelli estava sem pintura no rosto quando tive acesso ao camarim. Ele perguntou se a entrevista seria naquela hora. Sugeri que priorizasse as fãs que se acotovelavam no saguão do Centro de Convenções. Foram 30 minutos de autógrafos, fotos e abraços, para desespero da produção e dos seguranças.
De volta, abordei Anitelli no mesmo palco da apresentação, quando conversava sentado com o violinista do grupo. Descobri um Anitelli sem máscara de clown e com tique-nervoso de piscadas constantes e abruptas, bem afeito a entrevistas e com prazer de comentar o trabalho do TM.
Mais tarde, voltei ao hotel na van do grupo. Informei que havia perdido o translado e eles me convidaram para lanchar/jantar com eles numa sanduicheria na praia de Iracema, após o show extenuante, lotado de pessoas “raras”, como sugere o título da música “Teatro Mágico, entrada para raros”.
E os raros são soldados de chumbo e bailarinas de brilho nos olhos. Diferente de expressões em transe dos espantalhos, corrompidos pelo exagero-pop da massa, de sonhos roubados e falsas alegrias.
Os da geração anos 70 talvez entendam o que escrevo. Eles viveram as raízes das delícias e horrores deste novo século. Alguns deles estiveram no show acompanhados da família. De certo viram naquela vitamina musical um recomeço; uma nova tentativa experimental mais madura e consequente.
A geração anos 70 quis evitar a intermediação. Eles experimentaram um abandono completo e assumiram a captura do momento fugaz de forma intensa. Não tinham a intenção de transformação ou revolução. Não eram experiências para serem lavradas em atas ou livros de história. Eram para serem carregadas no mais fundo da alma.
“Não, não é uma estrada, é uma viagem”, cantavam os Mutantes. E o Teatro Mágico é isso: uma proposta democrática de aceitação a um mundo mais leve, “sem deixar que a vida escorregue”.
Fernando Anitelli – Minha história com as letras começou desde os 14 anos, quando ainda gostava de rimar amor com humor. Sempre estive envolvido com arte, literatura e desenho. Tenho até dois personagens meus de quadrinhos tatuados no braço: o Téo e seu melhor amigo, o Farol. Quando comecei a frequentar saraus percebi pessoas falando a mesma língua e pensei: porque não levar o espírito dos saraus para um projeto onde todos sejam um personagem só?
São 25 pessoas. É complicado viajar com todo mundo. Veja que aqui fui convidado para um show acústico, voz e violão. Tentei trazer o formato mínimo e fiquei impressionado com a qualidade do show. Mas fazemos o que pudemos. Depende muito do tamanho do palco, das condições oferecidas.
Foto: Milton Dória
De tudo um pouco: no teatro, a Denise Stoklos e Plínio Marcos; na música, Secos e Molhados, Chico César, Zeca Baleiro, Legião Urbana, Raul Seixas. Tudo isso é filtrado em nosso projeto. E tem famílias vindo assistir. Fico feliz. Somos um circo contemporâneo e conseguimos alcançar essa catarse coletiva.
Talvez em função do relacionamento com nosso trabalho: somos muito verdadeiros no que fazemos. Gosto muito do Los Hermamos. Eles têm uma melancolia no samba, influências de Noel Rosa, Cartola. Mas o que é revolucionário nisso tudo é a juventude vestir a camisa da música independente. Precisamos de mídia assim: mais rádios comunitárias, teatro de rua, festivais patrocinados pelo poder público. Revolucionário é ter acesso livre à arte pela internet, trocar MP3 de forma livre. Nos Estados Unidos uma lei compara a prática à pedofilia.
Sem dúvida. Uma porção de artistas vivem desse meio. A TV não abre espaço para nós. Nunca fomos convidados nestes programas que dizem “ponto para os homens e ponto para as mulheres”. É preciso novo mercado mais aberto, democrático e interessante para não engolirmos a tormenta semanal.
É a maneira do grupo se manter. Nosso CD custa cinco reais; como você disse disponibilizamos tudo na internet. E queremos viver da arte. Isso não é discurso new-hippie. Se o ingresso custa 40, 50, tem a possibilidade da carteira estudantil. Também doamos fundos a asilos, bibliotecas. E são 25 pessoas no grupo. Tentamos nos organizar da melhor maneira para oferecer um espetáculo diferente, de qualidade, adequado à estrutura do lugar.
A da comunicação. Não temos democracia nos canais abertos. As TVs e rádios vivem de patrocínios. Temos que pagar o tempo de veiculação da nossa música como se fosse anúncio. Concorremos com comerciais de chinelo. Os canais não estão preocupados em informar; apenas de entreter. Precisamos debater mais essa questão. Nossa realidade não é a da TV aberta e do ciclo de bundas mostrado em programas e até em comerciais de cerveja. Precisamos fugir do marasmo cultural e batalhar por novos espaços.
Desde a comédia medieval o palhaço reproduz a pluralidade do ser humano. Por si só ele é um espetáculo: mistura inocência e malandragem; é angelical, mas é meio escroto, também. E é cem por cento disposto no que faz: joga a cara na farinha, faz estripulias no palco. Ele traz o movimento, a bagunça, o silêncio e proporciona o caos. Sempre há algo novo a se descobrir no palhaço. O Herman Hesse escreveu (no livro O Lobo da Estepe) que somos únicos não por sermos um em um milhão, mas por sermos um milhão em um. Somos seres plurais.
Sou sempre o que sou no palco ou fora dele. A diferença é a maquiagem. Hoje me vejo mais caseiro, buscando mais silêncio, leitura. Pela exposição acabamos atrás de um contraponto para equilibrar. É o nosso suicídio diário no sentido de renascermos. O Teatro Mágico é pra mim um refúgio; uma possibilidade de amadurecimento; de debate e de popularizar o que já é popular.
O Brasil sempre se pintou, sejam nas manifestações populares ou no teatro, como o Saltimbancos; a Arca de Noé. Tem o Antônio Nóbrega, Os Trapalhões. Não é novidade. Apenas fazemos à nossa maneira.
Temos que ter cuidado para não traduzir isso de forma pejorativa. Só a gente para sentir as dores e alegrias do nosso cotidiano. Veja que hoje tinham famílias inteiras nos assistindo. Nunca programamos isso: um nicho de mercado. Fico feliz que as crianças gostam do figurino, da bagunça, do malabarismo; os adultos e mais velhos apreciam a crítica, as letras e arranjos e acompanham o amadurecimento textual, e todos eles participam dessa sintonia em relação ao nosso projeto. Então, todo mundo é raro. É como Chico Buarque disse no seu álbum, Para Todos.
A nova fase da campanha Música Potiguar – Nosso Som Tem Valor ganha a adesão de atores potiguares nos VTs publicitários que entram no ar em abril.
Nomes como Camille Carvalho, Cid Silva França, Doc Câmara, Lulu Albuquerque, Paulo Lima, Renata Kaiser, Sônia Santos, do estudante de teatro Francisco Júnior e da modelo Viviane Negrini já estão confirmados.
A participação voluntária dos atores visa reforçar a parceria histórica na cidade entre a música e o teatro.
Na música, novos nomes reforçam a campanha, como Caio Padilha, Camila Masiso, Daniel GetUP, Dodora Cardoso, Isaque Galvão, Marcos Souto, Sérgio Groove e Sueldo Soaress.
A Campanha “Música Potiguar – Nosso Som Tem Valor” não abrange somente os protagonistas das peças publicitárias, a ideia é a valorização da música e do artista potiguar de forma geral.
A campanha “Música Potiguar – Nosso Som Tem Valor” é uma realização da Green Point e Dois.a Publicidade em parceria com a InterTV Cabugi, TVU, Rádio Universitária e Tribuna do Norte e patrocínio da Unimed Natal e do SEBRAE RN, com apoio cultural da Sollar Comunicação e deste Papo Cultura.
A primeira etapa da campanha teve início em dezembro de 2016 com as peças principais protagonizadas pelos artistas Antônio de Pádua, Carlos Zens, Hilkélia, Jubileu Filho, Nara Costa, Simona Talma, Valéria Oliveira e as bandas Macaxeira Jazz e Plutão Já Foi Planeta, e foi amplamente veiculada em Spots, VTs, anúncios de jornal e em nove busdoors que rodaram pela capital potiguar.
A campanha atua em duas frentes principais: A primeira, com a intenção de conscientizar os contratantes de que o valor do artista está intrinsecamente ligado ao seu talento e não ao seu local de origem, pagando cachês que estejam compatíveis com a qualidade de seu trabalho. A segunda com a ideia de ampliar a afinidade entre público e artistas potiguares, incentivando-o a frequentar os shows e espetáculos tenham eles entrada franca, ingressos ou couvert artístico.
A iniciativa abrange também o Programa “Música Potiguar nas Escolas” que tem como objetivo apresentar o trabalho dos artistas potiguares para a nova geração, despertar para a valorização do talento desses profissionais e incentivar o acompanhamento de shows e espetáculos de nossos cantores e músicos. Artistas e escolas interessados em participar do projeto podem entrar em contato no e-mail: monica@greenpoint.art.br
Consumindo a música potiguar, compartilhando as iniciativas da campanha, adquirindo os produtos comercializados pelos artistas, reivindicando shows de cantores e músicos potiguares em eventos locais, difundindo a música e o artista potiguar e patrocinando a campanha.
Ouça a playlist AQUI.
Nesta sexta-feira (31), a Jovens Escribas promoverá o seu primeiro lançamento do ano. A autora e professora Lu Medeiros lança o seu primeiro romance, “As Mulheres em Olívia”.
A obra é uma ficção que conta as histórias da personagem em suas viagens pelo mundo e sua visão sobre a independência feminina em meio os conflitos da existência.
Olívia é uma mulher igual a muitas outras mulheres. Ela não se conforma com o modelo pré-estabelecido e busca a sua liberdade e independência através de viagens e da convivência com muitas pessoas.
Sonha com o amor romântico, mas se depara com a realidade dos encontros imprevisíveis e sem compromisso. Nessa busca, acaba vivendo momentos tristes, mas também alegres e recompensadores.
É através de experiências e aventuras que Olívia consegue respostas, muitas vezes, inesperadas.
Lu Medeiros é inquieta com algumas coisas da vida e também curiosa. Quer conhecer muitas culturas e falar de amor por aí, não só do amor carnal, mas o amor em todas as suas possibilidades. Escrever é uma maneira de colocar para o mundo suas inquietações e descobertas.
Escreve nas horas vagas e trabalha como professora do curso de Psicologia da Facisa/UFRN. “As Mulheres em Olívia” é o seu primeiro livro.
Lançamento do livro “As Mulheres em Olívia” de Lu Medeiros
Local: CREPS, no shopping Sea Way – Av. Engenheiro Roberto Freire, 1962, Loja 10
Data: 31 de Março de 2017 (Sexta-Feira)
Hora: A partir das 18h
Contatos:
Lu Medeiros
lumedeirospsi@hotmail.com
Jovens Escribas
jovensescribas@gmail.com
O Projeto Forró da Quarta, caminha para o segundo ano. Já é uma atração regular no calendário de eventos da cidade acontecendo quinzenalmente no Ateliê Bar na Ribeira, mas que em 2017 volta itinerante e hoje estreia na Casa Nova Eco Bar com shows do Bando das Brenha e Clara Pinheiro.
O clima é de celebração e comemoração de um ano passado de muito trabalho. E foi com o projeto Forró da Quarta que o grupo Bando das Brenha ganhou visibilidade e desabrochou encantamento nos corações potiguares.
O projeto teve participações de peso da música potiguar como Khrystal, Tiquinha Rodrigues, Gabriel Souto, Família Pádua, Sérgio Groove, Dani Cruz, Liz Rosa, Anderson Foca, Diego Brasil, dentre tantos outros.
A ideia é uma noite de forró raiz, aquele forró bom, com nostalgia nas canções e que é um verdadeiro convite a ganhar o salão.
O trabalho autoral do Bando das Brenha também foi uma surpresa para todos acontecendo de forma expontânea e natural, desde as composições à apresentação, sendo hoje o ponto alto do show quando são embalados os hits “Demora não”, “A Tempo”, e “Cafuné”.
A banda também trabalha releituras de clássicos de Elino Julião, Luiz Gonzaga e até Bob Marley. Com repertório próprio, o Bando das Brenhas está prestes a entrar no estúdio para gravação do EP de estreia pelo selo DoSol.
Aliás, o grupo formado por Ângela Castro (voz), Ricardo Baya (guitarra), Lipe Guedes (sanfona), Jailton Torres (percussão) e Kleber Moreira (percussão) foi a primeira banda de Forró a tocar no Festival Dosol. Também ano passado Foi premiada no Hangar de Música 2016 como banda revelação do ano.
O projeto Forró da Quarta volta esse ano com algumas adequações. Acontecerá de forma itinerante, sempre abraçando algum novo espaço e convidando alguma banda / cantor(a) de fora, sendo realizado uma vez por mês.
Na ocasião do regresso do projeto será celebrado também o aniversário de duas arianas de peso da cena potiguar: a idealizadora do projeto Forró da Quarta e produtora cultural Haylene Dantas, e a cantora Clara Pinheiro.
Clara Pinheiro será a primeira convidada do Forró da Quarta edição 2017. Ela apresentará nesta quarta (29) seu novo show batizado de #LoucoQuerer, fazendo homenagem à obra de Caetano Veloso.
O show representa também um momento marcante na carreira da cantora, que resgata todo o processo da maternidade que acaba de ganhar a sua VIDA (nome de sua filha com o músico Zé Caxangá). A noite ainda contará com participações especiais de Simona Talma e Luisa Guedes.
Quando: 29/03 (hoje)
Hora: 22 horas
Onde: Casa Nova Eco Bar
Quanto: R$ 15 (lista amiga) R$ 20 (na hora)
Atrações: Bando das Brenha & Clara Pinheiro com o show LoucoQuerer – Cantando Caê. Part. Simona Talma e Luisa Guedes.
Link do evento: AQUI
Vem aí um projeto musical ousado e que, antes de tudo, será um palco excelente aos antigos e novos artistas. De certa forma preencherá a lacuna deixada pelo Seis e Meia. Eu disse “de certa forma” porque não tem exatamente a mesma proposta. É algo parecido. Em vez do TAM, a Pinacoteca. Em vez de às Seis e Meia, às Sete e Meia. Em vez de uma atração nacional e outra local, dois locais. E aí reside a essência do projeto. Em cada edição, também às terças-feiras, terá uma atração local mais experiente e outra mais nova. O ingresso será a preços populares: R$ 40 a mesa para quatro lugares e R$ 5 para curtir os shows em pé, no pátio da Pinacoteca. O projeto Mostra de Música Sete e Meia (MDM 7 e 1/2) é uma aposta do músico e compositor Romildo Soares (FOTO) e conta com a colaboração deste Papo Cultura. Falaremos mais do projeto nos próximos dias.
O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte celebra seu aniversário de 115 anos às 19h desta quarta. Na ocasião, haverá a posse de três novos sócios efetivos: a professora e reitora da UFRN, Ângela Paiva; a professora Betânia Ramalho; e o padre Bianor Francisco. O empresário Antonio Gentil será agraciado com título de sócio-benemérito da instituição. O evento marca, ainda, as comemorações do bicentenário da Revolução de 1817 no Rio Grande do Norte, e terá o lançamento da edição especial e fac-similar da Revista do IHGRN alusiva às comemorações do centenário da Revolução (1917). A revista terá apenas 200 exemplares carimbados, numerados e assinados, e já estão à disposição no IHGRN para quem quiser adquirir.
Os Engenheiros do Hawaii já ostentaram o status de banda com maior número de fã-clubes do Brasil. Já dominaram as paradas com uma ruma de hit. Mas estão em baixa faz tempo. Então é muito estranho o show do vocalista da banda, Humberto Gessinger, ter esgotado os ingressos de seu show no Teatro Riachuelo com mais de 30 dias de antecedência. Fui a um da banda em 1992, no velho Papódromo. Antológico. Mas pelo visto o cara ainda está na crista da onda. O show solo de Gessinger se chama ‘Desde Aquele Dia’ e presta homenagem aos 30 anos do disco “A Revolta dos Dândis”.
O Bardallos Comida e Arte estará movimentado esta semana. De quarta e sábado com apresentações variadas para vários tipos de público. Na quarta acontece a última edição da segunda temporada do sarau Insurgências Poéticas, a partir das 19h. Na quinta tem o show A Bossa da Fossa, de Laryssa Costa e Tony Gregório, às 21h. Sexta, o vozeirão de Clara Pinheiro toma conta com o show Louco Querer, às 20h. E sábado, Maguinho DaSilva e o show .com si em cia, pela tarde, às 16h. Ingresso a R$ 10 cada um.
Prestes a completar uma década de vida como DJ, Danina Fromer retorna aos palcos da capital potiguar com um show inspirado nas lendas vivas da cultura pop na prévia do aniversário de 7 anos do CasaNova Ecobar, neste sábado, a partir das 20h. Danina promete tocar o terror com um setlist recheado de Lady Gaga a MC Kekel, além do grande sucesso “Nunca mais eu vou dormir, Michael Douglas”, do João Brasil. Britney, MC Rahel e Nego do Borel também marcam presença, ao lado, sempre, do grande poeta e cantador Dorgival Dantas. Acesso free até 22h com nome na lista ou R$ 15 sem lista.
Para a galera afeita ao evento geek, pela primeira vez a Comic Con Experience (CCXP) acontecerá fora de São Paulo. E aqui pertinho! Será em Recife, nos dias 13 a 16 de abril. Mas não é baratxenho não. O valor do ingresso mais barato é R$ 79. Confere AQUI a tabela de preços.
Estamos aprontando uma grande ação do Dosol na Europa nos meses de maio e junho desse ano. Dois dos nossos artistas estarão em tour pelo velho continente e com vários shows na agenda.
O Talma&Gadelha vai até Portugal para cinco shows e o Camarones Orquestra Guitarrística passa por Portugal, Espanha, Áustria, França e Alemanha com tour de mais 20 shows.
Também está confirmada pelo segundo ano consecutivo nossas ações no Primavera Sound Festival, em Barcelona. Levaremos nosso showcase, em parceria com o Festival Bananada, com os artistas BIKE, Tiê, Liniker e os Caramelows, FingerFingerrr e Aeromoças e Tenistas Russas.
Ano passado, o Primavera Sound recebeu 29 artistas procedentes de dez países – um recorte interessante da música emergente no mundo. O Festival acontece entre 31 de maio e 4 de junho. Confira a lista completa de atrações AQUI.
Além da Espanha também teremos showcases em Portugal promovido pelos dois festivais.
Vai ser demais!
Devo ter pilhas de quadrinhos engavetadas, mas só postei alguns no blog meio jogados entre desenhos. Mesmo assim circularam um pouco no pré-histórico mundo analógico.
Faço os tais rabiscos narrativos desde pirralho, e aliás resgatei alguns da época esses dias. Uma portuguesa rica, figura querida da minha infância, os tinha guardado, e quando faleceu a filha os desencavou em meio à memorabilia.
Vejo quadrinho como uma forma ancestral de arte pictórica, essencialmente iconográfica. Não muito diferente do que um babilônico gravaria num pilar – eram, no fim, cartunistas mal-humorados -, mas comporta sutileza também.
Embora o ramo ande confundindo sutileza artística com lamúrias anedóticas autobiográficas sobre câncer retal (te juro), então prefiro a despretensão anterior a esse recente senso de auto-importância dos, como dizem, “comics adultos”.
Na verdade, sempre que ouço o termo imagino alguma fotonovela pornô. Mas é isso. Esse aí um primeiro experimento detido com cores. Em breve mais quadrinhos curtos. Bons estudos, e até o próximo telecurso 2000.
a noite viaja dentro de mim
e eu viajo dentro da noite
caminho entre esquinas e postes
caminho entre sintomas e lembranças
vultos passam borrifados de luz urbana
sombras se cincham nas sombras
pessoas e bares penetram meu olho vadio
ruas se cruzam e correm pelos mistérios urbanos
de mim saltam desejos e paixões
este é o bar do Lourival
natal, brasil-esquina
é meia-noite
e tudo vai bem!
busco pedaços de mim
girando com a noite
busco pedaços de mim
onde ela?
em que mundo está?
e por que esse silêncio tanto?
a noite viaja dentro de mim
e eu viajo dentro da noite
nas esquinas a noite sorri
pequenos sorrisos misteriosos
e os passos do destino ecoam
nas ruas desertas
postes passam e dançam
sua dança urbana
lembranças voam como morcegos
aperta coração!
aperta coração!
aqui e ali paixões acendem e apagam
de gás néon se faz a saudade
pares e trios dançam e dançam
todos os boleros perdidos
meu olho vagueia perdido nos closes de mim mesmo
e nessas minhas lonjuras perdidas
encontros e desencontros pinicam
ah! essa lua…
louca lua nua
porra! para com isso lua!
para com isso!
ah! essas imagens que doem
ah! esse copo que me olha cheio de lágrimas
em cada esquina
pares e trios dançam e dançam
a dança dos amores-perdidos-e-achados
a dança do ventre-inchado-e-parido
esses boleros intocados
essas coisas de ciúme e amor
ah! essa lua…
este é o bar do Lourival
que vem a mim
natal, brasil-esquina
é meia-noite
e tudo vai bem!
a noite viaja em mim
eu viajo na noite
onde ela?
onde ela, sem mim?
ei, garçon! dá pra cá outra dose!
de repente
assim de repente
do fundo do copo
do fundo do poço
do fundo do chopp
jorram perdas e danos
imagens indo e vindo
atravessando carne e sangue
gaivotas e nuvens
a praia distante
meu corpo
teu corpo
e o gemer
de olhos entre olhos
entrelaçando o vôo de pernas
ao vento lançadas
como pares de gaivotas
traços-tracejando gemidos no infinito
traços-tracejando beijos para sempre inacabados
de paixão inacabada
de desejo inacabado
de história inacabada
é meia-noite
e tudo vai bem!
mas será que tudo vai bem?
que imagens são essas?
que traços são esses?
que lembranças são essas?
e essa dor?
por que essa dor?
não importa!
arriba, hermano! arriba!
velas ao vento!
leme firme!
adelante, hermanito!
nestas noite as coisas não têm nome
nem sentido
nem mesmo prazo de validade
nesta noite tudo é frenético
e no porre proibido que se avizinha
eu rasgo a história que eu amo
meia-noite!
e tudo vai bem!
dentro de nós
bem dentro de nós
a los lejos dentro de nós
cresce a música do destino
solidão e exílio
cais e pedra
barco longe navegando
no horizonte de ilusões
e o voo de gaivotas perdidas
mas porque esse rumo de solidão?
se tudo foi amor y pasión?
cresce cresce cresce
cresce essa história da gente
e de gentes
essa história de saudade
e saudades
cresce e faz doer
esses sonhos antigos
esses desejos travados
ah, a música do destino
a los lejos crescendo
dentro de nós
ei, garçon! dá pra cá outra dose!
onde ela?
onde ela, sem mim?
dá cá essa dose que eu vou mijar!
quem sabe ao certo dos sonhos líquidos boiando
nos mijos dos bares?
quem sabe dessa saudade escorrendo?
quem sabe certo de saudade?
esse mar de saudades
penetrando em mim
batendo
correndo
fluindo
puxando
e repuxando
aperta coração!
aperta!
aperta e rebenta de uma vez!
mas… e os peixes?
onde estão os peixes?
peixes e poetas
almas nervosas
mergulhando nos mares e bares
fluindo nadando
contracorrentes
contradistâncias
contrasaudades
a noite viaja dentro de mim
eu viajo dentro da noite
desde o coração
as coisas pulsam
melodias tocam
e meu corpo no teu corpo dança
o último bolero
olhos deslizando
e afundando
ah! é meia noite
e tudo se precipita
minh’alma se embriaga de ti
onde aquela pasión?
onde? onde?
um bolero
toque outro bolero!
toque outro bolero!
e deixe essa onda quebrar em nós
dá cá essa dose!
que eu quero lavar a saudade
dá cá essa dose!
que eu te quero aqui
na minha pele
na minha perna
no meu olhar
dá cá essa dose!
que eu te sinto como nunca
ah! essa sombras antigas de nós dois
aquela ternura
aqueles sons
nossos segredos
nossas palavras
dá cá logo essa dose!
que eu não aprendi a nadar nesse mar de
desencontros e silêncios
dá cá essa dose!
que eu te quero junto a mim
até o final dos tempos
até o final dos mundos
até o final do final sem final
dá cá logo essa porra dessa dose que eu vou mijar!
vou mijar minha história
vou mijar nessa vida de perdas-e-partidas pra lugar nenhum
êi-ô-êi!… ti funcs mané!.. que caboclos e saudades tão baixando
xorcotô beriló!
pé-de-pato managalô treis veis!
sapralá tristura!
sapralá quiumba!
sapralá deprê!
êi-ô-êi!… barrufa mané! barrufa!
que-tô mijando e andando
em minhas todas lembruxas, zin fio!
êi-ô-êi!… barrufa mané! barrufa!
barrufa essa marafa!
e deixa o banzé rolar
que l’amorpasión é um querequetê daporra!..
O Governo do Estado vem desenvolvendo ações contínuas para a preservação do patrimônio cultural do RN. Determinada pelo governador Robinson Faria, a Fundação José Augusto está totalmente empenhada na recuperação dos equipamentos culturais sob a administração estadual, através de projetos de restauração dos seus teatros, museus e bibliotecas.
Com recursos no valor de R$ 26 milhões, oriundos do Programa RN Sustentável e anunciados em agosto de 2016, o Governo do Estado avançou na reestruturação dos principais equipamentos e tem buscado soluções administrativas para enfrentar as dificuldades encontradas para dar andamento às obras.
A obra da biblioteca, foi iniciada em março e em 90 dias estará concluída, conforme assegurou a empresa MMK, vencedora da licitação. No último dia 15 a direção da FJA esteve em Brasília para debater com o Ministério da Cultura o investimento no valor de R$ 150 mil destinado a aquisição de obras, assinatura de jornais e revistas e restauração de títulos raros, além de R$ 327 mil para móveis e equipamentos de informática o investimento.
Após paralisação determinada pelo IPHAN, obra de restauração será reiniciada.
Obra do Museu foi concluída, faltando apenas a instalação de ar condicionado, plataforma de acessibilidade e expografia.
O início das obras contou com presença do governador Robinson Faria, a obra de reforma já foi iniciada do teatro seridoense e a inauguração está prevista para julho durante a tradicional Festa de Sant´Anna com a participação da Orquestra de Sinfônica do RN.
Fechado durante o Governo de Wilma de Farias, a obra tem licitação prevista para 60 dias. O Lauro Monte é um dos mais importantes teatros do RN.
O Governo do Estado está negociando com a empresa pernambucana Cunha Lanfermann Engenharia e Urbanismo a execução dos projetos complementares para a restauração do Teatro Alberto Maranhão. Os projetos básicos para a obra já foram aprovados pelo IPHAN e Corpo de Bombeiros e estavam com recursos garantidos no PAC das Cidades Históricas, que não se concretizou. Os recursos para a reforma do TAM, no valor de R$ 7,8 milhões, estão assegurados pelo Projeto RN Sustentável.
O prédio da Escola de Dança do Teatro Alberto Maranhão (EDTAM), localizada no bairro da Ribeira, se encontra na mesma situação do TAM, cujos projetos ainda serão submetidos à aprovação do IPHAN.
A biblioteca da Penitenciária Estadual de Parnamirim será inaugurada amanhã (28), idealizada pelo projeto “Leitura pela Liberdade” da Comissão de Advogados Criminalistas da OAB/RN.
A sala que irá abrigar os livros era usada como alojamento para presos que trabalhavam no presídio. No espaço irá funcionar, além da biblioteca, uma sala de aula.
Os exemplares foram doados por centros acadêmicos de faculdades de Natal e pelo Mosteiro São Pedro.
No mesmo dia será divulgado provimento da Corregedoria Geral de Justiça que regulamenta no Rio Grande do Norte a redução de pena pela leitura de livros e também pela escrita. As normas preveem que, uma vez por mês, o preso poderá apresentar um texto literário destinado à avaliação e remissão de 4 dias da pena, totalizando até 12 textos escritos por ano e redução de até 48 dias da pena no período.
A regulamentação atende à recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para cumprimento da lei federal de Execução Penal, que instituiu a remição da pena pelo trabalho e estudo.
O projeto “Releitura – Remição pela Leitura e Produção de Texto na Execução Penal”, desenvolvido na comarca de Mossoró, se tornou lei no Estado no início de março de 2017. O projeto foi iniciado em dezembro de 2015 e implantado inicialmente com vinte detentos da Penitenciária Estadual Agrícola Dr. Mário Negócio.
A lei determina que a Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (Sejuc) será responsável por propiciar espaços físicos adequados às atividades educacionais, por integrar as práticas educativas às rotinas dos Estabelecimentos Penais e por difundir informações incentivando a participação dos presos, alfabetizados ou não, nas ações do Projeto “Remição pela Leitura”, em todos os Estabelecimentos Penais do Rio Grande do Norte.
O texto também considera a possibilidade do governo firmar convênios, termos de cooperação, ajustes ou instrumentos congêneres, com órgãos e entidades da administração pública direta e indireta para a execução das ações do projeto.
O grupo Clowns de Shakespeare retorna do seu recesso com a oferta de várias oficinas de teatro, após um começo de ano de intensas atividades de troca com artistas de todo o país e também da Colômbia, na segunda edição do Laboratório da Cena.
Acreditando sempre na formação a partir dos encontros, o grupo abre oportunidades para artistas e não artistas de adentrarem o Barracão Clowns, sua sede há pouco mais de sete anos, para vivenciarem os procedimentos adotados nas suas montagens, processos de preparação corporal para a cena, música, jogos teatrais, sob o olhar dos integrantes e suas experiências profissionais dentro do próprio cotidiano de trabalho em grupo.
A primeira turma de iniciação teatral do ano também já teve oportunidade de trabalhar com o grupo na semana passada e ainda há a previsão de novas turmas durante o ano, também com diferentes focos do fazer teatral.
Agora é a vez da criançada poder experimentar isso com a oficina “Faz de Conta”, que tem como objetivo apresentar elementos do fazer teatral através de jogos, músicas, luz, e brincadeiras populares. As crianças irão trabalhar concentração, espontaneidade, criação em grupo, e conhecer as diversas funções que envolvem o fazer teatral.
A oficina será realizada nas manhãs de sábado, entre os meses de abril e junho, para crianças entre 7 e 11 anos.
As inscrições podem ser feitas pelo site do grupo Clowns, onde também estão
todas as informações sobre dias e horários, além dos valores do investimento.
Na fanpage do facebook e pelo instagram o seguidor também poderá acessar os links para realizar suas inscrições.
É uma ótima oportunidade para inserir os pequenos artistas no mundo do teatro, vivido cotidianamente por um grupo profissional na área.
FAZ DE CONTA – OFICINA DE TEATRO PARA CRIANÇAS
Sábados de Abril a Junho (a partir de 1º de abril)
Faixa-etária: 7 a 11 anos
Vagas Limitadas!
Informações: (84) 3221 1816 / 98816 4593
Inscrições pelo site www.clowns.com.br
Barracão Clowns – Av. Amintas Barros, 4661, Nova Descoberta.
Link do formulário de inscrição AQUI
Tranquilo de chegar, entrar e carregar a pulseira.
Não sei quem foi o gênio que retirou a venda ambulante de choop, resultado prático: ninguém conseguiu beber nas enormes filas pro bar. Eu fui ver show, mas amo uma cervinha no calor e não foi possível. Inadmissível um festival patrocinado por uma cervejaria deixar isso acontecer. A comida sempre foi cara e sempre vai ser, não deu trabalho pra comer.
Jaloo muito carismático. Bem massa!
BaianaSystem foi épico, que banda poderosa, que letras, que loops. Melhor banda brasileira da atualidade.
Cage the Elefant, sócios do Lolla. Me pareceu mais pastel e menos banda, mas divertiu.
1975, que banda horrorosa. Tudo 100% fake, sem alma nenhuma, muita careta, pouco som. Pastiche do que pior foi feito nos anos 80. Muito ruim.
Rancid. Quem curte sabe, quem tava lá sabe. Fui basicamente pra vê-los e fiquei no moshpit. Impecável mesmo com o som aquém do que poderia. Nota mil.
XX, maior surpresa pra mim. Que show esse, que bandaaaaaaaaaa. Virei fã automático. Quero conhecer melhor. Muito bom.
Metallica é sempre foda. Já vi algumas vezes e o set do Lolla foi bem bom. Impressionante como o Metallica conseguiu se reinventar desde que resolveram voltar a afinar em Mi. Showzão.
Pra hoje é pegar umas águas na mochila, ver shows e devolver 70% do dinheiro que carreguei na minha pulseira.
BaianaSystem, Xx, Rancid
As filas de bar diminuíram um pouco, mas ficou muito longe do aceitável. Alguém com certeza vai perder o emprego depois desse Lolla. Com menos gente que o sábado, mesmo assim um público imenso.
Cheguei para ver ainda um pedaço do brother Daniel Groove, meu contemporâneo, artista lindo, num show bonito, ele muito bonito inclusive. Orgulho do amigo, e fiquei lembrando de quando eu e ele tínhamos bandas de som pesado/metal nos anos 90. Demais.
Céu, junto com BaianaSystem a grande artista brasileira do momento. Que show que é o Tropix, e de dia, solzão na cara, fez ainda mais sentido. Lindo!
Fui ver o Catfish and the Bottlemen, uma banda horrorosa. Próxima.
Jimmy eat World é o seguinte: se você ouve e entende é bandão. Eu gosto muito. Mas foi uma atração desnecessária e fora de contexto no Lollapalooza. Preferia ter visto em outra ocasião.
Duran Duran é nostalgia, memória afetiva. Músicas que você conhece porque fazem parte do cotidiano de todo mundo. Claro que o show diverte e sim, foi muito divertido e eu amei. Mas… eu tenho birra de banda que volta sem coisas novas, que emula a volta com as mesmas roupas que usavam nos anos 80, como se ainda estivéssemos nos 80. Eles poderiam ser o Duran Duran, baita bandão que você respeita, sem precisar daqueles figurinos e afins. Seria mais digno inclusive para eles. Vi, gostei, dancei, cantei, “nostalgiei” e pronto, não topo de novo não…
Olha, eu tava curioso para ver o The Weeknd. Maluco tem uma história no rap.trip.acid mais underground, foi coptado, bomba entre a gurizada. Tem coisas suas produzidas pelos caras mais fodas do mundo, tá em todo canto, headliner da porra toda. Vamos lá. Que coisa brutal, que sistema de som e luz fodas, que mixagem, que voz (tinha uns playbacks apoio, mas feito do jeito chique). Foi em muito tempo o show mais impactante que vi. ADOREI. Ai, meus amigos mais velhos, eu preciso dizer algo para vocês, a gurizada mais nova não gosta só porque é modinha não, eles também gostam por que é BOM. Aceita que dói menos. Eu queria ter 20 anos no show do Weeknd ontem, mas foi excelente ver isso aos 42 e entender.
Os Strokes, ah os Strokes. Vamos colocá-los no lugar que merecem. São a primeira classic band nascida no anos 2.000, de novo, aceita que dói menos. Inventaram o “eu não me importo music” na roupa, na música, no jeito de falar e geral comprou a ideia. Eles chegam tipo 15 anos depois e tocam o foda-se por 1h30 esquema “wannabe quer ir embora, vá”, eu amei, o som tava ótimo, a banda tá em ótima forma e continua compondo músicas legais até hoje. 80% do público saiu reclamando do show, o que é muito bom e reforça o jeitão largado da banda. Demais.
Saldo do Lollapalooza: foi a edição mais fraca (do ponto de vista organizacional) da história e ao mesmo tempo a que possivelmente deu mais público. Divertiu, ofereceu ótimos shows e no fim das contas sai satisfeito com o preço que paguei e o que me foi oferecido. Tem gente que acha que não vale, alraite, tudo bem. Mas eu como fã de música fiquei satisfeito com o que vi.
Foi massa.
Não tivemos essa partida na Copa, mas 10 dias em Portugal foram suficientes para constatar que nossos amigos lusos nos ganham de goleada nos mais variados aspectos da qualidade de vida. Senão vejamos:
Na chegada no aeroporto Francisco Sá Carneiro do Porto, fila especial para os brasileiros como cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, juntamente com os da União Europeia; não nos lembramos de retribuir essa cortesia muito simpática nos nossos aeroportos. Atenção Polícia Federal, Ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República, ANAC, Infraero etc.
Logo na saída do aeroporto, percebe-se a pavimentação perfeita da estrada e depois das ruas, sem contar a sinalização; viajando de ônibus pela Autoestrada A1 Porto – Lisboa, a percepção é a mesma. Atenção Ministério e Secretarias Estaduais dos Transportes, DNIT, DERs etc.!
As máquinas de cartões de crédito emitem simultaneamente o cupom fiscal, e o taxista ao emitir o recibo com cópia pergunta o seu número do contribuinte (o CPF deles). Adeus sonegação, com prática facílima de implantar. Atenção Ministério da Fazenda, Banco Central, Secretarias Estaduais e Municipais de Fazenda, etc.!
Os antigos bondes de Lisboa (chamados eléctricos) sobem e descem ladeiras bastantes íngremes com toda a segurança (há também bondes modernos, os nossos futuros VLTs). Parabéns ao Governo do Estado do Rio de Janeiro pela contratação da Cia. Carris de Lisboa para assessorar a reforma total dos bondes de Santa Teresa no Rio de Janeiro, infelizmente somente após o trágico acidente.
O respeito ao pedestre nas faixas (chamado peão) é impressionante, o que infelizmente somente acontece em poucas cidades brasileiras; parece que começou em Brasília faz muitos anos, e em São Paulo faz meses. Qualquer menção de atravessar a rua provoca a imediata parada dos veículos. Atenção Ministério das Cidades, DENATRAN, DETRANs estaduais etc. Com Copa e Olimpíadas, assunto a ser tratado em emergência pelas cidades-sede, para evitar vítimas entre os visitantes.
Muitas rótulos de águas minerais trazem a informação “água submetida a um método de adsorção autorizado” (algumas vezes trilíngue); soube de fonte confiável que conhecida multinacional está dilapidando os mananciais de São Lourenço, bombeando a água que antes só era industrializada na quantidade que jorrava naturalmente. Atenção Ministério das Minas e Energia, Companhia de Pesquisa de Produtos Minerais e órgãos estaduais afetos à questão, Legislativo etc.
A maioria dos maços de cigarro traz uma mensagem simples, curta e grossa em letras garrafais (temos fotos): FUMO MATA, que, nas embalagens de muitos maços, aparece com enorme destaque. Atenção Ministério da Saúde, INCA etc. para comparar com as imagens usadas no Brasil.
Ônibus (autocarro) de turismo de dois andares com piso superior aberto circulam nas principais cidades no sistema salte-tome, isto é, o usuário pode saltar e tomar de volta o ônibus em qualquer parada (paragem); em Lisboa os ônibus operados pela Carris possuem vários roteiros (inclusive um de bonde pelos morros) propiciam com um passe de um ou dois dias o uso de qualquer transporte coletivo, inclusive elevadores. Atenção Ministério do Turismo e Secretarias Estaduais!
A gastronomia, com ênfase nos mariscos (os lusos ao que parece não dizem frutos do mar) a preços razoáveis: bacalhau fresco, sardinhas e outros peixes, polvo, lula, tudo regado a azeite de oliveira, tudo torna impossível respeitar o regime. Atenção restaurateurs brasileiros! Vamos aprender com a culinária lusitana?
Doçarias por toda a parte, às vezes uma ao lado da outra; em Aveiro encontramos a Casa dos Ovos Moles, certificada para produzir essa especialidade local (temos foto). Lembramo-nos do selo anual de inspeção em Toronto, na porta dos restaurantes da maior cidade canadense. Atenção autoridades sanitárias!
Bem, acho que merecemos um gol de honra:
A rodoviária do Porto mais parece uma garagem de ônibus (estou exagerando!), e a de Lisboa é bem ruinzinha (falta de sinalização, carrinhos de bagagem só depois de atravessar rua [de que estou reclamando? as nossas os possuem?], ponto de táxis em local ermo e escuro etc.), aparência bem pior do que as do Rio e São Paulo (inferência: como o transporte ferroviário de passageiros em Portugal, como de resto em toda a Europa, é o preferido, suponho que as rodoviárias não sejam prioritárias; com o descalabro de decênios e talvez século das ferrovias brasileiras, fomos empurrados pelo rodoviarismo exacerbado – dizem que por lobbies – ao transporte de passageiros por ônibus). Atenção – gol anulado pelo juiz por impedimento: alguém já viu carrinho de bagagem em rodoviária brasileira? Score permanece Portugal 10 x Brasil 0).
Daria para ampliar a goleada para 11 X 0 se incluíssemos os avisos para não alimentar os pombos em muitos lugares, para 12 X 0 se adicionássemos as instruções de como lavar as mãos ao lado de pias, para 13 X 0 … pelo respeito e cuidado com as tradições na azulejaria, nas igrejas, nos prédios antigos, com os fatos históricos etc. Mas isso já seria demais.
Sou habitado por uma consciência paralela que desenvolvi em minhas andanças por Natal, Recife e São Paulo. Sua forma geométrica é de um diagrama composto por três metades. Metade nordeste, metade solidamente paulista e um grande continente formado por um istmo machadiano de natureza deveras cética.
Natal e Recife me deram a base enquanto São Paulo me ensinou a ganhar e a me superar. Quanto ao istmo machadiano, ele significa minha disposição para sobreviver na corda bamba de que o jogo sou eu comigo mesmo, eu e meus botões metafísicos, minha gula pelo conhecimento, minha total flexibilidade para seguir na certeza de que a única coisa definitiva é o fim e o nada.
A massa do meu alicerce é a minha vida interior, meu playground do prazer da fruição estética e da transparência sentimental. Devo dizer que há um fato novo. Já não vejo nenhum país perto de mim. As árvores do Brasil secaram e a nação segue mais à deriva do que o Titanic ao sabor do oceano gelado pleno de desastres letais vindos d’além mar.
O que faço? Procuro a sombra de uma mangueira frondosa para me sentar debaixo dela e deixar que a desconfiança me guie. Qual a vantagem que levo? Ora, eu me distraio. Tenho tirado o meu sarro da canalhice pútrida do momento que vivemos. Afino meu canivete satírico e gargalho para a monstruosidade da manipulação e para o retrocesso medieval conduzido por psicopatas. Venho aperfeiçoando uma técnica sofisticada que consiste em ignorar o que dizem os charlatães do oportunismo.
Contudo, não perdi a esperança nem joguei no lixo meu sonho de transformação. Apenas estou mais consciente de que o povo está longe de dar o seu salto de qualidade. Às vezes me animo quando vejo a massa ocupando as ruas, mas isso logo se esvai e some por causa da brutalidade da violência diária contra a liberdade de pensar e de se manifestar. Deve ser porque já não tenho a coragem de antes. Deve ser medo de não suportar e cometer um ato terrorista.
Meu caro leitor, está difícil expurgar o ódio. Juro, não quero estar vivo quando o mundo se submeter a irracionalidade do capitalismo selvagem e a cegueira dos fanáticos fundamentalistas. Pretendo pular fora antes que eles apertem o tal botão.
A verdade é que não me queixo porque não adianta. Mas também não deixo barato. Vivo intensamente a porta de emergência que me abastece de novas canções, de flores do bem, de mensagens libertárias, de amor, sol e loucura.
Meus manos-escribas, imortais, quase-imortais e zumbís… saluto todos e cada um!!!
Neste sábado-de-pé-grande, 25/3/17, midnight, recebo emeiu do poeta Carlos Astral injetando generosa adrenalina-literária
nos meus enferrujados canos de traficante-de-sonhos.
Relendo minha quase-croniketa “Thalassa! Thalassa! A Magia da MokekaLiterária“, de 16/9/16, diz o poeta Astral, que
já tem poesia no nome:
Estou lendo e relendo suas crônicas, alimenta minha alma de poeta, genial, você é professor e gênio.
Abraço do Carlos (Astral)
Croniketa perdida entre mais de 150, desde 2010.
Retiro do baú das croniketas-perdidas-e-achadas essa quase-croniketa. Sopro a poeira do Tempo. Chamo os caboclos
escoceses. E vamuquivamu.
Em homenagem ao poeta Astral e aos meus escribas-amigos que estiveram comigo nessa MOKEKALITERÁRIA dou uma
guaribada na quase-croniketa e entro na uiskmeditation dos sábados-de-responsa.
Como esquecer a BoaEnergia que trocamos naquele dia?
Foi uma singela homenagem à nossa cachaça de cada dia: a Literatura!
Me lembro, camaradas… me lembro….
… foi um papo solto regado a uisk, conhaque, vinho, e muita sintonia. Uma troca de energia muito da porreta, manos!
E a mokeka um arrazo!
O mar, massamágicaplenaprofunda, sempre necessário, sempre necessário, ali na frente, na Praia de Areia Preta,
Natal/RN, Brasil-Esquina, acenando pros nossos sonhos, toques, lembruxas, paranóias, flutuações, zaps e bugs…
Odò ìyá! Iemanjá!
Plim! Plim! Conectando bolhas de sonhos-perdidos-e-achados…
Mas Nem Globo, nem Band, meus meninos. Sapralá!
Ali, diante desse marzão potiguar, na distância, longeperto, do canal ImaginaçãoTempoHistória, flashes dos velhos
soldados gregos de Xenofonte, aindasempre, na perene retirada dos dez mil, ecoando seus gritos de aliviada alegria
feroz ao avistarem as salvadoras Praias do Euxino – Thalassa! Thalassa!…
… e Thalassa, a deusa primordial do mar, mãe dos peixes, os acolhe…
Essa gregalhada antiga movida a vinho de Bacchus e nas pôrnodanças das bacantes tinha uma imaginação fantástica!
E Príapo, o cadelão, amigaço de Bacchus, ia passando todas as corôas bacantes, a perigo.
Evoeh!Evoeh Evoeh Evoeh Bacchus!
Na sacrapornomagia do mar, Netuno, Thalassa e Iemanjá também se enroscando num ménage à trois de deuses-uivantes.
Os orixás dançando em volta da mesa, abrem os caminhos. Cenas xexenas! Um ziriguidum da porra, cumpadi!
eééééééé m’ermão desfilósofos, como eu, de repente nas uiskmeditations, tem desses delírios da velha Hélade.
Uskaras-gregos eram muito tronchos! O que você pensar de lokera os deuses do Olimpo tiravam de letra, mano.
Bolhas de sonhos de cada um… e o papo rolando… numa troca de vibrações entre escribas…
Ontens-e-Hojes chavecando com nosotros!
Daí, o DJ-dos-cotovêlos-inchados, bota no prato Brinquedo de Papel Marché, do danado do João Bosco, cantando
a alegria da Vida junto ao mar e no colo da mulhamada. Mar-e-mulha… grequice pura, velha-guarda!
“Flores do mar… festa do sol… vida é fazer todo o sonho brilhar…”
(DJ-do-Cotovêlo fidaputa!… sempre cavucando as dores-de-cotovêlo)
Las gamations! Las gamations! Que ligam, desligam, religam, ao sabor do mar de cada um!
Tempestades. Calmarias. Ressacas.
Sai debaixo, m’ermão! Que “amar é perigoso demais”, nas sofrências e querências da VidaReal, como poeticanta Djavex.
Enquanto João, o garçon-velho, vai nos servindo pastel de camarão de entrada, lá na Mokeka da Praia de Areia Preta,
de Dona Vera. E vai servindo também um uiskinho-bem-chorado pra meditar e limpar as catracas.
Vamos ver, meus camaradas, se da próxima vez, ano que vem, a gente se encontra no dia 30/9/17, dia nacional da
MokekaCapixaba. Que vai cair num sábado que é dia mais livre.
Não se pode perder essa Energia do DNA-literário. DNA d’ Alma-Pele-e-Gônadas!!!
Quem-sabe-talvez-também uma PizzaLiterária, à noite, na Trattoria Bela Napoli, com aquele ambiente de velho casarão europeu.
Sem o “mar necessário”, of course, mas com o pianinho romântico do seo Manuel, velho pianista de mil teclados que parecem
ondas do marmarulhandomelodias. E haja cotovêlos-inchados!
Recebi de presente na mokeka o romance de estreia do nosso jovem Dancley Fernandes.
Com uma capa espetacular do Marcos Guerra. E prefácio competente de Thiago Gonzaga, esse nosso jovem e já consagrado crítico
e especialista em Literatura Potiguar.
E como tem escriba de peia forte – e de alta qualidade – nessa nossa santa terrinha de Câmara Cascudo!
As “otoridades” precisam organizar um Encontro de Escritores Potiguares em PirangiPraia – FliPirangi.
Sem igrejinhas! Sem igrejinhas!
Que nem os 3-4 mosqueteiros. Um por todos , todos por um!
A Literatura Potiguar merece união e divulgação pra valer.
Cultura não é só show de barulho ou carnatal ou sertanejo. Também é escrevinhação, poemação, pinturação, desenhação,
musicância das esferas, gente!
E vamunessa!
Porra!.. quésabê cara, quase não durmo lendo pela madrugada a dentro o romance do Dancley.
Que trata de um caso de amor desses que dão nó em pingo d’água. A nobre e o plebeu.
Ou mais um caso de amor proibido. E se passa lá pros lados da Inglaterra. Mas a coisa, gente boa, é de estremecer o
reino! Dancley conseguiu imprimir na trama um rítmo que prende e sacode a gente. Tô gostando!
… e como um veleiro bordejando, buscando, lembrando, caturrando, no mar das paixões-perdidas-e-achadas, lá vem
um boleraço-de-cafofo triscando pelos enroscos-desligados-no-tempo – mas ainda vivos – na voz carícia de Simone…
La pasión! La pasión!… que há de melhor pra bagos e alma?…
(ah! DJ-do-Cotovêlo daputafio!)
Meus manushos, um abração! Brau! Brau! Brau!… como dizia meu-vô gitano.
BoaEnergia das Estrelas!
Peixe, tomate, cebola, coentro, azeite, urucum… reconheceu que prato é esse? Então você já teve o prazer de provar ou degustar o prato típico mais tradiciona
A Cidade da Criança abre espaço neste sábado e domingo para três celebrações que enaltecem a cultura oriental, os portadores de Síndrome de Down e o meio ambiente. Os eventos têm a coordenação do Centro de Promoção Cultural da Fundação José Augusto.
As comemorações se iniciam no sábado (25) a partir das 14h com a celebração do Ano Chinês. Na programação está a exibição do filme “O Reino Proibido” (um filme baseado nos valores orientais clássicos), seguido de prática de Defesa Pessoal para Mulheres.
A partir das 15h a terapeuta Rízia Vargas realiza Auricoterapia (técnica terapêutica chinesa que tem na orelha um excelente local para tratar problema que tem um componente de dor, como dor lombar, dores de cabeça, problemas de pele, problemas neurológicos e vasculares, tais como esclerose múltipla e hipertensão arterial. Problemas emocionais e ansiedade também são satisfatoriamente tratados por este método).
Na sequência tem prática de movimentos corporais especialmente destinada para crianças.
A celebração chinesa terá, a partir das 17h, aulas de Choy Lay Fut (modalidade do Kung Fu), meditações para o público infantil e apresentações.
No domingo, o parque abriga a celebração do Dia Internacional da Água e do Dia Mundial da Síndrome de Down, celebrados, respectivamente, nos dias 21 e 22 de Março.
A partir das 14h a programação será iniciada com a recreação do grupo Brincarte, seguida pela apresentação do teatro de bonecos com o mamulengueiro Heraldo Lins.
Também haverá a apresentação do show instrumental com o citarista e violonista Alexandre Atmarama e o flautista Carlos Zens.
Também a partir das 14h, a Cidade da Criança abriga o encerramento da programação do Dia Internacional da Síndrome de Down.
A ação, realizada em parceria da Associação Síndrome de Down/RN, terá a contação de história com a professora Débora Seabra, e ainda o evento Balada Down e uma atividade de recreação com piscina de bolas, brincadeiras, pipoca e algodão doce.
O ingresso ao parque custar R$ 1.
Thiago Medeiros é nascido e criado no bairro do Alecrim, em Natal, tem o peito apressado e não demora onde não pode amar. Tece histórias para o teatro e para a poesia com o peito em carne viva.
Como ator, teve sua formação no Centro Cultural Casa da Ribeira, em 2007, atuou em diversas produções da ONG. Em 2010, criou seu grupo de teatro onde escreve junto com outras duas poetas: Marina Rabelo e Michelle Ferret, dramaturgias poéticas para a cena.
A economia criativa faz parte de seu caminho poético e teatral, vende em feiras, exposição, bares e espaços da cidade seus poemas em patche works, adesivos, postais, ecobags, além de realizar intervenções urbanas, saraus, oficinas e projetos continuados. O mais recente o Sarau Insurgências Poéticas que, em um ano de existência, realizou em parceria com artistas das mais expressões poéticas do estado, 25 edições em parceria com mais de 150 artistas. O sarau segue sua segunda temporada, no Bardallos, até 29 de março.
Recebeu menção honrosa pelo concurso Luís Carlos Guimarães, realizado pela Fundação José Augusto, em 2014. A pesquisa continuada do trabalho de Thiago Medeiros seja no teatro ou na poesia, busca um entendimento do empoderamento de si perante as dores de crescer os ossos, mudar o corpo e a voz em dores inerentes a todo passarinho que só sabe cantar melhor à beira do abismo. Em 2016, lançou pela editora Caravela (Natal/RN) seu primeiro livro de poemas: Para Eu Parar de Me Doer (que também dá nome ao seu grupo de teatro).
meus desejos de boneca
ardem na pele que não tenho
latejam nas vísceras que me faltam
ando com a camisola suja
manchada de carne
nessa gravidez de futuro
peço ao sagrado que venha
depressa
e não complete a parte que me cabe
e não complete a parte que me falta
e alimenta a ausência do teu rosto
que eu nunca vi
—————
você não presta nem pra ser meu amigo
o tempo tem passado depressa
longe das suas encostas
seu monstro maldito
eu monstro maldito
seu monstro
você tem acabado com meu coração
desejo que você morra devagar
que você se foda bem longe com a solidão
seu porco estúpido
que a invalidez dos meus sentidosinvada
sua casa, sua alma
tire a paz
e o sono que ao tenho
monstro maldito
—————
minha mãe
vive como e não tivesse
ninguém em casa
água terra fogo ar
cozinha cozinha cachorro rituais
solidão disfarçada de televisão
olhos atentos para o distante
eu vivo como se estivesse só
comida contas desertos
o silêncio das mães
como romper?
o que cala a minha fala?
a voz de minha mãe é a melhor lembrança
saudade de quando cantava pra mim
saudade dos mundos que me fazia imaginar
pela seda força de sua voz
“meu canto é teu minha senhora”
——————
eu estou cansada
gritou sua velha de cinquenta gerações atrás
assustada
não soube como chamá-la
maria
cláudia
ou alguma silva engavetada
de chicotes em seu lombo preto
rebati o grito
com uma dor cansada
– entre, deite
não sofra se eu lhe disser
que esses chicotes
ainda me fazem gritar – de dor
maria
cláudia
outra silva – preta
e sinto, com a voz cansada
que a história ainda não mudou
—————
solidão:
um poema curto
que não aprendi a escrever
a próprio punho
ao invés de curar com palavras
construo muros em silêncio
Como adiantado pelo Papo Cultura, o segundo disco do quinteto potiguar Plutão Já Foi Planeta foi lançado hoje na web e está liberado para ouvir de graça.
‘A Última Palavra Feche a Porta’ sai com 10 faixas inéditas e participações especiais, como Liniker, Gustavo Ruiz (também produtor musical do disco), Cris Botarelli (Far From Alaska) e Maria Gadu.
Este é o disco de estreia da banda pelo selo slap, da Som Livre e o segundo da banda, depois do sucesso com o ‘Daqui Pra Lá’, o qual serviu de base para muitas das canções tocadas no programa Super Star, em que o grupo se sagrou vice-campeão.
Seis das dez canções do álbum já vêm sendo executadas nos shows. São elas: Mesa 16, O ficar e o ir da gente (que ganhou produção de videoclipe), Me leve, Post it, Alto mar e Insone. Agora, o público pode conferir também Duas, Deixa pra lá, Anna e Quem Sou.
O disco está muito bom. Já ouvi todinho. Manteve a pegada do primeiro, com evolução nos arranjos, sem perder a ternura. Foco no estilo, na personalidade vocal e nas letras. Para amarrar o fã que se acostumou com o primeiro disco e consolidar o jeito de ser Plutão.
O primeiro show de lançamento acontece no outro domingo, em Sorocaba, com abertura da também banda potiguar Androide Sem Par. E a banda também está confirmada no Festival Bananada, junto com os também potiguares Far From Alaska e Koogu.
Clique AQUI e escute o disco completinho. Para uma sexta mais alegre!
No mês de março o mundo inteiro comemora o Dia do Teatro, e aqui em Natal os potiguares celebram os três anos de existência e resistência da ABOCA Cultural, com edição especial do Movimento n’ABOCA que acontece neste sábado a partir das 22h, na rua Frei Miguelinho, Ribeira. Dentre as atrações estão as badaladas bandas potiguares Bando das Brenhas, Luisa & Os Alquimistas e Esquizophanque, além dos DJ’s Karol Posadzki e Rodrigo Ferreira. O ingresso antecipado com valor promocional (R$ 15) pode ser adquirido online clicando AQUI. ABOCA é um território independente de resistência cultural financiado especialmente pelo público. Artistas têm buscado, a partir de atividades culturais e investimentos pessoais, manter o local, mas sem mais recursos e na iminência de fechar, decidiram lançar a campanha ABOCA ABERTA, para manutenção do espaço com ações artísticas continuadas pelo período de dois anos. Para contribuir até o dia 16 de abril, clique AQUI e mantenha mais esse espaço cultural bacanudo aberto em Natal.
O Alecrim tem tradição em bares com música ao vivo. Infelizmente o adensamento residencial proibiu o som até altas horas e muitos comerciantes e cantores perderam seu ganha-pão. Até fiz matéria ainda pro velho Diário de Natal a respeito. Mas eis que montaram um projeto chamado Palco Alecrim. Fica localizado na Avenida 6 (podia ser a Avenida 10 de Babal rs), bem pertinho do Nordestão. E na tarde deste sábado, a partir das 15h, Dodora Cardoso e Ana Paschoal farão homenagem aos 80 anos da cantora Eliete Regina. Merecidíssimo. Acesso a R$ 10. Informações: 9 9948-5108.
Depois de passagens por São Bento do Trairi e Parnamirim, no mês de fevereiro, a Caravana de Escritores Potiguares promove quatro novas edições. Ainda em março, nos dias 24, 27 e 31, respectivamente, a comitiva estará em João Câmara, Areia Branca e Natal. Em abril, no dia 5, o grupo itinerante de escritores e poetas retorna à região do Mato Grande para visita em Poço Branco. Segundo o coordenador do Projeto, Thiago Gonzaga, tanto em João Câmara quanto em Areia Branca as atividades visam mais amplitude, envolvendo alunos e professores de diversas escolas públicas. Em João Câmara a apresentação da Caravana, às 9 horas, será realizada na Associação Comunitária do Amarelão, comunidade cuja população descende dos índios Tapuias.
Pedidas excelentes no Porão das Artes (Pium) neste fim de semana. Sábado, às 20h, Simona Talma com Zé Caxangá apresentam o novo show Ficção e com entrada a R$ 10. No domingo, portão aberto a partir das 12h para almoço e leros. Mas é a partir das 16h que começa o roçoi musical com o elogiado show Os Três Chicos, protagonizado por Deka Silva, Victor Hugo e Jackson Mello. Entrada também por R$ 10.
A arte de Romero Britto estará em exposição no shopping Cidade Jardim a partir desta sexta-feira. As cores marcantes e as imagens divertidas dos quadros do maior ícone brasileiro da cultura pop no mundo inteiro poderão ser vistas gratuitamente. São mais de 40 peças entre quadros e objetos de decoração que levam assinatura de Romero Britto e aportaram por aqui pelas mãos da irmã dele, Risoleta. Visitação de segunda a sábado, das 9h às 21h e no domingo das 15h às 21h.
O experiente fotógrafo Ney Douglas Marques abre a exposição “Belezas do Norte” no Norte Shopping, aberta à visitação todos os dias até o fim de abril, no 1º piso do empreendimento. O trabalho reúne imagens de vários pontos da área norte da Grande Natal, como praias, paisagens e moradores, as “belezas do norte”, todas registradas durante passeios e expedições de Ney Douglas.
Faz tempo não assistia um filme trash tão divertido. ‘Maldita Aranha Gigante’ (2013), acredito, nem foi lançado por aqui, mas passou na tv a cabo. É uma mistura de Deadpool e Kill Bill com aquelas pitadas nonsense e bons efeitos tecnológicos. Faltou apenas alguma dosagem maior de terror, compensada com cenas realmente engraçadas. Para quem gosta do gênero, recomendo.
Faz tempo queria contar a história desse rapaz por trás da construção pioneira de uma livraria virtual em Natal – e com frete grátis, ressalte-se.
Começa em 20 de junho de 1977 no pequeno município de Campo Redondo, fincado na região da Borborema Potiguar. Foi lá que Cleudivan Jânio de Araújo recebeu seu registro de nascimento, embora o parto tenha ocorrido em Currais Novos por falta de maternidade na cidade de origem.
Sua mãe, Terezinha Izabel Campelo, era professora primária e morreu de parto três anos depois, em 1980. Seu pai, o pedreiro José Cardoso de Araújo, também perdeu a vida cedo por acidente automobilístico em 1982.
Cleudivan e seu irmão mais velho foram criados pelos tios em Natal, mas logo partiram ao Rio de Janeiro, entre 1983 e 1985. Se deu mesmo em terras cariocas o despertar da leitura.
“A diretora da Escola Estadual Trazilbo Filgueira (localizada em São Gonçalo) não queria me admitir porque eu não tinha 7 anos. Ainda assim, para desespero dela, não só fui admitido, como pulei da primeira para segunda série”, conta Cleudivan.
A professora da primeira série logo percebeu que Cleudivan já sabia ler e escrever, e falou à diretora nos primeiros dias de aula que ele deveria pular para a série seguinte.
Incrédula, a diretora rejeitou de imediato. E quis tirar a prova dos nove. Levou Cleudivan à biblioteca e o fez ler em alto e bom som um texto intitulado: “A Chácara de Chico Bolacha”.
Daí pra frente foi só aprimorar as leituras: Walt Disney, HQ’s da Marvel e D.C. Comics, Série Vaga-lume, faroestes de bolso, Agatha Christie, Conan Doyle, Gabriel Garcia Márquez, Suassuna e cia.
Anos mais tarde, já no início do novo século e junto aos amigos Miguel Rude e Geilson Volking, editou o Fanzine 100 Ideias, que veiculou em quatro edições. E sozinho publicou o Zine Espólio, que teve vida mais breve com apenas dois números, interrompido pelo trabalho de carteiro nos Correios e pelos estudos na faculdade de Pedagogia da UFRN.
Ainda na passagem de criança à adolescência Cleudivan teve o primeiro contato com selos postais através de colega no ginasial. Coincidentemente Aos 16 anos de idade foi estagiar numa Agência de Correios franqueada, onde trabalhou por 4 anos e aprimorou a arte da Filatelia.
“Muitos me perguntavam: ‘Para quê juntar essas porcarias?’ Eu dizia: ‘Deixe que um dia há de servir para alguma coisa'”.
E serviu. Aflito sem ideia de tema para o trabalho de conclusão do curso de Pedagogia, perguntou ao professor da disciplina Ensino de História se havia possibilidade de uma monografia utilizando a coleção de imagens dos selos postais.
Desse trabalho surgiu o livro ‘O Rio Grande do Norte nos selos postais do Brasil: filatelia como fonte do conhecimento’, publicado em 2012.
Mais do que um primeiro livro publicado, ele foi também a gênese para a criação de uma editora própria.
“Fiquei com aquilo na cabeça, de que poderia escrever mais, publicar meus próprios livros e o de amigos”.
Assim surgiu o despretencioso projeto da CJA Editora, empresa formalizada no ramo editorial que estreou com o livro próprio de Cleudivan e, em seguida, a segunda edição do livro de um amigo, voltado à motivação empresarial e já publicado pelo Departamento Estadual de Imprensa.
Cleudivan Jânio
Bastaram esses dois lançamentos para alguns poucos amigos tomarem conhecimento e espalharem a ideia entre os mais próximos. E a procura passou a ser constante.
Em pouco mais de quatro anos de fundação, a Editora CJA já lançou ao mercado mais de 130 títulos editados. Um feito comparável às grandes editoras e, em Natal, sem precedentes no quesito Tempo de existência x Títulos publicados.
A partir de 2015, a CJA Editora tem voltado atenção especial ao nicho da literatura infantil. Foram dez livros em dois anos – um número considerável para um mercado ainda restrito de autores e de leitores.
“Publiquei os autores conhecidos daqui e fui descobrindo outros autores com potencial, como Drika Duarte, que lançamos um trabalho belíssimo no fim de 2016. Ela nunca tinha pensado em escrever para esse público e o livro dela está sendo avaliado pelo Leiturinha para entrar em circulação nacional”.
Esse trabalho de garimpo e publicação de autores e livros infantis no Rio Grande do Norte chamou a atenção do maior clube de leitura infantil do Brasil: o Leiturinha, que possui cadastro junto a 28 mil famílias, que recebem kits de livros infantis selecionados pela curadoria do projeto e acesso a uma biblioteca digital com milhares de livros.
A Leiturinha entrega, mensalmente, kit de livros para mais de 4000 cidades por todo o país. Cada Kit contém uma cartinha com dicas pedagógicas especiais de como contar a história dos livrinhos e com orientações que indicam quais são as áreas de desenvolvimento exploradas pelos livros recebidos.
É esse projeto que se tornou parceiro da CJA Editora e que pretende abraçar livros infantis de autores potiguares, como a Drika Duarte, e espalhar os títulos publicados pela editora de Cleudivan para os lares das cinco regiões do Brasil.
Muitas vezes o autor tem o livro, mas não o dinheiro para bancar a edição. É quando o trabalho de Cleudivan se torna diferenciado. Ele banca a edição com recursos próprios e negocia o percentual na venda do livro, que se sabe, é uma aposta arriscada pela falta de leitores e bons locais para lançamento (um local badalado como a Livraria Saraiva, por exemplo, cobra 50% na venda do livro).
“Esse é muitas vezes o papel de uma editora grande que, mesmo eu ainda pequeno, tento imitar por gostar de literatura”, se orgulha.
E assim Cleudivan realiza o sonho de tantos autores em ter seu livro publicado com toda a chancela profissional de uma editora formalizada e cumpridora das exigências da Biblioteca Nacional.
Com esse trabalho diferenciado, a CJA Editora logo ganhou a atenção de autores renomados e o nicho intelectual de Natal e arredores. Livros de Manoel Onofre Jr., Thiago Gonzaga e tantos outros já passaram pela editora.
Hoje, Cleudivan é responsável, também, pela edição da Revista bimestral da Academia Norte-rio-grandense de Letras.
Mesmo cumprindo oito horas de jornada diária de trabalho nos Correios, onde já está há 20 anos, desde quando entrou como carteiro e hoje labuta na área administrativa, Cleudivan mantém a meta de sempre expandir seu negócio no ramo literário.
Há poucos meses lançou o projeto de Livraria Virtual, uma ideia pioneira por aqui. Não são apenas os livros já lançados pela CJA Editora. Na Trairy Books você acessa e encontra títulos de outras 10 editoras, sendo oito potiguares – Jovens Escribas, 8 Editora, Caravela Cultural, OffSet, Uno Editora, Sarau das Letras, Sebo Vermelho, e Comunique – e duas nacionais – a LPM, do Rio Grande do Sul e a Martin Claret, de São Paulo.
Todos os livros estão à venda e com frete grátis para Natal. Para outras cidades do Rio Grande do Norte ou do Brasil, o frete gratuito se dá para compras a partir de R$ 70.
Navegue pelo site clicando AQUI e encontre dezenas de tipologias de livros, desde cordeis e HQ’s à literatura estrangeira e livros de física e outros mais.
Literatura é viajar em histórias e estórias, como a de Cleudivan e tantas outras.
E-mail: Sergiovilarjor@gmail.com
Celular / Zap: (84) 9 9929.6595 Fale Conosco Assessoria Papo Cultura