Após período de inscrição e análise da curadoria, foi divulgado nesta segunda-feira (8) o resultado da seleção de trabalhos locais para a 12° edição do Encontro de Dança Contemporânea. Foram selecionados 12 trabalhos que vão compor a programação da Plataforma de Dança do RN. O objetivo é promover e incentivar as cias, grupos e intérpretes do estado, além de dar visibilidade nacional e internacional à produção local.
A 12° edição do Encontro de Dança Contemporânea acontece em Natal e Mossoró, no período de 15 a 30 de abril e conta com o patrocínio da Prefeitura Municipal de Natal, Programa Djalma Maranhão e UNIMED Natal. Apoio da prefeitura Municipal de Mossoró, UERN, Governo do RN e Fundação José Augusto. Realização da Diana Fontes Direção e Produção Cultural.
O festival reúne 18 espetáculos, sendo três internacionais, três nacionais e doze da Plataforma de Dança do Rio Grande do Norte. Participam companhias do México, África, França, Itália, Lituânia e Espanha. Toda a programação é gratuita.
Confira a lista de trabalhos selecionados e dias de apresentação:
Dia 21 de abril: Teatro de Cultura Popular Chico Daniel
Fragmento de Amor em Casa (CORPOemPAUSA)
Um fragmento do espetáculo Entre Corpos e Cômodos. A ausência e a presença de uma companhia no ambiente da casa. Como a solidão pode se tornar algo divertido se vivida através de laços de amor.
Ficha técnica:
Bailarino e interprete: Jan Macedo
Trilha original: Felipe Dias
Direção: Jan Macedo e Sissi Abrão
Produção Local: Cacau
Figurino: CORPOemPAUSA
Maré (Coletivo Independente Dependente de Artistas – CIDA)
MARÉ é a peça coreográfica que legitimiza a criação do CIDA – Coletivo Independente Dependente de Artistas. A partir de metáforas sobre o amor, os criadores, René Loui e Rozeane Oliveira evocam em MARÉ, um certo tipo de luto seguido de renascimento, em um hibrido entre esquecimento e novas perspectivas.
Assim como as demais obras do coletivo CIDA, o espetáculo tem como ponto de partida uma pesquisa sobre os conceitos de diferença, experiências coletivizadas e dramaturgia em tempo real.
Ficha técnica:
Concepção, Coreografia e Direção: René Loui e Rozeane Oliveira
Bailarinos: René Loui e Rozeane Oliveira
Produção Geral: René Loui
Produção Executiva: Arthur Moura e Raquel Lucena
Montagem e Operação de Luz: Priscila Araujo
Realização: CIDA – Coletivo Independente Dependente de Artistas
O Corpo é uma Farsa (Anízia Marques Cia. De Dança)
O corpo contemporâneo e histórico é atravessado de diversas maneiras pelas mais diversas influências. Nessa obra, questionasse como o cotidiano, a maternidade, o gênero e as relações afetivas podem transformá-lo e até onde podemos maquiá-lo para que as verdades – se é que existem – possam duelar com a farsa que ele é, e que por inúmeras vezes, obrigam-nos a se encaixar.
Ficha técnica:
Direção: Anízia Marques
Coreógrafo: João Alexandre Lima
Elenco: Anizia Marques e João Alexandre Lima
Dia 22 de abril: Teatro de Cultura Popular Chico Daniel
Sem Conservantes (Giradança)
A dramaturgia desenvolvida por Ângelo e Ana Catarina, têm como principio estabelecer “relações” entre os materiais recolhidos. Ficam as questões: – O que se relaciona com o que?. Trabalhar com o desapego e o abandono faz parte de uma obra intitulada de “Sem Conservantes”. Perguntas como: – Onde? Porque? Para que? e Como?, foram norteando as escolhas desta metamorfose que transforma a ideia, muitas vezes, bastante diferenciada de dois coreógrafos que dividem a criação.
E se na vida tudo se transforma, as tradições culturais não poderiam ficar de fora desse processo, se museuficando, se mantendo de forma intacta. Elas se transformam ao longo do tempo porque as redes dos grandes relevos de complexidade que as tecem coexistem sem rupturas, mas em diversos ritos de passagem que não cessam e nem estancam, ou seja, tudo está em constante transformação, “Sem Conservantes”.
Ficha técnica:
Direção Artística, Coreografia e pesquisa de linguagem: Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira.
Direção Artística: Alexandre Américo Figurino: criação coletiva e colaborativa
Elenco colaborador: Álvaro Dantas, Jânia Santos, Marconi Araújo, Ana Vieira e Wilson Macário. Produção Executiva: Celso Filho
Iluminação: David Costa Operação: Alisson Galdino
Edição e gravação de trilha sonora: Ângelo Madureira
Dia 23 de abril: Teatro de Cultura Popular Chico Daniel
Inverno dos Cavalos (Cia. De Dança do Teatro Alberto maranhão – CDTAM)
A Migração não é, certamente, um fenômeno recente. Ao contrário, tem sido parte da História humana desde seu início e, definitivamente, não é algo exclusivo de seres humanos… Animais e humanos, desde os tempos mais remotos, migram por uma variedade de razões. De fato, mesmo esponjas, larvas e medusas fazem uso dessa característica animal: a mobilidade para se adaptarem a habitats imperfeitos. Migrar exige, de fato, um ato de coragem, liberdade, quando planejados a longo prazo…Mas, o que aconteceria se precisássemos migrar subitamente, devido a catástrofes naturais ou provocadas pelo homem e, às vezes, conduzidas de forma cruel e muitas vezes brutal?
Diante de tais questões, conseguiríamos nós, seres humanos, manter a racionalidade ou agiríamos de forma instintiva na luta pela sobrevivência?
Inverno dos cavalos examina a experiência migratória enquanto fator de risco e a vulnerabilidade psicológica como características intrínseca dos migrantes, além de fazer uma reflexão relacionada aos sistemas migratórios forçados e aos ” estados de sobrevivência” que precisamos enfrentar, atravessar, escapar, resistir: sobreviver
Classificação etária: 18 anos
Ficha técnica:
DIREÇÃO ARTÍSTICA: Wanie Rose
CONCEPÇÃO, COREOGRAFIA E FIGURINO: Clébio Oliveira
COLABORADORES NA CRIAÇÃO: André Rosa, Gabriela Gorges, Gustavo Santos, Juarez Moniz, Júlia Vasques e Will Gomes.
DESIGN DE LUZ: Ronaldo Costa
BAILARINOS: André Rosa, Bruno Borges, Gabriela Gorges, Gustavo Santos, Juarez Moniz e Júlia Vasques.
Dia 25 de abril: Teatro Lauro Monte Filho
Sombras perdidas (Gesto Cia de Dança)
Vivemos em uma mundo em que constantemente nos vemos acorrentados pelos nossos próprios pensamentos. Nos limitamos até onde nossa ignorância nos permite ir e nos afundamos em ilusões, de onde dificilmente conseguimos sair.
Há milhares de anos, o filósofo Platão escreveu a história de homens que viviam em cavernas, presos e destinados a enxergar o mundo através de sombras distorcidas de imagens, e conformados com a superficialidade em que viviam. Quem tentava sair e mostrar a realidade do mundo a fora, era criticado e ameaçado.
Se olharmos para dentro de si, será que estamos buscando enxergar a verdade do mundo em sua totalidade? Ou estamos apenas vendo sombras e acomodados com meras opiniões, preconceitos e “achismos”, ignorando outras realidades além da nossa?
Ficha técnica:
Elenco: Alison Albuquerque; Joyce Marinho; Leonardo Saldanha; Rayanne Valentin
Coreografia: Leonardo Saldanha
Produção e Execução: Gesto Cia de Dança
Figurino: Alison Albuquerque
Desenho e Operação de luz: Júnior Félix
Sonoplastia: Douglas Rafaell
Fotografia: Visão Eventos
Primeira pessoa (Cenarium Cia de Dança)
O ego, “é também uma reação afetiva ao nosso campo de experiência, um movimento mental de recuo baseado no medo”. Por medo do mundo e dos outros, por receio de sofrer, por angústia sobre o viver e o morrer, imaginamos que ao nos escondermos dentro de uma bolha -o ego – estaremos protegidos. Criamos, assim, a ilusão de estarmos separados do mundo, acreditando que dessa forma evitaremos o sofrimento.
É assim que os conceitos de “eu” e “outro” se cristalizam na nossa mente. Ficamos com a impressão errada de que existe uma dualidade irredutível e inevitável, criando assim a base para todas as nossas aflições mentais, como o desejo alienante, o ódio, o ciúme, o orgulho e o egoísmo.
Nesse ponto percebemos o mundo através do espelho deformante das nossas ilusões e permanecemos em desarmonia com a verdadeira natureza das coisas, o que leva à “solidão”.
Ficha técnica:
Direção e coreografia: Any Katherine
Bailarinos: Iuri Alves, Luíza Gurgel e Josuel Martins
Dia 26 de abril: Teatro Lauro Monte Filho
AlgoRitmo: sin uno, no hay tres. (UNA Cia de Dança)
AlgoRitmo: é uma sequência finita de instruções que fazem possível a execução do movimento relacionado com as leis da física de Isaac Newton, contidos pelas possibilidades que oferece o contato visual e a intuição coletiva, onde o resultado final é produto da somatória de diferentes rotas que utilizam o movimento como detonador principal, onde o processo de erro e acerto define o resultado do algoritmo gerado por três zonas geográficas distintas. Um ciclo de início ao fim, num tempo determinado
Ficha técnica:
Coreografia: Ángel Arâmbula
Intérpretes: Natália Negreiros, Iuri Alves e Letícia Lopes.
Concepção de figurino: Ángel Arâmbula
Sobre nossos pés (Grupo de dança da Universidade Estadual do RN – GruDum)
Sobre nós. Nossos pés. Nossas raízes. Escutar o nosso corpo e conhecer sua linguagem. Esses pés que muitas vezes se expressam por sensações prazerosas, por bloqueios ou simplesmente pela dor do pisar, do sentir, do ser, do ter.
SOBRE NOSSOS PÉS É um espetáculo mutante, camaleão, adaptável à lugares e momentos diversos. Na ocasião, decidimos sugerir ao Encontro de Dança, quatro momentos de sorriso com gosto de terra, saudade e vontade de dançar com suas coreografias: Inocência, Aconchego, Atrevimento e Orgulho. Com a maravilhosa trilha de Krystal Saraiva, propomos ocupar os lugares diversos da nossa cidade com uma deliciosa energia desse grupo que comemora seus 20 anos com os “pés sobre o chão”.
INOCÊNCIA
Coreografia: Iuri Alves e Josuel Martins
ACONCHEGO
Coreografia: Adriana Castro
ATREVIMENTO
Coreografia: Adriana Castro
ORGULHO
Coreografia: Iuri Alves, Josuel Martins e Natália Negreiros
Ficha técnica:
Direção Artística: Natália Negreiros
Integrantes: Narjara Dias, Ana Lívia, Eduardo Pinto, Larissa Apolo, Luiza Gurgel, Renally Katarine, Valter Menezes, Yaskara Pâmela, Rafael Shimada, Alland Pará, Maria Luiza Lima e Letícia Gabriela.
Dia 27 de abril: Teatro Dix Huit Rosado
Projeto realizado com o apoio de: Programa CONECTA MÉXICO
ENCONTRO DE DANÇA – DANZA MUNDO Edição 2018
FIDESP – Fórum Internacional de Dança do Estado de São Paulo/Brasil
Programa Educativo da CIA LUX BOREAL – Tijuana/México
ALARIDO (Renata Soraya)
O grito atroa a porteira dos sertões da mulher que parte em agonia e a dureza enfada e faz parada pra tecer um pedaço de esperança. Neste trabalho, Renata Soraya adentra territórios que ainda não havia explorado do ambiente, da história e do cotidiano dos que carregam as superstições, costumes e hábitos antigos do povo sertanejo. Neste encontro, se reconhece e renasce, carrega, peleja, persevera, briga, abre e fecha, faz molhar a secura do caminho que espinha e queima o corpo e a alma.
Ficha Técnica:
Criação artística – Renata Soraya e Dionízio do Apodi
Agradecimentos – Angel Arambula (Lux Boreal), Caio Padilha, Encontro de Dança Contemporânea, Luciana do Apodi, Marcos Leonardo, Mattheus Costa, Plínio Sá, Roberta Schumara e Zeden Silva.
Remendo (João Alexandre Lima)
Remendo é um conserto feito com qualquer matéria, desculpa imperfeita, infundada ou fora de propósito, desculpa de última hora. Reencontro de partes nossas que foram cortadas em fatias, e coladas com limites bem estruturados para que não se misturassem. Lugar de perda e encontro. Dúvidas, frustrações, anseios e melancolia. A ideia é fazer uma reflexão sobre o corpo contemporâneo. Valorizar as partes, em detrimento do todo. Se fazer entender que ela é parte do todo.
Ao revelar e ao mesmo tempo esconder, através da linguagem da dança, o trabalho transmite conexões e sentidos que não se limitam apenas aos movimentos, mas que se ampliam e surpreendem os espectadores, expondo a fragilidade e a vulnerabilidade do corpo dançante. Um conjunto de questionamentos e de denúncias sobre o corpo contemporâneo. Através desse REMENDO, o intérprete constrói e desmistifica essas nuances.
Ficha Técnica:
Criação e interpretação: João Alexandre Lima
Direção do Entre Nós Coletivo de Criação: Diana Fontes
Trilha: Bach, Paulo Oliveira (trilha original e edição), Rita Machado (captação de sons e edição criativa)
Figurino e adereços: João Alexandre Lima
Ensaiador: Francisco Júnior
Querendo…(Entre nós Coletivo de Criação)
Querendo…’ fala sobre a tentativa de construir um relacionamento amoroso, os encontros e desencontros, o assédio feminino, gênero, os interesses paralelos e até um imaginário aguçado, dando assas ao público de construir o seu próprio entendimento.
Sob a ótica e criatividade de Henrique Rodovalho, carimba com seu estilo peculiar e único, várias interrogativas, sempre com humor e movimentação cotidiana, de fácil assimilação, assim como diferentes percepções. Pode ser um jogo, um assédio, ou simplesmente, imaginação de cada componente.
No elenco, a maturidade artística de bailarinos referência no Estado, além do retorno após anos de Anádria Rassyne, exímia intérprete no segmento.
Na trilha, o mestre Danilo Guanais que, sabe como ninguém construir uma trilha cênica.
Portanto, unir, Henrique Rodovalho, irreverente e conceituado coreógrafo, com prêmios internacionais e nacionais, Danilo Guanais, nosso grande mestre das trilhas e um elenco que reúne bailarinos com grande empatia e experiência, com certeza Querendo… é uma obra pra se “Querer”…
Ficha técnica:
Coreografia: Henrique Rodovalho.
Trilha: Danilo Guanais
Iluminação e produção: Marcelo Zamora
Figurino: Manuelle Flor
Direção cênica: Diana Fontes.
Dançam: Entre Nós Coletivo de Criação: Anádria Rassyne, João Alexandre Lima e Tházio Menezes.
FOTO: Camilo Salazar